OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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domingo, 7 de dezembro de 2014

ANTES DE BUSCAR DEUS, CONCILIA-TE COM O TEU ADVERSÁRIO (PARTE FINAL)

"(...) 'Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto está com ele no caminho...' Cristo está nos ensinando que não podemos perder tempo e energia em discussões e ressentimentos, mas que devemos refazer-nos tão rapidamente quanto possível no pensamento de Deus. Perceber Deus - eis o nosso propósito de vida; portanto, é preciso que procuremos manter-nos conscientes dele com poucas interrupções e que elas sejam as menores possíveis. 'Joga fora todas as conversações inúteis' - dizem-nos os Upanishads. 'Conhece apenas a Atman.' 

O desejo de discutir e de brigar é um sinal do ego. Se desejarmos encontrar Deus, precisaremos eliminar o ego e humilhar-nos - não diante de nosso adversário, mas diante do Deus, que está dentro dele. Não te submetas jamais a um adversário poderoso por temeres a consequência de desagradá-lo; isso seria covardia. Faze distinção, porém, entre princípios e opiniões. Diz um ditado hindu: 'Dize, ' sim, sim' para todos, mas conserva firme a tua posição!' Não te comprometas com ideais e princípios. Mas, em se tratando de opiniões, aprecia pontos de vista diferentes dos teus, e aceita-os quando valerem a pena. Swami Turiyananda dizia: 

'Teimosia não é força. A teimosia apenas mascara a própria fraqueza. Forte é quem é flexível como o aço e não quebra. Forte é quem pode viver em harmonia com muitas pessoas e pode dar atenção a opiniões que não sejam as suas.'"

(Swami Prabhavanda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 55/56)
www.pensamento- cultrix.com.br

sábado, 6 de dezembro de 2014

ANTES DE BUSCAR DEUS, CONCILIA-TE COM O TEU ADVERSÁRIO (1ª PARTE)

"Até que alcancemos efetivamente a união com Deus, claro que é absolutamente natural a ocorrência de disputas e desentendimentos entre nós e os outros. É preciso, porém, que não deixemos o ressentimento permanecer em nós; caso contrário, ele nos corroerá os corações como um câncer. Cristo que, como todos os mestres verdadeiramente espirituais, era grande psicólogo, ensinou que devemos reconciliar-nos o mais cedo possível com nosso irmão, antes de oferecermos nossa oferenda a Deus. Todos quantos tenham praticado a meditação compreenderão imediatamente quão profundo é este ensinamento.

Suponha que alguém o tenha ofendido e que você se irritou. Ao começar a meditar, o que acontece? A oração e a meditação concentram a mente e intensificam as emoções. Consequentemente, o montículo de irritação converte-se numa montanha de raiva. Você começa a imaginar coisas terríveis sobre a pessoa que o ofendeu. Você acaba por sentir-se incapaz de meditar e de rezar, incapaz de achegar-se de Deus, enquanto não se reconciliar sinceramente com seu irmão. Só há um meio de sentir-se sinceramente reconciliado: procurar ver Deus em todos os seres e amá-lo neles todos. Se você se irritou com seu irmão, reze por ele como você o faz por você mesmo; reze para que ambos possam crescer no entendimento e na devoção a Deus. Logo você alcançará a espiritualidade. Mas, se guardar a raiva no coração, você ferirá tanto a si mesmo quanto a seu irmão.

Ensina-se no Budismo e no Vedanta que é dever do homem rezar pelos outros antes de rezar por si mesmo. Pede-se que mandemos um pensamento de boa-vontade a todos os seres antes de nos oferecermos a Deus. Semelhante prática é um estágio significativo na conquista do amor ao nosso próximo e a Deus. (...)"

(Swami Prabhavanda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 54/55)

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

APAIXONADO PELA ESPÉCIE HUMANA

"Se você compreender algo sobre a complexidade dos fenômenos que se encenam no palco de nossa mente e que constroem as ideias, descobrirá que não existem árabes ou judeus, americanos ou alemães, negros ou brancos, somos todos uma única e apaixonante espécie.

O Mestre da vida, Jesus Cristo, era profundamente apaixonado pela espécie humana. Ele dava uma atenção especial a cada ser humano. Os miseráveis eram tratados como príncipes, e os príncipes, como reis. Por onde ele transitava, almejava abrir os portais da mente das pessoas e aumentar o campo de visibilidade sobre a vida. Sua tarefa não era fácil, pois as pessoas viviam engessadas dentro de si mesmas, embora ainda hoje muitas continuem travadas na arte de pensar.

Parece que algumas pessoas são imutáveis. Elas erram os mesmos erros frequentemente, dão sempre as mesmas respostas para os mesmos problemas, não conseguem duvidar de suas verdades e nem estar abertas para novas possibilidades de pensar. Elas são vítimas e não autoras de sua história. Você é o autor de sua história ou vítima dos seus problemas?

Jesus desejava que o homem fosse autor de sua vida, alguém capaz de exercer com consciência seu direito de decidir. Por isso, ele convidava as pessoas a segui-lo. Nós, diferentemente, pressionamos nossos filhos, funcionários e clientes a seguir nossas ideias e nossas preferências. O mestre do amor tinha muito para ensinar a cada pessoa, mas nunca as pressionava a estar aos seus pés ouvindo-o. O amor e não o temor era o perfume que esse fascinante mestre exalava para atrair o homem e fazê-lo verdadeiramente livre."

(Augusto Cury - O Mestre do Amor - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2002 - p. 17/18)

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

TRANSFORMANDO A ESSENCIA DA ALMA HUMANA (1ª PARTE)

"Jesus Cristo não morreu apenas para tornar realidade o sonho da imortalidade, mas para conduzir o homem a navegar no território da emoção e a desenvolver as funções mais altruístas da inteligência. Ele almejava transformar e enriquecer a natureza da sua alma e de seu espírito. Para ele, por mais que o homem se esforce, não tem um prazer estável, não sabe amar, não sabe se doar, não é íntimo da arte de pensar, não sabe ser livre e nem governar suas reações, principalmente quando aumenta a 'temperatura' da sua emoção, quando vive situações tensas e estressantes.

Não apenas o corpo humano é frágil, mas a sua estrutura psicológica também o é. Olhe para as reações que ocorrem frequentemente no palco de nossas mentes. Quem gerencia plenamente seus pensamentos e emoções? Quem é líder do seu próprio mundo? Dominamos o mundo que nos cerca, mas somos tímidos no controle de nossas angústias e ansiedades. Facilmente perdemos a paciência com os outros. O mais calmo dos homens tem seu limites. Sob determinados focos de tensão pode reagir sem pensar e ferir as pessoas que mais ama.

Não precisamos fazer esforço algum para sermos egoístas e individualistas, tais características surgem espontaneamente ao longo do processo de formação da personalidade. Contudo, se quisermos nos doar, trabalhar em equipe e nos preocupar com o bem-estar social precisamos de uma excelente educação e de um esforço diário para incorporarmos essas características.

Todos amamos o prazer e almejamos viver dias felizes. Todavia, frequentemente somos nossos principais carrascos. Nós nos entulhamos com pensamentos negativos, preocupações existenciais e problemas que ainda não aconteceram. Além disso, temos baixa capacidade de sentir o prazer com o que temos e de contemplar o belo nos pequenos eventos da vida. Da meninice à velhice a tendência natural da emoção humana não é uma escala ascendente de prazer, mas de entristecimento. As crianças são mais alegres que os adolescentes, que são mais alegres que os adultos, que são mais alegres que os idosos.

Olhe para a sua experiência, você é mais alegre hoje ou no passado? Conquistamos dinheiro e cultura, mas pouco a pouco perdemos a singeleza da vida. Embora haja idosos no corpo de jovens e jovens no corpo de idosos, com o passar do tempo temos tendência em expandir uma série de 'favelas', 'bairros mal iluminados', 'lixo', na grande cidade da memória. O fenômeno RAM (registro automático da memória) registra involuntariamente todos os conflitos, preocupações, pensamentos negativos, fobias, ansiedade na memória, entulhando nosso inconsciente, deteriorando nossa qualidade de vida. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre da Vida -  Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2001 - p. 204/206)

sábado, 6 de setembro de 2014

QUEIRAM A DEUS DE TODO O CORAÇÃO

"Sempre me esforcei para viver de acordo com um princípio que aprendi muitos anos atrás, aos pés de Guruji - o princípio expresso nestas palavras de São Francisco: 'Aprende a aceitar a censura, a crítica e a acusação, silenciosamente e sem retaliação, ainda que inverídicas e injustificadas'. Quanta riqueza de sabedoria nesse conselho! Ao criticar os outros, ou ao se preocupar com a censura ou o elogio dos demais a seu respeito, você comete uma injustiça contra a sua alma. Que importa o que as pessoas pensam? É a aprovação de Deus que você quer. Cumule-se de um único desejo: Deus, Deus, Deus. A não ser que sejam sinceros, meus queridos, é muito difícil encontrá-Lo. Se permitirem que a mente se atole continuamente no lamaçal de futilidades, da crítica maldosa e do juízo egoísta de seus companheiros, vocês nunca encontrarão Deus nesta vida. Por que perderem tempo? Vocês não têm tempo. À medida que envelhecerem, compreenderão isso cada vez mais.

Se você quer a Deus, deseje-O de todo o coração. Ele não pode e não aceitará nada menos que cem por centro de entrega da parte de Seu devoto. Cristo provou isso. Até seu corpo, o mais precioso dos tesouros do homem, ele entregou; e, sem raiva ou amargura, disse: 'Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem'.

Devemos seguir o divino exemplo de perdão e compaixão de Cristo. Mas, ao fazermos isso, não pensaremos: 'Oh, sou tão bom, sou tão nobre; generosamente perdoo a meus inimigos'. O orgulho espiritual é perigoso. É preciso haver verdadeira compaixão, genuíno amor no coração. Entretanto, não podemos ter nada disso sem primeiro amar a Deus. Busque-O primeiro. Ame-O de todo o coração, mente e alma. e não fique satisfeito até que tenha esse amor divino. Clame por Deus, noite e dia; fale com Ele sem parar; fique embriagado, o tempo todo, com o desejo por Ele, e verá de que modo maravilhoso sua vida vai mudar."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 239/240)

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A ALEGRIA DE DAR

"Eu já disse muitas vezes, e permanece verdadeiro, que enquanto a vida da forma consiste em reter, a vida do espírito consiste em dar. Foi o que fez com que o Cristo, como doador Espiritual, declarasse: ‘é mais abençoado dar do que receber’. Porque, verdadeiramente, aqueles que conhecem a alegria de dar não têm desejo pela alegria de receber; eles conhecem a fonte de alegria infinita que surge no coração à medida que a Vida flui, pois se a Vida Divina pudesse fluir e ser mantida dentro de nós, ela estagnaria, tornar-se-ia turva e inexpressiva. Porém a vida através da qual a Vida Divina flui incessantemente não é estagnada e não se turva. Quanto mais ela se propaga, mais ela recebe.

Não tenhamos, portanto, medo de dar. Quanto mais dermos, tanto mais plena será a nossa vida. Não nos iludamos com o mundo da separatividade, onde tudo diminui à proporção que damos. Se eu tivesse ouro, a minha fortuna diminuiria em cada moeda que eu desse, mas isso não acontece com as coisas do espírito. Quanto mais damos, mais temos; cada ato de doação torna-nos um reservatório maior. Assim, não precisamos temer tornar-nos vazios, secos, exauridos, porque toda a Vida está  por trás de nós e suas fontes são uma conosco. Uma vez que sabemos que a Vida não é nossa, que compreendemos ser parte de uma poderosa unidade, então vem a verdadeira alegria de dar, a verdadeira bênção de uma vida que conhece sua própria eternidade. Todos os pequenos prazeres do mundo, certa feita, tão atraentes, desvanecem na glória do verdadeiro viver, e conhecemos o significado daquelas grandes palavras ‘aquele que perde a sua vida, encontrá-la-á’ na vida eterna."

(Annie Besant - A Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 1992 - p.107/108)


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

AS LIÇÕES INESQUECÍVEIS PARA NOSSA VIDA (PARTE FINAL)

"(...) Recorde que Jesus Cristo passou pelos mais dramáticos sofrimentos como um ser humano igual a você e os superou com a mais alta dignidade. Seja apaixonado pela vida como ele foi. Lembre-se de que por amar apaixonadamente a humanidade ele teve o mais ambicioso plano da história. Recorde que, neste plano, você não é mais um número na multidão.

A vida que pulsa na sua alma o torna uma pessoa especial, inigualável, por mais dificuldades que atravesse, por mais conflitos que tenha. Portanto, erga seus olhos e olhe para o horizonte! Enxergue o que ninguém consegue ver! Veja um oásis no fim do seu longo e escaldante deserto!

Saiba que as flores mais lindas sucedem os invernos mais rigorosos. Tenha convicção de que dos momentos mais difíceis de sua vida você pode escrever os mais belos capítulos de sua história...

Nunca disista de você! Dê sempre uma chance para si mesmo. Nunca desista dos outros! Ajude-os a corrigir as rotas de suas vidas. Mas se não conseguir, poupe energia, proteja a sua emoção, aguarde que eles decidam ser ajudados. Enquanto isso, aceite-os do jeito que eles são, ame-os com todos os seus defeitos. Amar traz saúde para a emoção.

Jesus encantava as pessoas com suas palavras. As multidões, ao ouvi-lo, renovavam suas forças e reencontravam um novo sentido para viver! Reacendeu a esperança de muitos, mesmo quando não tinha energia para falar. Compreendeu o que é ser homem e fez poemas sobre a vida até sangrando. Pagou um preço caríssimo para lavrar o árido solo de nossas emoções. Brilhou onde não havia nenhum raio de sol. Nunca mais pisou nesta terra alguém tão fascinante como o mestre da vida..."

(Augusto Cury - O Mestre da Vida - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2001 - p. 225/226)

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

OS ILUMINADOS (2ª PARTE)

O Iluminado de Nazaré

"Jesus Cristo (do hebraico ‘Jeová é a salvação’ e do grego Christos, ‘ungido’) nasceu numa aldeia da Judeia, Belém, a pouca distância de Jerusalém. Para os cristão representa a salvação, e, para o povo hebreu, é o eleito do Senhor, o Messias esperado durante séculos e anunciado pelos profetas do Antigo Testamento. Tendo se refugiado no Egito com a sua família, depois de um sonho premonitor de José, retornou a Nazaré, onde teria levado, até os 30 anos, uma vida obscura. Tal fato não é explicado nem mesmo pela própria Bíblia, o que levou alguns pesquisadores a levantar a hipótese de que o Nazareno teria realizado prováveis viagens ao Extremo Oriente. Anunciado por João Batista, reconhecido por este como o Messias, Jesus retirou-se para o deserto, onde permaneceu 40 dias em jejum e meditação. Depois disso iniciou sua predicação, donde surgiria uma nova visão religiosa, moral e social destinada a operar uma profunda transformação no mundo. Juntamente com os doze apóstolos, que ele próprio havia chamado para si e que continuariam a sua obra com a fundação das primeiras comunidades cristãs, Jesus andou pela Palestina, predicando às multidões e realizando milagres. Como filho de Deus, sua pessoa reúne duas naturezas, a humana e a divina, pelo que é considerado o Deus-homem que se encarnou e apareceu na Terra para anunciar o advento do reino de Deus.

O Grande Trabalhador

Ramatis nasceu por volta do século X, no ano de 993, na Indochina, onde fundou e dirigiu um grande templo iniciático. Portador de profundos conhecimentos esotéricos, alcançou através das práticas alto grau de perfeição espiritual. Ramatis tem laços indiretos com as estruturas da ioga. Foi um dos que em vida também obteve alto grau de perfeição, chegando em muitas citações serem evidenciadas suas qualidades e características de iluminado espiritual. Seu trabalho na Terra foi em grande parte a favor dos necessitados, material ou espiritualmente. Sua grande obra não foi esquecida e teve continuidade nas mais diversas regiões do mundo."

(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)

terça-feira, 22 de julho de 2014

TREINE SEU CORAÇÃO PARA SENTIR A FRATERNIDADE HUMANA (PARTE FINAL)

"(...) Alguns ocidentais consideram os hindus pagãos; não sabem que muitos hindus também consideram hereges os ocidentais - a ignorância de cada lado está bem dividida. Às vezes, perguntam-me se creio em Jesus. Respondo: 'Por que essa pergunta? Nós, na Índia, reverenciamos Jesus e seus ensinamentos, talvez mais do que vocês.'

Para amar Cristo, deve-se viver o que ele ensinou, deve-se seguir o exemplo de sua vida. Jesus disse: '(...) a quem te bater na face direita, oferece-lhe também a outra.' (Mateus 5:39) A Índia tem praticado este ensinamento mais do que qualquer outra nação. Muitos dos que se dizem cristãos nem sequer são praticantes; dizem que é uma bela filosofia, mas se você lhes batesse, devolveriam doze bofetadas, um pontapé e talvez um tiro! Quem revida não é um verdadeiro cristão ou seguidor de Cristo, pois este não é o espírito de Jesus, que a todos perdoou.

Sempre que vir o símbolo da Cruz, recorde-se do que representa - que você deve carregar sua cruz com a atitude correta, como Jesus o fez. Quando sua inteção é boa e, apesar disso, você é incompreendido e maltratado, em vez de zangar-se, deve dizer: 'Pai, perdoa-os, pois não sabem o que fazem.' Por que perdoar quem lhe faz mal? Porque, se revidar, raivosamente, você desfigura a própria natureza divina de sua alma - e então, será igual a seu ofensor. Mas se mostrar força espiritual, será abençoado, e o poder do comportamento correto também ajudará seu oponente a superar a falta de entendimento.

Os eternos princípios de verdade e justiça ensinados por Jesus são encarados com muita seriedade na Índia - nós os tomamos ao pé da letra, sem interpretá-los para adaptá-los a nossos propósitos. Jesus disse: 'E todo aquele que deixar, casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, ou terras, por amor ao meu nome, receberá cem vezes mais e herdará a vida eterna.' (Mateus 19:29) Esse espírito de renúncia por Deus está bem difundido na Índia. Especialmente em tempos idos, o ideal de todo homem era dedicar ao menos uma parte de sua vida inteiramente a Deus."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 285/286)


segunda-feira, 21 de julho de 2014

TREINE SEU CORAÇÃO PARA SENTIR A FRATERNIDADE HUMANA (1ª PARTE)

"Toda a humanidade deve abrir o coração para a grande mensagem de Jesus: '[Deus] fez, de um único sangue, todas as nações dos homens.' (Atos 17:26) Essa é, de Cristo, a inspiração que eu tanto amo. Queria tornar essa mensagem uma realidade viva, dar-lhe uma aplicação prática. O preconceito de cor é a mais absurda de todas as exibições de ignorância humana. A cor é somente epidérmica. Deus deu pigmentos mais escuros à pele das raças que, originalmente, viviam sob condições climáticas que exigem maior proteção contra o sol. Uma medida puramente prática; portanto, ter pele branca, cor de oliva, amarela, vermelha ou negra não é motivo especial de orgulho para ninguém. Afinal de contas, a alma veste um sobretudo corporal de determinada cor durante uma vida e, em outras encarnações, de outras tonalidades. Logo, a cor da pele é algo muito superficial. Ter preconceto de cor é ter preconcento contra Deus, que está nos corações de todos os povos do mundo: vermelhos, brancos, amarelos, oliváceos e negros. Além disso, é bom lembrar que quem odeia uma raça certamente reencarnará em um corpo dessa raça: é assim que a lei cármica força o homem a superar os preconceitos que sufocam a alma. Treine seu coração para sentir a fraternidade humana - isto é importantíssimo.

Embora os ensinamentos de Jesus estivessem predestinados a estabelecer seus mais sólidos fundamentos no Ocidente, ele escolheu encarnar em um corpo oriental e da raça judia, que conta com uma longa história de perseguições, para demonstrar o absurdo que é julgar os outros segundo diferenças de raça e de cor. O verdadeiro Cristianismo deve ser vivido; divisões raciais devem ser eliminadas. O preconceito e a falta de autêntica fraternidade causam guerra e desunião entre os filhos de Deus. Devemos trabalhar para erradicar todos os incitamentos à guerra; no ódio e no preconceito, ocultam-se bombas e desgraças. Jesus advertiu: '(...) pois todos os que lançarem mão da espada perecerão pela espada.' (Mateus 26:52) Não será a espada, mas a prática dos princípios de Cristo que finalmente libertará o mundo. No sentido mais elevado, só Deus protege o homem. A melhor ajuda que você pode dar ao mundo é pôr em prática um ideal de vida segundo os ensinamentos de Cristo e de todos os mestres espiritualmente iluminados. Acima de tudo, ame a Deus; não vê que toda a resposta está nas mãos Dele? Quando Ele descerrar o véu do mistério, você terá as respostas para tudo o que era obscuro e indecifrável. (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 284/285)

domingo, 25 de maio de 2014

DEUS É PESSOAL OU IMPESSOAL?

"Deus é pessoal ou impessoal? Um esclarecimento deste ponto ajudará nas tentativas de comunicação com Ele. Muitas pessoas não gostam de pensar no Senhor como uma entidade pessoal; acham que a concepção antropomórfica é limitada. Eles O consideram como Espírito Impessoal, Todo-Poderoso, a Força Inteligente responsável pelo universo.

Mas se nosso Criador é impessoal, como explicar que Ele tenha criado seres humanos? Nós somos seres pessoais. Temos individualidade. Nós pensamos, sentimos, queremos; e Deus nos deu, não apenas o poder de apreciar os pensamentos e sentimentos dos outros, mas também o poder de responder a eles. Seguramente o Senhor não está despido do espírito de reciprocidade que existe em Suas próprias criaturas. Sempre que o permitimos, nosso Pai Celestial estabelece um relacionamento pessoal com cada um de nós.

Considerando o aspecto impessoal de Deus, ficamos com a impressão de um Ser Remoto, que simplesmente recebe as preces-pensamentos que oferecemos, sem respondê-las. Alguém que tudo sabe, mas que mantém um insensível silêncio. Mas isto constitui um erro filosófico, pois Deus é tudo: pessoal e impessoal. Ele criou pessoas, seres humanos. E como tal, o Criador não poderia ser inteiramente impessoal.

Pensar que Deus pode tomar uma forma humana, vir a nós e falar conosco, satisfaz uma necessidade profundamente arraigada em nossos corações. E por que Ele não age assim com todos? Muitos santos ouviram a voz de Deus. E vocês, por que não? 'Tu, Ó Senhor, és invisível, impessoal, desconhecido e incognoscível; mas acredito que, pela força da minha devoção, Tu podes ser 'cristalizado' numa forma.'

Persuadido pela intensa devoção, Deus pode tomar uma forma pessoal. Vocês podem, como São Francisco de Assis e outros grandes seres, ver o corpo vivo de Cristo, se orarem com intensidade suficiente. Jesus foi uma manifestação pessoal de Deus. Aquele que conhece Brahma (Deus) é o próprio Brahma. Não falou Cristo: 'Eu e meu Pai somos um'? Swami Shankara também declarou: 'Eu sou Espiríto' e 'Tu és Isto'. Temos a palavra de inúmeros grandes profetas afirmando que todos os homens são feitos à imagem da Divindade.

Recebo de Deus e não dos livros a maior parte dos meus conhecimentos. Raramente leio. Percebo diretamente tudo aquilo que estou lhes dizendo. É por isso que falo com autoridade, a autoridade da minha percepção direta da Verdade. A opinião do mundo inteiro pode ser contrária, mas a autoridade da percepção direta sempre acabará prevalecendo."

(Paramahansa Yogananda - Como Falar Com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 15/18)
http://www.gruposummus.com.br


segunda-feira, 12 de maio de 2014

COMPAIXÃO

"Empatia e compaixão são palavras usadas muitas vezes como sinônimos, mas, na verdade, consistem em dois elementos diferentes da psique humana. É claro que, quando você entende os sentimentos do outro como se fossem seus e consegue se colocar no lugar dele, certamente vai sentir compaixão por essa pessoa. Mas você pode ter compaixão sem sentir empatia. Você pode ter compaixão por alguém, até por um animal, sem reconhecer os sentimentos dele em você mesmo.

A compaixão vem do coração e se manifesta na bondade e na benevolência em relação a tudo o que é vivo. Cristo era supremamente compassivo, assim como Mahatma Gandhi. Quando 'seu coração vai em direção ao outro', você está sentindo compaixão. Atos simples de bondade, como deixar alguém passar na sua frente numa fila de embarque, ceder seu assento no metrô para uma mulher grávida, dar comida para os que passam fome, são exemplos de comportamento compassivo se forem motivados por um impulso genuíno de bondade, e não porque você queria apenas 'fazer a coisa certa'.

A compaixão e a empatia se originam em lugares diferentes. Se você se colocar no lugar, digamos de um pai que o humilhou, você não precisa necessariamente ter compaixão por ele. Você pode pensar: 'Puxa, meu pai repetiu comigo o que o meu avô fez com ele. Sem refletir, ele transferiu para mim os comportamentos de que foi vítima. Vou me esforçar para ter empatia com o que ele sentiu, porque entendo esses sentimentos. Mas vou procurar não repassar esse comportamento para meus filhos.'

Á medida que você entende as razões que levaram seu pai a agir de determinada maneira, você pode começar a sentir compaixão por ele. Talvez seja difícil, até porque ele pode continuar sendo cruel com você. Mas, se perceber que ele é um ser humano tão ferido quanto você puder enxergar para além das mágoas, vai perceber que, quando a empatia e a compaixão se fundem, elas nos conduzem para o destino final de todas as lições que levam à imortalidade: o amor espiritual, o amor incondicional, o amor puro e eterno."

(Brian Weiss - Muitas Vidas, Uma Só Alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 71/72)
www.esextante.com.br


terça-feira, 22 de abril de 2014

A MENTE É UM FENÔMENO SOCIAL (2ª PARTE)

"(...) Em uma das escrituras tibetanas está escrito que, mesmo se você tiver que correr, deve fazê-lo devagar. Se você correr, jamais atingirá lugar algum. Perceba o aparente paradoxo: sente-se e você atingirá seu objetivo, mas, se correr, não chegará a lugar algum. Nessa cadeia eterna, de milhões de vidas, há sempre tempo suficiente. A paciência, então, se torna possível. Mas no Ocidente, como há apenas uma vida, a cada momento um pouco dessa vida vai se transformando em morte. Há uma perda constante, nada é realizado, nenhum desejo é satisfeito, tudo está incompleto... Como você pode ser paciente? Como esperar? Tornou-se impossível esperar. Com essa ideia de uma única vida, junto com outra ideia, a do tempo linear, o pensamento cirstão criou uma forte ansiedade dentro da mente. (...)

O pensamento cristão diz que o tempo não se move em círculos, mas sim em linha reta. Nada se repetirá, então tudo é único. Todo o qualquer evento irá ocorrer uma única vez em toda a eternidade, não se repetirá jamais. Não é um círculo, não é como uma roda em movimento, na qual um aro irá girar várias vezes. No Oriente, o tempo é um conceito circular, como as estações se movendo em um círculo. Se o verão chega agora, então chegará sempre, Sempre foi assim e assim será para sempre.

Este conceito oriental está mais próximo da verdade: a Terra se move em um círculo, o Sol se move em um círculo, as estrelas se movem em um círculo e a vida também. Todo movimento é circular, e o tempo não pode ser uma exceção: se o tempo se mover, irá fazê-lo de forma circular. O conceito linar do tempo está absolutamente errado.

É por isso que, no Oriente, nunca nos interessamos muito por História. Estivemos interessados pelo mitos, mas não pela História. Foi o Ocidente que introduziu a História no mundo. É por isso que Jesus tornou-se o centro da História, o início do calendário. Medimos o tempo com a ideia de 'antes de Cristo' e 'depois de Cristo'. Cristo tornou-se o centro de toda a História, a primeira pessoa histórica.

Buda não é histórico, nem Krishna. Não é possível ter certeza sobre o nascimento de Krishna, se ele existiu de fato ou não, se foi apenas uma história ou se houve fatos históricos. Ninguém nunca se preocupou com isso no Oriente. Dizem simplesmente que todas as coisas são histórias, que já foram contadas muitas vezes e serão contadas de novo. Não é preciso, então, preocupar-se com os fatos, pois os fatos são repetitivos. É melhor preocupar-se com o tema. Caso contrário, coisas importantes podem passar desapercebidas. (...)"

(Osho - Aprendendo a silenciar a mente - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2002 - p. 74/76)
www.esextante.com.br


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

FAÇA DA CRENÇA UMA FERRAMENTA PARA O SEU PROGRESSO ESPIRITUAL (PARTE FINAL)

"(...) Transcendendo a mera filosofia, a meditação científica sintoniza a consciência com a mais elevada e poderosa verdade; a cada passo, o devoto progride para a autêntica percepção, evitando desnorteantes divagações. Perseverar nos esforços para constatar e experimentar as crenças por meio da percepção intuitiva, que pode ser alcançada pelos métodos da yoga, significa construir uma vida espiritual genuína, à prova de qualquer dúvida.

A crença é uma força poderosa quando leva o desejo e à determinação de alcançar a experiência de Cristo. É a isso que Jesus se referiu quando exortou as pessoas a crerem ‘no nome do Unigênito Filho de Deus’: por meio da meditação, retirem a consciência e a energia vital dos sentidos e da matéria a fim de intuírem o Om, o Verbo ou a Energia Cósmica Vibratória onipresente, que é o ‘nome’ ou a manifestação ativa da Consciência Crística imanente. Mesmo que alguém afirme incessantemente uma crença intelectual em Jesus Cristo, se ele jamais alcança a autêntica experiência do Cristo Cósmico – tanto onipresente quanto personificado em Jesus -, sua crença é desprovida de um caráter espiritualmente prático que seja suficiente para salvá-lo.

Ninguém pode ser salvo apenas pela repetição do nome do Senhor, ou louvando-O em crescendo de aleluias. Não é pela crença cega no nome de Jesus, nem pela adoração de sua personalidade, que se pode receber o poder libertador de seus ensinamentos. A verdadeira adoração de Cristo é a comunhão divina da percepção crística no templo sem paredes da consciência expandida.

Deus não refletiria Seu ‘Filho unigênito’ no mundo para que atuasse como um detetive implacável, capturando descrentes para puni-los. A Inteligência Crística redentora que habita o âmago de todas as almas – tenham elas, em sua forma física, acumulado pecados ou virtudes – aguarda com infinita paciência, até que cada uma desperte, no estado meditativo, do sono narcotizante da ilusão, para receber a graça da salvação. Aquele que crê nessa Inteligência Crística – e que cultiva, com ações espirituais, o desejo de buscar a salvação ascendendo a esse reflexo da consciência de Deus – não tem mais que vagar cegamente ao longo do ilusório caminho do erro. Com passos precisos, ele se move seguramente para a Infinita Graça redentora. Mas o descrente, que despreza o conceito desse Salvador, que é o único caminho da salvação, condena-se a ignorância própria das limitações do corpo e às suas consequências, até que desperte espiritualmente."

(Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus – Self-Realization Fellowship – p. 76/77)


domingo, 26 de janeiro de 2014

SEDE, POIS, PERFEITOS

Sede, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.

Com esta frase, dá-nos Jesus o tema central do Sermão da Montanha. Todo o sentido da vida humana resume-se nisso. E o mesmo tema acha-se no cerne de toda religião: Procura a perfeição! Tem consciência de Deus!

Temos ideia do que possa ser a perfeição quando se trata de objetos materiais ou de metas intelectuais ou morais, embora os padrões individuais possam variar. Mas, o que se entende por perfeição divina?  Uma vez que nossa mente se circunscreve num mundo de relatividade – dentro do tempo, do espaço e da causalidade – não temos condição de saber o que seja esta perfeição, porque ela é absoluta. Temos apenas a vaga ideia de que ela se refere a um estado de plenitude, de paz permanente e de realização. Todo ser humano deseja encontrar a realização e a perfeição – em suas relações com outros seres humanos, em seu trabalho, em cada segmento da vida. Todavia, ao atingir os objetivos que o mundo tem a oferecer, não se sente ainda satisfeito. Pode estar rodeado por uma boa família e por amigos leais, Pode gozar de riqueza e de boa saúde, de beleza e de fama – e, não obstante, ser perseguido por uma sensação de carência e de frustração.

Naturalmente, é verdade inconteste que nossos desejos podem ser aplacados temporariamente neste mundo. Podemos gozar de alguns prazeres e sucessos. Mas, esquecemo-nos sempre de que eles são passageiros. Se aceitamos os prazeres e o sucesso, devemos estar prontos a aceitar também a dor e o fracasso.

Kapila, filósofo da Índia antiga, expressou de forma negativa a perfeição, como ‘a cessação completa da desolação’. Os sábios védicos procuram exprimi-la positivamente, como Sat, a vida imortal; Chit, o conhecimento infinito, e Ananda, o amor e o êxtase eternos. Por detrás de cada esforço humano existe o desejo (por inconsciente e mal orientado que possa ser) de encontrar Sat-chit-ananda – noutras palavras, a realidade suprema, Deus. Mas, desde que a maioria de nós não tem consciência de que a finalidade real da vida é encontrar Deus, continuamos a repetir as mesmas alegrias e tristezas indefinidamente. Gastamos nossa energia em realizações efêmeras, buscando recompensa infinita no que é finito. Somente após passarmos por muitas experiências de prazeres e de dor, ocorre-nos o discernimento espiritual. Começamos então a ver que nada neste mundo pode dar-nos satisfação duradoura. Aí, entendemos que o desejo da felicidade permanente, de perfeição, só pode ser satisfeito na verdade eterna de Deus. (...)”

(Swami Prabhavananda – O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta – Ed. Pensamento, 15ª Edição – p. 73/74)


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

APRENDA A ACESSAR UM PODER SUPERIOR (1ª PARTE)

"O homem de mente materialista está sempre pensando em termos de dinheiro, casa, família ou outras responsabilidades e interesses; e as preocupações que os seguem! O homem espiritual pode ter as mesmas responsabilidades, mas ele as cumpre colocando a mente em um nível mais elevado de pensamento. Espiritualizando o pensamento, ele aprende a acessar um Poder Superior. Chega o tempo em que pode ir a qualquer lugar, misturar-se com qualquer pessoa, cumprir suas responsabilidades, e sua mente nunca descerá do plano da consciência divina. Cristo muitas vezes associou-se a 'publicanos e pescadores', a fim de ajudá-los, mas os pensamentos e ações deles não lhe rebaixaram a consciência. Como um cisne divino, ele deslizou intocado pelas águas da materialidade. Essa é a maneira como Gurudeva nos treinou a ser. Onde quer que esteja, fique sempre centrado interiormente, com a mente focalizada em sua estrela polar: Deus.

Os problemas que surgem diariamente nos dão a oportunidade de praticar a serenidade. Em vez de resistir, ficar aborrecidos e irritados e pensar que não estamos progredindo, deveríamos acolhê-los bem. Lembre-se disto: muitas vezes, o devoto faz o maior progresso no caminho espiritual quando está enfrentando terríveis obstáculos, quando está sendo forçado a empregar, até o limite, os músculos espirituais a fortaleza interior, da coragem e do pensamento positivo, para combater o assalto do negativismo, do mal ou da crueldade. Não é sempre que as coisas fluem facilmente que estamos crescendo. Naturalmente, todos nós prezamos aqueles dias em que as coisas vão bem; entretanto, tenho orado amiúde à Mãe Divina² para que me ponha à prova, porque desejo que meu amor por Ela seja incondicional. Não posso ficar satisfeita em Lhe oferecer qualquer coisa que não seja o amor perfeito. O devoto de Deus não quer fugir de nada. O aspirante pode ser imperfeito em muitos aspectos; ele não reivindica nenhuma perfeição, exceto uma: ele está se esforçando para aperfeiçoar seu amor por Deus. (...)"

² O aspecto pessoal de Deus que corporifica as qualidades maternais do amor e da compaixão.

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 74/75)


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O PROPÓSITO DA CRIAÇÃO

"Deus, como o Cristo Onipresente, é o único responsável por todas as expressões de vida. O Senhor está pintando o glorioso cenário dos céus e das nuvens sempre cambiantes. Ele está criando altares de Sua fragrante beleza nas flores. Em tudo e em todos - amigos e inimigos, montanhas, florestas, oceanos, ar, a abóbada galáctica a girar encobrindo a todos -, o devoto de Cristo percebe a luz única de Deus, em que se fundem todos os matizes. Ele descobre que as miríades de expressões dessa Luz única, que frequentemente parecem caóticas em conflitos e contradições, foram criadas pela inteligência de Deus, não para iludir ou afligir os seres humanos, mas para persuadi-los a buscar o Infinito de onde emergiram. Aquele que contempla o todo - e não parte dele - discerne o propósito da criação: todos nós, sem exceção, nos movemos inexoravelmente rumo à salvação universal. Todos os rios dirigem-se para o oceano, os rios de nossa vida dirigem-se para Deus.

As ondas na superfície do oceano modificam-se continuamente ao brincar com as forças naturais dos ventos e das marés, mas sua essência oceânica permanece constante. Quem se concentra em uma onda isolada de vida terá de sofrer, pois essa onde é instável e não perdurará. Isso é o que Jesus quis dizer com 'condenado': o homem que é um prisioneiro do corpo cria sua própria condenação ao isolar-se de Deus. A fim de ser salvo, ele precisa restabelecer a percepção de sua inseparável unidade com a Imanência Divina. 
Despertando, comendo, trabalhando, sonhando, dormindo,
Servindo, meditando, cantando, amando divinamente,
Minha alma sussurra o tempo todo, sem que ninguém ouça:
Deus! Deus! Deus!¹
Dessa forma, ele sempre permanece consciente de sua conexão com a imutável Inteligência Divina - o Bem Absoluto subjacente aos desafiadores enigmas da criação." 

¹ Do livro Songs of the Soul, de Paramahansa Yogananda (publicado pela Self-Realization Fellowship).

(Paramahansa Yogananda - A Yoga de Jesus - Self-Realization Fellowship - p. 74/75)


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A MANEIRA CORRETA DE SATISFAZER OS DESEJOS

"Não é errado ter objetivos e desejos meritórios; o erro consiste em tentar expressar e satisfazê-los por meios finitos, porque então acabamos nos atolando na ilusão. Ao surgirem tais desejos, ore interiormente: 'Senhor, sei que o fundamento desses anseios é o desejo da alma para expressar sua natureza infinita, feita à Tua imagem. Ajuda-me a satisfazer minha ânsia de amor, poder e reconhecimento, conhecendo-me como alma.' Essa é uma maravilhosa maneira de raciocinar, usando o discernimento para vencer a ilusão.

'Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.' Sei que é assim. Há muitos anos, quando era uma jovem devota no caminho, percebi que nessas palavras Cristo enunciou a grande promessa de Deus de que, se primeiro procurássemos o Senhor, e se O procurássemos acima de todas as coisas, então tudo o mais que já tivéssemos almejado viria a nós. Decidi que iria provar ou refutar essa declaração em minha própria vida. Sempre que surgiam momentos de dúvida, eu renovava meu voto interior: usar as oportunidades nesta encarnação para provar que essas palavras da Bíblia são falsas ou verdadeiras.

A maneira mais fácil de seguir o caminho espiritual é escolher um princípio filosófico, ou uma declaração da verdade, e empenhar-se para construir sua vida em torno dele. Para cada um de vocês, há alguma verdade particular nas escrituras ou nas palavras de grandes santos que você cultiva especialmente por causa da inspiração que ela oferece. Não se contente meramente em ser inspirado pelas palavras. Tente cada dia viver essa verdade, o melhor que puder, de modo que sua inspiração se aprofunde, transformando-se em percepção direta.

O que mais interessava ao Mestre era o espírito do devoto - a determinação e o desejo amoroso de experimentar Deus. É isso que mantém ativos e puros os verdadeiros ensinamentos espirituais. Nem todo saber intelectual do mundo pode conseguir isso, porque a intelectualidade é, com muita frequência, um obstáculo entre o entendimento de Deus obtido da leitura ou de se ouvir falar dele, e Sua percepção direta. Quando um aspirante experimenta pessoalmente o amor e a sabedoria de Deus, ninguém consegue abalar sua convicção. (...)

Desse modo, encontrar Deus, ou mesmo buscá-Lo sinceramente, significa o fim de todos os desejos, porque o relacionamento com Deus satisfaz completamente. O homem de Deus, estando totalmente realizado, não tem nenhum desejo de se expressar como uma entidade-ego separada de Deus - compartilhando-O com os outros, despertando neles o interesse não por si mesmo, mas por Deus. Sua máxima alegria é atrair os outros para o único Amado que ele Adora. (...)"

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 200/201)


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

POR QUE O MAL FAZ PARTE DA CRIAÇÃO DIVINA

"Alguns dizem que Deus não conhece o mal, pois não sabem explicar como um Deus bom pode permitir roubos, assassinatos doenças, pobreza e outras coisas horríveis que sempre acontecem na Terra. Esses infortúnios são certamente negativos para nós, mas será que Deus os considera maus? Se for o caso, por que permitiria tanta maldade? E, se o mal não veio de Deus, que é o Criador Supremo de todas as coisas, de onde veio, então? Quem criou a ganância? E o ódio? Quem criou a inveja e a raiva? Quem criou as bactérias nocivas? Quem criou a tentação do sexo e da cobiça? Isto tudo não foi inventado pelos seres humanos. O homem jamais poderia ter experimentado essas coisas se não tivessem sido previamente criadas.

Algumas pessoas tentam explicar que o mal não existe, ou que nada mais é do que um fator psicológico. Mas não é verdade. As evidências do mal estão no mundo e são inegáveis. Se o mal não existe, por que Jesus oraria: ‘E não nos deixe cair em tentação; mas livra-nos do mal’?¹ Ele está dizendo, claramente, que o mal existe.

Portanto, a verdade é esta: o mal está presente no mundo. E de onde terá vindo? De Deus.² A maldade proporciona o contraste que nos permite reconhecer e experimentar a bondade. Para existir a criação, o mal tinha que existir também. Se você escrevesse uma mensagem com giz branco num quadro branco, ninguém a veria. Portanto, sem o quadro-negro do mal, as coisas boas do mundo não poderiam se sobressair. Por exemplo: Judas foi o melhor agente de publicidade que Jesus podia ter. Com seu ato maligno, Judas tornou Cristo eternamente famoso. Jesus sabia do papel que devia representar e tudo o que ia acontecer para que pudesse demonstrar o amor e a grandeza de Deus; e era necessário um vilão para essa representação. No entanto, para Judas não foi bom escolher ser aquele cujo ato maldoso exaltou, por contraste, a glória do triunfo de Cristo sobre o mal."

¹ Mateus 6:13.
² “Eu sou o Senhor, e não há outro. Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas” (Isaias 45:6-7).

(Paramahansa Yogananda – O Romance com Deus – Self-Realization Fellowship – p. 110/111)
http://www.omnisciencia.com.br/livros-yogananda/romance-com-deus.html


domingo, 5 de janeiro de 2014

ALÉM DA MENTE PENSANTE (1ª PARTE)

"A maioria das pessoas passa a vida toda aprisionada nos limites dos próprios pensamentos. Nunca vai além das estreitas ideias já feitas, do sentido do ‘eu’ condicionado ao passado.

Em você, como em cada ser humano, existe uma dimensão de consciência bem mais profunda do que o pensamento. É a essência de quem você é. Podemos chama-la de presença, de percepção, de consciência livre de condicionamentos. Nos antigos ensinamentos religiosos, essa consciência é o Cristo interior ou a sua natureza do Buda.

Descobrir essa dimensão liberta você do sofrimento que causa a si mesmo e aos outros quando conhece apenas esse pequeno ‘eu’ condicionado e deixa que ela conduza sua vida. O amor, a alegria, a criatividade e a verdadeira paz interior só podem entrar em sua vida quando você atinge essa dimensão de consciência livre de condicionamentos.

Se você consegue reconhecer, mesmo esporadicamente, que os pensamentos que passam por sua cabeça são meros pensamentos; se você consegue se dar conta dos padrões que se repetem em suas reações mentais e emocionais, é sinal de que essa dimensão de consciência está emergindo. Ela é o espaço interno em que o conteúdo de sua vida se desdobra.

A corrente do pensamento tem uma enorme força que pode muito facilmente levar você de roldão. Cada pensamento tem a pretensão de ser extremamente importante. Cada pensamento quer sugar sua completa atenção.

Eis um novo exercício espiritual para você praticar: não leve seus pensamentos muito a sério. (...)"

(Eckhart Tolle – O Poder do Silêncio – Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 – p. 16/17)