OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quarta-feira, 1 de julho de 2015

GLORIFIQUE DEUS

"Em vez de desfrutar o vão falar, glorifique Deus e trilhe Seu Caminho e a Ele faça suas preces. Invista seus anos de vida na contemplação e adoração do Supremo, não na busca de elogios servis característicos do fraco, do fútil, e do vacilante. A vida é uma oportunidade oferecida a cada um, não para comer e beber, mas para alcançar algo mais nobre e magnífico; para dominar-se e fundir-se na Realidade.

Todo esforço espiritual tem por objetivo a atração da Graça de Deus para nós mesmos. Eis por que, quando você vai ao templo e fica em pé em frente ao altar principal, bate o sino ali pendurado. O som atrairá a atenção do Senhor para seu devoto recém-chegado. O badalar deve ser acompanhado por uma sincera prece nascida do coração.

A fé em Deus é o melhor reforço para a vitória espiritual. Quando você se regozijar na contemplação do esplendor do Senhor, nada que seja material o pode tentar; tudo mais parecerá inferior. Somente a companhia do santo e do humilde lhe será agradável."

(Sathya Sai Baba - Sadhana: O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 218/219)


terça-feira, 31 de março de 2015

COMO REMOVER OS BLOQUEIOS PARA CHEGAR A NÍVEIS MAIS PROFUNDOS DE CONSCIÊNCIA (PARTE FINAL)

"(...) A tendência de nossa época, especialmente no Ocidente, tem sido tentar separar o universo e suas criaturas de Deus. Atualmente, porém, vemos que muitas pessoas tentam sair da rotina do pensamento materialista; elas buscam, novamente, as experiências metafísicas mais profundas dos místicos dos tempos antigos. Infelizmente, é comum que erroneamente suponham que, ao sair das antigas e enganadoras rotinas, não cairão em novas. Mas caem. Por exemplo: há quem tente explorar os mundos interiores por meio das drogas, que só servem para confundir a mente e distorcer a compreensão do que é real ou irreal. Outros ficam fascinados pela hipnose, pela mediunidade ou por outros métodos de atingir passivamente estados alterados de consciência. Todas essas coisas contêm perigosas ciladas; todas levam os praticantes a entrar numa nova série de rotinas mentais. O único meio de evitar as ansiedades deste mundo é ancorar-se em Deus. Então, você não estará atormentado, e sim solidamente ancorado! 

A mente é um mundo maravilhoso, cujos poderes devem ser investigados, mas com os meios adequados. O verdadeiro buscador espiritual segue o caminho correto - a meditação ensinada por alguém que conheça Deus - e jamais perde o contato com a realidade, com o bom senso ou com as eternas leis da verdade." 

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 55/56)


segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

SERVINDO A UM PROPÓSITO SUPERIOR

"A mente e a inteligência integrada (buddhi) pertencem ambas à pisque do homem e, junto com o seu corpo, são os determinantes de sua individualidade, a qual, com esforço e auxílio, pode servir a um propósito superior. Pertencendo à natureza material do homem, elas representam sua particularidade – a colocação específica de forças e a combinação especial que o distingue dos outros. Este é o campo das ações, memórias e pensamentos individuais; este é o reino do espaço, tempo e causação; esta é a arena dos esforços e conhecimento humanos. É aqui que um homem pode purificar a si mesmo, orientar-se em direção ao alto e tornar-se disponível. Ele pode cuidar de suas redes e dispô-las judiciosamente; então, paciente, deve esperar, em prontidão para o que possa vir. (...)

Assim como somos, estamos incapazes de ver ou ouvir ou compreender a realidade superior, pois vivemos em um estado de autopreocupação. Se reconhecemos nossa situação, podemos começar a estar abertos ao que é. Temos que nos preparar para ver e para ouvir e para estarmos prontos quando formos chamados. Podemos fazer a vontade divina quando não fazemos a nossa própria vontade. Temos um reto ordenamento dentro de nós mesmos quando podemos dizer como São Paulo: ‘Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim’."

(Ravi Ravindra - Sussurros da Outra Margem - Ed. Teosófica, Brasília - p.37/38)


domingo, 14 de dezembro de 2014

O PRECONCEITO (PARTE FINAL)

"(...) Às vezes, se bem que menos frequentemente, o preconceito é em favor da pessoa, como no caso da mãe que não enxerga o menor mal no que faz o filho, embora este possa prejudicar seriamente os outros. Ora, quer estejam a favor, quer estejam contra uma pessoa, as duas atitudes são igualmente preconceitos, ilusões mentais que matam o real. A melhor maneira de ver autenticamente é procurar sempre, com determinação, o bem em todo o mundo, visto que os nossos preconceitos, em geral, estão do lado oposto, e nos inclinamos tristemente a ver o mal onde ele não existe. Diferimos das outras pessoas na cor, no vestuário, nas maneiras, nos costumes e em outras formas de religião, mas essas características são apenas externas, e tudo o que concorre para formar o homem real, por trás e além de tudo isso, é praticamente o mesmo em todos nós. Afinal de contas, não é tão difícil aprender a olhar por trás das cascas exteriores que as pessoas utilizam para esconder-se. Por esse meio, elas costumam mostrar-se piores do que são, já que os principais defeitos se encontram quase sempre na superfície, e o ouro verdadeiro se esconde amiúde com êxito. Quem aspira progredir precisa superar a cegueira diante do mérito alheio, a tendência a julgar pelas características superficiais.

Lembremo-nos de que a ninguém que deseja ficar do lado do bem, ou contra o mal, pode ser recusada essa oportunidade, por mais ignorante ou fanática que seja a pessoa. Os Mestres tomam sempre o bem e usam-no onde quer que ele apareça, ainda que haja, no mesmo homem, muito mal também; e o emprego que fazem da força para o bem favorece grandemente o homem que a gerou. Usam, por exemplo, a força devocional encontrável até num fanático assassino e, dessa maneira, lhe permitem praticar alguma boa obra e, consequentemente, ser ajudado.

Imitemos também os Grandes; tentemos sempre encontrar o bem em tudo e em todos. Não procuremos, tampouco acentuemos, o mal em quem quer que seja, mas escolhamos e demos ênfase ao bem. Continuemos a fazer o nosso trabalho da melhor maneira possível, e não nos preocupemos com o trabalho alheio, nem com a maneira com que outrem o executa. Ainda que as outras pessoas ergam dificuldades em nosso caminho, passemos por cima delas e não nos inquietemos; elas são o nosso carma, e, afinal de contas, as coisas de fora, na verdade, não têm importância. Não incorramos no erro de pensar que outros estão tentando prejudicar nossos bons propósitos. Todas essas pessoas são muito parecidas conosco; pensemos, pois, no seguinte: seríamos capazes de fazer deliberadamente uma coisa má como essa?"

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 100)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O PECADO EQUIVALE À IGNORÂNCIA (2ª PARTE)

"(...) 'Por que o crime é um pecado? Porque a vida que lhe pertence é a mesma de todos os seres. Negar a quem quer que seja o direito de viver é negar a realidade dessa vida universal da qual você, também, é uma manifestação. Em termos de espírito, o crime é um suicídio.

'Por que é pecaminoso roubar? Porque o que você nega aos outros nega também a si próprio, já que o Eu superior dos outros é também seu Eu superior. Invariavelmente, ao fim e ao cabo, o ladrão se torna cada vez mais pobre. Dando ênfase aos desejos egoístas e colocando-os acima da compreensão do seu Eu universal, ele se afasta da verdadeira e única Fonte de vida e de toda a fartura. Roubando dos outros em proveito do ganho egoísta, ele acaba por diminuir a sua verdadeira identidade em vez de, como acredita, aumentá-la.

'Por outro lado, dar de si mesmo aos outros aumenta essa identidade e abre a inesgotável Fonte de abundância.

'Por que é algo pecaminoso dizer mentiras? Porque, pela mentira, a pessoa se afasta da realidade e daquela verdade superior que, sozinha, como afirmou Jesus, 'haverá de libertá-lo'.* Ao contar mentiras, a pessoa se isola do amparo que o universo proporciona gratuita e amorosamente a todos os que vivem em harmonia com as suas leis.

'O mentirosa arruína os fundamentos de todas as coisas que tenta construir neste mundo. Por fim, tudo se torna uma casa construída sobre a areia. As palavras simples de um homem que diz a verdade, por outro lado, são consistentes no universo. (...)"

* João 8:32.

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 61/62)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O PECADO EQUIVALE À IGNORÂNCIA (1ª PARTE)

"'O que é o pecado?', perguntou um discípulo.

'O pecado equivale ao erro; ele é consequência da ignorância', replicou o Mestre.

'O que é a ignorância? E o erro?'

'A ignorância é a falta de percepção das realidades do espírito, e a substituição da ilusão em que se vive por essas realidades. O erro é toda ação que se baseie nesse conceito equívoco.'

'O pecado não significa, pois, violar os Dez Mandamentos de Deus?', indagou o discípulo.

'Exatamente', respondeu Yogananda. 'Mas faça a você mesmo a seguinte pergunta: Por que Deus deu esses mandamentos à humanidade? Esse fato não foi algo arbitrário. E certamente não se destinava a nos impedir de encontrar a felicidade. Em vez disso, visava nos advertir de que certos tipos de comportamento haverão de intensificar o império da ilusão sobre a nossa mente, e nos haverão de privar da verdadeira felicidade. 

'Se alguém pensa no pecado como o desrespeito aos mandamentos de Deus, vem à luz a ideia da cólera de Deus e do julgamento implacável; mas o Senhor é quem nos governa! Nós somos os Seus filhos. Por que deveria Ele nos julgar? Somos nós, em vez disso, que julgamos a nós mesmos ao imaginar que tudo o que fazemos não merece perdão; no entanto, se entendermos o pecado como erro, perceberemos que nossos erros são passíveis de correção.'

Paramhansa Yogananda prosseguiu, referindo-se ao seu próprio guru: 'Sri Yukteswar costumava dizer, conforme escrevi em Autobiografia de um Yogue, 'Esqueça o passado. Na vida de muitos homens, o passado está manchado por muitos atos vergonhosos. A conduta humana é sempre falível quando o homem não está ancorado no Divino. No futuro, todas as coisas haverão de melhorar se você no momento estiver se esforçando, em termos de espiritualidade, para tanto'. 'Eu sempre gosto de lembrar às pessoas esta simples verdade: Um santo é um pecador que não desistiu de fazer progressos!' (...)"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 60/61)


domingo, 2 de novembro de 2014

ALIMENTE SUA MENTE COM BONS PENSAMENTOS

"Saiba que o Atma é sua Realidade e também saiba que Ele é a Força Interna deste Universo. Que sua inteligência penetre tal Verdade. Analise-se e descubra os diversos níveis da Consciência: o físico; o sensório; o nervoso; o mental; o intelectual, e assim, alcance até mesmo o âmago do último nível - o da alegria. Os panchakosas¹ têm de ser transcendidos, tanto que você possa alcançar sua Verdade, a de que você é Atma.

O Atma pode ser apreendido somente por um acurado intelecto e uma mente pura. Como purificar a mente? Por mantê-la em jejum dos maus 'alimentos' atrás dos quais ela corre, isto é, os prazeres mundanos. Além do mais, é preciso nutri-la com 'alimentos' bons, principalmente o pensar em Deus. O intelecto se tornará acurado se se devotar à discriminação entre o efêmero e o eterno. Que seus pensamentos estejam concentrados em Deus, em Seu Nome e em Sua Forma. Você sentirá então que está sempre com o que é puro e duradouro; gozará de pura e prolongada alegria.  Eis por que dou tanta importância a namasmarana (repetição do Nome de Deus como disciplina espiritual)."

¹ Panchakosas - os cinco envoltórios, escondendo Atma.

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era. Rio de Janeiro, 1993 - p. 54/55)

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O RESULTADO FINAL DA VERDADE É SEMPRE BOM

"Somente a aplicação de métodos religiosos pode trazer felicidade duradoura. Um dos princípios espirituais mais importante é o da sinceridade. O significado da verdade não é claramente compreendido pela maioria das pessoas. A verdade tem relação direta com a Realidade e, por isso, seu resultado final é sempre positivo. Quem tem o hábito de contar pequenas mentiras, o tempo todo, encontrará dificuldade em ser totalmente sincero em qualquer coisa que diga. Esses mentirosos crônicos nunca consideram a importância de falar a verdade; nem percebem que estão mentido. Sua própria imaginação passa a ser autêntica para eles, e assim não conseguem mais ver a verdade plena, em nenhuma situação.

Muitos que não compreendem a importância de dizer a verdade justificam seus engodos dizendo: 'Bem, se eu sempre falar a verdade, certamente serei passado para trás, porque o resto do mundo não age assim. Uma mentirinha aqui e ali me possibilita viver muito bem.' É lamentável!

Para ser sempre sincero, é necessário entender a diferença entre fato e verdade. Se ao ver um deficiente e, raciocinando ser seu defeito físico um fato óbvio, você o cumprimenta dizendo 'Como vai, sr. Deficiente?', irá ofendê-lo. Aqui, a sinceridade em apontar o defeito alheio só causou mágoa; não fez bem nenhum. Portanto, não se deve falar desnecessariamente de fatos desagradáveis, ainda que verdadeiros."

(Paramahansa Yogananda - O Romance Com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 37/38)

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

TRANSFORMAÇÃO INTERIOR

"Nós contatamos o mundo através da sensação. Todas as sensações são agradáveis ou dolorosas. Quando a sensação é agradável, a mente agarra-se a esta, nela se prendendo. O desejo é o produto, e este desejo permeia a mente e opera através da memória. Queremos que o desejo seja satisfeito repetidamente e não há fim nisso. Quando o desejo se faz sentir, o seu ardor impera, e a mente cai sob o seu fascínio; ela é escravizada pelo desejo. O desejo é infindável em sua escravização. Ele nos prende ao nosso passado, é repetitivo, fascina o nosso pensamento, impede a consciência de estar totalmente no presente. Não podemos dizer ‘não é isto’ até que nos coloquemos acima disso. O nosso pensamento está em um casamento desigual com o desejo, e isso é chamado de kᾱma-manas. Até que vejamos o seu processo e compreendamos as suas ilusões, não podemos mudar a nós mesmos.

Isso não significa que o agradável deveria ser evitado. Pode-se desfrutar algo de modo puro, isto é, sem adição, sem criar complicações. Esse desfrute é uma percepção pura. É a luz que se projeta sobre todas as coisas e as torna conhecidas.

É somente pela nossa automudança que conheceremos a Realidade. A Realidade está dentro de nós, e uma consciência purificada é necessária para senti-la. Presentemente é uma consciência dopada pelo desejo de gratificação de qualquer espécie, enfraquecida pela indulgência. Precisa ser despertada do sono.

Se pudermos dar plena atenção ao que está dentro de nós, rapidamente chegaremos à Realidade. Mas essa plena atenção não é possível enquanto a mente estiver dardejante, caçando borboletas, ou correndo atrás de si própria, em algum argumento capcioso. É o vinho do desejo que faz a mente ser obstinada e tola.

O caminho para a realidade espiritual está dentro de nós mesmos. É o caminho do discernimento, da autopercepção, um discernimento entre o verdadeiro e o falso em tudo que nos deparamos. Esse discernimento é possível porque há um raio de Realidade dentro de nós. A menos que haja alguma luz dentro de nós, nunca saberemos onde está a luz e onde está a escuridão. O discernimento deve ser praticado ao longo de todo o caminho que abrimos à medida que prosseguimos. Não é um caminho estabelecido para nós por alguém, exceto quanto a algumas afirmações gerais em termos de experiência comum. Palmilhar o caminho é um processo de liberação em relação a embaraços, complicações, ilusões, uma carga opressiva. É um caminho de crescente unidade com tudo – a Natureza e os seres humanos – um caminho de felicidade, que se cria e se compartilha."

(N. Sri Ram - O Homem sua Origem e Evolução - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 80/82)


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

TUDO É BRAHMAN (PARTE FINAL)

"(...) Ninguém conhece o mistério que é a corrente elétrica; não se sabe por que se comporta dessa forma; não se conhece a exata natureza de sua origem e de seu fluxo. Não obstante tudo isso, ela é manipulada para milhares de usos, e se manifesta através de milhares de aplicações e instrumentos. Assim também, Deus É presente em toda parte, mas podemos compreender somente aquela parte d'Ele que se manifesta diante de nossa percepção. Pessoas comuns jurarão que a terra absolutamente não se move; ela é tida como símbolo de estabilidade. No entanto, tem dois movimentos, ambos incrivelmente rápidos! Gira em torno de seu eixo numa velocidade que excede 1.500 km horários, e enquanto gira sobre si mesma, move-se em redor do Sol numa velocidade estonteante! Mas tomamos conhecimento do que se passa? Deus também é uma realidade sempre presente dentro de nós e de cada ser, mas O perdemos de vista como perdemos de vista o mover-se da terra. Temos de O inferir através das provas e da evidência de Sua Providência, de Sua Graça, de Sua Majestade e de Sua Glória, exatamente como inferimos os movimentos do planeta, da lua, das estrelas pela observação sobre o céu, sobre as estações e o suceder de dias e noites. Impossível é descrever Deus usando o vocabulário que aprendemos do mundo. Temos de experienciar a Bem-aventurança ou realizá-la como sendo o íntimo de nosso ser. Um verdadeiro devoto será firme na fé, e ora ao Senhor não por padhartham (coisas, objetos materiais ou pela satisfação de desejos mundanos), mas por para-artham (a felicidade que transcende o mundo). Ao manifestar Prema (Amor), você somente está expressando Deus, o morador de seu coração.

'Aquele que conhece o mais vasto o mais vasto se torna' ('Brahmavid Brahmaiva Bhavathi'), dizem os sábios (rishis). A afirmação védica de que 'tudo é Brahman' (sarvam Brahama mayam) é a chave da compreensão do Princípio Eterno e Universal. Brahman é a Realidade do buscador, isto é, do cosmonauta, da pessoa que afirma sua existência, tanto quanto a existência daquela outra que dela duvida ou a nega. Dizer que o Divino é uma fantasia da imaginação de alguém é ser falso para sua própria genuína verdade. O Divino é o que integra e une todas as diversidades em uma única essência. Há que modelar o intelecto e alegrar a imaginação para tornar-se capaz de fazer uma ideia de Brahman, que é mais sutil que o mais sutil, mais vasto que o mais vasto. Brahman é o impulso verdadeiro atrás de toda aspiração e realização, mesmo da aspiração de O conhecer. Ele é a atividade em cada átomo e célula, bem como em cada estrela ou galáxia."

(Sathia Sai Baba -Sadhana O Caminho Interior - Ed. Record, Rio de Janeiro, 1993 - p. 76/77)

terça-feira, 9 de setembro de 2014

TUDO ESTÁ INTERLIGADO

"Qual é a conexão entre o seu sapato e um mosquito na nascente do Amazonas? Durante séculos, em nossa cultura marcada pelo cartesianismo, essa pergunta pareceria absurda, mas atualmente já não parece.

Certa vez vi numa revista o retrato de um indígena Papua, da Nova Guiné, com tanga, penas no cabelo e ossos em torno do pescoço. Seus olhos brilhavam, e as seguintes palavras eram atribuídas a ele: 'Somos uma pessoa.' Durante muito tempo essa ideia também foi considerada absurda. Hoje, não parece mais. Estamos entrando numa era em que esse tipo de percepção se tornará tão natural quanto o ato de respirar.

Todas as coisas - visíveis e invisíveis - estão interligadas. Todas as coisas são diferentes faces da consciência. O tempo, o grande espírito, a fonte, o tao, o uno são nomes que apontam para uma mesma realidade. O universo é consciência: um oceano em movimento, um rio de redemoinhos, um campo infinito de trabalhos criativos no qual a arte é o artista, e o artista é a arte.

A consciência, buscando se autoexperimentar, imagina-nos e nos traz à existência como indivíduos para que possamos interagir como se fôssemos separados. O que criamos nessa experiência também é consciência, e qualquer que seja o objeto que você nomeie - uma montanha, um camundongo, um peixe ou uma ave, uma folha de relva ou uma lufada de vento -, tudo é consciência.

Segundo uma antiga história do Oriente, dois monges discutiram sobre uma bandeira esvoaçando ao vento. 'A bandeira está se movendo', disse um. 'É o vento que está se movendo', respondeu o outro. Eles levaram a questão ao mestre. 'Os dois estão errados; somente a consciência está se movendo', disse o instrutor."

(Michael Brown - Tudo está interligado - Revista Sophia, Ano 10, nº 37 - p. 6/7)

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE

Investigações complementares

"A busca espiritual e a científica são investigações complementares rumo à realidade. Qualquer sentimento de antagonismo é produto de uma visão mesquinha. A ciência lida com o mensurável; a religião com o imensurável. Um cientista não é inteligente se nega a existência do imensurável. Nada há que seja anti-ciência, mas há muita coisa que está além da ciência. As duas buscas têm de andar de mãos dadas.

Precisamos entender as leis que governam os fenômenos do mundo, como também precisamos descobrir ordem e harmonia em nossa consciência. A compreensão humana está incompleta se não abarca ambos os aspectos da realidade: matéria e consciência.

Na verdade, a divisão é uma criação da mente. A realidade é indivisível, é tanto matéria quanto consciência. São os pensamentos que separam o mundo externo do interno, quase da mesma forma como a mente separa tempo e espaço, embora sejam, ambos, dois aspectos de um mesmo continuum.

Tanto o cientista quanto o religioso precisam estar muito atentos às limitações da mente para transcendê-las, se aspiram a uma percepção holística da realidade. A educação precisa estimular uma mente inquiridora, que seja tanto científica quanto religiosa, para enfrentar a crise da civilização moderna. Descartar toda investigação espiritual e todas as crenças religiosas em nome do secularismo é como atirar fora o bebê junto com a água do banho."

(Padmanabhan Krishna - Ciência e espiritualidade - Revista Sophia, Ano 2, Nº 5 - p. 19)


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O DESAFIO DA VIDA (PARTE FINAL)

Ilusão e Realidade

"A literatura da filosofia do Vedanta fala de diferentes níveis de realidade percebidos pela consciência. Somente quando passamos totalmente uma dimensão da realidade, é possível que fiquemos cientes de outra ainda maior. No que se refere à mente do homem, ele se preocupa apenas com sua sobrevivência e, em seu sentido ampliado, vive numa ilusão.

No conhecido ensinamento do Vedanta, para o olhar atento, a corda enrolada é apenas uma corda, mas uma cobra para outros. As reações variam conforme os níveis de percepção. Quem tem um temperamento tímido fica apavorado e sai correndo; quem tem uma natureza agressiva, não tenta escapar, mas tenta corajosamente matar a cobra e destruí-la. Essa é uma experiência de violência e, a outra, de medo; no entanto, ambas são formas de reação que surgem do mesmo erro básico de percepção. Para aqueles que veem claramente e sabem que o objeto não é uma cobra, mas simplesmente uma corda, as duas formas de ação são impossíveis. E, por isso, quando há uma nova percepção, ações aceitas previamente não têm mais sentido.

Quando um homem reconhece que não precisa mais se preocupar com a falsa percepção de sobrevivência, ele descobre uma nova maneira de ação e um novo significado da vida. Este ‘retorno’ deve ser radical. Há quem busque novos valores e, ao mesmo tempo, agarre-se às antigas maneiras de agir. Buscam gurus e tentam várias técnicas de meditação, na esperança de descobrirem, por tais meios, o segredo da vida. Entretanto, a verdade sobre a vida nunca poderá ser descoberta enquanto as formas de ação que aceitam surgirem na mente que dá sentido à sobrevivência. (...)

É esse, então, o desafio que a vida oferece – que o homem possa conscientemente aprender, entender e receber sua mensagem, assim como a vida não humana inconscientemente aprendeu a recebê-la. Foi dito que no vasto projeto em que a natureza está operando, há um movimento da perfeição inconsciente para a imperfeição consciente, e que da imperfeição consciente temos que avançar para a perfeição consciente. A perfeição consciente pode surgir apenas quando aprendemos a trabalhar em harmonia com o projeto da própria vida. A vida exige que a mente do homem renuncie a seus próprio desejos, seus impulsos, instintos e reflexos, para que um poder muito maior possa desabrochar e revelar-se, não conforme a vontade do homem, mas em obediência às leis divinas e à vontade da natureza."

(Radha Burnier - O desafio da vida - Revista Theosophia, Ano 103, Abril/Maio/Junho de 2014 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 7/11)

terça-feira, 19 de agosto de 2014

O DESAFIO DA VIDA (4ª PARTE)

A Realidade do Sofrimento

"Talvez hoje seja a situação de todos nós. Enfrentamos crises que nos forçam a perguntar qual é o verdadeiro propósito da vida – se este propósito é a mera sobrevivência ou se é algo radicalmente diferente. Todos nós somos como estudantes relutantes; não desejamos investigar a vida muito de perto, examinamos suas questões cruciais apenas quando enfrentamos uma crise. Mesmo então, o impacto do choque logo desaparece e, descuidadamente, muitas vezes, resignamo-nos a perambular no caminho de menor resistência.

Buddha disse que a primeira verdade que o homem deve reconhecer é a verdade do sofrimento. Se o homem examinar seriamente a vida e estudar qual a melhor conduta que possa ter, ele não deverá ter sofrimento nem crises. Mas, individualmente, ignorou as lições da natureza e suas leis, e a humanidade como um todo chegou ao ponto crítico ante o qual sua mente sente-se desamparada. É necessária grande criatividade para descobrir o significado da vida. O homem deve adquirir uma percepção inteiramente diferente da que possui no momento, e que não pode ter enquanto sua mente, consciente ou inconscientemente, preocupar-se com a mera sobrevivência. Certamente atingimos o ponto em que devemos fazer uma meia-volta! É hora de entrarmos no Nivriti-Marga (caminho de volta) e abandonar o primitivo desejo de sobrevivência e, como diz Mme. Blavatsky, aprender o novo alfabeto no colo da mãe natureza. Para aprender esse novo alfabeto deve-se pôr de lado o conhecimento primitivo com que começou. (...)"

(Radha Burnier - O desafio da vida - Revista Theosophia, Ano 103, Abril/Maio/Junho de 2014 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 7/11)

quinta-feira, 24 de julho de 2014

NÃO EXISTEM PROBLEMAS FORA DE VOCÊ (PARTE FINAL)

"(...) Segundo Tolle, no livro O poder do agora, ‘todos os problemas são ilusões da mente’. Diante disso um discípulo disse: ‘É como se um grande peso tivesse sido tirado dos meus ombros. Sinto-me leve... Mas os problemas ainda estão lá, me esperando, não é? Ainda não foram resolvidos. Será que eu os estou evitando apenas temporariamente?’

Tolle respondeu: ‘Não se trata, basicamente, de solucionar os seus problemas. Trata-se de perceber que não existem problemas, apenas situações com que temos de lidar agora ou deixar de lado, aceitando-as como uma parte do ‘ser’ nesse momento, até que se transformem ou possam ser negociadas. Os problemas são criados pela mente e precisam de tempo para sobreviver.'

No plano astral, para onde vamos logo que deixamos este mundo, a presença do tempo ainda é uma realidade, e por isso somos afetados por ele. O que ocorre, porém, com a prática da meditação, se insistirmos para além das primeiras dificuldades? O pensamento para, a mente silencia. Entramos em contato com uma realidade além do tempo: a realidade espiritual, conectada ao eterno agora. Aí se pode perceber, na prática, a fantasia de todo o problema. É uma questão de experimentar."

(Walter Barbosa - Não existem problemas fora de você - Revista Sophia, Ano 9, nº 36 - p. 10/11)


sábado, 19 de julho de 2014

O HOMEM PECA POR IGNORÂNCIA

"O homem peca porque é ignorante. Ele ignora a Realidade de Deus. Ignora que ele e o Pai são um só. Ignora que ele e o próximo (e até mesmo seu inimigo) também são um só. Ignora a lei do karma e que ele, consequentemente, é o artífice de seu próprio destino. Por outro lado, vive sob a convicção de ser um degradado, um cão sem dono, uma presa de satã ou das enfermidades, mas achando ter o direito de vir a ser feliz, de qualquer modo, até mesmo à custa do sofrimento dos 'outros'. Por ignorância, crê num Deus antropomórfico a quem recorre somente nas horas de necessidade. Por ignorância já não acredita num Deus que não tem atendido a suas orações egoístas. Sendo ignorante, tem a ilusão de impunemente poder fazer  todas as formas de maldades, desde que 'ninguém sabe que fui eu o autor'. Por ignorância, tem cometido, vem comentendo e cometerá toda sorte de violência contra a infalível lei do karma e, portanto, contra si mesmo, embora enganosamente queira ferir os outros. Por ignorância, cria para si mesmo as algemas de seus distúrbios neuróticos e os desesperos de sua alienação.

A filosofia do yoguin desenvolve no jiva a inteligência (viveka), que o faz 'rei da criação', que lhe faculta optar por ser bom ou ser mau, pelo viver enfermo ou sadio, pelo efêmero ou pelo eterno, dedicar-se às coisas finitas ou ao infinito... Dá-lhe sabedoria (vidya), com a qual, pode, algum dia, vir a deslumbrar-se na contemplação do Absoluto e então compreender, em toda plenitude, a promessa: 'Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.' A isso é que poderíamos chamar vidyaterapia ou a cura pela sabedoria. No Ocidente, logoterapia."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p.114)

sexta-feira, 11 de julho de 2014

A VERDADE É A EXATA CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE (PARTE FINAL)

"(...) A sabedoria acumulada pela Índia, irmã mais velha das demais nações, é patrimônio de toda a humanidade. A verdade védica, como todas as verdades, pertence ao Senhor e não à Índia. Os rishis, cujas mentes eram receptáculos puros para receber as divinas profundezas dos Vedas, foram membros da raça humana, nascidos neste planeta e não em outro, para servir a toda a humanidade. Distinções de raça ou de nacionalidade não têm sentido no reino da verdade, onde a única qualificação é a capacidade espiritual para recebê-la.

Deus é amor. Seu plano para a criação só se pode basear no amor. Será que esse simples pensamento não oferece consolo ao coração humano, de preferência aos raciocínios eruditos? Todos os santos que penetraram o âmago da Realidade testemunharam que existe um plano universal divino e que ele é belo e cheio de alegria. Ao profeta Isaías, Deus revelou Suas intenções nestas palavras:
Assim será a palavra [Om criador] que sair de minha boca: ela não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei. Porque com alegria saireis e em paz sereis guiados; os montes e as colinas, prorromperão em cânticos diante de vós e todas as árvores do campo baterão palmas. (Isaías 55:11-12)
'Com alegria saireis e em paz sereis guiados.' Os homens do atribulado século XX ouvem nostalgicamente esta promessa maravilhosa. A verdade total nela contida pode ser comprovada por todo devoto de Deus que se empenhe no esforço para recuperar sua herança divina."

(Paramahansa Yogananda - Autobiografia de um Iogue - Ed. Lotus do Saber, Rio de Janeiro, 2001 - p. 534/535)

quinta-feira, 10 de julho de 2014

A VERDADE É A EXATA CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE (1ª PARTE)

"A verdade não é teoria, nem sistema especulativo de filosofia, nem uma percepção intelectual. A verdade é a exata correspondência com a realidade. Para o homem, a verdade é o inabalável conhecimento de sua natureza real, de seu Ser como alma. Jesus, em cada ato e palavra de sua vida, provou que conhecia a verdade de seu ser - sua origem divina. Totalmente identificado com a Consciência Crística onipresente, ele podia dizer, em caráter final: 'Todo aquele que é da verdade, ouve a minha voz.'

Buda também se recusou a lançar luz sobre as questões derradeiras da metafísica, assinalando secamente que os poucos momentos do homem na Terra seriam melhor empregados no aperfeiçoamento de sua natureza moral. O místico chinês Lao-tsé ensinou corretamente: 'Quem sabe, não o diz; quem diz, não o sabe.' Os mistérios últimos de Deus não se acham 'abertos ao debate'. A decifração de Seu código secreto é uma arte que o homem não pode comunicar ao homem; aqui, só o Senhor é o Instrutor.

'Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus.' Nunca fazendo alarde de Sua onipresença, o Senhor é ouvido apenas nos silêncios imaculados. Reverberando por todo o universo como a vibração criadora de Om, o Som Primordial traduz-se instantaneamente em palavras inteligíveis para o devoto com ele sintonizado.

O objetivo divino da criação, até onde a razão humana pode compreender, está exposto nos Vedas. Os rishis ensinaram que cada ser humano foi criado por Deus como alma que manifestará, de modo ímpar, algum atributo especial do Infinito, antes de reassumir sua Identidade Absoluta. Todos os homens, assim dotados com uma faceta da Individualidade Divina, são igualmente amados por Deus. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Autobiografia de um Iogue - Ed. Lotus do Saber, Rio de Janeiro, 2001 - p. 534)


sábado, 28 de junho de 2014

EQUILÍBRIO E JUSTIÇA (PARTE FINAL)

"(...) O equilíbrio é uma lei fundamental do universo. Se uma pessoa está ganhando de um lado, tem que perder do outro para que o equilíbrio seja mantido.

Na visão dos hinduístas, o universo é uma grande dança. Eles representam a contínua alternância entre os opostos como a dança de Shiva. Shiva é um dos deuses mais cultuados na Índia. Isso é curioso, porque ele é um deus associado à destruição.

Existe na Índia uma trindade muito conhecida formada por Brahma, Vishnu e Shiva; onde Brahma está associado à criação, Vishnu à preservação e Shiva à destruição. Quando se viaja pela Índia percebe-se que quase não existem templos destinados a Brahma; que existem alguns poucos destinados a Vishnu; e uma enorme quantidade de templos destinados a Shiva. Por que razão isso ocorre?

É que Shiva representa a renovação resultante da morte e da destruição. Para que o novo possa nascer, é necessário que as formas gastas sejam removidas. Ao mesmo tempo, Shiva inspira certo temor naqueles que não tiveram ainda a percepção de que a vida e morte são aspectos complementares de uma mesma realidade divina.

Essa dança de Shiva de criação e destruição é, na realidade, a base da existência. Nada pode existir estático na natureza. A nossa ignorância é que nos impede de ver a mudança como um elemento fundamental da própria existência. Nada permanece estático, nem por um breve momento. Tudo flui, tudo está em contínuo movimento. A folha da árvore que cai vira adubo para o crescimento de outras árvores. Na natureza nada se perde."

(Eduardo Weaver - Vida e morte na visão de Platão - Revista Sophia, Ano 5, nº 17 - p. 28/29)


terça-feira, 25 de março de 2014

DA MENTE CONDICIONADA PARA A LUZ (2ª PARTE)

"(...) Os sábios da antiguidade afirmavam que existe uma grande diferença entre levar a vida conscientemente, agindo de forma plena, objetiva e inteligente e levar a vida de forma repetitiva e condicionada. Todos nós recebemos estímulos o tempo todo. Quando reagimos a esses estímlos com base no nosso conteúdo mental, executando rotinas automaticamente como se fôssemos um computador, não somos capazes de criar. Conseguimos apenas repetir aquilo que já estava armazenado em nossa memória.

Uma pessoa realizada, uma pessoa espiritualizada, está atenta à realidade à sua volta. Ela está integrada a todo o complexo da vida, atenta a todos os estímulos, a tudo o que está acontecendo ao seu redor naquele momento. Ao invés de reagir, ela age. A diferença entre ação e reação é que a reação é condicionada e automática, enquanto a ação consciente é pura, espontânea e está em sintonia com a realidade presente.

Quando a mente está alerta e receptiva é possível aprender muito de nossos relacionamentos. Na medida em que começamos a observar a nós próprios, começamos a entender os mecanismos psicológicos da mente. Por exemplo: uma pessoa nos agride verbalmente, fala alguma coisa que não nos agrada. Se deixarmos que a mente atue automaticamente, a tendência é devolvermos a agressão. Essa é a maneira como a maioria das pessoas reage. Deixam-se contaminar pela emoção negativa e reagem de forma condicionada e não inteligente.

A maioria dos homens foi educada para não levar desaforo para a casa. Quando são alvo de alguma agressão, dão o troco sem pestanejar. Pessoas que normalmente são tranquilas não conseguem se controlar quando alguém lhes barra o caminho no trânsito, atravessando o carro na frente do seu; elas partem para a agressão verbal. Se alguém bate em seu carro, a situação se agrava. A pessoa é capaz até de se envolver em uma briga. Mais tarde ela para, reflete e chega à conclusão de que não precisa ter agido daquela forma, mas aí já é tarde, o mal já foi feito. (...)" 

(Eduardo Weaver - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - Pub. da Ed. Teosófica - p. 13)