"Todas as Escrituras Sagradas da Índia consideram o
mantra um meio eficaz de atingir o Supremo. É o que os Vedas e Upanishads
ensinam desde os tempos mais remotos. Dizem que quando se pratica essa
disciplina, o próprio Senhor vem em socorro de seu devoto. Nesse caso, a
purificação interior é inteiramente realizada pelo japa. Essa prática pode
chegar, até mesmo, a eliminar completamente o gosto pelas experiências
mundanas. Pouco a pouco, manifesta-se uma transformação total da natureza do
devoto. Sri Ramakrishna disse um dia: - Quando um rei quer visitar a casa de um
súdito, envia primeiro os móveis e a louça. O súdito pode, então, recebê-lo
dignamente. O mesmo ocorre em relação ao devoto. As qualidades divinas
manifestam-se nele.
Ao meditar num mantra, não pensamos no significado das
palavras, pois, naquele momento, o próprio mantra está identificado com o ideal
espiritual. Ao repeti-lo, estabelecemos um contato direto com nosso ideal
espiritual. Trata-se de uma prática de concentração intensa que também aviva
todos os sentimentos afetivos, pois é preciso amar profundamente seu Ishta, o
ideal escolhido.
Por representar Deus a nossos olhos, o Ishta nos é
particularmente agradável. Dizemos a nossos olhos porque Deus é infinito, mas
também pode ser considerado com atributos. Não podemos obter a visão verdadeira
do Infinito. Somos obrigados a escolher um aspecto ou os aspectos que tocam
mais particularmente a natureza de cada um de nós. Por exemplo, alguns são
atraídos pelo poder, outros pelo amor, outros ainda pela doçura ou sabedoria. “
(...)
(Swami
Ritajananda - A Prática da Meditação - Lótus do Saber Editora, Rio de Janeiro - p.4/5)
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