OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 22 de dezembro de 2015

DISCERNIMENTO

"Tenho tido pena de milhares de pessoas que facilmente passaram a acreditar em 'falsos mestres' em 'sacerdotes ou santos de coisa nenhuma', em 'fraternidades ocultistas', em 'esdrúxulas terapias', em 'multinacionais de meditação e libertação', em 'novas arcas de Noé'.

Lembro-me de um adágio que diz: 'Triste dos espertalhões se não existissem os tolos, que neles acreditam e compram suas intrujices.'

Hoje, com a eficiência mágica dos processos de persuasão, os charlatães têm muito maior facilidade para iludir e manipular, e os tolos estão muito mais expostos e ameaçados.

Para o seu bem, para preservar sua felicidade, para continuar livre e disponível para Deus, ligue um 'desconfiômetro', mesmo para aqueles que falam de Deus e estão empolgando multidões incautas.

Acautele-se, para não cair no 'conto da nova salvação'.

'Por seus frutos os conhecereis.' "

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 200)


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

GROSSERIA

"Palavras grosseiras são assassinos impiedosos das amizades antigas e da harmonia dos lares. Tire-as de seus lábios para sempre e deixe sua vida familiar livre de tribulações. Palavras doces e sinceras são néctar para almas sedentas. 

Faça-se sedutor envergando o traje elegante da linguagem genuinamente cortês. Em primeiro lugar, seja bem-educado com seus parentes próximos. Quem age assim normalmente é gentil com todas as pessoas. A verdadeira felicidade doméstica tem por base o altar da compreensão e das frases polidas.

Para ser gentil, não é necessário concordar com tudo; mas, se não concordar, permaneça calmo e cortês. É fraqueza humana ceder à cólera e à irritação; é força divina conseguir refrear os cavalos selvagens do temperamento e da fala. Não importa qual seja a provocação, contenha-se e, apelando para a calma do silêncio ou para a gentileza autêntica das palavras, mostre que seu cavalheirismo é mais forte que o destempero do agressor. Frente à luz suave de seu perdão, todo o ódio reunido de seus inimigos se dissolverá."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Espiritualidade nos Realacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 27)


domingo, 20 de dezembro de 2015

GUARDAI OS TESOUROS NO CÉU

"Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem corroem, e onde os ladrões irrompem e roubam.
Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem corroem, e onde os ladrões não irrompem nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.

Repete aqui Jesus o que já ouvimos antes, que uma das condições mais importantes para começar a viver com êxito a vida espiritual é ter um discernimento correto - discernimento entre o eterno e o não-eterno. Quanto mais cultivamos esta faculdade, mais perdemos a nossa sede de tesouros efêmeros do mundo objetivo, e nos voltamos para os tesouros eternos e infinitos do paraíso. O filósofo Spinoza definiu assim esse discernimento espiritual:

'A julgar por seus atos, entre as coisas que os homens têm em mais alta conta estão as riquezas, a fama ou o prazer sensual. Destas, a última é acompanhada da saciedade e arrependimento; as duas outras jamais se saciam: quanto mais temos, mais desejamos; quanto ao amor da fama, induz-nos ele a orientar nossas vidas pelas opiniões alheias. Mas se uma coisa não é amada, não se levantarão disputas a seu respeito, não haverá tristeza caso ela desapareça, nem tristeza se outra pessoa a possuir; em suma, a mente não se perturbará. Estas coisas todas brotam do amor por aquilo que desaparece. Entretanto, o amor por algo eterno e infinito enche a mente toda de alegria e está imune de qualquer tristeza.'

A finalidade da vida, nas palavras dos Upanishads, é 'alcançar a bem-aventurança permanente em meio aos prazeres fugazes da vida'. E essa bem-aventurança permanente é a bem-aventurança de Deus. Absorver-se na consciência de Deus é entrar em seu reino.

Muitos de nós compreendemos intelectualmente que a finalidade da vida é a percepção de Deus, e que os prazeres mundanos existem apenas por um instante. No entanto, nossos corações não correspondem, porque adquirimos o hábito de achar prazer nos objetos sensíveis. Precisamos, então, criar o hábito novo de encontrar alegria em Deus. O Irmão Lawrence disse: 'Para conhecer Deus precisamos pensar nEle com frequência; e, chegando a amá-Lo, passaremos a pensar nEle constantemente: pois o nosso coração estará com o nosso tesouro.'

Em outros termos, uma vez que tenhamos decidido que desejamos tesouros no céu, e não um tesouro na terra, precisamos aprender a unir nossos corações a Deus. Não importa quão frequentemente mostremos fraqueza e esqueçamos de praticar o recolhimento: haveremos de atingir finalmente o objetivo, na medida em que continuarmos a tentar. Uma criancinha tenta andar: quem a vê caindo a toda hora acha impossível que ela ainda o consiga. Mas ela se levanta, a cada tombo, porque o desejo dentro dela é muito forte; e, por fim, ela consegue caminhar em pé, sem tropeçar. De modo semelhante, não haverá fracasso na vida espiritual enquanto não desistirmos de lutar. E não haveremos jamais de desistir dela se estivermos firmemente convencidos no coração e na mente de que Deus é o nosso único tesouro."

(Swami PrabhavanandaO Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo, 2007 - p. 108/109)


sábado, 19 de dezembro de 2015

A ESPIRITUALIDADE E O FEMININO (PARTE FINAL)

"(...) Durante toda a vida busquei o motivo para a identificação do masculino com a espiritualidade máxima e as características que estariam ligadas à espiritualidade feminina. A busca histórica revelou os arquétipos que foram construídos através dos tempos. Descobri que a primeira concepção humana de Deus foi feminina. Nos cantos mais distantes da Terra, onde surgiram as mais antigas civilizações, lá está a Deusa-Mãe. Ainda que rudemente talhada por uma civilização nascente, a Mãe, o maior arquétipo de todos, é a divindade máxima. É dela que vêm os seres, e é para ela que retornam. A mulher, sua sacerdotisa, é a conexão do mundo físico com o mundo divino, a representante da Deusa-Mãe, pois é através dela que os seres nascem. A vida, sua concepção e morte, tudo é um grande mistério. O céu estrelado é o manto da Mãe, as árvores, plantas, frutos e animais são o seu reino, os seus símbolos. Ela lida com a terra e descobre os segredos das plantas, inventa a medicina. 

O reinado feminino acaba quando o homem descobre o seu papel na fecundação e perde o medo de impor as regras pela força física, mas o símbolo da mulher permanece nas deusas de todas as civilizações onde há uma representação divinizada do feminino. As madonas são a expressão do amor que cada mãe dedica aos seres que coloca no planeta. As madonas negras demonstram a antiguidade do culto, lembrando a terra e uma humanidade que, segundo a ciência, nasceu negra. O papel da mãe na família é fundamental. Sua reza acompanha e guarda os filhos em segurança. É a proteção segura do amor verdadeiro e dedicado, verdadeira magia, incontestável. 

Um outro aspecto do feminino na espiritualidade é a dedicação ao outro, uma expansão do amor materno voltado para a caridade e para o próximo. Um exemplo recente é Madre Teresa de Calcutá, cuja importância do trabalho realizado para os necessitados foi reconhecida até por grupos religiosos não católicos, mesmo os que não costumam dar espaço às mulheres. Ela representa outro importante arquétipo do feminino que sempre foi respeitado e aceito, levado à sua expressão máxima e indiscutível. 

Outro arquétipo é o da beleza; existem deusas que representam esse aspecto. Apesar de ter sido explorado na sua expressão mais física em templos da antiguidade, onde havia a 'prostituição sagrada' em benefício dos templos, o conceito de beleza e de sabedoria está ligado ao feminino. Sócrates descreve o ensinamento que recebeu da sacerdotisa Diotima sobre a busca da beleza, em que o interesse humano é despertado pelos dotes físicos, cresce em direção à contemplação da beleza da alma, dos belos ideais, chegando à realização da beleza em si e à descoberta da divindade. Deusas representam as artes, a sabedoria e a beleza na Grécia, em Roma, na Índia e outros lugares do mundo."

(Regina Celi Medina - A espiritualidade e o feminino - Revista Sophia, Ano 11, nº 43 - p. 15/16)


sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A ESPIRITUALIDADE E O FEMININO (1ª PARTE)

"A espiritualidade é parte integrante de qualquer ser humano. Pode estar ausente ou guardada no íntimo do ser, mas lá está disponível, esperando o momento de se manifestar. Muito do que conhecemos sobre ela vem de um histórico focado no masculino. Poucas referências e estudos dedicam-se ao enfoque feminino.

Haveria diferenças nas manifestações da espiritualidade quanto ao sexo? Certamente, visto que há condicionamentos históricos e sociais que impediram a expressão da espiritualidade feminina e, às vezes, também a masculina, pois poderiam abalar o sistema social vigente. Mas, de modo geral, os homens foram sempre mais favorecidos pela liberdade de ação. Os homens que largaram tudo para viver a espiritualidade plena, da forma que escolheram, sempre foram admirados e respeitados. Mas seria impensável tal atitude partindo de uma mulher.

Mulheres eram perigosas e deveriam estar sempre sob o controle da tribo, da família ou de um homem. Estavam expostas a muitos perigos, o que também era um impedimento, além de desempenharem um papel indispensável e fundamental na manutenção das famílias. Sem a liberdade de se dedicar à busca pessoal por respostas, restou às mulheres a manifestação de uma espiritualidade espontânea, menos passível de controle externo e capaz de fluir em casa, no seio da família e no exercício de suas atividades diárias. 

A investigação interna surgiu no amor pelo semelhante, no serviço ao próximo, no cuidado com tudo, na execução de suas obrigações rotineiras, sozinha e em silêncio. Se os homens precisam desenvolver essas características no trabalho espiritual, elas, ao contrário, teriam de ir ao mundo, perder o medo de sair do conforto familiar e dedicar o tempo à vivência espiritual com desapego e decisão.

Atualmente, com a liberdade, o estudo e o trabalho fora de casa, esse aspecto pode parecer pouco importante, mas não é. Mulheres se sentem culpadas ao usar o tempo que seria dedicado à família para uma realização pessoal, e na maior parte das vezes não se concedem esse direito. Além disso, a liberdade de investigação, de questionar e buscar estudo e conhecimento ainda não é real em grande parte do planeta, onde mulheres ainda são consideradas seres de segunda classe. Essa liberdade, nos locais em que já existe, levou milênios para chegar. (...)"

(Regina Celi Medina - A espiritualidade e o feminino - Revista Sophia, Ano 11, nº 43 - p. 15)


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

CUMPRINDO OS DEVERES PARA COM DEUS E COM O HOMEM

"Até uma pessoa materialista que ocupa o tempo de modo construtivo é melhor do que uma pessoa 'espiritual' ociosa. Ser preguiçoso e não prestar nenhum serviço na Terra é ser abandonado por Deus e pelos homens. Entretanto, os que cumprem os deveres para com o ser humano mas não com Deus são como a mula que carrega um saco de ouro no lombo tendo consciência apenas do peso, e não do valor do ouro. Ações sem o pensamento em Deus são pesadas e restritivas; ações feitas com a consciência em Deus são libertadoras. Está certo renunciar a deveres materiais para servir apenas a Ele, porque em primeiro lugar é a Deus que devemos lealdade. Nada poderia ser feito sem o poder que Ele nos empresta. Aos que deixam tudo por Ele,¹ o Senhor perdoa qualquer provável pecado derivado de não cumprir deveres menores. Renunciar significa colocar Deus em primeiro lugar, seja seguindo os caminhos do mundo ou o caminho monástico. 

Meu irmão me dizia: 'O dinheiro em primeiro lugar; Deus vem depois'. Ele morreu antes de ter a oportunidade de encontrar Deus ou de usar seu dinheiro. Lembre-se das palavras de Cristo: 'Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas'.² Quando encontrar Deus, tudo virá a você. Quando Ele o sustenta, você jamais poderá cair. Seus erros serão consertados e transformados em sabedoria. É o que descobri."

¹ 'Abandonando todos os outros dharmas (deveres), lembra-te só de Mim; Eu te libertarei de todos os pecados (decorrentes de não serem cumpridos esses deveres menores). Não te aflijas!' Bhagavad Gita XVIII:66.
² Mateus 6:33.

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 259)


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

O EVANGELHO - SUTRA 2

"Nele (Parambrahma) está a origem de todo o conhecimento e amor, a raiz de todo o poder e alegria.

Prakriti ou a Natureza de Deus. A força Onipotente (Shakti) - em outras palavras, a Alegria Eterna (Ananda) -, que produz o mundo, e o Sentimento Onisciente (Chit), que torna este mundo consciente, ambos manifestam a Natureza (Prakriti) de Deus-Pai.

Como Deus é compreendido. O homem, sendo feito à semelhança de Deus, ao dirigir sua atenção para dentro pode perceber em seu íntimo a força e o Sentimento mencionados, as únicas propriedades de seu Eu; a Força Onipotente na forma de sua vontade (Vasana), junto com o prazer (Bhoga); e o Sentimento Onisciente na forma de sua Consciência (Chetana), a qual sente prazer (Bhokta). Ver Gênesis 1:27.
'Criou, pois, Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou; homem e mulher ele os criou.'"
(Swami Sri Yukteswar - A Ciência Sagrada - Self-Realization Fellowship - p. 22/23


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

REALIZAÇÃO MERITÓRIA

"Os Indriyas ou sentidos têm de ser controlados por viveka (discernimento) e vairagya (desapego), os talentos gêmeos que foram dados exclusivamente ao homem. Viveka o instrui sobre como escolher ocupações e companhias; diz-lhe da importância relativa de objetos e ideais. Vairagya o salva de muito apego, e injeta uma sensação de alívio nos momentos de alegria ou desespero. Viveka e vairagya são as duas asas que soltam o pássaro no ar. Mantêm diante de você a impermanência do mundo e a permanência da Bem-aventurança da Realidade. Preparam-no para dirigir a vida através do sadhana e para a infalível contemplação da Glória do Senhor. 

Não é necessário retirar-se para a floresta a fim de superar ressentimento e ódio. A virtude não pode ser praticada num vazio. Se você vive numa atmosfera de ódio e ainda assim é capaz de se controlar, sua conquista é meritória. Mas, se vive numa floresta onde não resta oportunidade para o ódio e diz que controlou seu ódio, sua afirmação não tem sentido. Você deve, portanto, deixar-se ficar nos ambientes do mundo, ainda que haja ampla oportunidade para o surgimento de emoções de raiva e ódio; aí, então, aprenda a controlá-los. Esta sim será uma realização meritória."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 116/117)


segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O VÉU DO TEMPO

"A Estrela Mística é aquela fonte de luz e vida cujos raios constituem todo o universo. Como sabemos, cada estrela física é em realidade um sol, e a Estrela Mística é o sol espiritual central do universo. Ela aparece como uma estrela por causa da distância; essa distância não é em espaço (como no universo astronômico), mas no tempo ou manifestação.

Cada um de nós é, na verdade, um orbe espiritual de luz e beleza. Mas quando tentamos olhar para nossa própria natureza espiritual sentimos apenas uma imprecisão distante, comparável a uma nebulosa. Existem milhões de pessoas que não conseguem sentir nem mesmo isso. Pois sua natureza está tão desorganizada e envolta em densidade que a luz não consegue penetrar a partir de um objeto tão sagrado. Mas, aqui e ali, há alguém que consegue sentir que existe uma natureza espiritual em si próprio e em cada homem e mulher, um Eu espiritual esperando para ser realizado. 

À medida que crescemos espiritualmente - o que podemos pensar é uma questão de tempo, embora o espírito transcenda o tempo - essa nebulosa torna-se um esplêndido sistema estelar ou uma constelação. Isto é, no decorrer do tempo, a realidade espiritual torna-se o Logos de um sistema solar ou até mesmo o Logos Cósmico que inclui dentro de si inúmeros centros ou logoi. (...)

O astrônomo depara-se com certas nuvens que lhe parecem uma nebulosa. Mas, quando ele visualiza a nebulosa com uma lente mais potente, descobre que não é uma coisa amorfa, mas uma galáxia. Se pudermos expandir nossa visão como faz o astrônomo e olharmos para aquela coisa vaga que é nossa natureza espiritual, veremos que ela é na realidade um esplêndido sistema de luzes. Apenas parece uma nuvem amorfa por causa da distância no tempo que separa o futuro do presente.

Se o tempo é uma ilusão. O futuro existe agora, simultaneamente com o presente e o passado. A pessoa divina em nós existe mesmo agora, fora dos limites do tempo, em toda sua glória e esplendor futuros. É o véu do tempo que separa o futuro do presente. 

Remova o véu e observe: cada indivíduo é uma estrela numa multidão de estrelas que inflamam a esfera celestial, todas girando em torno de uma estrela polar que é a Estrela Mística." 

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 96/97)


domingo, 13 de dezembro de 2015

SOFRIMENTO SUBSTITUTIVO (PARTE FINAL)

"(...) Enquanto a humanidade for pecadora, haverá sofredores, ainda que inocentes.

O Apocalipse fala da abolição de todo o sofrimento - mas isto só acontecerá quando houver 'um novo céu e uma nova terra', e quando 'o reino dos céus for proclamado sobre a face da terra', isto é, quando não houver mais uma humanidade pecadora, então deixará de haver sofrimento individual.

Há quem julgue que uma grande espiritualidade possa diminuir ou mesmo abolir o sofrimento. Mas é experiência universal que são precisamente os homens espirituais, os santos, os iniciados, os que mais sofrem. Por quê? Porque, quando o homem já não tem débito próprio, se torna ele um sofredor ideal por débito alheio. É esta a razão por que os santos e os iniciados costumam sofrer serenamente, por que se sentem como pecadores de débitos alheios.

Sofrer por débito próprio é vergonhoso - sofrer por débito alheio é honroso.

Enquanto a nossa humanidade for adâmica, vigorará este lei de solidariedade. Somente uma humanidade cósmica, como a de Jesus, não teria sofrimento compulsório; nesta nova humanidade, o homem poderia dizer: 'Ninguém me tira a vida; eu é que deponho a minha vida quando eu quero, e retomo a minha vida quando eu quero'. Assim fala o 'Filho do Homem', mas nós somos 'filhos de mulher'.

A alergia ao sofrimento é da humanidade adâmica - a imunidade é da humanidade cósmica. Na humanidade cósmica, do Cristo e dos grandes avatares, não há o sofrimento e morte compulsórios, embora possa haver sofrimento e morte voluntários. Neste humanidade impera absoluta libertação e liberdade.

Enquanto vivermos na humanidade adâmica, haverá sofrimento, tanto de culpados como de inocentes. E, durante este vivência, a sabedoria do sofredor consiste em sofrer serenamente. Quem puder dizer como Paulo de Tarso: 'Eu exulto de júbilo no meio de todas as minhas tribulações', esse atingiu elevado grau de evolução humana."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 27/28)


sábado, 12 de dezembro de 2015

SOFRIMENTO SUBSTITUTIVO (2ª PARTE)

"(...) A fim de ilustrar a possibilidade de um sofrimento substitutivo, um sofrimento por  culpa alheia, sirvamo-nos da comparação seguinte:

O paladar do homem ingere veneno, por ser de sabor agradável; a consequência desta aberração (pecado) não é somente a morte do paladar, mas sim a morte do corpo todo, embora as pernas, os braços, o coração e os pulmões não sejam culpados; a organicidade do corpo implica nessa solidariedade do sofrimento.

O indivíduo humano não é um átomo isolado e separado do organismo da humanidade; é uma parte integrante dela; por isto, sofre a parte por outra parte ou pelo todo.

Nenhum homem é mau só para si - o seu ser-mau faz mal a todos.

Nenhum homem é bom isoladamente - o seu ser-bom faz bem a todos.

A maldade de muitos faz mal a todos - a bondade de muitos faz bem a todos.

'Quando um único homem - escreve Mahatma Gandhi - chega à plenitude do amor, neutraliza o ódio de milhões' e quando ele viu que o chefe de polícia o acompanhava com uma arma de fogo para o defender, em caso de atentado, Gandhi murmurou: 'Enquanto alguém deve defender alguém com violência, eu não cumpri ainda a minha missão'.

Inversamente, poderíamos dizer: quando um homem chega ao abismo do ódio, reforça o ódio de milhões. 

Ninguém pode herdar o pecado de outrem, mas pode sofrer porque outro pecou.

Se uma criança nasce defeituosa, não prova isto necessariamente que ela pecou uma existência anterior; isto lhe pode acontecer porque todo o indivíduo vive num ambiente envenenado pelas maldades da humanidade, conforme as palavras do Mestre: 'O príncipe deste mundo, que é o poder das trevas, tem poder sobre vós'. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Marin Claret, São Paulo, 2004 - p. 26/27)


sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

SOFRIMENTO SUBSTITUTIVO (1ª PARTE)


"Além do sofrimento evolutivo, que abrange toda a natureza dos seres vivos, há um sofrimento substitutivo, que é próprio da humanidade.

Onde há livre-arbítrio, pode haver, e, onde há culpa, deve haver reação em forma de pena ou sofrimento. É esta a expressão das leis cósmicas, que exigem reequilibramento de qualquer desequilíbrio.

Por isto, sofre o justo pelo pecador. O justo não desequilibrou o equilíbrio das leis cósmicas, mas, como o pecador as desequilibrou, e não as reequilibrou, deve o justo ajudar a fazer o que o injusto não fez.

É esta a justiça do Universo - a sua justeza, o seu ajustamento.

A humanidade é um todo orgânico e solidário; deve a parte justa da humanidade sofrer pelo que a parte injusta pecou.

Não há nisto injustiça. Injustiça seria, se o justo, sofrendo pelo pecador, se tornasse também pecador, o que é impossível. A sofrência do inocente não diminui em nada o valor dele, podendo mesmo aumentá-lo. Pode o justo aumentar o seu próprio crédito, enquanto ajuda a pagar débito alheio. 

A finalidade da existência do homem aqui na terra não é sofrer nem gozar, mas é realizar-se - e isto é possível tanto no gozo como no sofrimento. Gozo e sofrimento são fenômenos facultativos da vida, o necessário é somente a realização do homem, como dizia o Mestre: 'Uma só coisa é necessária' (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Marin Claret, São Paulo, 2004 - p. 26)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O CONTENTAMENTO É O OBJETIVO, A MEDITAÇÃO É O MEIO (PARTE FINAL)

"(...) Sempre que seu ego estiver preenchido, você se sentirá feliz. Mas contentamento é um outro fenômeno, completamente diferente. Não pode ser prazer, pois não é fisiológico. Não pode ser alegria, pois não há preenchimento do ego. Pelo contrário, É a dissolução do ego, é a dissolução de sua entidade. Meditação é isso: a junção, a dissolução em meio ao todo, esquecendo completamente que você é algo separado, lembrando apenas de sua unidade com o todo. É por isso que Gurdjieff costumava chamar seu processo de meditação de 'autolembrança'. Buda chamava sua meditação de 'lembrança correta'.

Somos um só com o todo, ainda que pensemos que estamos separados dele. Somos inseparáveis. Não podemos nos separar simplesmente porque pensamos que estamos separados. Basta lembrar. Basta deixar para trás essa falsa noção de que somos separados.

Nesses raros momentos em que você deixa de lado o seu ego, sua personalidade, seu complexo mente-corpo, para tornar-se apenas um observador, uma testemunha, uma consciência, você descobrirá a meditação.

Com isso, você sentirá um grande contentamento, vindo de todas as direções, de todas as dimensões. Todo seu vazio interior será imediatamente preenchido. Ele se tornará um lago de contentamento. Este é o objetivo, e o método e a forma de atingi-lo são a meditação. Não há alternativa.

Portanto, é preciso aprender a assimilar o espírito da meditação. Não importa quanto tempo irá levar, qual será o preço, é preciso estar pronto. Uma vez que você esteja pronto, não será difícil. É esse estado de espírito que faz com que você se torne merecedor desse enorme contentamento, e as coisas passam a ser bem simples então." 

(Osho - Aprendendo a silenciar a mente - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2002 - p. 60/61)


quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O CONTENTAMENTO É O OBJETIVO, A MEDITAÇÃO É O MEIO (1ª PARTE)

"O CONTENTAMENTO é o objetivo da vida, e a meditação é o meio para atingi-lo. Sem a meditação, ninguém nunca saberia verdadeiramente o que é contentamento. 

Não é prazer. Prazer é fisiológico, químico. Não possui profundidade e é muito momentâneo. Por exemplo, um orgasmo sexual é prazer. Durante alguns instantes você está no topo do mundo, mas apenas naquele curto período de tempo. Logo em seguida vem uma profunda tristeza e uma depressão se instala. É por isso que, após fazer amor, as pessoas dormem. É uma forma de evitar a tristeza.

Para garantir a reprodução das espécies, a natureza encontra maneiras espertas de fazer com que certas coisas aconteçam. Se não fosse pelo prazer, a atividade sexual pareceria tola. Seria como fazer ginástica ou ioga. Por conta do prazer, as pessoas estão dispostas a fazer várias coisas idiotas. Mas é apenas um fenômeno químico, hormonal, psicológico. Não pode ser mais profundo que isso, pois a fisiologia não é profunda. 

Contentamento não é nem mesmo alegria. O que chamamos de alegria é psicológico. Sempre que você encontra um momento de exaltação e entusiasmo, seu ego fica preenchido e você se sente alegre. Quanto obtém uma vitória pessoal, é eleito ou ganha alguma competição, se sente alegre, pois você derrotou os adversários, obteve sucesso, fama, dinheiro, glória. Mas logo se cansará disso tudo. 

Apenas as pessoas bem-sucedidas sabem quão cansativo é o sucesso. apenas as pessoas ricas sabem quão profundamente desapontadas estão. Mas elas nem mesmo podem dizer isso, porque pareceria ainda mais tolo, as pessoas iriam rir. Elas desperdiçaram suas vidas acumulando riquezas e agora dizem que isso foi uma má ideia. (...)" 

(Osho - Aprendendo a silenciar a mente - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2002 - p. 59/60)


terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE

"O ambiente e as companhias são de capital importância. O ambiente externo, em conjunção com o interno - as ideias e os hábitos -, controla nossa vida, moldando gostos e comportamento. As perturbações ambientais ocorrem em virtude de nossos atos conscientes ou inconscientes do passado. Você deve culpar a si mesmo por isso, sem entretanto desenvolver um complexo de inferioridade. As provações não ocorrem para destruí-lo, mas para ensiná-lo a melhor apreciar Deus. Não é Ele que as envia - você próprio as fabrica. Tudo o que tem a fazer é resgatar sua consciência do abismo da ignorância.

Lembre-se de que Deus julga apenas o ambiente mental interior da pessoa. O indivíduo pode muito bem ser um pecador no coração e viver rodeado de santos; ou ser um santo e cercar-se de pecadores. Santos ou pecadores se fazem em grande parte pelos amigos que procuram. Se um pecador quiser reparar seus erros na companhia dos santos, terá todas as chances de mudar, ao passo que o homem espiritualizado, mas descuidoso, se deteriorará no convívio com gente perversa. Nosso ambiente mental se forma, desde a infância, pela reação ao ambiente exterior. Esse ambiente mental interior constituído de ideias e hábitos orienta nossas ações de maneira quase automática."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 36)
 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O EVANGELHO - SUTRA 1

"Parambrahma (o Espírito ou Deus) é eterno, completo, sem princípio nem fim. Ele é o Ser único e indivisível.¹

O Pai Eterno, Deus, Swami Parambrahma, é a única Substância Real (Sat) e é tudo em todo o universo. 

Por que Deus não é compreensível. O homem tem fé eterna e crê intuitivamente na existência de uma Substância, da qual os objetos dos sentidos - audição, tato, visão, paladar e olfato, as partes componente deste mundo visível - são apenas propriedades. Porque o homem se identifica com seu corpo material, composto das propriedades acima citadas, ele é capaz de compreender, por meio desses órgãos imperfeitos, apenas essas propriedades e não a Substância à qual pertence. O Pai Eterno, Deus, a única Substância do universo, não pode assim ser compreendido pelo homem deste mundo material, a não ser que ele se torne divino, levantando seu eu acima desta criação das Trevas ou Maya. Ver Hebreus 11:1 e João 8:28.
'Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem.'
'Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o filho do homem, então conhecereis quem eu sou.'"
¹. Swami Sri Yukteswar compôs esses sutras (preceitos) apenas em sânscrito, conforme está mostrado. A tradução foi providenciada pela Self-Realization Fellowship. (Nota da editora)

(Swami Sri Yukteswar - A Ciência Sagrada - Self-Realization Fellowship - p. 21/22)


domingo, 6 de dezembro de 2015

MUDANÇA

"Você também acha que está tudo ruim, que o mundo já não tem mais jeito?

Será que não tem jeito mesmo?


Então, é o desespero total?!!!

Não admitamos uma coisa tão ruim.

O mundo tem jeito, sim.
 

Até agora as coisa têm se deteriorado porque cada um que pensa que a situação deve mudar trata de esperar que alguém mude alguma coisa. A mudança, a melhora... que os outros a realizem!

Você é assim?

Não viu ainda que se você não mudar, nada vai mudar? Não se vê que a melhora deve ser iniciativa sua?

Você é desses que só sabem reclamar contra o governo, contra tudo e contra todos? Só vê nos outros erros e pecados, e nada em você?

Você ainda está aí de braços cruzados, somente reclamando?! Continua esperando iniciativa somente dos demais?!

Que a paz e concórdia comecem por mim."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 40)

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sábado, 5 de dezembro de 2015

A REALIZAÇÃO

"Cada dia, faça esta concentração sobre sua verdadeira Realidade, quando em dhyana (meditação). Todos os dias, siga a mesma rotina rigorosa - hora, lugar, duração e método -, todos imutáveis. Então, os fatores perturbadores facilmente podem ser minimizados e domados. Conforme disse Ramakrishna, não cave poucos centímetros em muitos diferentes lugares para não ter de se queixar de que não encontrou água. Cave no mesmo lugar, com fé e firmemente. A sonda, furando, desce ao verdadeiro subsolo onde mina a água. A sonda Ram-Ram-Ram..., continuada e firmemente, alcançará resultado compensador - a Realização. 

Ram é o nome do remédio. A doença não será nem um pouco afetada quando apenas se repete o nome do remédio. É somente quando este é tomado que a doença leva um susto e se arruma para ir embora. É como solavanco para o corpo; japam (a repetição do mantra) levanta a mente e dela retira o vírus maligno. O coração é o pote de leite; a inteligência é a colher de mexer; o sadhana (disciplina espiritual) é o processo de agitar ou bater o leite, e a Realização é a manteiga obtida."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p.109)


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

ALTERAÇÕES DE HUMOR SÃO O FREIO NAS RODAS DE SEU PROGRESSO



"Você pode dominar os humores, por mais terríveis que sejam. Decida que não vai mais ser temperamental e, se o humor negativo surgir apesar de sua resolução, analise a causa e tome providências construtivas. Não continue a agir com indiferença, se essa for a sua atitude, pois a indiferença é o pior de todos os estados de ânimo. Nessas horas, lembre-  se de que não é seu próprio criador: Deus o criou e está dirigindo o universo para você. Seja qual for o seu trabalho, faça-o com entusiasmo, para Ele. Ocupe-se com atividades criativas, pois Ele lhe deu poder infinito. Como se atreve a ser um fracasso mental, entregando-se ao tóxico das mudanças de humor? Liberte-se desses estados mentais devastadores; são verdadeiros freios nas rodas de seu progresso. Enquanto não os soltar, não poderá ir adiante. Todas as manhãs, recorde-se de que é filho de Deus e que, sejam quais forem as dificuldades, você tem o poder de superá-las. Herdeiro do poder cósmico do Espírito, você é mais perigoso do que o perigo!

Um menino inteligente não se preocupa em resolver problemas simples; ele gosta do desafio proposto pelos testes difíceis. Muita gente, porém, tem medo dos problemas da vida. Nunca os temi, pois sempre orei: ‘Senhor, que o Teu poder aumente em mim. Conserva minha consciência positiva, para que eu possa, com Tua ajuda, superar sempre as minhas dificuldades.’ Pense construtivamente sobre um problema até não poder mais pensar. Quando estou resolvendo um problema, examino até a enésima hipótese, cobrindo todas as possibilidades de solução, até poder dizer sinceramente: ‘Fiz o melhor que pude e isso é tudo que possa fazer.’ Depois, esqueço-o.

A pessoa que mantém a preocupação de um problema na consciência torna-se mal humorada. Evite isso. Ao surgir um problema, em vez de demorar-se nele, pense em todas as saídas possíveis. Se não conseguir pensar, compare seu problema particular com dificuldades semelhantes de outras pessoas e aprenda, das experiências alheias, quais os caminhos que conduzem ao fracasso e quais os que conduzem ao êxito. Escolha os passos que pareçam lógicos e práticos, e entre em ação. A biblioteca inteira do universo está oculta dentro de você. Todas as coisas que deseja saber estão em seu interior. Para trazê-las à tona, pensa de forma criativa."

(Paramahansa Yogananda – A Eterna Busca do Homem – Self-Realization Fellowship – p. 204/205)