OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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domingo, 20 de setembro de 2015

COM A AÇÃO VENCE A MORTE E COM O CONHECIMENTO ALCANÇA A IMORTALIDADE (2ª PARTE)

"(...) Upanixade Ishavasya explica ainda mais essa ideia quando diz:

Imanência e Transcendência
Aquele que conhece conjuntamente esse par,
Com a imanência ele vence a morte
Com a transcendência alcança o imortal.

Conhecer a Imanência e a Transcendência como um fenômeno conjunto - isso é o que o Upanixade Ishavasya diz. Conhecer a continuidade e a descontinuidade simultaneamente - isso é o que indicam os versos acima. A continuidade é representada pela Imanência ou o Manifesto. A morte é a cessação do Manifesto. Onde o Manifesto é totalmente negado, aí chega a experiência da morte e, portanto, através da negação do Manifesto o homem vence a morte. Mas o momento em que o Manifesto é negado é também o momento em que a Transcendência é experimentada. É como a abertura de uma janela e a entrada do sol. Não há um intervalo entre as duas coisas. Na negação da continuidade a morte é vencida e ao entrar no reino da descontinuidade a Imortalidade é conhecida ou compreendida. Aqui não estamos fazendo referência a uma crença na imortalidade. Uma crença é um conceito - e um conceito funciona dentro dos confins da continuidade. E, portanto, um conceito de imortalidade indica um estado de incessante continuidade. A imortalidade não é uma interminável continuidade. Uma continuidade é um processo do tempo, mesmo que seja interminável, ainda é um processo do tempo. Pois bem, o tempo tem um começo e, portanto, um fim. E assim a imortalidade, quando é um produto do pensamento, está sujeita ao processo do tempo. Tal imortalidade tem um fim, mesmo que o fim possa estar distante em termos de tempo. Mas uma imortalidade que tenha um fim não é imortalidade alguma. Falar em fim com referência à imortalidade é cair em contradição. Mas tal contradição é inevitável enquanto pensarmos em imortalidade como uma continuidade interminável. A imortalidade não pode ser conhecida através do pensamento conceitual. somente quando todos os conceitos terminam é que a imortalidade pode ser conhecida. E o fim de todos os conceitos é morte - a cessação do imanente ou manifesto. A imortalidade reside no reino da Transcendência, o reino do imanifesto. A imortalidade não é do tempo - é a experiência da atemporalidade. A conquista da morte se encontra no imanente, pois ela chega somente quando o manifesto é negado, mas o conhecimento da imortalidade está na transcendência, pois ele vem quando o homem sai do tempo e entra na região do Atemporal. A experiência da morte e o conhecimento da Imortalidade são simultâneos, pois é na morte e tão somente aí que o homem pode conhecer a Imortalidade. O Upanixade Ishavasya diz: que haja uma completa negação do manifesto, que sejam retirados os véus da imanência, pois quando os véus do manifesto são rasgados, então aparece diante do homem o Espírito em toda sua glória. (...)

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 29/30)

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

VERDADE

"O que é a verdade? Será meramente o que é conhecido como 'falando a verdade', evitar o fingimento, honestidade absoluta consigo próprio e com os outros? Estará ela no seguir uma linha de ação que se concebe como sendo correta, independentemente das consequências para si próprio? Será apenas uma abstração na qual buscamos amparo em meio ao insatisfatório fluxo do tempo? Haverá uma visão da verdade que abranja tanto nós quanto todas as outras coisas?

Quando dizemos 'Verdade', pensamos talvez num elemento do absoluto, na noção de que a verdade é primária, e não secundária ou derivada.

Quando uma pessoa se expressa como ela é, e parece como é, então, sem sombra de dúvida, ela é verdadeira em ação e verdadeira consigo mesma. Isto é fazer, que é o outro lado de ser. O que ela é dentro de si é a verdade de seu ser, e o que ela faz e parece aos outros deve fluir dessa verdade e ser modelado por ela. Sinceridade - toda falta de duplicidade - é, pelo menos, um elemento na expressão dessa Verdade que jaz no mais recôndito do ser, e não surge nas coisas externas.

Existe uma verdade em cada coisa, e essa é a verdade de seu ser; pode não ser a mesma como o que parece ser, ou mesmo o que parece fazer. É esta verdade em nós próprios que, primeiramente, temos de descobrir antes que possamos ver a verdade nos outros.

Toda virtude é uma forma de verdade. A virtude é essencialmente aquela qualidade por meio da qual uma coisa produz seu efeito, como quando dizemos. Há muita virtude nisto. É um efeito procedente da natureza mesma de uma coisa. Se a verdade é a natureza da coisa, então a virtude é a força que pertence a ela e a ela está relacionada, assim como Deus e Shakti (ou Poder) estão relacionados na filosofia indiana. Essa visão está em consonância com a raiz da palavra virtude, que é virtus ou vir, significando energia. É por meio desta construção que a virtude tem sido declarada (por Tuskin, por exemplo) como significando valor varonil. A virtude jaz no reto emprego e disposição de energia.

Se a Verdade é da natureza de nosso ser, e todas as virtudes são modos nos quais a energia desse ser opera, então todas as virtudes são formas de Verdade. Verdade é ser; virtude é fazer ou ação. Mas ser e fazer não podem ser separados, pois não se pode fazer ou agir senão como se é, em qualquer nível."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 63/64)


quinta-feira, 16 de abril de 2015

PACIÊNCIA E COMPREENSÃO (1ª PARTE)

"Os budistas têm uma expressão: 'Não empurre o rio. Ele vai correr no seu próprio tempo.' 

Em se tratando de evolução espiritual, é interessante encarar o tempo como um rio. O tempo não deve ser medido cronologicamente, como fazemos hoje, mas sim em termos de lições aprendidas em nosso caminho para a imortalidade. Portanto não tente empurrar o rio do tempo: você só vai derramar água inutilmente,. Quer dizer, você tanto pode se debater na correnteza quanto fluir com ela, serenamente. A impaciência rouba nossa alegria, nossa paz e nossa felicidade. Queremos porque queremos, e queremos tudo aqui e agora, Nunca isto foi mais evidente do que no mundo do século XXI. Mas a engenharia do universo não é assim. As coisas nos acontecem quando estamos prontos. Antes de nascer, vislumbramos a paisagem do que será nossa vida, mas a esquecemos depois do nascimento. Vivemos apressados, preocupados em corrigir tudo na hora. Seria importante que, como adultos, reconhecêssemos que existe um tempo certo e outro errado. (...) 

A chave é a paciência psicológica, mais do que a paciência física. O tempo, como o medimos, pode passar rápido ou devagar. Meia hora com um amigo querido passa voando. Mas quando estou parado num engarrafamento, é uma eternidade. Se internalizarmos o tempo como o rio infinito que é, a impaciência desaparece. 'Não quero morrer agora', me diz um paciente. 'Tenho muitas coisas a fazer.' Sim, mas ele terá um tempo infinito para fazer tudo o que quiser. (...)"

(Brian Weiss - Muitas vidas, uma só alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 88/89)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A PERFEIÇÃO SUPREMA (1ª PARTE)

"(2:41) Neste yoga, só há uma direção (sem oposto polar). Os arrazoados da mente indecisa, apanhada na dualidade, são infinitamente vários e divergentes. 

Krishna não diz apenas que o caminho para Deus é reto, sem desvios, mas também que só ele devemos seguir na vida! Há, de fato, inúmeros rodeios na busca de Deus em religião - para não falar do 'rodeio' supremo, que é a ilusão. Os porta-vozes das religiões só têm explicações vagas para 'perfeição', limitando-se a esclarecer que Deus espera do homem apenas a prática do bem. O céu é usualmente oferecido como isca: um lugar onde as pessoas passam a eternidade num cenário idílico, de inefável beleza natural, cercadas de 'anjos'. Aos olhos do aspirante espiritual sincero, nada pode ser mais aborrecido do que passar a eternidade aferrado a um ego, ainda que o corpo onde viva permaneça para sempre saudável, flexível, jovem e cheio de energia. 

Poucas pessoas conseguem imaginar um período maior que mil anos - o milênio que Jesus Cristo, de fato, reservou aos cristãos como promessa de perfeição suprema. Hoje, sabemos graças à ciência da astronomia que todas as estrelas vistas no céu são apenas a orla de uma única galáxia, e que existem pelo menos cem bilhões de galáxias no universo físico, esse número, mil, parece verdadeiramente insignificante! Ora, quantas pessoas conseguem imaginar um milhão de anos? Um bilhão? Cem bilhões? Tais números são inconcebíveis. A consciência divina, porém, é eterna. E também 'um centro em toda parte, uma circunferência em parte alguma', portanto dotada de onipresença, ou seja, conscientemente presente na maior das estrelas e no menor 'grão de terra' de um planeta da mais distante galáxia - em verdade, no seixo minúsculo do nosso jardim, e até, num dos incontáveis átomos que se agrupam num fragmento desse seixo.

É espantoso constatar até que ponto as verdades divinas foram distorcidas pelos chamados líderes ou apóstolos religiosos - sacerdotes, imãs, rabinos, panditas e outros que ostentam honrosos títulos eclesiásticos por todo o mundo. Com efeito, apenas o hinduísmo (e digo isso como alguém que foi, ele próprio, educado no cristianismo ortodoxo) ensina formalmente a moksha, ou libertação do ego interior, em conjunção com a consciência divina e onipresente. Jesus Cristo ensinou-a. Mas poucos, se algum, de seus autoproclamados seguidores acreditam que, quando ele falava do céu, referia-se a esse mesmo estado de moksha: libertação absoluta. Quando, na igreja aos domingos, os pregadores cristãos citam a parábola do grão de mostarda, quando deles entendem a comparação que Jesus Cristo traçou entre o céu e essa pequenina semente - comparação que não tem nenhum vínculo perceptível com o paraíso astral de que falam os tais pregadores? O céu que Jesus descreveu como um grão de mostarda cresce, a partir de proporções minúsculas, até o porte de uma árvore frondosa em cujos galhos 'as aves do céu vêm se aninhar'. No versículo seguinte, Mateus 13:33, ele compara o 'reino dos céus' ao fermento usado no fabrico do pão, que faz crescer a massa. Crescimento, expansão: Jesus falava da expansão rumo à onipresença. Uma vez que só nos acenam com verdades espirituais inferiores, os mestres religiosos, pela maioria, desmentem sua própria doutrina. (...)"

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 100/102)
www.pensamento-cultrix.com.br


domingo, 18 de janeiro de 2015

LEI ETERNA

"O karma é eterno, sem início nem fim, pois está em tudo e no todo, até mesmo no vir a ser da formação dos mundos.

Em nossa limitação de consciência, no campo tridimensional da existência física, percebemos o tempo como uma sucessão de eventos com um aspecto linear: o hoje é fruto de ontem e semente do amanhã. A semente armazena em si toda a potencialidade do fruto, assim como o fruto atual é resultante de todas as manifestações da semente do ontem. O hoje é semente e fruto ao mesmo tempo, isto é: a nossa colheita também é semeadura.

O hoje é filho de ontem e pai de amanhã. O tempo é o passado e o futuro fundidos num eterno agora. Disso resulta a magnitude de viver bem a todo momento, sem apegos a ressentimentos e mortificações de um passado inexistente, pois já foi, ou de receios e expectativas de um futuro também inexistente; pelo menos por ora, pois ele ainda não chegou.

Utilize todas experiências do passado, mas não as rumine nostalgicamente saudoso como escravo dessa prisão inexistente, que algema suas inciativas presentes.

Viva o aqui e agora, com a magnitude de sua alma divina. Em tempos idos construímos nossa personalidade atual e, neste momento, estamos construindo nossa personalidade do amanhã, sem o ranço de outrora, desprovido de remorsos autodestrutivos e sem a ansiedade temerosa do que está por vir. Confie na perfeição divina e na eternidade do karma como dádiva de Deus, enriquecendo, pela aprendizagem, os tesouros inesgotáveis da alma, rumo ao seu grande destino de unir-se ao supremo."

(Antonio Geraldo Buck - Você Colhe o que Planta – Ed. Teosófica, Brasília, 2004 - p. 22/23)


segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

SERVINDO A UM PROPÓSITO SUPERIOR

"A mente e a inteligência integrada (buddhi) pertencem ambas à pisque do homem e, junto com o seu corpo, são os determinantes de sua individualidade, a qual, com esforço e auxílio, pode servir a um propósito superior. Pertencendo à natureza material do homem, elas representam sua particularidade – a colocação específica de forças e a combinação especial que o distingue dos outros. Este é o campo das ações, memórias e pensamentos individuais; este é o reino do espaço, tempo e causação; esta é a arena dos esforços e conhecimento humanos. É aqui que um homem pode purificar a si mesmo, orientar-se em direção ao alto e tornar-se disponível. Ele pode cuidar de suas redes e dispô-las judiciosamente; então, paciente, deve esperar, em prontidão para o que possa vir. (...)

Assim como somos, estamos incapazes de ver ou ouvir ou compreender a realidade superior, pois vivemos em um estado de autopreocupação. Se reconhecemos nossa situação, podemos começar a estar abertos ao que é. Temos que nos preparar para ver e para ouvir e para estarmos prontos quando formos chamados. Podemos fazer a vontade divina quando não fazemos a nossa própria vontade. Temos um reto ordenamento dentro de nós mesmos quando podemos dizer como São Paulo: ‘Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim’."

(Ravi Ravindra - Sussurros da Outra Margem - Ed. Teosófica, Brasília - p.37/38)


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A NATUREZA DA MENTE

"A mente, por natureza, é irrequieta, assim como um rato, cuja natureza é mordiscar algo e como uma serpente, cuja natureza é morder sempre algo. A natureza da mente é estar ocupada. Mesmo quando parada, como as penas de um pavão, há um reluzir trêmulo, um movimento aparente na mente. Como o álamo, cujas folhas parecem tremer e mover-se, mesmo numa manhã serena, é a natureza da mente estender-se sobre as coisas. Assim, o método apropriado para lidar com a mente é dirigir sua atividade para as boas ações, os bons pensamentos, a repetição do nome de Deus, e não permitir que ela tenha como alvo objetos daninhos, pensamentos e ações daninhas. Desta maneira, a tendência natural da mente, a de estar ocupada, será satisfeita e ela ainda será mantida longe das ações nocivas. Outro método essencial para manter a mente longe de atividades daninhas é o trabalho. O homem foi feito para trabalhar duro e, se a pessoa trabalha firme no serviço do Senhor, de uma maneira ou de outra, a mente não terá tempo para se ocupar com pensamentos inúteis e ao acaso. E se não há trabalho externo, então o trabalho da prática espiritual deve prosseguir, no que diz respeito à meditação, à recitação do Nome, leitura de bons livros, conversação com boas pessoas e assim por diante. O indivíduo pode achar difícil entregar-se a Deus, mas todo homem se entrega ao tempo e o tempo é Deus. Dia a dia, a vida do indivíduo é encurtada e ele entrega sua vida a esse tempo; o tempo conquista a vida do indivíduo e esse tempo é Deus. Portanto, primeiro há o trabalho, depois a sabedoria, depois o amor; e tempo virá na vida do indivíduo quando o próprio tabalho será amor ou o próprio trabalho será Deus."

(J.S. Hislop - Conversações com Sathya Sai Baba - Fundação Bhagavan Sri Satya Sai Baba do Brasil - p. 73

domingo, 12 de outubro de 2014

PACIÊNCIA

"Qualquer coisa que valha a pena na vida exige tempo e paciência. Pense em tudo aquilo que você mais preza na vida – seu relacionamento conjugal, a educação de seus filhos, seu talento pianístico, a conquista de um prêmio. Essas realizações requerem tempo para serem alcançadas.

O mesmo acontece com a natureza. Observe quanto tempo as forças naturais levam para efetuar seu trabalho. O rio Colorado levou milhares de séculos talhando sua majestosa escultura, o Grande Canyon. As belas montanhas dos Apalaches estiveram se formando durante 230 milhões de anos.

Quando tentamos realizar algo que vale a pena, raríssimas vezes somos bem-sucedidos na primeira tentativa. Abraham Lincoln perdeu quatro eleições antes de se tornar presidente. Tomaz Edison fez 2.000 tentativas com a lâmpada elétrica antes de conseguir êxito. Porque tinham confiança em si mesmos, esses homens continuaram a perseguir seus sonhos até que saíram vitoriosos.

Você já deve ter ouvido falar da paciência de Jó. Era uma paciência alicerçada na fé. Isso também vale para você. Se atualmente você está sofrendo por causa de adiamentos, mantenha viva a sua fé. Seja fiel a si mesmo. Avance na direção de seus sonhos, mantendo os olhos fixos no seu objetivo até que sua visão tome forma. Essa persistência acabará levando-o àquilo que seu coração pede."

(Douglas Bloch - Palavras que Curam - Ed. Cultrix, 1993, p. 83)


terça-feira, 7 de outubro de 2014

RECONHEÇA A REALIDADE

"Você troca a realidade por ilusão. A realidade é o reconhecimento de sua imortalidade, divindade e eternidade. A ilusão é o seu mundo tridimensional e transitório. Essa troca lhe é prejudicial. Você deseja a ilusão da segurança em lugar da segurança da sabedoria e do amor. Deseja ser aceito quando, na realidade, jamais pode ser rejeitado. O ego cria ilusão e encobre a verdade. É preciso dissolver o ego para poder ver a verdade.

Com o amor e a compreensão vem a perspectiva da paciência infinita. Por que a sua pressa? Afinal, o tempo não existe, apenas lhe parece existir. Quando você não se apercebe do presente, quando está absorvido no passado ou preocupado com o futuro, traz para si mesmo grande dor e sofrimento. O tempo também é uma ilusão. Mesmo no mundo tridimensional, o futuro é apenas um sistema de probabilidades. Por que preocupar-se tanto?

A terapia do ser é possível. A compreensão é terapia. O amor é a suprema terapia. Terapeutas, professores, gurus - todos eles podem ajudar, mas só por tempo limitado. A direção é para dentro do ser, e mais cedo ou mais tarde o caminho interior tem de ser trilhado em solidão, muito embora na realidade nunca estejamos sós. Meça o tempo, se tem de medi-lo, em termos de lições aprendidas, não em minutos, horas ou anos. Você pode curar-se em cinco minutos se chegar ao conhecimento adequado. Ou em cinquenta anos. É tudo a mesma coisa.

O passado deve ser lembrado e, depois, esquecido. Deixe que ele se vá. Isso se aplica a traumas da infância e traumas de vidas passadas. Mas também se aplica a atitudes, falsas noções, sistemas de crenças que nos são impostos, a todos os velhos pensamentos. Na verdade, a todos os pensamentos. Como é possível termos uma visão nova e clara com todos esses pensamentos? E se tivéssemos de aprender algo novo a partir de uma nova perspectiva?

Os pensamentos criam ilusões de separação e diferença. O ego perpetua essa ilusão, e essa ilusão cria medo, ansiedade e enorme sofrimento. Por sua vez, o medo, a ansiedade e o sofrimento criam cólera e violência. Como pode haver paz em um mundo no qual essas emoções caóticas predominam? Simplesmente saia deste labirinto. Volte à origem do problema. Não volte a antigos pensamentos. Pare de pensar. Em vez disso, use o seu saber intuitivo para sentir amor novamente. Medite. Veja que tudo é interligado e interdependente. Veja a unidade, não as diferenças. Veja o seu verdadeiro ser. Veja Deus."

(Brian Weiss - Só o Amor é Real - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1996 - p. 88/89)
www.esextante.com.br


terça-feira, 16 de setembro de 2014

A PROMESSA

"Havia dois monges: um professor e seu aluno. Para incentivar o aluno, o professor disse:

- Um dia desses, vamos sair e fazer um piquenique.

Mas, alguns dias depois, aquilo já estava esquecido. O aluno lembrou ao professor a promessa, mas o professor respondeu que estava ocupado demais naquele momento para fazer piqueniques.

Passou-se muito tempo, e nada de piquenique.

Quando o aluno mencionou o assunto uma segunda vez, o professor repetiu que estava muito ocupado. Um dia, o aluno viu um defundo sendo levado e, quando o professor lhe perguntou o que estava acontencendo, ele respondeu:

Aquele pobre coitado está indo para um piquenique!

Portanto, a menos que você reserve um tempo específico para os compromissos que assume, sempre terá outras obrigações que acabarão ocupando esse tempo."

(Dali-Lama - O Caminho da Tranquilidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 57

sábado, 13 de setembro de 2014

PERMANEÇA INABALÁVEL EM MEIO AO ESTRONDO DE MUNDOS EM COLISÃO

"Com o passar do tempo, chegará o dia em que perceberá que você é parte do grande Ser. Faça da realização divina a sua meta. Mahavatar Babaji disse que mesmo um pouco desse dharma - ação correta, procurar conhecer a Deus - o salvará de terríveis temores.

A perspectiva da morte, do fracasso ou de outros problemas graves gera grande medo no ser humano. Quando está sem ânimo de ajudar a si mesmo, quando sua família nada pode fazer por você, quando ninguém mais pode socorrê-lo, como fica seu estado mental? Por que se permitir chegar a essa situação? Encontre Deus e ancore-se Nele.

Antes que qualquer pessoa estivesse a seu lado, quem estava com você? Deus. E quando deixar a Terra, quem estará com você?  Só Deus. Mas você não poderá conhecê-Lo a menos que faça amizade com Ele agora. Se buscar a Deus profudamente, você O encontrará.

Chegou a hora de conhecer e entender o propósito da religião: como entrar em contato com a sublime Alegria que é Deus, o grandioso e eterno Consolador. Se puder encontrar essa Alegria e conservá-la o tempo todo, independentemente do que lhe aconteça na vida, você permanecerá inabalável em meio ao estrondo de mundos em colisão."

(Paramahansa Yogananda - Viva Sem Medo - Self-Realization Fellowship - p.67/68)

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

VIVENDO NO PRESENTE (PARTE FINAL)

"(...) Você já notou que as crianças pequenas estão sempre fazendo alguma coisa a cada momento? Muito embora já possam ter experimentado a mesma coisa anteriormente, elas expressam enorme excitação e admiração. As crianças não têm padrões de medidas para comparar atividades do presente com o passado. Elas sabem que já jogaram aquele jogo antes, ou que alguém já leu aquela história na noite passada, mas o jogo e a história ainda são tão interessantes como se fossem desfrutados pela primeira vez.

Pense na sua atitude enquanto lava louça, passa o aspirador na casa ou rega as plantas. Provavelmente você acha essas atividades maçantes. Mas você já viu uma crinaça ajudando a lavar a louça, passar o aspirador ou regar as plantas? Ela mal pode esperar para participar, e age como se essa fosse a coisa mais interessante que ela já fez. Que qualidade maravilhosa – estar empolgada com a vida, como se ela fosse sempre nova. E de fato, ela é. O que é velho são os nossos pensamentos e atitudes distorcidas, que atrapalham a celebração de cada momento. (...)

Faça o melhor que puder, diariamente, para simplificar a vida, valorizar e experimentar a preciosidade de cada momento. Em vez de viver um plano contínuo e em longo prazo, para cinco ou dez anos, concentre-se em viver um dia de cada vez, pedindo ajuda e orientação a cada dia. Não olhe para o passado com rancor ou mágoa, não olhe para a frente com medo ou preocupação; olhe ao redor com percepção consciente.

Para estar totalmente presente em cada momento, é preciso se libertar do passado. Se não nos curarmos do passado, ele irá se repetir e nos manterá presos. Quem está preso ao passado não pode estar aqui e agora, não está totalmente presente e não pode prestar atenção ao que acontece em volta."

 (Susan Smith Jones - Vivendo no presente - Revista Sophia, Ano 4, nº 16 - p. 5/7)

domingo, 7 de setembro de 2014

VIVENDO NO PRESENTE (1ª PARTE)

"Viver no momento é diferente de viver para o momento. As crianças são peritas na arte de se envolver totalmente com o que quer que estejam fazendo no momento. É verdade que esse intervalo de tempo não é extenso, mas elas ficam totalmente focadas no que está acontecendo no presente. Quando comem, apenas comem; quando brincam, apenas brincam; quando conversam, apenas conversam. Elas se lançam de cabeça em suas atividades.

Quando revejo meu passado, minha infância, lembro que eu não tinha noção do passar do tempo. Minha família com frequência fazia longas viagens de automóvel. Cerca de dez minutos depois de sair de casa, eu perguntava: ‘Já chegamos?’ Em seguida perguntava novamente: ‘Quando vamos chegar lá?’ E repetia as perguntas a cada dez minutos. Um intervalo de duas horas não significava nada para mim. Minha única noção de tempo era o agora.

Carpe diem. A expressão em latim significa ‘aproveite o dia’. Cada dia oferece uma oportunidade de olhar para o mundo de maneira nova e celebrar o fato de estarmos vivos. Você jamais terá a oportunidade de viver novamente este instante precioso. Momento a momento, busque perceber tudo ao seu redor. Preste atenção. Participe totalmente da vida. (...)"

(Susan Smith Jones -  Vivendo no presente - Revista Sophia, Ano 4, nº 16 - p. 5/7)

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

VIDA E MORTE


"A vida e a morte são como dois lados de uma moeda. São fenômenos semelhantes ao nascer e o pôr do sol. O sol pode pôr-se em Madras, Índia, e ao mesmo tempo nascer em Chicago, Estados Unidos. Uma pessoa morre para este mundo, mas simultaneamente aparece em outra parte. Tanto o nascer quanta o morrer são fenômenos ilusórios, causados pela revolução da Terra ao redor do seu eixo e a inclinação do plano do nosso horizonte em relação aos raios solares, enquanto o sol permanece fixo como o centro do seu sistema. Se o sol representa Espírito ou vida em sua fonte, o Espírito, nas palavras do Gita, não nasce e não morre; embora, conforme expresso em uma das cartas dos Mahatmas, “Espírito na matéria é vida". A vida pode existir em várias formas e gradações. A retirada da vida do envolvimento na matéria, que é uma morte, reintegra-a a sua condição original, que é a ressurreição no Espírito ou liberdade. Esta retirada e um processo de eliminar o passado como é refletido no presente, e ao mesmo tempo, a recuperação da liberdade pela entidade que se permitiu, durante o período de não percepção, ser aprisionada dentro de memórias e obsessões acumuladas naquele passado. A dissolução deste acúmulo, camada por camada, é o "banho em esquecimento" que reintegra a vida individual a sua condição original de novidade e inocência. O que é eliminado naquele banho não é a sua própria natureza, a qual quando se projeta evidencia seu brilho próprio como o ouro puro do qual foi removida a escória, ou como as flores na primavera. Quando tudo que foi acumulado no processo do tempo tiver desaparecido, manifesta-se aquilo que eternamente é."


(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 170)


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A ALMA E SUA ALEGRIA DURAM PARA SEMPRE

"A vida é muito mais do que a pessoa comum percebe e sente. A vida e a morte não têm mais mistérios para mim. Sei que eu e todas as almas somos manifestações sempre vivas da Vida única, que é Deus. O corpo físico e seus confortos e prazeres não duram, mas a alma e sua alegria duram para sempre. Eu já não me preocupo mais com o corpo. Quando se termina uma refeição, o prato já não tem mais nenhum propósito. Só estou interessado no Espírito, que pode criar mil Yoganandas, se quiser. O corpo, que é tão caro ao homem comum, não tem mais importância quando você encontra Deus. Nunca peço por meu corpo; já o devolvi ao Senhor, cujo amor é tão grande que retirou todo o meu apego à forma física. No amor de Deus, todos os meus desejos foram satisfeitos ao máximo. Nada mais quero. No coração, só tenho um desejo: 'Que o Teu amor brilhe para sempre no santuário da minha devoção, e que eu possa despertar o Teu amor em todos os corações'. É o meu único desejo.

Meus queridos, não percam mais tempo. Estão desperdiçando seu tempo, e sabem muito bem disto. Estou lhes falando franca e livremente porque nada tenho a ganhar, exceto o seu bem-estar espiritual mais elevado. Vocês não conseguirão alcançar a felicidade, nem a Deus, apenas com a garantia de alguém. É preciso esforço pessoal.

Sempre que encontro almas receptivas, procuro me comunicar com a mente delas. Pouco digo às que não estão interessadas, pois não querem ouvir nada. Mas, com as almas que buscam a Deus com sinceridade, tento alcançar seus pensamentos e atraí-las para Ele. Em Deus, você e seus entes queridos têm uma eternidade de vida e alegria."

(Paramahansa Yogananda - O Romance Com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 301/302)
http://www.omnisciencia.com.br/livros-yogananda/romance-com-deus.html


segunda-feira, 28 de julho de 2014

QUEM VOCÊ REALMENTE É (PARTE FINAL)

"(...) Há muitas expressões usadas frequentemente que mostram que as pessoas não sabem quem são. O mesmo acontece às vezes com a estrutura da língua. Dizemos: 'Ele perdeu a vida num acidente de carrro' ou 'A minha vida', como se a vida fosse alguma coisa que se possa possuir ou perder. A verdade é: você não possui uma vida, você é a vida. Você é a vida única, a consciência única que permeia todo o universo e assume temporariamente a forma de pedra, folha, animal, pessoa, estrela ou galáxia. 

Consegue perceber que, lá no fundo, você já sabe disso? Consegue perceber que você já é isso?

Você precisa de tempo para a maioria das coisas na vida: é preciso tempo para aprender uma nova atividade, para construir uma casa, para se especializar em alguma profissão, para preparar um chá. Mas o tempo é inútil para a coisa mais valiosa da vida, a única que realmente importa: a realização pessoal, o que significa saber quem você é essencialmente além da superficie do 'eu' - além do nome, do tipo físico,da sua história. Você não pode encontrar a si mesmo no passado ou no futuro. O único lugar onde você pode se encontrar é no Agora.

Os que buscam uma dimensão espiritual querem a autorrealização ou a iluminação no futuro. Ser uma pessoa que está em busca significa que você precisa do futuro. Se é nisso que você acredita, isso se torna verdade para você: precisará de tempo até perceber que não precisa de tempo para ser quem você é."

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 38/39)

quinta-feira, 24 de julho de 2014

NÃO EXISTEM PROBLEMAS FORA DE VOCÊ (PARTE FINAL)

"(...) Segundo Tolle, no livro O poder do agora, ‘todos os problemas são ilusões da mente’. Diante disso um discípulo disse: ‘É como se um grande peso tivesse sido tirado dos meus ombros. Sinto-me leve... Mas os problemas ainda estão lá, me esperando, não é? Ainda não foram resolvidos. Será que eu os estou evitando apenas temporariamente?’

Tolle respondeu: ‘Não se trata, basicamente, de solucionar os seus problemas. Trata-se de perceber que não existem problemas, apenas situações com que temos de lidar agora ou deixar de lado, aceitando-as como uma parte do ‘ser’ nesse momento, até que se transformem ou possam ser negociadas. Os problemas são criados pela mente e precisam de tempo para sobreviver.'

No plano astral, para onde vamos logo que deixamos este mundo, a presença do tempo ainda é uma realidade, e por isso somos afetados por ele. O que ocorre, porém, com a prática da meditação, se insistirmos para além das primeiras dificuldades? O pensamento para, a mente silencia. Entramos em contato com uma realidade além do tempo: a realidade espiritual, conectada ao eterno agora. Aí se pode perceber, na prática, a fantasia de todo o problema. É uma questão de experimentar."

(Walter Barbosa - Não existem problemas fora de você - Revista Sophia, Ano 9, nº 36 - p. 10/11)


sábado, 12 de julho de 2014

SILÊNCIO E CALMA (1ª PARTE)

"O silêncio ajuda, mas você não precisa dele para encontrar a calma. Mesmo se houver barulho por perto, você pode perceber a calma por baixo do ruído, do espaço em que surge o ruído. Esse é o espaço interior da percepção pura, da própria consciência.

Você pode se dar conta dessa percepção como um pano de fundo para tudo o que seus sentidos apreendem, para todos os seus pensamentos. Dar-se conta da percepção é o início da calma interior. Qualquer barulho perturbador pode ser tão útil quanto o silêncio. De que forma? Abolindo a sua resistência interior ao barulho, deixando-o ser como é. Essa aceitação também leva você ao reino da paz interior que é a calma.

Sempre que aceitar profundamente o momento como ele é - qualquer que seja a sua forma -, você experimenta a calma e fica em paz.

Preste atenção nos intervalos - o intervalo entre dois pensamentos, o curto e silencioso espaço entre as palavras e frases numa conversa, entre as notas de um piano ou de uma flauta ou o intervalo entre a inspiração e a expiração.

Quando você presta atenção nesses intervalos, a percepção de 'alguma coisa' se torna apenas percepção. Dentro de você surge a pura consciência desprovida de qualquer forma. Você deixa então de identificar-se com a forma.

A verdadeira inteligência atua silenciosamente. A calma é o lugar onde a criatividade e a solução dos problemas são encontradas. (...)"

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 12/13)
www.esextante.com.br


terça-feira, 8 de julho de 2014

NOSSO DESTINO É DEUS

"O desejo por Deus não vem por si; precisa ser cultivado. E sem esse desejo, a vida não tem significado. Quando você dorme, diz 'até logo' a este mundo, à sua família, a seu nome, a tudo. Esquece até do corpo. Você não sabe quando vai ter que dizer o adeus definitivo ao mundo. Você está numa jornada e parou aqui por um breve período de tempo. A vida é como uma grande caravana que passa. Seu primeiro interesse deveria ser aprender o objetivo e o destino da jornada. O destino é Deus; não poderia ser outra coisa.

O Senhor vem ao devoto que vive para Ele e que morre Nele. Ele toca essa alma e diz: 'Meu filho, desperta. Você está apenas sonhando, pois a morte não chegou a tocá-lo.' Assim, o devoto sabe que todas as suas experiências terrenas não tinham o objetivo de torturá-lo, e sim de demonstrar-lhe sua verdadeira natureza como alma. A alma não pode ser queimada, nem afogada, nem esfaqueada, nem despedaçada.³ O devoto experimenta: 'Eu não sou o corpo. Não tenho forma. Sou a própria alegria.' Recorde esta verdade todas as manhãs ao acordar: 'Acabo de sair da percepção interna de meu verdadeiro Eu. Não sou o corpo. Sou invisível. Sou Alegria, Luz, Sabedoria e Amor. Habito no corpo onírico, através do qual estou sonhando esta vida terrena, mas sou sempre o Espírito eterno.'"

³ 'As armas não podem ferir a alma; o fogo não pode queimá-la; a água não pode molhá-la; nem pode o vento ressecá-la. (...) A alma é imutável, tudo permeia, está perenemente tranquila e inamovível - a mesma, eternamente.' (Bhagavad Gita II:23-24).

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 423/424)


domingo, 29 de junho de 2014

OS CICLOS DO UNIVERSO FÍSICO

"Segundo a ciência ocidental, o Universo se expandiu a partir de um centro infinitamente concentrado de energia, dando origem ao que chamaram de 'Big Bang'. Tal ideia não está distante daquilo que os rishis nos ensinaram. Mas à medida que este Universo físico se expande, um dia, iniciará o processo inverso, caindo novamente no grande vazio ou na grande concentração de massa. Após nova idade de Brahma (314 trilhões de anos), ele retorna do Absoluto em ciclos intermináveis de nascimento, morte e renascimento.

- Tudo isso é semelhante ao que ocorre no coração, suas sístoles e diástoles.

Mas o que nos parece deprimente, é, em realidade, uma grande diversão do Espírito. Lembrem-se de que os tais nascimento, mortes e renascimentos de Brahma (o próprio Universo) que duram tantos trilhões de anos terrestres, constituem as bolhas de sabão lançadas no ar pela criança divina. Na verdade, não há morte, nem nascimento, e nem renascimento, pois tudo é parte de Seu grande sonho das idades.

- Os Universos são paradoxalmente reais e oníricos. Para aqueles que despertaram no Espírito, tudo é um sonho de Deus. Eles observam tais ciclos do lado de fora. Já não estão presos à dança de vida e morte, pois são vencedores. Para nós que ainda estamos do lado de cá, tudo parece muito real e desanimador, mas para eles, nossos irmãos mais velhos, tudo é apenas uma questão de 'despertar'.

- E eles nos dizem: 'Despertem! Despertem dessa ilusão do tempo e do espaço. Venham conosco desfrutar da eternidade onde as relatividades do mundo se dissolveram na alegria interminável do Espírito. Enquanto dormem, Shiva dança Suas danças de vida e morte, mas se despertarem, verão que tudo não passou de um sonho, um pesadelo, e que a realidade e os prazeres em Deus são imensamente maiores que no limitado reino da matéria'."

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora, 2012 - p. 137)