OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 19 de novembro de 2017

FRATERNIDADE (1ª PARTE)

"(...) vida após vida, você deve exercitar-se, identificando-se cada vez mais com tudo, derrubando tudo aquilo que separa o homem do homem. Por esse motivo a fraternidade constitui nossa única condição, pois o seu reconhecimento é o primeiro passo para a concretização da inseparabilidade, necessária ao progresso do discípulo. E o treinamento preciso para o discípulo é aquele que o torna sensível às tristezas dos outros preparando-o, deste modo, a ajudar, e aquele que exercita sua autoidentificação com o todo de maneira que, finalmente, ele possa transformar-se num dos Salvadores do mundo. Pois, enquanto este treinamento prossegue vida após vida, desenvolve-se gradualmente neste ser humano uma simpatia em constante crescimento, uma compaixão cada vez mais profunda, uma benevolência que não pode ser perturbada e uma tolerância jamais abalada. Nenhuma injúria pode ofender, pois a dor é do seu autor e não daquele a quem se destinava. Nenhum erro pode provocar ira, pois você compreende porque o erro foi cometido e sente pena do autor, não podendo desperdiçar tempo encolerizando-se. Você não perdoará o erro, nem dirá que é justo, não simulará que o bem é o mal, pois essa seria a maior das crueldades e impediria o progresso da raça humana. Porém, mesmo reconhecendo o mal não haverá ira contra o malfeitor, por ser ele uno com sua própria Alma e por não admitir separação entre você mesmo e ele.

Por que tudo isso? Porque, enquanto esse crescimento se processa, as recordações e o conhecimento aumentarão; enquanto esse crescimento prossegue, a existência evoluída do Espírito no interior do discípulo se revelará cada vez mais na conduta do homem e, gradualmente, ele se sobressairá tornando-se um obreiro, um auxiliar e um labutador a serviço da humanidade, trabalhando para ela a fim de torná-la esclarecida, fornecer-lhe conhecimento e revelar-lhe a realidade que subjaz a todas as ilusões do mundo. Além disso, deve ser duro consigo mesmo, pois permanecerá entre o homem e o mal, entre seus irmãos mais fracos e as forças do mal que, do contrário, poderiam esmagá-los. (...)"

(Annie Besant - Os Mestres - p. 26/27)
Fonte: http://universalismoesoterico.blogspot.com.br/


sábado, 18 de novembro de 2017

O SENTIDO DA VIDA, SEGUNDO MOISÉS, BUDA, CRISTO (PARTE FINAL)

"(...) O homem que apenas desenvolve o seu ego mental, e não o seu Eu racional (espiritual), vive numa frustração existencial, e não pode deixar de ser sofredor, por ser devedor e culpado da sua não realização existencial.

Nos últimos tempos, a medicina conseguiu aumentar a longevidade da vida humana, por meio de medicamentos – mas não diminuiu os sofrimentos humanos porque essa longevidade artificial é um prolongamento da agonia do homem, que continua a ser culpado.

Enquanto o homem não se realizar, de acordo com as imutáveis leis cósmicas, não deixará ele de ser um sofredor, a despeito de todos os paliativos e camuflagens da medicina. Somente a realização existencial pode pôr termo ao sofrimento compulsório do homem.

Depois de deixar de ser devedor culpado perante as leis cósmicas, pode o homem continuar a sofrer algum tempo por seus débitos passados (karma), ou mesmo por culpa de seus companheiros ainda devedores. Só quando toda a humanidade estiver sem culpa, deixará o homem de ser um sofredor compulsório.

O sofrimento por débitos próprios é vergonhoso – mas o sofrimento por débitos alheios é glorioso.

Somente os grandes avatares da humanidade, isentos de sofrimentos compulsórios, podem, querer sofrer voluntariamente, porque sabem que sem resistência não há evolução – e eles são desejosos de evolução ulterior e autorrealização cada vez maior.

Nesse caso estava Jesus, que não sofreu por débito próprio, nem alheio, como ele mesmo diz, mas 'para entrar em sua glória'. O seu sofrimento voluntário foi um sofrimento crédito, a serviço da sua evolução superior, e não um sofrimento débito.

O grosso da humanidade vive no sofrimento débito, que pode converter-se em sofrimento crédito.

Somente a nova humanidade, liberta de débitos, estará liberta de sofrimento débito, e pode iniciar a gloriosa humanidade dos avatares, de que o Cristo foi o precursor.

'Haverá um novo céu e uma nova terra, e o Reino de Deus será proclamado sobre a face da terra'."

(Huberto Rohdem - O Homem, sua Natureza, sua Origem e sua Evolução - p. 39/40)

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

O SENTIDO DA VIDA, SEGUNDO MOISÉS, BUDA, CRISTO (2ª PARTE)

"(...) Cerca de mil e quinhentos anos depois de Moisés e seiscentos anos depois de Buda apareceu o maior gênio humano sobre a face da Terra, Jesus de Nazaré, que cristalizou numa parábola esta mesma verdade: que o homem que vive e age na ilusão sobre si mesmo é um 'servo mau e preguiçoso' e perde até a sua natureza humana, ao passo que o homem que conhece e vive a verdade sobre si Mesmo é um 'servo bom e fiel', que entra no gozo da verdade Libertadora.

Esta verdade cósmica, reduzida a termos modernos, resulta nas palavras seguintes: quem pode, deve; e quem pode e deve, e não faz, cria débito – e todo o débito gera sofrimento.

Quando as eternas leis cósmicas dão a uma creatura uma potencialidade, esperam delas a atualização dessa potencialidade. Se o homem faz o que pode e deve, ele se realiza, faz a sua realização existencial; mas, quando o homem não faz o que pode e deve, sucumbe ele à sua frustração existencial.

Sendo o homem essencialmente o seu Eu racional (espiritual), ele pode e deve realizar esse Eu divino, esse seu Logos; é esta a sua realização existencial, que as leis cósmicas esperam dele. O homem é, potencialmente, o 'sopro de Deus', diz o Gênesis, que pode e deve atualizar-se na 'imagem e semelhança de Deus'; esta realização é a razão de ser da sua existência. O homem é dotado do poder do livre-arbítrio, e não há evolução sem resistência; por isto crearam as leis cósmicas no homem o ego mental, que o Gênesis chama a serpente, que deve manifestar-se e ser superado para que o homem se realize plenamente pelo poder do seu livre-arbítrio. Deus creou o homem o menos possível (sopro divino), creou o homem perfectível, para que o homem se possa crear o mais possível (imagem e semelhança de Deus) no estado do homem perfeito.

Enquanto o homem não atualizar a sua potencialidade, está ele sujeito ao sofrimento, porque não faz o que pode e deve; torna-se devedor e culpado em face das leis cósmicas. E a reação dessas leis contra o culpado é o sofrimento. 

Até hoje, quase toda a humanidade é culpada perante as leis cósmicas, porque todos os homens são realizáveis, e poucos são realizados. A humanidade sofre porque é culpada e devedora em face das eternas leis do Universo, e sofrerá sempre, enquanto não estiver quite com as leis da justiça cósmica.

Enquanto o servo não duplicar os talentos recebidos, as potencialidades que de Deus recebeu, continua ele devedor e sofredor, porque as leis cósmicas não distribuem potencialidade a esmo, mas exigem que o homem duplique por esforço próprio o que recebeu; quem apenas devolve o que recebeu é um servo mau e preguiçoso. (...)"

(Huberto Rohdem - O Homem, sua Natureza, sua Origem e sua Evolução - p. 38/39)

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

O SENTIDO DA VIDA, SEGUNDO MOISÉS, BUDA, CRISTO (1ª PARTE)

"Qual o sentido da vida humana, a razão de ser da sua existência?

Todos os gênios da humanidade respondem o mesmo: o sentido da vida do homem é a sua autorrealização. E essa realização supõe, acima de tudo, o conhecimento da verdadeira natureza do homem.

Cerca de seis séculos antes da Era Cristã, vivia na Índia um príncipe real chamado Gautama Siddhartha. Pouco depois do seu casamento abandonou ele, clandestinamente, o Palácio Real e foi peregrinar pelas florestas da Índia, durante 16 anos, meditando, meditando e jejuando. Queria descobrir uma resposta definitiva ao tenebroso mistério do sofrimento universal da humanidade. Os animais selvagens não sofriam, e por que devia o homem, coroa da creação, viver em sofrimento permanente? Certo dia, estava o príncipe sentado à sombra de uma árvore, mergulhado em profunda meditação. Quando despertou do seu prolongado samadhi, proferiu quatro palavras – e os discípulos dele, sentados em derredor, exclamaram: Buda! Buda! isto é: acordou, acordou.

O peregrino real dormira toda a vida o sono da ilusão sobre si mesmo, identificando-se com o seu ego mental; de repente, despertou para a vigília da verdade – da verdade libertadora sobre si mesmo. Os discípulos dele resumiram a sabedoria do Mestre nas chamadas 'quatro verdades nobres de Buda'. O que Buda disse, depois de despertar para a luz da verdade, foram as palavras seguintes:

1) a vida humana é essencialmente sofrimento,
2) a causa deste sofrimento universal é a ilusão em que o homem vive sobre si mesmo,
3) com a transformação da ilusão em verdade sobre si mesmo, termina a culpa do sofrimento,
4) o meio para o conhecimento da verdade é a profunda meditação sobre si mesmo.

Cerca de mil anos antes de Buda dissera Moisés, com outras palavras, estas mesmas verdades: 'Maldita seja a terra por tua causa', disseram os Elohim ao primeiro homem, porque este se identificava com o seu ego ilusório, aberrando da verdade libertadora sobre a sua verdadeira natureza. E esta ilusão funesta provocou sua autoexpulsão do paraíso e o início do sofrimento Universal. (...)"

(Huberto Rohdem - O Homem, sua Natureza, sua Origem e sua Evolução -  p. 37/38)

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

O EFEITO DA PROVAÇÃO

"Há leis morais fixas, assim como há leis físicas uniformes. Estas leis morais podem ser violadas pelo homem, dotado como é de sua individualidade e da liberdade que isso envolve. Cada violação se torna uma força moral na direção oposta àquela em que a evolução está seguindo, e é inerente ao plano moral. E pela lei de reação cada qual tem a tendência de evocar a operação da lei correta. Mas quando estas forças opositoras se acumulam e adquirem uma dimensão gigantesca, a força reacional necessariamente se torna violenta e resulta em revoluções morais e espirituais, em guerras santas, em cruzadas religiosas, e coisas assim. Expanda esta teoria, e você entenderá a necessidade do aparecimento de Avataras (encarnações divinas - NT) sobre a Terra. Quão fáceis se tornam as coisas quando os olhos da pessoa se abrem; mas quão incompreensíveis elas parecem quando a visão espiritual está fechada, ou é apenas vaga e primitiva. A Natureza, em sua infinita generosidade, providenciou para o homem, nos planos externos, símiles exatos de suas funções internas, e verdadeiramente aqueles que têm olhos para ver podem ver, e aqueles que têm ouvidos para ouvir podem ouvir. 

Quão intenso é o anelo de levar ajuda para a Alma sofredora, em suas horas de extrema provação e de treva acabrunhante. Mas a experiência mostra aqueles que passaram por ordálios semelhantes, e que é bom que eles não tenham, naqueles momentos, percebido a ajuda que não obstante é dada sempre, e que é bom que eles tenham sido oprimidos com um triste senso de solidão e de serem totalmente abandonados. Se fosse de outra forma, metade do efeito da prova seria perdido, e a força e conhecimento que seguem cada ordálio destes teriam de ser adquiridos através de anos de tentativas e tropeços. A Lei de Ação e Reação age em toda parte... Alguém que seja completamente devoto, isto é, alguém que em atos e pensamentos consagra todas as suas energias e todas as suas posses à Suprema Deidade, e percebe sua própria insignificância bem como a falsidade da ideia da separatividade - só para esta pessoa não se permite que os poderes das trevas se aproximem, e é protegida de todo perigo para sua Alma. A passagem no Gita em que você deve estar pensando deve ser interpretada como que ninguém que tenha o sentimento de devoção uma vez desperto em si pode falhar para sempre. Mas não há garantias para ele contra desvios temporários. Pois de certo modo todo ser vivo, desde o Anjo mais exaltado até o menor protozoário, está sob a proteção do Logos de seu sistema, e é levado através dos vários estágios e modos de existência de volta ao Seu seio, para lá desfrutar da beatitude de Moksha (libertação, extinção; equivale a Nirvana - NT) durante uma eternidade. (...)

(Annie Besant - A Doutrina do Coração - Ed. Teosófica, Brasília - p. 14/15)
Fontehttp://www.lojadharma.org.br/


terça-feira, 14 de novembro de 2017

O AMOR NÃO É UMA IDEIA

"Você descobrirá que não fará com que o amor flua para o seu coração ou dali para o mundo apenas pensando na vontade que tem de que isso aconteça. Enquanto sua atenção se fixar na cabeça, você ignorará o coração. Em contrapartida, quanto mais se concentrar na área do coração e ignorar a do cérebro, mais amor sentirá.

O amor é um sentimento, não uma ideia. E, como tal, brota do coração, não da cabeça.

Talvez descubra sentimentos ruins ao voltar-se para o coração. Estamos sobrecarregados de velhas feridas de rejeição, desespero, desilusão e cólera nessa área: tais feridas não desaparecem num passe de mágica. Não podemos apagar nosso passado. Só nos é possível aceitar o que aconteceu conosco e parar de julgar isso inaceitável, imperdoável ou insuportável.

Você notará que o segredo de abrir novamente o coração para o amor consiste em aprender a aceitar toda a realidade do seu passado. Não enfrente, não rejeite, não negue sentimentos, quaisquer que sejam no momento. Ao contrário, procure aceitá-los completamente... e faça com que a luz do amor, que a tudo cura, brilhe sobre eles. Essa é a única maneira de transcender os males do coração: amar a si mesmo como se é e deixar que o afeto divino transforme a experiência interior. Esse é o amor de Jesus por seus discípulos e pela humanidade - amor incondicional que a tudo perdoa. 

Sempre, durante as meditações e mesmo ao longo do dia, lembre-se de dizer a si mesmo: 'Eu me amo assim como sou', permitindo que o potencial para o amor desperte em seu coração. Opte por aceitar-se... e, aos poucos, você aprenderá a olhar, sem julgamento, para a verdade profunda do seu ser. Nesse ato meditativo, você logo perceberá que é uma criação perfeita, a qual não precisa de mudança para estar repleta de amor - por você mesmo e pelo mundo ao seu redor."

(John Selby - Sete mestres, um caminho - Ed. Pensamento, São Paulo, 2004 - p. 121/122)


segunda-feira, 13 de novembro de 2017

O SÁBIO NÃO DESEJA O SUPÉRFLUO

"Cultura genuína é orientar-se
Por Tao.
Nada tanto me apavora
Como a lufa-Iufa dispersiva.
Rumo a Tao conduz diretamente
Somente o caminho interior.
Os homens, porém, ziguezagueiam
Para cá e para lá.
Puro egoísmo é
Quando os soberanos vivem
Em suntuosos palácios,
Enquanto os campos jazem desertos,
E vazios estão os celeiros.
Puro egoísmo é
Ostentar roupagens luxuosas,
Enfeitar-se com jóias,
Ufanar-se de armas,
Empanturrar-se de iguarias,
Encher-se de bebidas inebriantes,
Acumular tesouros.
Latrocínio é tudo o que o homem faz
À custa dos outros.
Tudo isto contradiz
O espírito de Tao.

EXPLICAÇÃO: Dois terços da humanidade, diz um escritor, estão morrendo de fome – e um terço morre de indigestão. A humanidade ainda é dominada pelo 'poder das trevas', que leva alguns a folgar em riquezas supérfluas, e outros a gemer na miséria. Enquanto uns têm demais e outros têm de menos, não pode a terra ser o reino da felicidade.

Quem guarda em sua casa, escreve Mahatma Gandhi, objetos supérfluos que a outros fazem falta, esse é ladrão. O ego é insaciável em seus desejos; nunca diz 'basta'. O conforto leva ao 'confortismo', e, quando o 'confortismo' culmina em 'confortite', está o homem no princípio do fim.

Por isso recomendam os Mestres que o homem tenha o necessário, sem desejar o supérfluo."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 138/139)


domingo, 12 de novembro de 2017

QUE É DEUS?

"Perguntei às ondas do mar: Que é Deus?

E elas me disseram: Deus é o mar, e nós somos filhas dele.

Perguntei às sete cores do arco-íris: Que é Deus?

E as cores me responderam: Deus é a luz incolor, e nós somos reflexos dela.

Perguntei a todos os ruídos do Universo: Que é Deus?

E eles clamaram: Deus é o grande Silêncio, que nos gerou.

Perguntei a todos os seres vivos da terra, às plantas, aos insetos, às aves, aos peixes, aos animais: Que é Deus?

E eles bradaram: Deus é a Vida, e nós somos os vivos que dela emanaram. Indaguei a todas as plenitudes do Cosmos: Que é Deus?

E as plenitudes do Cosmos cantaram: Deus é a eterna Essência que nos deu Existência.

Perguntei a todos os seres conscientes do mundo: Que é Deus?

E todos concordaram: Deus é o Oniconsciente que nos deu consciência.

* * *

E depois que todas as creaturas responderam às minhas perguntas, exclamei estupefato: Como é que o Uno produz o Verso?

E elas, em coro uníssono, replicaram: O UNO é a alma, e o VERSO é o corpo do Universo – nós somos a Família Univérsica.

Ante essa mensagem do Universo, fiz calar todos os ruídos analíticos da mente e mergulhei no grande silêncio da intuição espiritual.

E a Voz do Silêncio me falou –

E eu compreendi a Voz do Silêncio..."

(Huberto Rohden - A Voz do Silêncio, Poemas de Autorrealização para Iniciandos e Iniciados - p. 9)


sábado, 11 de novembro de 2017

MEIOS CORRETOS

"Se para conseguir uma coisa a gente tem de mentir, de trair, de enganar, de praticar crueldade, de esmagar alguém... esta coisa é tão podre quanto os meios e modos de a conseguir. E sabe de uma? Ninguém é feliz e vitorioso, ninguém está seguro e forte, na posse de uma coisa podre.

Se os meios são sujos, os fins atingidos por tais meios também o são. Esta é uma verdade total, absoluta, à prova de quaisquer sofismas e racionalizações.

Jamais os fins belos, verdadeiros e nobres podem vir a ser conquistados por meios perversos e negros.

Ninguém chega à luz se usa as trevas.

Senhor.
Só não quero ser pobre de Teu Espírito."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 178/179)


sexta-feira, 10 de novembro de 2017

O CAMINHO SAGRADO DO AMOR E DA VERDADE

"O Karma, como foi ensinado no Gita e no Yoga Vasishta, significa atos e volições que procedem de Vanasa, ou desejo. É deixado bem claro naqueles códigos de ética que nada que é feito com um puro senso de dever, nada que é empreendido com um sentimento de 'obrigação', como se diria, pode macular a natureza moral daquele que o faz, mesmo que ele esteja equivocado em sua concepção de dever e adequação. O erro, é claro, deve ser expiado com sofrimento, que deve se proporcional às consequências do erro; mas certamente não pode degradar o caráter ou macular o Jivatma (o Eu Individualizado).

É bom usarmos todos os eventos da vida como lições a serem transformadas em vantagens, e a dor causada pela separação de amigos que amamos pode ser usada assim. O que são espaço e tempo no plano do Espírito? Ilusões do cérebro, meros nadas, que adquirem aspecto de realidade pela impotência da mente, o invólucro que aprisiona o Jivatma. O sofrimento meramente nos dá um impulso novo e mais potente de vivermos completamente no Espírito. No fim, da dor virá boa vontade para todos nós, de modo que não devemos resmungar. Antes, sabendo que para os discípulos não pode acontecer nada que não seja da vontade de seus Senhores, devemos olhar para cada incidente doloroso como um passo em direção ao progresso espiritual, como um meio para aquele desenvolvimento interno que nos capacita a servi-Los, e com isso à Humanidade, de um modo melhor. 

Se apenas pudermos servi-Los, se através de todas as tormentas e conflagrações nossas Almas se voltarem para os seus Pés de Lótus, o que importam a dor e os sofrimentos que elas impõem à nossa casca temporária? Entendamos um pouco o significado interno destes sofrimentos, destas vicissitudes das circunstâncias externas - entendamos como tamanha dor suportada significa muito mau Karma esgotado, muito poder de serviço adquirido, quão boa lição aprendida - não serão estes pensamentos suficientes para nos sustentar através de qualquer quantidade destas misérias ilusórias? Quão doce é sofrer quando se sabe e se tem fé! Quão diferente da miséria do ignorante, do cético, e do descrente. Quase poderíamos desejar que todo o sofrimento e miséria do mundo fossem nossos a fim de que o restante de nossa raça pudesse ser livre e feliz. A crucificação de Jesus simboliza esta fase na mente do discípulo. Você não pensa o mesmo? Somente esteja sempre firme na fé e na devoção, e não se desvie do caminho sagrado do Amor e da Verdade. Esta é a sua parte - o resto será feito por você pelos Senhores Misericordiosos a quem você serve. Você já sabe de tudo isso, e se eu falo sobre isso é apenas para fortalecê-lo em seu conhecimento; pois amiúde esquecemos de nossas melhores lições, e em tempos de aflição o dever de um amigo é mais o de lembrar a você suas próprias palavras, antes do que introduzir novas verdades. Foi assim que Draupadi frequentemente consolou seu sábio esposo Yudhisthira, quando terrível infortúnio por um momento abalava sua usual serenidade, e assim também o próprio Vasishtha teve de ser acalmado e confortado quando assolado pela dor da morte de seus filhos. Não é verdadeiramente inexplicável o lado Maya deste mundo? (...)"

(Annie Besant - A Doutrina do Coração - Ed. Teosófica, Brasília - p. 7)
www.editorateosofica.com.br


quinta-feira, 9 de novembro de 2017

MELHORE SUA CONCENTRAÇÃO DURANTE A MEDITAÇÃO

"Para que você melhore em concentração durante a meditação, reduza suas pretensões e desejos. Olhe cada coisa como se você fosse uma simples testemunha desinteressada; não se precipite; não se deixe envolver. Quando as algemas caírem, você se sentirá feliz e leve.

Meditação é a função do homem interno. Envolve quietude subjetiva, esvaziamento da mente e o sentir-se uno com a luz que emerge da Divina Centelha interior. Tal disciplina nenhum livro-texto pode ensinar. Nenhuma aula pode comunicar dhyana. Purifique suas emoções. Clareie seus impulsos. Cultive Amor. Tal domínio é o propósito do processo da meditação ou dhyana.

A mãe pode sentar-se junto do filho e pronunciar palavras que o encorajem a falar, mas o filho tem de usar sua própria língua e fazer seus próprios esforços. Assim, também, uma pessoa pode lhe ensinar como sentar-se e manter o torso vertical, as pernas dobradas, as mãos corretas, os dedos cruzados, a respiração firme e lenta, mas quanto poderá lhe ensinar a controlar a agitação mental?

Quando a meditação So-Ham⁹⁴ atingiu a estabilidade, você pode começar a estabilizar na mente a Forma (rupa) de seu Ishatadevata, isto é, aquela forma do Senhor que você escolheu para sobre Ela meditar. Faça (mentalizando) uma pintura da Forma, da cabeça aos pés, durante cerca de quinze ou vinte minutos. Isso ajudará a fixar no altar do seu coração a Divina Forma. 

Depois você começará a ver somente aquela Sagrada Forma em toda parte. Em todos os seres descobrirá somente Ela. Você virá a realizar o Uno manifestado como muitos. Sivoham - seu sou Shiva. Soham, eu sou Ele. Unicamente ele É.

Pode-se fazer adoração ou dhyana, conforme a própria convicção, na privacidade do lar."

⁹⁴ Um dos métodos de meditação (dhyana) que Swami aprova é aquela que consiste em pronunciar mentalmente o mantro SO na inspiração e o mantra HAM na expiração. A respiração não é comandada, mas tão somente testemunhada pela consciência enquanto acompanhada pelos dois mantras.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 131/132)


quarta-feira, 8 de novembro de 2017

O CORPO MENTAL - O LOCAL ESSENCIAL (PARTE FINAL)

"(...) A perfeição é a meta de nosso caminho evolutivo não pelo propósito egoísta de sermos perfeitos, mas porque, através de nós, pode ser um pouco aliviada a carga do mundo.Em vez de nos imaginarmos - como o fazemos inconsciente e involutariamente - sendo e fazendo o que em verdade não queremos ser ou fazer, devemos nos imaginar como o homem perfeito que almejamos ser e que seremos um dia. Pensemos com toda a nossa energia mental em nós mesmos como sendo divinos em amor, divinos em vontade, divinos em pensamento, palavra e ação; e ocupemos todo o nosso corpo mental com essa imagem, vigorizando-a com emoções de júbilo e amor, de consagração e aspiração. Essa imagem também se realizará por si mesma. A mesma lei é válida para ela como para as importunas imagens mentais que tanto nos atribulam.

Quando houvermos dominado conscientemente o poder da imaginação, não seremos mais seus escravos, não mais seremos usados por ele; mas nós é que nos valeremos dele. O mesmo poder que era nosso inimigo tornou-se agora nosso aliado.

Não há limites para os diferentes modos em que o poder criativo da imaginação pode ser usado construtivamente, em substituição às formas destrutivas. Quando tornamos nosso corpo mental um instrumento obediente e dócil, podemos usar esse ilimitado poder não só em nossa conduta e ações diárias, mas na obra que estamos realizando e na maneira como recriamos a nós mesmos.

Agora, retiremos também do corpo mental o centro da consciência e o mantenhamos responsivo ao Ser interno, tal qual mantemos os corpos emocional e físico. Assim possuiremos em servidão os três corpos nos três mundos de ilusão. São os três cavalos que puxam nossa carruagem nos mundos inferiores; e o Eu Superior é o divino cocheiro, que não mais permite aos cavalos irem por onde lhes aprazer, senão por onde Ele os dirigir. O Ego desprendeu sua consciência do emaranhamento com os três corpos e a restituiu ao mundo a que verdadeiramente pertence, de onde pode valer-se deles como dóceis servos."

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 32/33

terça-feira, 7 de novembro de 2017

O CORPO MENTAL - O LOCAL ESSENCIAL (1ª PARTE)

"Assim, é no corpo mental que temos que nos empenhar; devemos nos recusar a permitir que quaisquer imagens sejam formadas em nosso corpo mental sem nosso consentimento, sem que nós mesmos - o Ser interno - o determinemos. Tem de varrer e limpar o corpo mental de toda espécie de formas de pensamentos, de imagens e de sequelas de pensamentos fúteis. Depois, façamos o mesmo que fizemos com os outros corpos, isto é, invertamos a polaridade, de modo que todas as partículas do corpo mental respondam e obedeçam à consciência interna e não se subordinem ao mundo circundante.

Também aqui a mudança é imediatamente percebida pela visão clarividente, e o corpo mental aparece então iluminado com a luz do Ser interno, como um objeto radiante, concordemente harmonizado com nossa genuína consciência manifestada.

Mas ainda isso não é o bastante, pois assim poderemos apenas impedir que o corpo mental nos prejudique e seja um obstáculo em nosso caminho, e nada mais. Devemos, além disso, converter o poder criador do pensamento numa definida força para o Bem, não somente de modo a que não nos cause danos, mas que nos beneficie. Isso significa que devemos criar e fortalecer com nossas emoções aquelas imagens mentais que desejarmos ver realizadas em nossa vida diária. (...)"

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 32)
www.editorateosofica.com.br


segunda-feira, 6 de novembro de 2017

O EMPREGO DA VONTADE

"Quando M. Coué, tratando do poder da imaginação ou do poder criador do pensamento, diz que na luta entre a imaginação e a vontade vence sempre a imaginação, está com a razão, contanto que por 'vontade' tomemos essa resistência frenética e ansiosa, que para a maioria das pessoas é o substituto da verdadeira vontade. Assim, quando aprendemos a andar de bicicleta e ao vermos uma árvore no meio do caminho nos precipitamos diretamente contra esse obstáculo, com risco de acidente, o erro provém da indisciplinada imaginação, pois formamos a temerosa imagem de que vamos nos chocar contra a árvore, representamos a nós mesmos no ato do choque, e vigorizamos a imagem pela emoção de temor. Então começamos a resistir à imagem. Mas essa relutância inquieta não merece o nome de 'vontade'. Ao contrário, essa resistência fortalece seguramente a imaginação, e mesmo ajuda a provocar o acidente que procuramos evitar. Mas se empregássemos a genuína Vontade, não consentiríamos absolutamente que a imaginação reagisse à árvore. Com efeito, ao ver a árvore e ao registrar calmamente sua existência, não temos de consentir que influa em nossa consciência, e sim, ao contrário, temos que manter nossa imaginação ocupada com o caminho claro e aberto que desejamos seguir. Então será como se a árvore não existisse para nós, e só veremos o caminho sem barreiras.

Antigo é o conto dos três arqueiros que apostaram qual deles poderia flechar um pássaro pousado numa árvore longínquea. O primeiro acertou na árvore e não no pássaro; o segundo apontou para o pássaro abstraindo-se da árvore e só feriu a avezinha; o terceiro, objetivando o pássaro (por certo devia ser um pássaro muito acomodado), não se preocupou nem com a árvore e nem com o pássaro, mas tão somente com sua intenção, e foi bem sucedido. (...)

É pelo poder da verdadeira Vontade que podemos manter concentrada a imaginação no objetivo que nos tenhamos determinado alcançar. A função especial da Vontade não é fazer algo nem lutar contra alguma coisa, mas manter um propósito na consciência, com exclusão de tudo o mais."

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 31/32)


domingo, 5 de novembro de 2017

OS TRÊS INSTRUMENTOS DO CONHECIMENTO

"Em todos os seres encontramos três tipos de instrumentos de conhecimento. O primeiro é o instinto, altamente desenvolvido nos animais; é o mais inferior de todos. Qual é o segundo? O raciocínio,  o mais altamente desenvolvido no homem. Todavia, o instinto é um instrumento inadequado; a esfera de ação dos animais é muito limitada e, dentro desses limites, age o instinto. No caso do homem, o instinto evoluiu e transformou-se na razão; a esfera de ação humana ampliou-se. Contudo, até a razão é insuficiente: adianta-se até um ponto do caminho e, então, tem de parar; não pode avançar mais e, se você insistir, o resultado será uma inevitável confusão. A própria razão torna-se insensata. A lógica transforma-se em argumentação, num círculo vicioso. Tomemos, por exemplo, a base de nossa percepção: matéria e força. Que é matéria? Aquilo sobre o qual a força atua. E força? Aquilo que atua sobre a matéria. Você percebe a complicação, que os lógicos chamam de gangorra; uma ideia dependente de outra e vice-versa. Você se depara com uma poderosa barreira, a partir da qual a razão é impotente. No entanto, sempre há o anseio de atingirmos a região do Infinito transcendente. Digamos que neste mundo, este universo que os sentidos experimentam e a mente analisa, é só um átomo do Infinito, projetado no plano da consciência. Dentro do estreito limite circunscrito pela rede da consciência nossa razão opera, e não além dele. Deve existir, portanto, algum outro instrumento que nos leve mais longe, e este chama-se inspiração.

Assim os três instrumentos do conhecimento são instinto, razão e inspiração. O instinto pertence aos animais, a razão ao homem, e a inspiração aos homens-deuses. Em todos os seres humanos, porém, são encontradas as sementes mais ou menos desenvolvidas desses três instrumentos do saber. As sementes precisam estar presentes para que os três se desenvolvam. É preciso também lembrar que um instrumento é o desenvolvimento do outro e, portanto, não o contradiz. A razão envolve para a inspiração, logo a inspiração não contradiz a razão, mas a complementa. O que a razão não pode alcançar, a inspiração traz à luz, sem contradizer a razão. O homem idoso não contradiz a criança, é a criança no seu apogeu.

Por isso vocês devem sempre ter em mente que o grande perigo consiste em confundir a forma inferior com a superior. Muitas vezes o instinto apresentou-se aos olhos do mundo como inspiração, disso decorrendo pretensões espúrias ao dom da profecia. Um louco ou desequilibrado pensa que a confusão reinante em seu cérebro é inspiração e quer que os homens o sigam. Os desatinos mais contraditórios e irracionais já pregados ao mundo são, simplesmente, o jargão instintivo de cérebros confusos e dementes, que se pretende fazer passar por linguagem inspirada. (...)"

(Swami Vivekananda - O que é Religião - Lótus do Saber Editora, Rio de Janeiro, 2004 - p. 35/36)

sábado, 4 de novembro de 2017

PRECES ATENDIDAS

"Vindos a este mundo sem sabermos de onde, naturalmente refletimos sobre a origem e a finalidade da vida. Ouvimos falar de um Criador, lemos a Seu respeito, mas não conhecemos nenhum meio de entrar em contato com Ele. Só sabemos que o universo inteiro é o retrato de Sua inteligência. Assim como o intrincado mecanismo de um pequeno relógio desperta a nossa admiração pelo relojoeiro, assim como as máquinas enormes e complexas de uma fábrica nos fazem admirar o seu inventor, também a visão dos prodígios da natureza provoca em nós o respeito reverente pela inteligência neles oculta. Perguntamos: quem fez da flor uma forma viva, que se ergue em direção ao sol? De onde vem seu aroma e beleza? Como foram suas pétalas modeladas com tanta perfeição e tingidas com cores tão encantadoras?

À noite, as estrelas e a lua, derramando luz prateada a nosso redor, fazem-nos refletir sobre a inteligência que guia esses corpos celestes pelo firmamento. A suave luz da lua é insuficiente para as atividades do dia; assim, uma inteligência benigna sugere-nos o repouso à noite. A seguir, o sol aparece e sua luz intensa nos permite ver, clara e concretamente, o mundo à nossa volta e enfrentar a nossa responsabilidade de satisfazer as necessidades mais prementes.

Há dois modos pelos quais nossas necessidades podem ser atendidas. Um é o modo material. Por exemplo, quando estamos doentes podemos ir a um médico em busca de tratamento. Chega, porém, uma hora em que nenhum auxílio humano surte efeito. Aí, então, buscamos a alternativa: o Poder Espiritual, Aquele que fez nosso corpo, mente e alma. O poder material é limitado e, quando falha, recorremos ao ilimitado Poder Divino. Analogamente, no que se refere às nossas necessidades financeiras, quando já fizemos o melhor possível e ainda assim não foi suficiente, voltamo-nos para esse outro Poder.

Todos pensam que seus problemas são os piores. Algumas pessoas se sentem mais oprimidas que outras, porque sua resistência é mais fraca. Por causa das diferenças de poder mental, as pessoas empregam quantidades diferentes de energia. Se alguém de mente fraca defronta-se com uma enorme dificuldade, não conseguirá superar o problema. Um homem de mente poderosa quebraria as barreiras da mesma dificuldade. Ainda assim, até os homens mais fortes às vezes fracassam. Quando problemas materiais, mentais ou espirituais insuportáveis nos acossam, percebemos como são limitados os poderes da vida no mundo físico.

Nosso empenho deve ser não apenas adquirir segurança financeira e boa saúde, mas procurar o significado da vida. A vida: de que se trata? Quando as dificuldades nos atingem, reagimos primeiro a nosso ambiente, efetuando os ajustes materiais que imaginamos possam surtir efeito. Quando, porém, chegamos ao ponto de dizer: 'Tudo o que tentei não deu certo; que fazer, agora?', começamos a pensar seriamente em uma solução. Quando pensamos com suficiente profundidade, encontramos uma resposta em nosso interior. Esta é uma forma de prece atendida."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 33/34)


sexta-feira, 3 de novembro de 2017

O CARÁTER DE UM HOMEM

P 137: Considerando o primeiro fio da corda do destino, como é que o pensamento cria o caráter?  

R: O caráter de um homem é a totalidade de suas qualidades morais e mentais. 'Homem' significa 'O Pensador; e a relação entre pensamento e caráter acha-se reconhecida nas Escrituras de todas as nações. Uma escritura hindu diz: 'O homem é criado pelo pensamento; como um homem pensa, assim chega a ser'; e na Bíblia se lê: 'Tal como pensa um homem, assim é'; e também: 'Quem olhar cobiçosamente uma mulher, cometeu já adultério com ela em seu coração'; e 'Aquele que odeia seu irmão, é um assassino'.  

A razão desses fatos é que, quando a mente se ocupa de um pensamento particular, estabelece-se na matéria um tipo definido de vibração, e, quanto maior for a frequência com que se origina esta vibração, adquirirá maior tendência a repetir-se automaticamente na matéria do corpo mental, até que chega a constituir um hábito (...).  

Para criar um hábito de pensamento, deverá o homem escolher uma qualidade desejável (uma virtude, uma emoção), e pensar então persistentemente na qualidade escolhida. Deverá meditar deliberadamente nela todas as manhãs por alguns minutos, e persistir naquela criação mental até que se forme um hábito e se tenha criado a virtude dentro de seu próprio caráter, o que se efetua especialmente quando põe em prática o pensamento em sua vida diária. Como tudo se acha sob lei, não poderá obter habilidades mentais ou virtudes morais sentando-se a esperá-las; somente poderá edificar seu caráter mental e moral pensando esforçadamente e atuando de conformidade. Suas aspirações chegarão a ser capacidades; seus repetidos pensamentos se converterão em tendências e hábitos. No passado criou seu caráter com o qual nasceu nesta vida, e agora está criando o caráter com que morrerá, e com o qual renascerá; e o caráter é a parte mais importante do carma (...).  

Se um homem é hábil para certas coisas, é porque numa vida anterior dedicou muito de seus esforços naquela direção. O gênio e a precocidade se explicam, assim, satisfatoriamente. As aspirações elevadas de uma vida florescem como capacidades na seguinte; e uma vontade decidida de serviço não Egoísta tem como resultado a espiritualidade." 

(Pestanji Temulji Pavri - Teosofia explicada em perguntas e respostas - fl. 122)


quinta-feira, 2 de novembro de 2017

NA ALEGRIA ESTÁ A VERDADEIRA VIDA ESPIRITUAL

"Tente, e perceba a beleza do sofrimento, quando o que o sofrimento faz é só tornar a pessoa mais apta para o trabalho. Certamente jamais devemos anelar a paz se na luta o mundo puder ser ajudado. Tente, e sinta que embora a treva pareça estar em toda sua volta, ainda assim ela não é real. Se algumas vezes Eles se ocultam em uma Maya (ilusão - NT) de indiferença aparente, é apenas para conceder Suas bênçãos com maior abundância quando a estação for propícia. As palavras não ajudam muito quando a escuridão é opressiva, ainda que o discípulo deva tentar manter inabalada sua fé na proximidade dos Grandes Seres, e sentir que embora a luz seja temporariamente retirada da consciência mental, mesmo assim ela cresce dia a dia no interior sob a Sua sábia e misericordiosa dispensação. Quando a mente se torna novamente sensível, ela reconhece com surpresa e alegria como o trabalho espiritual foi feito sem que se tivesse consciência alguma dos detalhes. Nós conhecemos a Lei. No mundo espiritual noites de maior ou menor horror seguem o dia, e aquele que é sábio, reconhecendo que a treva é o fruto de uma lei natural, deixa de se incomodar com isso. Podemos descansar certos de que a escuridão, por sua vez, se dissipará. Lembre sempre que detrás da mais espessa fumaça sempre existe a luz dos Pés de Lótus dos Grandes Senhores da Terra. Fique firme e jamais perca a fé n'Eles, e então não haverá nada a temer. Podem e devem haver provações, mas você deve estar certo de que conseguirá suportá-las. Quando a sombra que caiu como uma mortalha sobre a Alma se retira, então somos capazes de ver quão realmente evanescente e ilusória ela era. Mesmo assim esta sombra, enquanto perdura, é real o bastante para levar a ruína para muitas almas nobres que ainda não adquiriram força suficiente para suportá-la. 

A vida e o amor espirituais não se esgotam quando são dispendidos. A doação apenas acrescenta ao reservatório e o torna mais rico e intenso. Tente, e seja tão feliz e contente quanto puder, porque na alegria está a verdadeira vida espiritual, e a tristeza é apenas o resultado de nossa ignorância e falta de visão clara. Assim, você deve resistir, até onde puder, ao sentimento de tristeza: ele anuvia a atmosfera espiritual. E embora você não possa evitar inteiramente sua chegada, mesmo assim você não deve ceder completamente a ele. Pois lembre-se de que no verdadeiro coração do universo existe a Beatitude. (...)"

(Annie Besant - A Doutrina do Coração - Ed. Teosófica, Brasília - p. 5)
www.editorateosofica.com.br


quarta-feira, 1 de novembro de 2017

O VERDADEIRO OCULTISTA

"O verdadeiro Ocultista, ao mesmo que tempo que para si mesmo é o mais severo dos juizes, o mais rígido dos feitores, é para todos ao seu redor o mais compreensivo dos amigos, o mais gentil dos auxiliares. Conseguir esta gentileza e poder de simpatia deveria, assim, ser o desejo de cada um de nós, e isso só pode ser obtido pela incansável prática desta gentileza e simpatia para com tudo, sem exceção, que nos rodeia. Cada futuro Ocultista deveria ser a pessoa, em sua própria casa e círculo, para quem todos mais prontamente acorrem quando na tristeza, na ansiedade, no pecado - certos que estão da sua simpatia, e de sua ajuda. A pessoa mais desinteressante, a mais bruta, a mais estúpida, a mais repelente, deveriam ver nele pelo menos um amigo. Todo anseio em busca de uma vida melhor, cada desejo nascente em direção ao serviço altruísta, toda vontade recém-formada de viver mais nobremente, deveria encontrar nele alguém pronto a encorajar e fortalecer, de modo que todo germe de bem possa começar a crescer sob a calorosa e estimulante presença de sua natureza amorosa. 

Atingir tal poder de serviço é uma questão de autotreinamento na vida diária. Primeiro precisamos reconhecer que o EU em todos é um só, de modo que em cada pessoa com quem entramos em contato devemos ignorar tudo o que é desagradável na casca exterior, e reconhecer o EU entronizado no coração. A próxima coisa a notar - em sentimento, não só em teoria - é que o EU está tentando se expressar através dos invólucros que o obstruem, e que a natureza interna é toda adorável, e é distorcida para nós pelos envoltórios que a contêm. Então deveríamos nos identificar com aquele EU, que na verdade é nós mesmos em sua essência, e cooperar com ele em sua luta contra os elementos inferiores que sufocam sua expressão. E uma vez que temos de agir para com nosso irmão através de nossa própria natureza inferior, o único caminho de ajudar eficazmente é ver as coisas como aquele irmão as vê, com suas limitações, seus preconceitos, sua visão distorcida; e vendo-as assim, e sendo afetados por elas em nossa natureza inferior, ajudá-lo do seu modo e não do nosso, pois só assim se pode prestar um auxílio real. Aqui entra o treinamento Oculto. Nós aprendemos a nos retirar de nossa natureza inferior, a sentir seus sentimentos sem sermos afetados por eles, e deste modo, ao mesmo tempo que experimentamos emocionalmente, julgamos com o intelecto. 

Devemos usar este método quando ajudarmos nosso irmão, e ao mesmo tempo que sentimos como ele sente, como uma corda afinada ecoa a nota de sua vizinha, devemos usar nosso 'eu' desapegado para julgar, para aconselhar, para estimular, mas sempre usando-o de modo que nosso irmão esteja consciente de que é a sua própria natureza superior que está expressando a si mesma através de nossos lábios. Devemos desejar compartilhar o nosso melhor; a vida do Espírito não é guardar, mas dar. Frequentemente o nosso 'melhor' seria indesejável para aquele a quem tentamos ajudar, assim como a poesia refinada não é atraente para a criança pequena; então devemos dar o melhor que ele possa assimilar, guardando o restante, não porque somos ciumentos, mas porque ele ainda não o requer. (...)" 

(Annie Besant - A Doutrina do Coração - Ed. Teosófica, Brasília - p. 2/3


terça-feira, 31 de outubro de 2017

O MEDO É A NÃO ACEITAÇÃO DO QUE EXISTE

"O medo encontra várias fugas. O que mais varia é a identificação, não é? A identificação com o país, com a sociedade, com uma ideia. Você já percebeu como reage quando vê um desfile militar ou uma procissão religiosa, ou quando o país está correndo o risco de ser invadido? Você se identifica com o país, com um ser, com uma ideologia. Há outras ocasiões em que você se identifica com seu filho, com seu cônjuge, com uma forma particular de ação ou inação. A identificação é um processo de autoesquecimento. Enquanto estou consciente do 'eu', sei que há sofrimento, luta, medo constante. Mas se consigo me identificar com algo maior, com algo que valha a pena, com a beleza, com a vida, com a verdade, com a crença, com o conhecimento, ainda que temporariamente, há uma fuga do 'eu', não há? Se falo sobre o 'meu país', esqueço de mim temporariamente, não é? Se consigo dizer algo sobre Deus, esqueço de mim. Se consigo me identificar com minha família, um grupo, determinado partido, determinada ideologia, então há uma fuga temporária. 

Agora sabemos o que é o medo? Ele não é a aceitação do que existe? Precisamos entender a palavra aceitação. Ela não significa o esforço realizado para aceitar. A aceitação não ocorre quando percebo o que existe. Quando não enxergo claramente o que existe, então estabeleço o processo da aceitação. Por isso, o medo é a não aceitação do que existe."

(Krishnamjurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 107


segunda-feira, 30 de outubro de 2017

RELIGIÃO

"Dizer 'minha religião é a única que presta, e todas as outras são de Satanás' é uma das formas mais condenáveis de agressão, e uma prova de lamentável ignorância, ou, muitas vezes, é apenas um sinal de que se está fazendo o jogo maroto de um falso líder de uma seita qualquer, que vive a aumentar sua conta de banco à custa das oferendas em dinheiro, que seus ingênuos e subservientes sectários são conduzidos a fazer.

Religião, a única que realmente vale, é aquela em que, cada um, dentro de si mesmo, no altar do coração, no sublime silêncio da mente, em devotamento extremo, cultua a Luz Radiosa que lá se encontra. Chame-o de Pai, o Ser, Deus, Brahman..., é no coração da gente que Ele se encontra, e é ali que Ele nos espera. 

Religião é essencialmente a religação de cada um com o Deus Uno, resplandecendo dentro de cada um.

É somente entre você e o Pai que o fenômeno religioso acontece.

Sou uno com meu Pai, 
sou portanto perfeito."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 102)