OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 24 de novembro de 2015

O JUGO DE CRISTO

"Jesus, o grande Mestre de Yoga, uma vez exortou os discípulos para que aceitassem seu santo 'jugo', como condição de se libertarem de suas cargas e fadigas existenciais.
Vinde a Mim todos os fatigados e sobrecarregados, e Eu vos repousarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim... porque meu jugo é benéfico e meu fardo é leve. (Mt 11:29)
Noutra oportunidade, conforme ouso inferir, indiretamente enfatizou mais uma vez a necessidade do santo 'jugo' ou samadhi, ao demonstrar a vulnerabilidade de qualquer sistema, quando dominado por viadhi, isto é, por conflitos internos:
Se um reino se dividir contra si mesmo, esse reino não pode subsistir. Se uma casa se dividir contra si mesma, essa casa não pode permanecer. (Mt 12:25)
O reino ou a casa representa cada um de nós, 'normalmente' fragmentados por dentro, portanto desprotegidos contra e entropia ou viadhi.

Como pode ser visto, o jugo do Cristo, benfazejo e suave, tem o mágico poder de aliviar a carga e a fadiga de cada ser humano, consequentemente da sociedade que constituímos.

Tudo que integre o homem em si mesmo, tudo que unifica os homens entre si, tudo que re-ligue o homem a Deus pode ser chamado Yoga, o jugo do Senhor."

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1996 - p. 30/31)


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

CUIDADO COM AS TURBULÊNCIAS DOS SENTIDOS

"(2:60) Ó Filho de Kunti (o poder de alhear-se das paixões), Arjuna, até o homem sábio, que cultiva o autocontrole, pode às vezes ser abalado pela turbulência dos sentidos. 

A nenhum devoto convém subestimar a força tremenda das tendências subconscientes. Seus tentáculos alcançam mais longe do que tudo o que a mente consciente possa perceber ou imaginar.

Paramhansa Yogananda advertia que, enquanto a consciência egóica persistir, não deve a pessoa considerar-se a salvo da ilusão: 'Lembre-se, você não estará seguro até atingir nirbikalpa samadhi.' Mesmo na etapa inferior de samadhi chamada sabikalpa o ego tem de retroagir de sua consciência infinitamente expandida para a percepção exterior. Portanto, quem atinge sabikalpa samadhi pode também falhar. Meu Guru me contou vários casos em que isso aconteceu: 'Sadhu, tome cuidado!', aconselhou certa feita o grande mestre Sri Ramakrishna a um discípulo, que logo depois se desviou do caminho espiritual. 

É bom atentar para o mínimo prurido de excitação no coração quanto se examinam os aspectos ilusórios. Esse pequeno movimento da energia deve ser visto como primeiro sinal de advertência. Um alvoroço no coração, por insignificante que seja, advertirá o yogue para calar imediatamente até mesmo a ideia de ilusão.

Maya é muito sutil. Jamais 'mexa com ela'. Você nunca terá certeza de poder vencê-la, tanto mais que o próprio discernimento com que pensa dar batalha já está infectado pelo vírus que dela provém."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 124/125)
www.pensamento-cultrix.com.br


domingo, 22 de novembro de 2015

AS FACULDADES ESPIRITUAIS E AS TENTAÇÕES DAS INCLINAÇÕES FÍSICAS

"Todas as pessoas mundanas, moralistas, aspirantes espirituais e iogues - na condição de devoto - devem, todas as noites, antes de dormir, perguntar à intuição se foram suas faculdades espirituais ou as tentações de suas inclinações físicas que venceram as batalhas do dia:

  • entre os bons e os maus hábitos;
  • entre a temperança e a gula;
  • entre o autocontrole e a sensualidade;
  • entre o desejo honesto de ter o dinheiro necessário e a ambição desordenada pelo ouro;
  • entre a capacidade de perdoar e a ira;
  • entre a alegria e a aflição;
  • entre a atitude rabugenta e a atitude aprazível;
  • entre a benevolência e a crueldade;
  • entre o altruísmo e o egoísmo;
  • entre a compreensão e o ciúme;
  • entre a bravura e a covardia;
  • entre a confiança e o temor;
  • entre a fé e a dúvida;
  • entre a humildade e o orgulho;
  • entre o desejo de comungar com Deus na meditação e a urgência inquieta das atividades mundanas;
  • entre os desejos espirituais e os desejos materiais;
  • entre o êxtase divino e as percepções sensórias;
  • entre a consciência da alma e o egotismo."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga do Bhagavad Gita - Self-Realization Fellowship - p. 52)
http://www.omnisciencia.com.br/a-yoga-do-bhagavad-gita/p



sábado, 21 de novembro de 2015

CONTENTAMENTO

'Sabe? Uma das maiores causas de tensão é uma doença que eu denomino 'aquisitite', isto é, a ânsia de adquirir mais e mais coisas. É gerada por um microbiozinho que, dentro da mente, vive a exigir 'compra mais; compra isto; adquire aquilo; está te faltando tais e tais coisas; ainda não tens o último long-play de Fulaninho; a moda já não é mais esta, é outra; precisas ir ver tal filme; ainda não fumaste o novo king size; todos já têm o novo modelo, menos tu; ainda não provaste o novo sorvete...'

A maior transmissora do micróbio do desejo é a potente máquina da propaganda moderna. O ambiente propício ao desenvolvimento maior do micróbio da 'aquisitite' é a sociedade consumista.

Bem, você agora está avisado quanto à 'doença'. Previna-se.

O remédio mais eficiente para a profilaxia da 'aquisitite' é o bendito contentamento. Outro recurso de prevenção é resistir à manipulação da propaganda, e para isto, tenha a coragem de ser diferente e indiferente.

Sou rico porque estou contente.
Só preciso de Teu Amor, Senhor." 

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 132/133)


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O MEDO NÃO PODE ENTRAR EM UM CORAÇÃO TRANQUILO

"O medo é outra forma de estática que afeta seu rádio mental. Como os bons e os maus hábitos, o medo tanto pode ser construtivo quanto destrutivo. Por exemplo, quando uma esposa diz: 'Meu marido não vai gostar se eu sair esta noite, portanto, não irei', ela é motivada pelo temor afetuoso, que é construtivo. O temor afetuoso é o medo servil são diferentes. Refiro-me ao temor afetuoso, que torna prudente a pessoa que não quer ferir outra sem necessidade. O medo servil paralisa a vontade. Os membros de uma família deveriam cultivar apenas o temor afetuoso e jamais recear dizer a verdade uns aos outros. Realizar ações gentis, ou sacrificar seus próprios desejos por amor a outra pessoa é muito melhor do que fazê-lo por temor. E quando você se recusa a transgredir as leis divinas, deve fazê-lo por amor a Deus, não por medo do castigo.

O medo vem do coração. Se alguma vez você se sentir dominado pelo medo de alguma doença ou acidente, deve inspirar e expirar profunda, lenta e ritmicamente várias vezes, relaxando a cada expiração. Isso ajuda a normalizar a circulação. Se o coração estiver realmente calmo, você não sentirá medo nenhum.

A consciência da dor desperta a ansiedade no coração; por isso, o medo depende de alguma experiência prévia - talvez um dia você tenha caído e quebrado a perna, e daí aprendeu a temer a repetição dessa experiência. Ao permitir que semelhante apreensão o domine, a vontade e os nervos paralisam-se, e você pode realmente cair outra vez e quebrar a perna. Além disso, quando o coração fica paralisado de medo, sua vitalidade diminui, dando aos germes nocivos a oportunidade de invadir seu corpo."

(Paramahansa Yogananda - E Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 93/94)


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A ARTE DE REZAR

"Nós sabemos que a quase totalidade das rezas se perde nos vãos das igrejas ou dos quartos de dormir em todos os cantos da Terra. Rezar é uma arte, tão sutil quanto meditar. O que é rezar senão a procura de Deus? (...)

O uso do Terço ou do Rosário vem do início das religiões. O Terço é encontrado em todas elas. O Terço é como um gabarito para que não se perca o cunho da reza. Se alguém deve rezar 30 Padres-Nossos e 30 Ave-Marias, vale-se do Terço ou do Rosário para não se perder. Cada Padre-Nosso rezado é uma conta avançada que fica para trás. Com o uso do Terço a reza ficou mecânica, automática, sem sentimento. Se o Terço é um gabarito, é o caso de se pensar que o fiel religioso não é obrigado a rezar mais ou menos um Padre-Nosso ou uma Salve-Rainha. Isso significa mais manifestação de automação ou de macanicidade. As rezas programadas e decoradas estão na mesma linha da mecanicidade, portanto alheias ao sentimento e por isso inócuas quanto aos objetivos. (...)

Sempre que procurar Deus, dê-se conta de que Ele está bem pertinho de você, na casa D'Ele, em você, no lugar que você já conhece de sobra - seu Kama Rupa - A Casa de Deus no Homem.

Portanto, quando tiver de procurar Deus, achando que é pela reza sua maneira mais efetiva de encontrá-lo, tome algumas providências básicas: Isole-se - concentre-se - pronuncie sua própria oração com palavras ou pensamentos que vai você arrancar do fundo da sua alma. Seja sincero. Se sentir Vontade, chore com sinceridade e à Vontade. Faça com que sua tristeza, que é real, chegue a Ele lá no fundo onde se encontra dormindo. Sua reza franca e sentida vai despertá-Lo e Ele virá em seu socorro desde que você mereça ser socorrido. Não reze em vão, sem necessidade, por falsidade, pois a Lei do Carma está à sua espreita em cada um dos seus movimentos ou atitudes. (...)"


(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 178/179)

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O HOMEM QUE EXIBE SUA RELIGIÃO NÃO TEM RELIGIÃO NENHUMA

"Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; pois eles desfiguram o rosto para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça e lava o teu rosto;
Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em oculto; e teu Pai, que vê em oculto, te recompensará publicamente. 

Um provérbio hindu adverte: 'Cuidado com coisas assim: homem que usa uma folha sagrada na orelha, que é reservado e não diz absolutamente nada, que não consegue guardar segredo e fala demais; cuidado com a mulher que usa véu duplo e água de lagoa coberta de espuma.' Noutras palavras, cuidado com aquilo que é diferente do que parece. O homem que exibe sua religião não tem religião nenhuma. Se uma pessoa anela sinceramente pela visão de Deus, ela será recompensada pelo Pai 'que vê em oculto', pelo Senhor que habita no mais íntimo do coração. Tal pessoa, encontrando a religião dentro de si, será humilde demais para manifestá-la exteriormente: ela a guarda inviolável no seu íntimo.

Além disso, espiritualidade e tristeza não andam juntas. A psicologia iogue explica que a prática das disciplinas religiosas purifica a mente. E a mente purificada - segundo lemos num dos aforismos do Patanjali - perde toda a letargia e melancolia (tamas) e firma-se no contentamento (sattva). Comentando este aforismo, disse Swami Vivekananda:

'O primeiro sinal de que se está tornando religioso é sentir-se contente. Quando uma pessoa está melancólica, isso pode ser dispepsia, mas não é religião. Um sentimento agradável é a natureza de sattva. Tudo é agradável ao homem sáttvico, e quando chega esta esperança, é sinal de que se está progredindo na ioga. ... Para o iogue, tudo é bem-aventurança; cada face humana que ele vê traz-lhe contentamento. Isso é sinal de uma pessoa virtuosa. A miséria é provocada pelo pecado e por nenhuma outra causa. O que se pretende com semblantes sombrios? ... Se você estiver com o rosto carrancudo, não saia de casa nesse dia; feche-se no quarto. Que direito tem você de levar essa perturbação pelo mundo afora?"

Deus é amor e bem-aventurança - o extremo oposto da tristeza. O homem que conserva sua mente em Deus será inundado de alegria. Lemos num breviário monástico: 'Bebamos alegres a embriaguez sóbria do Espírito!""

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 106/108

terça-feira, 17 de novembro de 2015

AS 4 LEIS DO CÓDIGO DE DEUS (PARTE FINAL)

"A quarta Lei Básica de Deus chama-se Lei de Antakharana, ou seja, Lei da Tramitação ou Lei da Ponte. Tudo que chega ou sai de nós o faz por um veículo que passa por uma ponte. É a Lei da Tramitação, um meio de comunicação, um caminho, uma estrada, uma carta, um anúncio, um telefonema, uma comunicação verbal, um livro. Tudo que de nós sai passa por uma ponte, por um caminho, por uma estrada, seja de viva voz ou por um veículo de comunicação, como uma carta, um anúncio, um livro. Ponte, via de comunicação; Carta, conteúdo de comunicação. É a Lei que usa os sentidos e d'Eles se aproveita para atingir seus objetivos. Ela dá o direito de avaliar a maneira como recebeu a mensagem, ouviu, viu ou leu. Dá a cada um o direito de dizer, falar ou escrever a sua maneira. O céu está cheio de nuvens negras é um anúncio e mensagem de Antakharana de que vem mau tempo. O veículo foi o Céu, a mensagem foram as nuvens escuras. A Lei de Antakharana estabelece que a qualidade da ponte define a do veículo, do ônibus, da mídia e, implicitamente, a da resposta. Dizer algo com franqueza brutal é uma qualidade de tramitação. Dizê-lo rindo é outra coisa.

Um anúncio em cores tem, supostamente, melhor qualidade que outro em preto e branco. Isso quer dizer que o Homem, antes de falar, de se comunicar, de mandar o emissário, de escrever uma carta, de publicar um anúncio, de atravessar a ponte, enfim, será potencialmente mais bem-sucedido se adotar cuidados especiais, ensejando que o Antakharana empregado não vá lhe trazer de volta, pelo mesmo caminho, pela mesma ponte, por uma ponte lateral ou vicinal, pelo mesmo veículo, pelo mesmo princípio usado, um teor que venha em seu prejuízo, ou seja, um Antakharana pior que o inicial. A Lei de Antakharana estabelece que, por uma ponte tanto pode passar o perigo, o invasor, como o carro de mel, o cesto de flores, a carga de alimento ou o pote de fel. A ponte é o meio onde os veículos de todas as naturezas passam para chegar ao seu destino. Uma vez iniciada a travessia da ponte, ela tem de ser terminada; não haverá pior solução do que ficar ou parar no meio. Se isso ocorrer, a magia de Antakharana faz com que a ponte se encolha tal no exato lugar onde o Homem parou. O princípio da Tramitação não deve ser interrompido porque, se isso ocorrer, simplesmente não existiu, o que é óbvio. O Antakharana virtual é o Jornal que circula, a televisão que mostra, a estação de rádio que transmite, a ponte sobre o rio, o sorriso brejeiro de uma mulher bonita, a carta simpática de um homem de negócios, a arrogância de um balconista. Como toda ponte, o Antakharana é constituído de qualidade e quantidade. Tem, pois, peso e feição. Encerra em si mesmo os princípios básicos da comunicação - ética/lógica/estética - em proporções e formas que compete ao condutor que atravessa o Antakharana estabelecer, podendo cada um desses princípios transformar-se ou não em antagônicos. Justamente por força dessa qualidade e dessa quantidade podem chegar à ética, ao ilógico e ao antiestético. (...)

São quatro, portanto, as Leis do Código de Deus que regulamentam o Código de Comportamento do Homem na sua existência em seu habitat, a Terra. Essas Leis, apenas quatro, abrangem todas as situações relacionadas com o comportamento do Homem, com seu padrão de atitude, com seus atos, ações e reações. Seja qual for a posição ou a situação que se apresente na face da Terra, ela estará invariavelmente implícita numa ou mais dessas Leis de Deus."      

(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 35/36)

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

AS 4 LEIS DO CÓDIGO DE DEUS (3ª PARTE)

"A terceira Lei Básica de Deus é a Lei de Ahankara ou Lei da Contraposição. Essa Lei Básica de Deus não surgiu com o Homem. Ela sempre existiu, aplicada ao princípio natural de Deus Primordial, mas foi com o advento do Homem e a aplicação ao seu comportamento que ela ganhou Universalidade. Na primeira versão, a velha árvore da floresta era contestada pelo meio em que se situava, pois já não produzia frutos, não oferecia sombras. O solo em que estava começou a se contrapor - Lei de Ahankara - tornando-se ácido. Os micro-organismos tentaram destruí-la, até que ela tombou e foi totalmente devorada pelas criaturinhas do chão e do húmus. Ao apodrecer, transformou-se em mais húmus para servir de alimento às futuras plantas que ali medrassem. Em seu lugar surgiram árvores novas, produtoras, úteis. Aplicou-se, assim, no princípio natural, o lado positivo da Lei de Ahankara. Destruir para construir melhor. Se contrapor para não estagnar e portanto melhorar. Constrói-se um prédio novo, após termos derrubado um velho. Anula-se uma velha lei humana já sem aplicação e em seu lugar edita-se uma nova e moderna para facilitar o progresso. 

A Lei de Ahankara é a responsável pelo movimento pendular. O pêndulo da existência terá que continuar, pois se cessar a vida se acaba. Voltaríamos àquele estado anterior à grande explosão. Só a Lei de Ahankara consegue manter o meio social em constante progresso, pois com ela não existe acomodação. Não existe aceitação em primeira mão. A lei da Ahankara seria o princípio social da esquerda política sem que a direita política venha a significar razão, pois a direita também obedece a Lei de Ahankara. A Lei de Ahankara é a explosão que se manifesta pela mistura inadequada de partículas químicas antagônicas. A Lei de Ahankara é o galho que se quebra sob o peso de quem não devia lá estar. É a Lei do inconformismo. É a Lei do movimento incansável. É a Lei do querer sempre mais. É a Lei que catalisa os fatores que promove o Progresso. É a Lei que agasalha o mal para este se contrapor ao Bem. É a Lei que se faz de Diabo para os desprovidos do Conhecimento. É a Lei que promove a guerra e esta colabora no equilíbrio populacional. (...)

Foi pelo impulso ocasionado por essa Lei Divina que os governantes resolveram criar as Constituições de suas pátrias, as mesmas contra as quais Jesus Cristo se rebelou por se revestirem de injustas normas do judaísmo e por isso se valeu de sua missão messiânica, reformadora. E os governantes se deram conta de que as Constituições seriam, por natureza e estrutura, o lado inflexível das disposições que se desejam rígidas para nortear o estabelecimento de seu Poder Ahanakara, portanto de feições eterna ou quase eternas.

E, após o exemplo de Cristo, o mundo praticamente se calou diante do império da Vontade pessoal, do interesse dos congressistas, como os do mundo moderno. Estes não sabem ou ignoram de propósito que a Constituição deve nortear o espírito das leis e aperfeiçoar a qualidade do Estado. Ignoram de propósito que as leis devem, uma vez norteadas pela Constituição, ser flexíveis e revogáveis para atender às necessidades do povo e aos objetivos da Nação. (...)"

(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 34/35)


domingo, 15 de novembro de 2015

AS 4 LEIS DO CÓDIGO DE DEUS (2ª PARTE)

"A segunda Lei do Código de Deus é a Lei de Átman-Budhi ou Lei da Subordinação. É também conhecida como Lei de Manas-Budhi. Dá no mesmo. Essa Lei define a verdade de que tudo e todos se subordinam entre si ou a alguém ou a alguma coisa e que também nos subordinamos a nós mesmos. Nossa primeira subordinação e a Deus-Mahat - Deus Verdade. Se somos obedientes a Ele e a Seu Código, tudo tende a andar normalmente e sem maiores problemas. Obedecer não é temer. Obedecer é anuir com o Sistema, é aceitar a disciplina e a ordem. Somos subordinados aos pais, às plantas que fornecem alimentos, aos chefes e também a certas situações. Por sermos subordinados a Deus-Mahat - Deus Sistema, o somos automaticamente à moral, à ética, à dignidade, à Lógica, à Justiça, ao dever. Somos subordinados a quem devemos alguma coisa, seja dinheiro, coisas ou favor.

Ser  subordinado não significa estar por baixo e sim ser parte irremovível e interdependente de um Sistema que nos leva a subordinar alguém ou alguma coisa e a sermos subordinados a alguém ou alguma coisa. Somos subordinados às Leis, à Pátria e a tantas outras coisas mais. Mas não devemos esquecer que também somos subordinados a nós mesmos, ao nosso Ego, à nossa individualidade, daí termos que observar a capacidade de ser subordinados e a arte de também sabermos subordinar. Identificar os predicados dessa Lei Divina é ser acima de tudo Saptaparna? O Homem - o eleito e preferido por Fohat, a Divina Providência. É ser racional e ter consciência de que é parte irremovível do Sistema Deus Verdade. Sentir e entender a Lei de Átman-Budhi ou Lei da Subordinação é sentir que é parte irremovível do Sistema Deus Verdade. (...)"

(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 33/34)

sábado, 14 de novembro de 2015

AS 4 LEIS DO CÓDIGO DE DEUS (1ª PARTE)

"Quando os rishis definiram o Código de Deus, este ficou para sempre inalterado. É tão definitivo que mesmo o Ocidente, quando d'Ele tomou conhecimento, não ousou alterá-lo. Suas 4 Leis básicas, simples e claras, nortearam e ainda norteiam todos os outros códigos. (...)

A Lei do Carma - ou Lei da Interdependência - estabelece que toda ação gera uma reação proporcional. Quem com ferro fere com ferro será ferido. Um sorriso por um sorriso. Um dente por um dente. Um olho por um olho. O Carma não é uma Lei de punição, pois Deus não pune ninguém. Ele apenas deixou suas Leis e estas leis causam a autopunição se forem infringidas. o Carma, a primeira Lei básica de Deus, estabelece que tudo chega a alguém, ou alguma coisa, com um nível de qualidade e de quantidade e sai desse alguém, ou dessa coisa, como resultado da sua chegada e da sua transformação laboratorial, também com um nível de qualidade e quantidade, e com ou sem fator agregado. Sai desse alguém para alcançar outro com uma intensidade qualitativa e quantitativa proporcional à qualidade e à quantidade de ação inicial. O 'saldo' deixado como resultado da ação e da reação é o resíduo cármico que cada um deve carregar para descarregar, curar, purgar ou simplesmente entesourar. É um saldo que tanto pode ser negativo como positivo. A Lei do Carma é como um livro caixa. Entram e saem de um lado e de outro as boas e más ações. Um balanço dessas saídas e entradas define o valor do saldo do seu Carma. Uns têm um alto saldo bom, outros, o contrário. Uns observaram a Lei do Carma, via Código do Comportamento, já outros ignoraram essa Lei Divina. A Lei do Carma mostra que nós e os outros dependemos mutuamente uns dos outros. 

No lar, no trabalho, nas forças armadas, a constância é a mesma. É a interdependência estrutural, uma lei adaptada pelos homens a partir de uma Lei Divina. É a Lei do Carma que anula os conceitos de importância emitidos pelo Homem. O limpador de ruas é tão importante quanto o Governador, pois sem aquele a cidade se afoga no lixo e o Governador será caçado pelo povo, já que o Sistema exige limpeza e não sujeira. Portanto, Governador, Povo e Limpador são interdependentes, nivelados quanto aos conceitos de importância, mas desnivelados no que se refere às responsabilidades de cada um. A arrogância é um ilícito que fere a Lei do Carma, assim como um sorriso sincero é um benefício valioso à progressão positiva dessa Lei. Não existe causa sem efeito nem efeito sem causa. É também a Lei que disciplina a Ação e fiscaliza a Reação de efeito coletivo, pois a Lei do Carma não se aplica apenas a uma pessoa, mas a um grupo, a uma empresa, a uma cidade e até a uma nação. Israel não estaria carregando um Carma Coletivo, até nossos dias, só porque em passado remoto destruiu populações inteiras, usando o nome de Deus para ocupar suas terras? Será que os palestinos, em nome dos seus ideais, não estarão formando um Carma coletivo conseguido por suas ações terroristas contra a humanidade? E o Carma Coletivo gerado pela Inquisição do Santo Ofício dos católicos que imolou pelo fogo cerca de 32 mil inocentes na Idade Média? Será que um dia a Igreja Católica também não terá que responder por esse seu débito cármico? (...)"

(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 32/33)


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

NÓS MESMOS NOS PUNIMOS

"Vivendo de maneira errada, criamos um inferno físico e mental pior que aquele que as pessoas vingativas imaginam para seus desafetos após a morte. Vivendo de maneira correta, criamos dentro de nós um lugar ainda mais aprazível que o paraíso que imaginamos para nós mesmos depois de morrer.

O homem, preso à ilusão, atribui ao Deus amantíssimo um espírito rancoroso que engendra infernos e purgatórios. Deus, em sua infinita bondade, está sempre conclamando as almas a voltar a Seu eterno reino de Bem-aventurança. Mas as almas, fazendo mau uso da liberdade que o Pai lhes concedeu, afastam-se Dele e caem prisioneiras do sofrimento, punindo a si mesmas por obra de seu próprios erros.

A ideia de um paraíso eterno é verdadeira, embora os homens a concebam de maneira muito limitada. Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus e, ao término de uma longa série de encarnações - após vaguear demoradamente, movidos por desejos materiais -, encontraremos o Pai celestial à nossa espera. Seus filhos pródigos serão então abençoados com uma felicidade imorredoura e sempre renovada. Todavia, a ideia de uma danação eterna para almas feitas à imagem de Deus é insustentável; deveria ser banida de vez como fruto da mente supersticiosa do homem."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  Karma e Reencarnação - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 19/20)
www.editorapensamento.com.br


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

FIRMEZA DE CARÁTER

"Nunca ceda à indolência nem ao desespero. Receba alegremente perda e aflição, pois elas ajudam a firmar o caráter. O diamante é encontrado em meio às pedras. Você terá de dinamitar ao longo do veio para alcançar o ouro. Obedeça o estrito regime que o médico prescreve para que o remédio dê o resultado melhor. A bateria de seu 'carro' é carregada quando você vem a Puttaparthi¹ ou quando vai a algum outro lugar sagrado. No mínimo, este deve ser o objetivo da peregrinação. Carregue a bateria de seu sadhana (disciplina espiritual), e depois, tendo voltado ao lar, não deixe o 'carro' ocioso. Se o fizer, a bateria cairá. Tome o 'carro' e o mantenha em movimento; assim, a bateria se autocarregará. De igual modo, se você não prosseguir no satsang (reunião com pessoas puras e sábias) o sathpravarthana², e o bhajana (cântico devocional) e o namasmarana (repetição do Nome do Senhor), toda esta carga se torna desperdício."

¹ Vila onde nasceu Sai Baba, no sul da Índia, onde tem sua morada (ashram).
² Sathpravarthana - as práticas santificantes.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p.57)


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

INOCÊNCIA

"Inocência é a qualidade inerente às crianças que, juntamente com sua inexperiência e naturalidade, são responsáveis por seu enorme encanto. Estamos todos familiarizados com a citação, 'A não ser que...vos torneis como criancinhas, não entrareis no reino dos céus', que é o estado ou consciência espiritual, que ao ser penetrado confere um segundo nascimento. 

A alma vem a cada encarnação desprovida de memórias prévias - início melhor não é possível. Por causa de inexperiência e falta de percepção aprendemos os caminhos do mundo com muita rapidez; nossa grande necessidade é esquecê-los. A inocência não deve ser interpretada como mera falta de conhecimento; o conhecimento deve ser acrescido à inocência sem destruí-la.

Somos inocentes no devachan ou céu, quando nos despimos de nossa vestimenta de má vontade, preconceito e paixões pessoais. Mas, em cada nova encarnação, a consciência da entidade reencarnante torna-se imperceptivelmente aprisionada numa multifacetada colmeia de memória com grande quantidade de cera, que é manufaturada pela interação entre a consciência e as sensações que experimenta. É verdadeiramente da fina clausura desta memória, elaborada com o tecido de cada tendência embutida e transmitida, que a alma tem de ser liberta.

A reta memória é um dos passos do Nobre Caminho Óctuplo. Essa memória, na medida em que é subjetiva, corporificando cada impulso contínuo, é um organismo vivo, pulsante, que atua com automatismo mecânico. É verdadeiramente em nosso passado, a herança de nossos momentos de iniquidade, a que estamos presos e retidos. É a rede da qual precisamos libertar-nos. Colmeia, clausura, rede são todas figuras para descrever nosso aprisionamento psicológico.

Dizem que nossa memória, que é do passado, deve tornar-se uma veste fria destituída de qualquer conteúdo vivo. Devemos cessar de ter quaisquer reações aos incidentes aí registrados. Isto é libertar-se do karma, os elos e apegos do tempo. Involução nessas memórias que nascem do contato, para usar uma frase do Bhagavad-Gita, é involução no karma, que é autocriado. Karma, memória, tempo são todos contínuos com a rede de reações que constitui nossa entidade pessoal. A dissolução dessa entidade pessoal é verdadeira inocência. Quando o homem atinge essa inocência, ele considera o mundo com olhos não egoístas, sensíveis e receptivos; e todas as coisas na Natureza são seus tutores."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 76/77)


terça-feira, 10 de novembro de 2015

A EXPERIÊNCIA DE DEUS (PARTE FINAL)

"(...) Sadhu Vaswani não apenas sentia 'compaixão' pelos pobres; ele verdadeiramente sofria as dores deles como se fossem suas dores. Frequentemente chorava ao ver uma pessoa em aflição. 'Não existe morte', ele nos ensinou certa manhã: 'a morte é uma ilusão, e devemos aprender a transcendê-la'. Mais tarde, nesse mesmo dia, ele foi chamado a permanecer ao lado de uma mãe idosa que havia perdido seu único filho num acidente aéreo. Ela chorava amargamente, e os olhos dele marejavam. Posteriormente nós o questionamos: 'Esta manhã você nos ensinou que a morte é uma ilusão. Qual, então foi a razão das suas lágrimas?' E ele respondeu: 'Quando estava sentado ao lado da velha mãe, senti que eu era ela.' Terá sido também esta a razão pela qual Jesus chorou quando sentou ao lado da irmã de Lázaro? 

Para todos os grandes seres, ajudar o próximo não era um dever, nem era, sequer, uma virtude: era uma pulsação da existência. Para eles, viver era amar e servir os pobres e necessitados. Para eles, os pobres eram retratos de Deus, e servi-los era adorar a Deus.

Deus está além do conhecimento. Contudo, Ele é conhecido na medida em que nós O amamos. Aqueles que amam a Deus encontram repouso somente em Deus. Eles O observam no templo do coração, e também nos corações  de todas as outras pessoas, pois todos estão em Deus, e Deus está em todos. Amando a Deus, eles vão em frente servindo os pobres, os desamparados e os abandonados. É para esse serviço desinteressado e amoroso que todos os grandes seres verdadeiramente nos chamam. Quantos ouvirão o chamado?"

(J.P. Vaswani - A experiência de Deus - Revista Sophia, Ano 13, nª 56 - Ed. Teosófica - p. 43)

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

A EXPERIÊNCIA DE DEUS (2ª PARTE)

"(...) A união com Deus deve ser experienciada, não apenas imaginada. Quando o homem desperta do sonho da existência fenomenal, consegue entrar nesse estado supremo. Então, muito embora habite o corpo físico, ele passa a viver como alguém à parte. É isso que todos os grandes instrutores da humanidade quiseram dizer quando nos pediram para viver no mundo, mas não ser do mundo.

A marca de um homem assim - que vive no mundo, mas não é do mundo - é o amor, a simpatia, o serviço altruísta e o sacrifício. Sua vida se torna um rio de amor, sempre pleno, sempre fluindo. Ele verte o amor de seu coração sobre todos e dissemina a luz do amor aonde quer que vá. Assim como o sol que brilha sobre bons e maus, assim como o rio que não nega sua água a ninguém, também ele compartilha, generosamente, o amor de seu coração com todos. Para ele, doar amor é viver; negar amor é murchar e morrer.

O amor não é amor se não flui igualmente para todos - ricos e pobres, cultos e incultos, jovens e velhos, amigos e inimigos, ladrões, criminosos, jogadores, bêbados, pecadores. No verdadeiro amor não existe senso de separação.

Nas mentes de Mahatma Gandhi e de muitos outros grandes seres, não havia sentimento de separação entre seus próprios corpos e os de outras pessoas. Os corpos são apenas as muitas residências do espírito uno. É isso que dá aos seres iluminados um senso de identificação com o sofrimento dos pobres e dos desvalidos, dos nossos irmãos animais e plantas, todos tendo neles o alento da vida. (...)"

(J.P. Vaswani - A experiência de Deus - Revista Sophia, Ano 13, nª 56 - Ed. Teosófica - p. 43)

domingo, 8 de novembro de 2015

A EXPERIÊNCIA DE DEUS (1ª PARTE)

"Atualmente estamos atravessando um período de grande crise - talvez a maior jamais conhecida pelo homem. A humanidade avançou muito, tecnologicamente falando. O homem desvendou os segredos do átomo, os mistérios do espaço, as profundezas de seu corpo e de sua própria mente. Mas, embora viva num mundo de promessas ilimitadas, ele se sente confuso e desnorteado, pois não fez qualquer tentativa de compreender seu próprio eu, seu verdadeiro ser, seu propósito. Seu coração se sente solitário e sobrecarregado por inúmeros temores, muitos dos quais ele não consegue nomear.

Porém, a hora escura da noite é a que precede a aurora. Todos os grandes instrutores espirituais da humanidade vislumbraram a beleza de uma nova era que se aproxima, uma era de compreensão espiritual. Pois, ainda que o homem não saiba, seu coração está faminto pelo pão do espírito, pela verdade da alma e das leis que a governam. O homem precisa saber que ele é essencialmente um ser espiritual, que está sujeito a leis espirituais. Como nos disse repetidamente Sadhu Vaswani, 'a única necessidade do homem é Deus'.

Deus não é para ser discutido: é para ser experienciado. Os grandes seres espirituais foram homens que passaram por essa experiência. E todos eles assinalaram que aquilo que se antepõe no caminho do nosso desabrochar espiritual é a identificação com o ego. O ego é apenas a sombra do real, a causa da ignorância que nos mantém impiedosamente presos à roda de nascimentos e mortes. O ego vive, move-se e trabalha num mundo de separação - um mundo infeliz. A cura está na busca de união com o coração da realidade, o eu que é eterno e imortal, sem início e sem fim. Esse é o verdadeiro eu, que, embora não tenha nome, é chamado por muitos de Deus. (...)"

(J.P. Vaswani - A experiência de Deus - Revista Sophia, Ano 13, nª 56 - Ed. Teosófica - p. 41/43)


sábado, 7 de novembro de 2015

UM REINO DIVINO ESTÁ EM JOGO

"Os santos dão ênfase à renúncia para que um forte apego material não nos venha a impedir de obter o reino de Deus. Renúncia não significa desistir de tudo; significa abandonar pequenos prazeres pela eterna bem-aventurança. Deus fala conosco quando trabalhamos para Ele, e deveríamos falar-Lhe continuamente. Digam-Lhe tudo aquilo que lhes vier à mente. Digam a Ele: 'Senhor, revela-Te, revela-Te'. Não aceitem o silêncio como resposta. Inicialmente Ele responderá dando-lhes algo que desejam, demonstrando assim estar atento a vocês. Mas não se contentem com Suas dádivas. Façam-No entender que só ficarão satisfeitos com a dádiva dEle mesmo. Finalmente ele lhes dará uma resposta. Poderão ter a visão do rosto de um santo ou ouvir uma voz Divina lhes falando; e saberão assim que estão em comunhão com Deus.

Convencer Deus a se revelar requer um empenho constante e ininterrupto. Ninguém pode lhes ensinar isto. Vocês têm que aprender sozinhos. 'Podemos levar um cavalo ao rio, mas não podemos forçá-lo a beber.' Porém, quando estiver com sede, o cavalo procurará a água com grande determinação. Portanto, quando sentirem uma sede imensa pelo Divino, quando não derem importância a mais nada - nem aos testes do mundo nem aos testes do corpo - então Ele virá. Lembrem-se, quando o chamado de seus corações for intenso, quando não aceitarem mais nenhuma desculpa, Ele virá.

Não deve haver em suas mentes qualquer dúvida de que Deus lhes responderá. A maioria das pessoas não obtém nenhuma resposta por causa desta descrença. Se estiverem absolutamente convictos de que vão conseguir algo, nada poderá impedi-los. Só quando vocês desistem é que lavram a sentença contra vocês mesmos. O homem bem sucedido não conhece a palavra 'impossível'. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Como Falar com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 36/38)


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

ACELERE O PROCESSO DE EVOLUÇÃO

"(6:45) Seguindo diligentemente o caminho (que escolheu) e, assim, livrando-se de todos os pecados (débitos kármicos), o yogue atinge a perfeição após muitos nascimentos e entra, por fim, na Beatitude Suprema.

Lahiri Mahasaya, que primeiro ensinou o Kriya Yoga ao mundo ocidental nos tempos modernos, explicava essa passagem também em sentido esotérico. Quando o homem expira e não pode mais inspirar, morre. Mais tarde, renascido num novo corpo, inspira para emitir seu primeiro vagido e assim retoma a existência neste mundo. De igual modo, quando o yogue para de respirar durante a meditação, o ar forçosamente é empurrado para fora de seu corpo. Temos aí uma espécie de 'morte parcial', reminiscência de uma declaração de São Paulo na Bíblia: 'Morro todos os dias.' Nesse sentido, quando o yogue recupera a consciência exterior e volta a respirar, seu primeiro ato é inspirar de novo. Assim, durante a meditação no corpo atual, ele passa literalmente pelo processo de morte e ressurreição. 

O yogue pode dessa maneira, mesmo no espaço de uma vida, acelerar o processo de evolução conforme a promessa de Krishna - processo que normalmente exige 'muitos nascimentos' - e rematar a obra há muito encetada mesmo no corpo atual.

Há uma prática mais superficial, porém bastante útil, que devemos associar ao processo respiratório. O momento de consolidar ou provocar um novo estado de consciência é depois de uma inspiração profunda. E o momento de expelir do corpo um pensamento ou hábito indesejado é durante a expiração deliberada - o que faz com que, por assim dizer, esse pensamento se apague no corpo. 'Os hábitos', dizia Yogananda, 'podem ser mudados no prazo de um dia. Eles são simplesmente o resultado da energia concentrada. Direcione essa energia de uma forma nova e o hábito que você quer eliminar desaparecerá num instante.' A respiração é o melhor veículo, se acompanhado de intensa determinação mental, para introduzir em nossa natureza os pensamentos e qualidades que queremos absorver e para excluir aqueles de que desejamos nos livrar. Também nesse caso, cada expiração será uma pequena morte (pelo menos, da qualidade eliminada) e cada inspiração, um pequeno renascimento da nova qualidade que queremos cultivar."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 276/277)
www.pensamento-cultrix.com.br


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

PACIFICAÇÃO

"Quer acabar a violência? Pois comece em você mesmo.

Reduza suas ambições.

Controle seus ódios.

Apague seus ressentimentos.

Cultive honestidade.

Fale a verdade.

Faça o maior bem que puder.

Apague as lágrimas do que choram.

Ampare os que estão sofrendo.

Perdoe aqueles que, por ignorância e inferioridade, o feriram.

Reduza suas tensões.

Alegre-se com a felicidade dos outros.

Pense no bem dos outros antes de pensar no seu.

Que meu coração em Paz propicie Paz a todos."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 86/87)


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

LAÇOS DE AMOR

"... Mas não atinava que eu os curava. Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor... (Oséias, 11:3-4). A fim de formar esse círculo perfeito, você deve pensar em harmonia com a Presença Infinita, com o Poder Infinito. Isso é muitas vezes chamado estar 'em sintonia com o Infinito'. Não estamos compelidos ao amor, mas temos liberdade para amar.

O amor é espontâneo e alegre, temos a capacidade de dá-lo ou retê-lo. Não há compulsão para amar. Não haveria alegria, por exemplo, se não pudéssemos experimentar o oposto. Como poderíamos experimentar alegria se não conhecêssemos o sofrimento? O amor deve ser livremente concedido. Alguém pode simular amor em decorrência de necessidade ou por um senso de dependência, mas não é amor de verdade. Quando nossos pensamentos estão em sintonia com o Infinito, formam um círculo ou circuito perfeito e voltam para nós.

Quando nossos pensamentos são negativos, como acontece, por exemplo, ao nos entregarmos à crítica, inveja ou sentimos pena de nós mesmos ou dos outros, não estamos em sintonia com Deus; consequentemente, não há polaridade. O círculo do bem não está formado.

O remédio para os problemas é compreender que a sede da Onipotência está dentro de nós. Aquietando a mente, compreendemos que todo o poder e energia necessários para superar uma situação, qualquer que seja, estão agora conosco. Forma-se uma bateria com a ligação de polos opostos de zinco e cobre, formando-se um circuito, que gera energia. Esse processo idêntico repete-se quando meditamos. Nossos pensamentos devem ser carregados com energia ou emocionalizados pelo amor. Em outras palavras devemos nos tornar unidos com nosso ideal, sentindo a realidade do estado desejado. "

(Joseph Murphy - Sua Força Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 99/100)


terça-feira, 3 de novembro de 2015

RESPONSABILIDADE UNIVERSAL

"Creio que, para enfrentar o desafio do próximo século, todos os homens terão de desenvolver uma noção mais ampla de responsabilidade universal.

Cada um de nós precisa aprender a trabalhar não apenas para si próprio, para sua família, ou sua nação, mas para o benefício de toda a humanidade.

Já se foi o tempo em que podíamos pensar em termos de 'minha nação' ou 'meu país'.

A responsabilidade universal é a verdadeira resposta para a questão da sobrevivência humana.

Grandes movimentos de cunho humanístico costumam nascer de iniciativas individuais.

Portanto, é o trabalho do indivíduo para o bem-estar comum que faz a diferença."

(Sua Santidade, o Dalai-Lama - O Caminho da Tranquilidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 86)


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

NASCER DA ÁGUA

"'Aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.'

"Nascer da água' é usualmente interpretado como uma prescrição do ritual exterior do batismo pela água - um renascimento simbólico -, visando tornar-nos qualificados para o reino de Deus após a morte. Mas Jesus não se referia a um renascimento envolvendo água. 'Água', aqui, significa protoplasma; o corpo humano, em sua maior parte, é constituído de água e inicia sua existência terrena no fluido amniótico, no ventre de sua mãe. Embora a alma tenha de passar pelo processo natural de nascimento que Deus estabeleceu por meio de Suas leis biológicas, o nascimento físico não é suficiente para que o homem se torne apto para ver ou entrar no reino de Deus. 

A consciência comum está presa ao corpo; e, através dos dois olhos físicos, o homem é capaz de observar apenas o diminuto teatro deste Terra e o céu estrelado que a circunda. Pelas pequenas janelas exteriores dos cinco sentidos, as almas restritas ao corpo nada percebem das maravilhas que estão além da matéria limitada. 

Em um avião, voando a grandes altitudes, não se percebem fronteiras, mas somente a vastidão do espaço e os céus ilimitados. Porém, na reclusão de um quarto, entre paredes sem janelas, perde-se a visão da imensidade. De modo parecido, quando a alma humana é enviada do Espírito infinito para um corpo mortal circunscrito pelos sentidos, suas experiências externas permanecem confinadas às limitações da matéria. Assim, Jesus aludiu ao fato, também expresso pelos cientistas modernos, de que podemos ver e conhecer apenas o que os instrumentos limitados dos sentidos e da razão nos permitem.

Assim como os detalhes das estrelas distantes não podem ser vistos com um telescópio de cinco centímetros, da mesma forma Jesus dizia que o homem não pode ver ou conhecer algo do reino celestial de Deus com o poder limitado da mente e dos sentidos. Entretanto, um telescópio de cinco metros capacita o homem a sondar as imensas regiões do espaço povoado de estrelas; e, semelhantemente, desenvolvendo a percepção intuitiva por meio da meditação, ele pode contemplar e entrar no reino astro e causal de Deus: berço de pensamentos, estrelas e almas.

Jesus enfatiza que, depois que a alma encarna - nasce da água ou protoplasma -, o homem deve transcender as imposições mortais do corpo por meio do autoaperfeiçoamento. Com o despertar do 'sexto sentido', a intuição, e com a abertura do olho espiritual, sua consciência iluminada pode entrar no reino de Deus. Nesse segundo nascimento, o corpo permanece o mesmo; mas a consciência da alma, em vez de estar presa ao plano material, encontra-se livre para passear no ilimitado império do Espírito, eternamento jubiloso."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga de Jesus - Self-Realization Fellowship - p. 51/52)


domingo, 1 de novembro de 2015

O SOFRIMENTO DA MORTE É AUTOINFLIGIDO

"Normalmente, para o homem que vive no plano animal (de forma desnatural, sem harmonia com a natureza de sua alma), a morte fora de hora é uma coisa horrível, produzindo grande agonia. Mas a suposta aflição ocorre por causa do mau hábito que a alma tem de aumentar e transformar em sofrimento uma percepção intelectual. Por exemplo, o sofrimento proveniente de se acreditar em fantasmas e espíritos malignos, como nos pesadelos ou fobias que produzem traumas e convulsões, demonstra que se experimenta dor aguda no organismo físico pela exclusiva intermediação da mente.

A morte natural - isto é, em idade avançada, ou sempre que a alma está pronta para trocar a forma mortal - é como o cair da fruta madura de uma árvore em seu próprio tempo, sem a resistência que a fruta verde exibe quando cai por causa de uma tempestade ou outra força maior. Contudo, na morte prematura - por motivo de doença, acidente ou outras causas - a alma oferece grande resistência e por isso o corpo testemunha grande agonia.² Neste tumulto e na luta da consciência há uma grande tristeza, uma sensação de impotência - e a natureza iludida da alma finalmente se torna inconsciente quando a morte sobrevém, como no início do sono profundo.³ Esta impotência perante a morte é erroneamente considerada por algumas pessoas como um castigo divino. Na verdade, é apenas resultado do mau hábito, persistente e autocriado, que tem a alma de identificar-se com a mudança, em vez de considerar as transformações corporais como meio de se expressar.

Assim, o medo de morrer (adquirido por herança social ou hereditária) e a agonia da morte prematura (resultante da identificação com as mudanças corporais, em vez de observá-las como uma testemunha) são coisas autoinfligidas, o que é mesquinho e terrível. Alcançando a Autorrealização, pode-se evitar a morte comum e dolorosa. Com esta consciência, o iogue
a) não experimenta dor na morte natural;
b) conserva a consciência e a identidade após a morte;
c) vive na natureza de sua alma, e sabe que essa natureza é todo-poderosa e imortal."

² Hoje em dia, os sintomas externos são minimizados pelos medicamentos modernos, que não existiam em 1923, quando estas anotações foram escritas.
³ Após a morte, a alma, num corpo astral luminoso, desperta gradualmente para uma nova existência no mundo astral ou céu - num plano mais ou menos elevado, correspondente ao mérito das ações na Terra. A alma permanece no mundo astral por um tempo determinado pelo karma; depois, volta à Terra em nova encarnação física. Os ciclos de vida e morte continuam até a alma cortar todos os laços mortais, ficar livre e voltar para Deus.

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 217/218)


sábado, 31 de outubro de 2015

SUCESSO E FRACASSO NO OCULTISMO

"Todos os fracassos vêm do interior assim como todos os êxitos. Nenhum poder externo deve ser tido como o causador de um ou outro resultado. Ambas as sementes estão presentes no aspirante desde o princípio. Aquela que consegue germinar e crescer mais forte depende do indivíduo, especialmente do seu modo de pensamento e de vida. 

O ocultismo infalivelmente mostra a pessoa como ela é. Tudo o que existe de bom ou de mal nela aflora. Nisto se encontra o mérito para o forte, o perigo para o fraco. O ocultismo é a força que pode incinerar a impureza e revelar o ouro puro ou acender a paixão, inflamar o desejo, acentuar o orgulho. O mesmo agente é capaz de ambos os efeitos. 

Todos os que se aproximam desta chama devoradora deveriam se precaver; pois ela tanto exalta como consome. O puro de coração não tem nada para temer. Os orgulhosos e inflamados pela paixão estão em perigo desdo o primeiro passo.

'Estejam alertas' aparece como um adorno sobre o portal que leva ao Pátio Externo. 'Observem cuidadosamente' está escrito nas paredes internas. 'Conheça-te a ti mesmo' aparece sobre a porta que leva ao Santuário.

Não são os Hierofantes que são responsáveis pelos perigos, os testes e as quedas. É a própria natureza - especialmente a natureza manifesta no homem. Os Hierofantes não têm o direito nem o poder de negar a qualquer indivíduo entrada a qualquer porta que ele possa encontrar aberta e passar por ela. Eles podem alertar, orientar, inspirar, mas Eles não podem usar de força. A alma ardente que segue adiante toma a sua própria vida em suas mãos.

Os Hierofantes somente observam, sabendo que a vitória e a iluminação, a derrota e o fracasso ocorrem. Eles também sabem que estas são experimentadas dentro do Envoltório Áurico do candidato ao Adeptado."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 157)


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O SERVIÇO É A TÔNICA DA AMIZADE

"Cultive a verdadeira amizade, pois só assim você atrairá amigos verdadeiros. A verdadeira amizade consiste nos préstimos mútuos, no auxílio aos amigos em situação difícil, na simpatia pelo sofrimento, no conselho em pleno infortúnio, no socorro financeiro em ocasiões de real necessidade. O amigo se rejubila com a boa sorte dos amigos e ampara-os na desgraça. Esquece prontamente os prazeres egoístas e o interesse próprio em favor da felicidade dos amigos, sem consciência de perda ou sacrifício e sem avaliar custos. 

Nunca seja sarcástico com um amigo. Não o lisonjeie exceto para encorajá-lo. Não concorde com ele quando estiver errado. A amizade autêntica não pode testemunhar com indiferença o prazer falso e prejudicial de um amigo. Isso não quer dizer que você deve brigar com ele. Faça sugestões mentais; ou, caso seu parecer for solicitado, dê-o com gentileza e amabilidade. Só os idiotas brigam. Os amigos discutem suas diferenças.

Pessoas há que não confiam em ninguém e até duvidam da possibilidade de ter algum dia amigos verdadeiros. Alguns chegam mesmo a gabar-se de que não precisam deles. Se você não conseguir ser amigável, desrespeitará a lei divina da autoexpansão, pela qual a alma evolui e se transforma em Espírito. Nenhum homem incapaz de inspirar confiança e de ampliar o reino de seu amor e afetividade por outros territórios da alma pode esperar que sua consciência mergulhe na Consciência Cósmica. Se você não conseguir atrair corações humanos, não atrairá o Coração Cósmico."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 35
www.editorapensamento.com.br


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O SER DIVINO EM NÓS

"Se você tem de puxar potência da casa de força para sua residência, a fim de a iluminar, terá de fixar postes a intervalos regulares e ligar os fios. Assim também, se quiser a Graça de Deus, pratique Sadhana (práticas disciplinares) em períodos regulares, e se ligue a Deus pelo fio de smarana (a lembrança contínua, a insistência n'Ele).

Saiba que o Atma¹ é sua Realidade e também saiba que Ele é a Força Interna deste Universo. Que sua inteligência penetre tal Verdade. Analise-se e descubra os diversos níveis da Consciência: o físico; o sensório; o nervoso; o mental; o intelectual, e assim, alcance até mesmo o âmago do último nível - o da alegria. Os panchakosas² têm de ser transcendidos, tanto que você possa alcançar sua Verdade, a de que você é Atma.

O Atma pode ser apreendido somente por um acurado intelecto e uma mente pura. Como purificar a mente? Por mantê-la em jejum dos maus 'alimentos' atrás dos quais ela corre, isto é, os prazeres mundanos. Além do mais, é preciso nutri-la com 'alimentos' bons, principalmente o pensar em Deus. O intelecto se tornará acurado se se devotar à discriminação entre o efêmero e o eterno. Que seus pensamentos estejam concentrados em Deus, em Seu Nome e em Sua Forma. Você sentirá então que está sempre com o que é puro e duradouro; gozará de pura e prolongada alegria. Eis por que dou tanta importância a namasmarana (repetição do Nome de Deus como disciplina espiritual)."

¹ O Ser Divino em nós.
² Panchakosas - os cinco envoltórios, escondendo Atma.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 54/55)


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O USO DA IMAGINAÇÃO CRIATIVA

"Uma razão pela qual os aspirantes podem não alcançar os resultados desejados da sua disciplina de ioga é a falta de persistência e fé, ou de imaginação. Com a melhor boa vontade do mundo, eles permitem que suas mentes se interponham entre eles e seu Ego. Pode ser útil tomar as frases de afirmação e descrever as ações apropriadas correspondentes, mental e supramental, para cada uma delas. Por exemplo, nas palavras 'mais brilhante do que o Sol interior', o centro de observação poderia ser colocado na imaginação do coração do sol e após uns instantes no coração do Sol espiritual e mantido ali. Isto por si só pode produzir a iluminação. 

A expressão 'mais branca que a neve virgem' refere-se ao puro e imaculável Atma, o Espírito branco puro e radiante do universo e do homem. 'Mais sutil que o Éter' refere-se ao Logos imanente, o Princípio e a Presença divina na Natureza e no homem, que tudo permeia e interpenetra. A afirmação final deveria ser repetida mentalmente diversas vezes e em seguida permitir que a mente fique silenciosa, para que a consciência superior possa sobrevir. 

É aconselhável uma atitude mental de expectativa e espera, mas não uma atividade. Mais uma vez, a falta de habilidade de imaginar e de entrar criativamente no significado dessas afirmações é a grande barreira para os aspirantes ocidentais. A imaginação positiva e criativa, em contraste com a mera fantasia, é um fator importante para ser bem-sucedido na ioga, especialmente nas fases preliminares."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 99)


terça-feira, 27 de outubro de 2015

FAÇA DEUS QUEBRAR SEU VOTO DE SILÊNCIO

"Aconteça o que acontecer, se você estiver cada vez mais com Deus, descobrirá que Ele sempre está com você. Você fará esse esforço? Quando comecei, todos os dias a minha mente dizia: 'Você não conseguirá conhecer a Deus. Só os grandes mestres, como Krishna, Jesus e Buda, conseguiram.' Mas depois eu raciocinava: 'Se Deus os favoreceu, poderia ser parcial, mas eu sei que não é - Ele não favorece ninguém. Até eles tiveram que enfrentar grandes testes. Mas obtiveram sucesso divino, de modo que eu também posso.'

Esforce-se para encontrar Deus, tentando convencê-Lo de que O quer e tentando persuadi-Lo a falar com você. Se fizer Deus quebrar Seu voto de silêncio, Ele falará. É isso o que torna difícil conhecê-Lo; é preciso perseverança devocional. Quantos anos chorei secretamente por Ele! Mas agora sei que nunca mais O perderei, porque Ele não está separado de mim. Está sempre comigo. Quando a onda se funde com o oceano, não consegue mais se sentir perdida. Assim somos: quando nos unimos ao Espírito, não conseguimos mais nos sentir separados de Deus. 

Portanto, acima de tudo, encontre tempo para Deus. Por mais cansado que esteja ao fim do dia, logo que todos forem dormir levante-se, e jogue-se aos pés de Deus. Não durma enquanto não tiver comungado com Ele. Ore para Ele, na linguagem do coração: 'Meu Senhor, Tu vens em primeiro lugar. Decidi que, no templo da noite, vou me dedicar a Te amar. Tu és meu tudo: meu sono, minha vida, és até minha morte, se preciso for. Só quero a Ti. Tu me bastas. Ofereço todo meu poder, meus pensamentos e meu amor para Te sentir, para estar junto a Ti, para Te amar.'"

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 107)


segunda-feira, 26 de outubro de 2015

ESTRELAS ANÔNIMAS

"Os condutores de que o mundo precisa raramente aparecem. Surgem como estrelinhas faiscantes, mas em geral ficam anônimos, quando não perseguidos, anulados, esmagados pela mediocridade dominante.

Alguns desses raros seres nem sequer saem da pobreza em que nasceram.

O mundo não os entende. E muito menos lhes atende.

O mundo prefere continuar seu viver sofrido, entre choques de doutrinas, nacionalismos adversários, facciosismos conflitantes, impérios que crescem esmagando e fazendo injustiça, instalando a exploração, despertando ódios, derramando sangue... E tudo em proveito de mentirosas e efêmeras hegemonias.

Os gênios que poderiam conduzir o mundo à Paz continuam estrelinhas anônimas, ignoradas, isoladas, inacessíveis.

São estrelinhas num rasgo de céu em noite tempestuosa, pejada dos negros nimbos da violência e da ignorância.

Quando teremos nós, os homens, um céu todo estrelado?"

(Hermógenes - Mergulho na paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 30)


domingo, 25 de outubro de 2015

SOMOS O QUE COMEMOS

"Se uma coisa é verdadeira, há um meio pela qual é verdadeira. Quando, na Bíblia, a Oração do Senhor diz o pão nosso cotidiano dai-nos de dia em dia (Lucas, 11:3), não está se referindo ao pão na mesa. É o pão dos céus, que significa comer mentalmente a confiança, fé, boa vontade e alegria.

O homem deve se alimentar com disposições e emoções que o anime, fortaleçam e sustentem. É verdade que precisamos de alimento para o corpo, assim como proteínas, vegetais e todos os minerais necessários para sustentar a vida que provém do solo. ... Não só de pão viverá o homem (Lucas, 4:4). Ele deve ter ideias que curem, abençoem, inspirem, elevem e dignifiquem sua alma. Como pode um homem viver sem um mínimo de paz, harmonia, amor, fé em Deus e todas as coisas boas? 

Nossa mente deve ser nutrida. Quando a mente se torna carregada de medo, ansiedade, preocupação e maus presságios, tais emoções geram todas as espécies de aflições e sofrimentos. O homem precisa viver na alegre expectativa do melhor. Irá descobrir então que invariável e inevitavelmente o melhor lhe acontecerá. Conseguimos o que esperamos na vida. Espere sempre o melhor. Nunca se contente com o segundo melhor. 

Quantas vezes você já levantou da mesa de banquete, que estava repleta de comidas deliciosas, mas continuou com fome de amor, paz, alegria interior ou ansiando por alguma espécie de satisfação indescritível que a comida na mesa não podia lhe proporcionar? Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos (Mateus, 5:6). Compreenda que sua herança espiritual muniu-o com todos os poderes e capacidades necessárias para vencer e levar uma vida triunfante.

Melhor é um prato de hortaliças onde há amor do que o boi cevado e com ele o ódio (Provérbios, 15:17). Você pode comer a mais suculenta das comidas; se estiver com raiva, ressentimento ou ódio, a comida se transformará em veneno. Não há nada bom ou mau, o pensamento é que torna tudo uma coisa ou outra. (...)"

(Joseph Murphy - Sua Força Interior -Ed. Record, Rio de Janeiro, 1995 - p.120/121