OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador aflições. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador aflições. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

MELANCOLIA

"Entrevistado: Sinto uma tristeza profunda! Sou muito fraca e indefesa; estou aqui para você solucionar meu conflito! Sentimentos depressivos envolvem-me repentinamente, tornando-me incapaz de vencer esse estado de alma. Evito a companhia de outras pessoas, pois estou dominada por um desespero insuportável. Por mais que use argumentos racionais e lógicos, permaneço sem condições de reverter esse quadro sombrio. Tenho tudo para ser feliz, mas, infortunadamente, a ideia de suicídio não me sai da mente. Será que viver assim vale a pena?

Sugestões para o entrevistador:

Tudo que nos acontece é uma mensagem da Vida Mais Alta tentando equilibrar nosso mundo interior. Se desejamos sair do circuito do desespero e ir gradativamente resolvendo dificuldades e conflitos, comecemos por compreender que a nossa existência é controlada por uma Fonte Divina - perfeita e harmônica - cuja única intenção é somente a evolução das criaturas. Reconheço que as dores íntimas são como prelúdios de um violino ferindo o peito profundamente. Mas lembre-se: ninguém pode procurar nos outros um recado que está dentro de si. Aprendamos a ler essas mensagens impronunciáveis, elas são a chave da solução dos sofrimentos. As leis divinas estão em nossa consciência.

Hoje você busca livrar-se da melancolia, apegando-se às pessoas para que cuidem de você; mas haverá um dia em que perceberá que a busca é ineficiente, pois essa pessoa terá que ser você mesma.

Não se faça de fraca e impotente; retire de seus olhos a angústia e a aflição. Você pode transformar esse processo doloroso em fator saudável de crescimento e progresso.

Você gostaria de ser poupada dessa dor aflitiva imediatamente, mas não pode se esquecer de que ela é o resultado de atitudes negativas do passado que você mesmo criou. Somente através de crescente conscientização de suas concepções errôneas, ou de falsas soluções, é que poderá atingir o entendimento exato de seu sistema de causa e efeito.

Não basta mudar um mau comportamento irrefletidamente; é preciso mudar a causa que provoca esse comportamento. Apenas assim poderá efetuar uma autêntica mudança.

De início, não espere satisfação e felicidade imediatas, porque os efeitos negativos vão continuar cruzando o seu caminho - resultado de anos vividos entre padrões inadequados. No entanto, quando descobrir esses padrões e começar a modificá-los de maneira gradativa, automaticamente terá início a redução das sensações desagradáveis e aflitivas que você experimenta.

A alma, na agonia moral, é semelhante a um pássaro de asa partida: quer voar, mas não consegue. Só com o tempo ele se equilibra; aí, então, pode alçar voo perfeitamente.

A imensa decepção dos suicidas é perceber no Além que não podem fugir de si mesmos. Problemas são considerados desafios da vida promovendo o desenvolvimento interior. A autodestruição além de inútil, intensifica a dor já existente, por interferir no processo natural da existência terrena.

A alma humana pode ser comparada a um candelabro: acesas as chamas da verdade, dissipam-se as sombras da ilusão.

Todos temos uma tendência de culpar o mundo por nossas ações, comportamentos, emoções e sentimentos inadequados. Justificamos nosso desalento acusando indiscriminadamente, mas é preciso assumirmos plena responsabilidade por tudo o que está acontecendo em nossa vida. Devemos reconhecer honestamente que está em nós a fonte que determina e controla nossas ações e reações. Somos responsáveis tanto pela nossa felicidade quanto pela nossa infelicidade.

Perceba que você nutre uma falsa crença de que está totalmente indefesa e espera que alguém, ou o destino, lhe traga uma milagrosa alegria. Acima de tudo, acredite: nenhuma destinação cruel está vitimando sua existência. Depende essencialmente de você o seu bem-estar, de seus esforços, de sua vontade de mudar, de sua autoconfiança e de um novo senso de força em sua vida interior.

Além disso, a compreensão espírita, acrescida da criação de uma nova visão interior, poderá gerar toda a satisfação que sua alma anseia, anulando os velhos pensamentos destrutivos que você nutria inadvertidamente.

Melhore seu íntimo; essa é a maneira mais eficiente de ser feliz. Podemos destruir o corpo, mas não temos o poder de acabar com a vida.

Quem faz a sua parte e deposita nas mãos de Deus todas as suas dificuldades alcança a tão almejada tranquilidade." (Lourdes Catherine).

Extraído do livro 'Conviver e Melhorar", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelos espíritos Batuíra e Lourdes Catherine, Boa Nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduva/SP, 1999, p. 135/137.
Imagem: Pinterest


terça-feira, 25 de novembro de 2025

MOLÉSTIA DA ALMA

"Entrevistado: Tenho distúrbios de comportamento, mental e emocional. Há muitos meses, venho tomando ansiolíticos e antidepressivos, mas nada melhora meu estado íntimo. Vivo sentimentos contraditórios: excesso de alegria ou de tristeza, agitação ou apatia, ideias fixas ou dispersivas. Disseram-me que estou obsediado. Sofro constantes crises de medo e de desconfiança sem motivo algum. Considero-me um ser humano bom; nunca fiz mal a ninguém. Por que sofro esse assédio impiedoso? Que fazer para livrar-me da agressão dessas entidades infelizes?

Sugestões para o entrevistador:

Sei que a fogueira da aflição queima junto a seu peito e você sente estranha aura ao redor de sua mente.

Enquanto você não assumir a responsabilidade por tudo o que lhe está acontecendo, não encontrará a verdadeira cura para sua alma. Não se deve criar um mundo de explicações falsas, culpando os espíritos pela infelicidade e desarmonia vivenciadas. Isso é distorcer o real sentido dos acontecimentos. Você não pode culpar os outros por suas emoções e sensações, sob pena de nada aprender sobre si mesmo. Aceitar a total responsabilidade por sua vida é a forma mais fácil de resolver dificuldades íntimas, mas certamente é uma tarefa que não se realiza da noite para o dia. A autorresponsabilidade e o significado verdadeiro das coisas submetem-se mutuamente; são itens existenciais inseparáveis.

Obsessão é moléstia da alma. Quando você compreender a simultaneidade que existe entre as influências espirituais negativas e seus atos e pensamentos íntimos, mais rapidamente dissolverá o elo existente entre eles. A lei da compensação se perpetua até que o homem tenha resolvido suas ações equivocadas e se engajado no legítimo fluxo das leis universais. Para cada conduta ou atitude errada a natureza solicita uma contra-ação que a equilibre.

Na vida estamos tecendo uma malha existencial. A cada nova situação se interligam os fios que começamos a utilizar nas experiências anteriores. Não podemos simplesmente anular o passado, mas podemos reformulá-lo e redirecioná-lo para a luz.

O percurso de um novo dia é, inevitavelmente, influenciado pelas experiências e ações dos dias precedentes.

A aflição para você tem sabor de eternidade, mas, em breve, ela poderá desaparecer. Basta procurar nos princípios espíritas os apontamentos lógicos e a exata orientação de que necessita para se libertar do desequilíbrio mental/emocional - causa principal de sua obsessão.

As reuniões mediúnicas auxiliarão em muito a higienizar e restaurar a atmosfera fluídica de sua aura, contaminada por energias deletérias ali armazenadas. Provavelmente, serão afastadas as entidades que atuam em seu dia-a-dia; mas se você não modificar seu modo de pensar e agir, abandonando suas limitações, elas ou outras companhias desagradáveis poderão retornar.

Sua mente guarda, zelosamente, fatos, informações, ideias e conceitos. Sua memória é o registro fiel de tudo quanto ocorreu com você através dos tempos, tanto no corpo físico como fora dele. Você cria a própria realidade com sua mente.

Na verdade, você 'veste' as emoções e os pensamentos dos espíritos e coopera na assimilação das sensações aflitivas lançadas sobre seu corpo astral. Você é um canal de expressão, e em sua intimidade, estão todas as matrizes de seus desarranjos. Suas emoções são semelhantes às fases da lua: ora 'crescente', ora 'minguante'.

Não se esqueça também de que você é o único responsável pelas forças negativas que sugam suas energias e tentam dominar sua casa mental. Não existe fatalidade em sua vida, apenas atração e repulsão, conforme sua afinidade.

Na esfera física como na espiritual só se percebe e age em um espaço delimitado, quer dizer, cada pessoa atua segundo seu grau de consciência ou em consonância à sua faixa vibratória.

Na esquina da vida, você é um pedinte que suplica a esmola da paz. Mas, lembre-se de que é igualmente uma usina de forças, recebendo, doando e assimilando o magnetismo de outros seres, encarnados ou não. Os espíritos desequilibrados que estão a seu redor apenas exploram suas fraquezas. Buscam pontos vulneráveis, envolvendo-o negativamente em seu baixo padrão vibracional. Portanto, ninguém tem o poder de transtornar sua mente, a não ser que você ceda diante da perturbação.

Quando você diz que é um ser humano bom, que nunca fez mal a ninguém, acredita estar vivendo um ato de injustiça. Porventura, já se perguntou: faço mal a mim mesmo? Será que respeito meus direitos pessoais? Considero minhas necessidades tão importantes quanto as dos outros?

Para você se livrar das agressões dessas entidades, procure encontrar a área de sua vida que está mais insegura e fragilizada. Reforce-a e inicie um trabalho interior.

Desfaça a necessidade de querer dos outros o que deve providenciar por si mesmo. Isso o aproximará da libertação. Pouco a pouco, aflição que lhe atormenta os sentidos se esvairá, e experimentará uma força nova que brotará do seu interior, equilibrando seus sentimentos descompensados."  Lourdes Catherine.

Extraído do livro 'Conviver e Melhorar", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelos espíritos Batuíra e Lourdes Catherine, Boa Nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduva/SP, 1999, p. 163/166.
Imagem: Pinterest





quinta-feira, 13 de novembro de 2025

ACEITAÇÃO

"Apenas aquele que aceitou a mudança de atitudes é que se pode considerar realmente curado, pois só a transformação íntima é que nos pode tirar, gradativamente, dos ciclos perversos dos desequilíbrios interiores que geram as enfermidades do corpo e as aflições humanas.

Não podemos deixar ninguém decidir a maneira como vamos agir. Se alguém opta pela ingratidão, não devemos nos magoar nem nos deixar arrastar por atitudes vingativas. Se outro tem um comportamento medíocre, é preciso aceitar que cada um está num determinado estágio evolutivo e, portanto, dando somente aquilo que possui. Somos nós quem decidimos como 'agir'; não devemos 'reagir', mas aceitar o outro tal qual ele é e prosseguir, igualmente aceitando o que somos e fazendo tudo aquilo que acreditamos ser bom e adequado para nós.

A aceitação é uma das características dos grandes homens da humanidade, que aprenderam a respeitar as leis evolutivas em si mesmos e nos outros.

'Existe em Jerusalém, junto à Porta das Ovelhas, uma piscina que, em hebraico, se chama Betesda, com cinco pórticos. Sob esses pórticos, deitados pelo chão, numerosos doentes, cegos, coxos e paralíticos ficavam esperando o borbulhar da água. Porque o Anjo do Senhor descia, de vez em quando, à piscina e agitava a água; o primeiro, então, que aí entrasse, depois que a água fora agitada, ficava curado, qualquer que fosse a doença.

Encontrava-se aí um homem, doente havia trinta e oito anos. Jesus, vendo-o deitado e sabendo que já estava assim havia muito tempo, perguntou-lhe: Queres ficar curado? Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho quem me jogue na piscina, quando a água é agitada; ao chegar, outro já desceu antes de mim. Disse-lhe Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda! Imediatamente o homem ficou curado. Tomou o seu leito e se pôs a andar.

Essa pergunta: 'Queres ficar curado?' deve ser entendida no seu significado mais profundo. Nela podemos sintetizar tudo que Jesus ensinava e fazia. Trata-se de indagação que exige da criatura uma renovação das estruturas internas e, igualmente, das externas - uma verdadeira transformação psíquica.

Quando alguém é abordado assim com uma questão tão incisiva e responde: 'Senhor, não tenho quem me jogue na piscina, quando a água é agitada; ao chegar, outro já desceu antes de mim', presume-se seja uma criatura que se sente 'vítima de um destino cruel' e completamente impotente diante da existência. Quem se posiciona dessa forma não admite ser responsável por suas desditas e sempre acusa os outros ou as circunstâncias por não se sentir feliz ou sadio.

São indivíduos que nunca conseguem falar de si mesmos para expor e refletir sobre seus atos, pensamentos e emoções. Durante um diálogo, apenas culpam ou acusam as pessoas com quem convivem e incriminam a tudo e a todos pelas próprias desventuras.

Somos pessoalmente responsáveis pela infelicidade que vivenciamos; a felicidade somente fica fora de nosso alcance quando não aceitamos perceber a nós mesmos.

Entretanto, se o enfermo respondesse: 'Sim, é claro que quero me curar', poderíamos dizer que nasceu nele um comprometimento com a mudança de atitude e com a autorresponsabilidade. Pressupõe-se que ele se compromete inteiramente com a proposta recebida do Mestre Amoroso e se submete à terapia de renovação íntima. De outra forma, ele está longe de ser um homem curado em definitivo, transformado, dotado de lucidez mental e de novas concepções a respeito da Vida.

Jesus Cristo - o Médico das Almas - não olha só sintomas externos, mas quer a transformação interior, a mudança integral do ser humano. No fundo, as criaturas imaturas desejam uma cura imediatista para os seus males, não aspirando senão a mudanças superficiais. Exigem, sem nenhum esforço, que as bênçãos desçam sobre seus caprichos infantilizados ou desejos precipitados; querem 'pagar um preço' irrisório pelo desenvolvimento e crescimento espiritual. Esse preço não se paga com autoilusão, com atitudes de vitimização ou de autopiedade, e sim com mudança de comportamento interior.

Todavia, já curado, o ex-enfermo denuncia Jesus a seus inimigos, que procuravam um pretexto para prendê-lo e executá-lo. Assim prossegue o apóstolo João na sua narrativa: 'Depois disso, Jesus o encontrou no Templo e lhe disse: Eis que estás curado; não peques mais, para que não te suceda algo ainda pior! O homem saiu e informou aos judeus que fora Jesus quem o tinha curado. Por isso os judeus perseguiam Jesus: porque fazia tais coisas no sábado'.

O Mestre Nazareno aceitou a atitude de ingratidão do ex-paralítico, visto que sabia que tudo obedece a um ritmo natural e que a transformação espiritual não acontece de forma abrupta. Por isso alertou-o, dizendo: 'Não peques mais, para que não te suceda algo ainda pior!' Cristo possuía amplo conhecimento de que a evolução é uma espiral infinita e que cada qual atinge uma 'paisagem existencial' de acordo com a posição em que se encontra. A cura física pode ser um meio, mas somente a plena conscientização é o fim.

'(...) Há o progresso regular e lento que resulta da força das coisas. (...) As revoluções morais, como as revoluções sociais, se infiltram pouco a pouco nas ideias e germinam durante os séculos; de repente, estouram e fazem ruir o edifício carcomido do passado, que não está mais em harmonia com as necessidades novas e as novas aspirações (...)'

Apenas aquele que aceitou a mudança de atitudes é que se pode considerar realmente curado, pois só a transformação íntima é que nos pode tirar, gradativamente, dos ciclos perversos dos desequilíbrios interiores que geram as enfermidades do corpo e as aflições humanas.

Texto extraído do livro "Os prazeres da alma', de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova, ed. e dist. de livros espíritas, Catanduva, SP, 2003, p. 201/204.
Imagem: Pinterest 

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

ORGULHO

"Na vida nada está perdido; aliás, existe a época certa para cada um saber o que é preciso para se desenvolver.

Desprezar é sentir ou manifestar desconsideração por alguém ou por alguma coisa; portanto, é uma atitude sempre inadequada nas estradas de nossa existência evolutiva. Menosprezar é um sentimento pelo qual nos colocamos acima de tudo e de todos, avaliando com arrogância os acontecimentos e os fatos do alto da "torre do castelo" de nosso orgulho.

A nenhuma coisa ou criatura deve-se atribuir o termo 'desprezível', pois tudo o que existe sobre a Terra é criação divina; logo, útil e proveitosa, mesmo que agora não possamos compreender seu real significado.

Talvez não entendamos de imediato nosso papel na vida, mas podemos ter a certeza de que todos somos importantes e todos fomos convocados a dar nossa contribuição ao Universo.

A cada instante, estamos criando impressões muito fortes na atmosfera espiritual, emocional, mental e física da comunidade onde vivemos. Todo envolvimento na vida tem um propósito determinado cujo entendimento, além de esclarecer nosso valor pessoal, favorecerá o amor, o respeito e a aceitação de cada um de nossos semelhantes.

Frequentemente, dizemos que certas pessoas são indispensáveis e que muitos indivíduos são improdutivos, e perguntamos mais além: qual o propósito da vida para com estas criaturas ociosas?

Não julguemos, com nossos conceitos apressados, os acontecimentos em nosso derredor, antes, aguardemos com calma e façamos uma análise mais profunda da situação. Assim agindo, poderemos avaliar melhor todo o contexto vivencial.

'Desempenham função útil no Universo os Espíritos inferiores e imperfeitos. Todos têm deveres a cumprir. Para a construção de um edifício, não concorre tanto o último dos serventes de pedreiro, como o arquiteto?' 

Nenhuma ocorrência, fato ou pensamento deverá ser sentido ou analisado separadamente, pois o 'Grande Sistema', que nos rege. age de forma interdependente.

Apesar de sermos únicos, todos fomos criados para contribuir coletivamente no mundo e para usar as possibilidades de nossa singularidade.

Para tudo há um sentido e uma explicação no Universo. Sempre estará implícita uma mensagem proveitosa para nosso progresso espiritual, muitas vezes, porém, de forma inarticulada e silenciosa.

Nunca nos esqueçamos de que a vida sempre agirá em nosso benefício, quer nos setores da solidão, quer nos de muitas companhias, ou seja, entre encontros, desencontros e reencontros. A aflição também é um beneficio: 'Todo sofrimento é um ato importantíssimo de conhecimento e aprendizagem.'

Se bem entendermos, no entanto, as verdadeiras intenções das lições a nós apresentadas, retiraremos tesouros imensos de progresso e amadurecimento espiritual.int

As dificuldades que a vida nos apresenta têm sempre um caráter educativo. Mesmo que as vejamos agora como castigo ou punição, mais tarde tomaremos consciência de que eram unicamente produtos de nosso limitado estado de compreensão e discernimento evolutivo.

Descobrir a vida como um todo será sempre um constante processo de trabalho dos homens. Efetivamente, a vida é trabalho e movimento, e para fazermos nosso aprendizado evolutivo há um certo 'tempo de gestação', se assim podemos dizer. Na vida nada está perdido; aliás, existe a época certa para cada um saber o que é preciso para se desenvolver.

Nosso orgulho quer transformar-nos em super-homens, fazendo-nos sentir 'heroicamente estressados', induzindo-nos a ser cuidadores e juízes dos métodos de evolução da Vida Excelsa e, com arrogância, nomear os outros como desprezíveis, ociosos, improdutivos e inúteis.

Poderemos 'agir no processo' de formação e progresso das criaturas, nunca 'forçar o processo' ou criticar o seu andamento.

A pretensão do orgulhoso leva-o a acreditar que existe uma 'santidade desvinculada da realidade humana', ou seja, organizada e estruturada de forma diferente dos princípios pertencentes à Natureza; portanto, não é de ordem divina, mas é da mentalidade deturpada de alguns místicos do passado.

Nada é inútil no Universo. A Divindade age sem cessar em solicitude e consideração a cada uma de suas criaturas e criações. O progresso da humanidade é inevitável. Todos estamos progredindo e crescendo, ainda que, algumas vezes, não nos apercebamos disso."

Extraído do livro "As dores da alma", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova, editora e distribuidora de livros espíritas, 1998, p. 29/31.                                                              Imagem: Pinterest 


terça-feira, 2 de setembro de 2025

CHORADEIRA E DOR (MORTE)

"Choradeira e dor. Eliminadas estas errôneas concepções preliminares a respeito da morte, e conhecidos os fatos reais inerentes a ela, logo se verifica quão insensata e indesejável é a choradeira que geralmente a envolve. Todos os grotescos e pesados lutos, variáveis como o figurino da moda, não são apenas os concomitantes de um absurdo anacronismo, mas um ignóbil legado das superstições medievais, e com o exagerado pesar que tão infantilmente visam tipificar, constituem um erro fatal, nascido da mais grosseira ignorância e incredulidade. Se um cristão crê firmemente que seu amado morto está gozando da presença de Deus, não deveria vestir-se de luto, e sim, de gala, como faz o verdadeiro teósofo, consciente de que o morto passou para uma vida superior e mais feliz no plano astral, e está a caminho de outra ainda mais gloriosa no mundo celeste.

Todavia, não apenas o pesar inconsiderado pela morte de um parente é filho da ignorância e acumula grandes e desnecessários sofrimentos, mas, também, os bruscos arrebatos de dor e as contínuas lamentações que deles derivam, em vez de favorecerem, prejudicam o falecido por quem sentimos tão grande afeto. Porque, quando pacífica e naturalmente mergulha na inconsciência que precede o seu despertar na glória do mundo celeste, o tiram violentamente de seu ditoso sono os lamentos e aflições dos que deixou na terra, e que lhe representam uma lúcida recordação da vida que acaba de passar, com as correspondentes vibrações em seu corpo astral, cujo efeito nocivo é deprimi-lo e retardar notavelmente seu progresso espiritual. Esta falta de resignação por parte dos sobreviventes é um dos maiores obstáculos em que tropeçam os auxiliares invisíveis, podendo mesmo inutilizar longas horas de paciente trabalho neste sentido. Mesmo os mortos percebem, às vezes, o prejuízo que lhes causa a aflição de seus parentes ignorantes, embora bem intencionados, segundo se pode deduzir de algumas lendas tradicionais entre os aldeães da Bretanha.

Nem de leve se deve inferir disto que os ocultistas tenham predileção pelos parentes ou amigos aos quais mais amaram, ou que a sua doutrina lhes ordene esquecerem os mortos. Ao contrário, a recordação deve ser de tal forma que os auxilie em seus prejuízos e que os egoístas e inúteis lamentos sejam substituídos por ardentes e amorosos desejos, segundo o que já aconselhamos. O sobrevivente deve erguer seu pensamento ao alto, e esquecer-se de si mesmo e da ilusão da perda aparentemente sofrida, a fim de melhorar a situação do falecido.

Outra ideia muito generalizada sobre a morte, é a de que forçosamente há de implicar dor; e concorrem para aumentar este erro grotescos relatos de mortes desastrosamente angustiosas. No entanto, não se deve levar em conta estas tradições provindas de erros ainda subsistentes, porque os horríveis estertores da agonia são quase sempre os últimos movimentos do corpo físico quando o Ego já está fora dele. Na maioria dos casos, efetua-se a passagem sem dor alguma, embora a enfermidade tenha sido longa e penosa. Prova-o a serena expressão do rosto do morto, além do direto testemunho dos que foram interrogados sobre este particular, imediatamente depois de morrerem, quando ainda eram recentes em sua memória as circunstâncias da morte."

C. W. Leadbeater, O Que Há Além da Morte, Ed. Pensamento, São Paulo, SP, p. 37/38.
Imagem: Pinterest 

quinta-feira, 11 de julho de 2024

AS AFLIÇÕES

"A aflição do vício chama-se delinquência. A criatura começa experimentando pequena porção de droga, aumentando gradativamente. Em pouco tempo, pode estar roubando para sustentar o vício. É um sofrimento.

A aflição da agressividade chama-se cólera, e a cólera faz mal para a pessoa que a produz - prejudica o fígado, ataca o estômago e afeta o sistema nervoso. A aflição do crime chama-se remorso, porque ninguém foge da própria consciência. A aflição do fanatismo chama-se intolerância. A aflição da fuga, chama-se covardia. A aflição da leviandade chama-se insensatez. A aflição da inveja chama-se despeito, pois o invejoso sofre tanto que, antes de tudo, não consegue mais reconhecer valor no que ele tem, ou seja, não consegue ser feliz com aquilo que já conquistou, o que representa sofrimento.

A aflição da indisciplina chama-se desordem Há criaturas que são tão indisciplinadas que a vida delas é uma total desordem. Elas não conseguem sequer chegar no horário de um compromisso. Nunca encontram seus pertences, porque jamais põem no lugar adequado. Estão sempre afoitas. Tudo para elas é difícil. E quem sofre mais é a própria pessoa. por isso Chico Xavier dizia:

A disciplina não é uma cela trancada. É a chave da porta que lhe permite sair e voltar. 

A aflição da brutalidade chama-se violência. A aflição da preguiça chama-se rebeldia. A aflição da vaidade chama-se loucura. A aflição do relaxamento chama-se evasiva. A aflição da indiferença chama-se desânimo. A criatura indiferente não se motiva com nada e é tomada por tédio insuportável, porque não consegue se importar com as coisas, e nós precisamos gostar das coisas. Você precisa ter algo de que goste ou gostar de fazer algo, caso contrário sofrerá de tédio, sua vida perderá sentido, você perderá o rumo e entrará em sofrimento, em aflição.

A aflição da inutilidade chama-se queixa. Ainda em Religiões dos Espíritos, o benfeitor Emmanuel é incisivo ao afirmar que, quanto mais inútil uma criatura, mais ela reclama. Quem mais reclama é quem menos faz. Quem mais faz não tem tempo de reclamar.

A aflição do ciúme chama-se desespero. Quantas criaturas chegam até mesmo a se suicidar pelo ciúme, é um sofrimento terrível. A aflição da impaciência chama-se intemperança. Porque quem é impaciente perde a medida, exagera em tudo.

A aflição das sovinices chama-se miséria. De acordo com Emmanuel, 'o sovina é pão-duro', pois quanto mais sovinice ele tem, mais se impõe uma vida de restrição, porque não sabe aproveitar o que já tem.

A aflição da injustiça chama-se crueldade."

Haroldo Dutra Dias, Despertar, O Segredo da reforma íntima, Ed. Intelítera, São Paulo, 2024, p. 14/16.
Imagem: Pinterest. 



   

terça-feira, 25 de junho de 2024

CAUSAS ATUAIS DA AFLIÇÃO (PARTE FINAL)

"5. A lei humana atinge certas faltas e as pune. O condenado pode então dizer que sofre a consequência do que fez. Mas a lei não alcança, nem pode alcançar todas as faltas; incide especialmente sobre as que trazem prejuízo à sociedade, e não sobre as que só prejudicam os que as cometem. Deus, porém, quer que todas as suas criaturas progridam e, portanto, não deixa impune qualquer desvio do caminho reto. Não há uma só falta, por mais leve que seja, nenhuma infração da sua lei, que não acarrete consequências forçosas e inevitáveis. Daí se segue que, nas pequenas coisas, como nas grandes, o homem é sempre punido por aquilo em que pecou. Os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência de que procedeu mal. Dão-lhe experiência, fazem-lhe sentir a diferença entre o bem e o mal e a necessidade de se melhorar, a fim de evitar, futuramente, o que redundou para ele numa fonte de amarguras; se não fosse assim, não haveria motivo algum para que se emendasse. Confiante na impunidade, retardaria o seu adiantamento e, por conseguinte, a sua felicidade futura.

Algumas vezes, porém, a experiência chega um pouco tarde. Quando a vida já foi desperdiçada e turbada, quando as forças já estão gastas e o mal é irremediável, o homem põe-se a dizer: 'Se no começo da vida eu soubesse o que sei agora, quantos passos em falso teria evitado! Se tivesse que recomeçar, eu me portaria de maneira inteiramente diversa. No entanto, já não há mais tempo!' Como o operário preguiçoso, que diz: 'Perdi o meu dia', também ele diz: 'Perdi a minha vida'. Mas assim como para o operário o Sol se levanta no dia seguinte, dando início a uma nova jornada que lhe permite reparar o tempo perdido, também para o homem, após a noite do túmulo, brilhará o sol de uma nova vida, em que lhe será possível aproveitar a experiência do passado e suas boas resoluções para o futuro."

Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, Ed. FEB, 2018, p. 75/76.
Imagem: Pinterest. 


 

quinta-feira, 13 de junho de 2024

CAUSAS ATUAIS DAS AFLIÇÕES (1ª PARTE)

"4. As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou se quisermos, têm duas fontes bem diferentes que importa distinguir. Uma têm sua causa na vida presente: outras fora desta vida. 

 Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e da conduta dos que os suportam.

Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!

Quantos se arruínam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder ou por não terem sabido limitar seus desejos!

Quantas uniões infelizes, porque resultaram de um cálculo de interesse ou de vaidade, e nas quais o coração não tomou parte alguma! 

Quantas dissensões e disputas funestas se teriam evitado com mais moderação e menos suscetibilidade!

Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero!

Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram as más tendências desde o princípio! Por fraqueza ou indiferença deixaram que neles se desenvolvessem os germes do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade que produzem a secura do coração; depois, mais tarde, quando colhem o que semearam, admiram-se e se afligem com a sua falta de respeito e a sua ingratidão. 

Que todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida interroguem friamente suas consciências; que remontem passo a passo à origem dos males que os afligem e verifiquem se, na maior parte das vezes, não poderão dizer: Se eu tivesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante situação.

A que, portanto, deve o homem responsabilizar por todas essas aflições, senão a si mesmo? O homem, pois, em grande número de casos, é o causador de seus próprios infortúnios, mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência, a chance desfavorável, a má estrela, quando sua má estrela está na sua própria incúria. 

Os males dessa natureza fornecem, seguramente, um notável contingente nas vicissitudes da vida. O homem as evitará quando trabalhar pelo seu aprimoramento moral, tanto quanto o faz pelo seu melhoramento intelectual."

Texto extraído do livro "O Evangelho segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, Ed. FEB, Brasília, 2018, p. 74/75.
Imagem: Pinterest.