OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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sábado, 23 de dezembro de 2017

O REENCONTRO

"Eis-me aqui, Senhor, ansioso, na espera de num dia bem próximo sentir, em plenitude, Tua presença.

Muito há que se trabalhar. Sentimentos indomáveis tumultuam minha consciência ainda em formação.

O caminho é longo...

No conflito da mente pela busca de fazer-Te totalmente presente em meu ser, raros são os dias em que não há luta, É uma batalha incansável de pensamentos, que não se coadunam com palavras e ações.

Momentos existem que são puros e harmoniosos. E a vida se torna bela. Tua presença radiante ensina-me a ver em tudo e em todos a Tua Essência.

A vida, então, é um eterno convite para experienciar, a cada instante, a bondade, a compreensão, a tolerência, a compaixão, enfim, a justiça, a verdade e o amor. Nesses instantes Tua grandeza é sentida. Vejo então, através dos olhos do coração, a Tua beleza.

Nas mais das vezes, porém, confesso que me sinto distante. É quando divago pelos descaminhos que me levam para longe da verdade, ora impulsionado pela vaidade ou orgulho e, outras vezes, pela intolerência e incompreensão.

Nesses momentos bebo o amargo cálice da Tua ausência. É a dor sentida e vivida sem a Tua presença. Reflito e indago: Por que tais acontecimentos?

Olho para dentro de mim, para o mais profundo do meu ser e Te vejo enclausurado pelos meus interesses mesquinhos e materiais. Aí, compreendo que Tu és e sempre serás amor. Mesmo quando entro em conflito com a Tua vontade, Tu Senhor, em momento algum, me desamparas.

A realidade é que eu me deixara envolver pela sedução dos desejos temporários. Só então, após estar diante da dor, na batalha do Ser contra o Ter, é que volto a ver-Te.

Por tudo isto eis-me aqui, Senhor. Reconhecendo a necessidade de reencontrar-me em Tua luz, evitando assim a continuidade de minhas batalhas internas que, além de serem refletidas negativamente em todos, afastam-me cada vez mais de Ti."

(Valdir Peixoto - Conheca-te a ti Mesmo - Ed. Teosófica, Brasília/DF, 2009 - p. 79/81)


domingo, 10 de dezembro de 2017

PRECES PELOS MORTOS

"P 191: As preces pelos mortos têm algum valor? Se o têm, como devem ser oferecidas?  

R: As preces sempre têm valor, tanto para os vivos como para os mortos, quando são ditadas pelo amor. Uma prece será eficaz na proporção da intensidade do pensamento expressado por ela, da pureza e força de vontade com as quais for dirigida à pessoa em questão, e do conhecimento que possua o solicitante. Uma oração, assim como um pensamento, cria uma forma, um elemental artificial, 'um poder benéfico ativo' que vai até a pessoa para cujo benefício foi criado e que a ajuda quando a oportunidade se apresentar. Essa energia posta em jogo no plano astral pode afetar qualquer pessoa em seu corpo astral; portanto, é possível auxiliar e proteger um morto com tais formas mentais enquanto ele permanecer no mundo astral.   

Um homem que compreenda a constituição do corpo astral e o poder do pensamento pode aumentar enormemente sua ajuda pelo envio deliberado de um elemental artificial, que auxilie na desintegração dos cascões astrais que aprisionam a alma, e que impulsione seu passo para o Devachan. Alguns dos Mantrans dos Shraddhas hindus (cerimônias para os mortos) têm esse objetivo em perspectiva, e são muito eficazes quando empregados por um homem sábio e santo.  

Entretanto, o homem comum conhece tão pouco sobre a condição de seus entes queridos, já mortos, que fará muito bem em abster-se de colocar em movimento uma força que possa ser mal dirigida, por falta de conhecimento mais exato acerca do que eles necessitam. Tal pessoa procederia melhor se usasse aquela famosa antífona que tão frequentemente se ouve nos serviços para os defuntos, na Igreja Católica: 'Concede-lhe, oh Senhor, descanso eterno e que a luz perpétua brilhe para ele'. Pois essas duas cláusulas expressam exatamente as condições de que o defunto mais necessita: primeiro, perfeito descanso de todo cuidado e pensamento terrestres, a fim de que não seja perturbado seu progresso na direção do mundo celeste; e segundo, a luz perpétua do amor divino, brilhando claramente sobre ele através da parte superior e mais espiritual de sua própria natureza, atraindo-o sempre até essa elevada luz para que seu progresso possa ser rápido. Em verdade, muito pouca ajuda posterior pode a Terra oferecer a um homem para quem essa prece for repetida constante e fervorosamente. Dessa maneira, qualquer um pode ajudar seus amigos ou seres queridos, ao elevar-se a um nível superior, esquecendo-se de si e do engano da perda aparente, enviando pensamentos de 'luz perpétua e paz eterna', e substituindo a tristeza Egoísta e inútil por bons desejos, sinceros e amorosos, para que o progresso daqueles seja rápido desde o mundo astral até o celestial." 

(Pestanji Temulji Pavri - Teosofia explicada em perguntas e respostas - fl. 175/176)
Fontehttp://www.lojadharma.org.br


quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

DESFAZENDO A IDENTIFICAÇÃO COM O SOFRIMENTO (2ª PARTE)

"(...) O sofrimento deseja sobreviver, mas, para isso, precisa conseguir que nos identifiquemos inconscientemente com ele. Então poderá nascer, nos dominar, 'tornar-se nós' e viver através de nós.

Ele retira seu 'alimento' de nós. Vale-se de qualquer experiência sintonizada com o seu próprio tipo de energia, qualquer coisa que provoque um sofrimento adicional sob qualquer forma: raiva, destruição, rancor, desgostos, problemas emocionais, violência e até mesmo doenças. Portanto, quando o sofrimento toma conta de nós, cria uma situação em nossas vidas que reflete a própria frequência de energia da qual ele se alimenta. Sofrimento só se alimenta de sofrimento. Não consegue se alimentar de alegria. Acha-a indigesta. 

Quando o sofrimento nos domina, faz com que desejemos ter mais sofrimento. Passamos a ser vítimas ou agressores. Queremos infligir sofrimento, ou senti-lo, ou ambos. Na verdade, não há muita diferença entre os dois. É claro que não temos consciência disso e afirmamos que não queremos sofrer. Mas preste bem atenção e verá que o seu pensamento e o seu comportamento estão programados para continuar com o sofrimento, tanto para você quanto para os outros. Se você estivesse consciente disso, o padrão iria se desfazer, porque desejar mais sofrimento é uma insanidade, e ninguém é insano conscientemente. 

O sofrimento, a sombra escura projetada pelo ego, tem medo da luz da nossa consciência. Teme ser descoberto. Sobrevive graças à nossa identificação inconsciente com ele, assim como do medo inconsciente de enfrentarmos o sofrimento que vive dentro de nós. Mas, se não o enfrentarmos, se não direcionarmos a luz de nossa consciência para o sofrimento, seremos forçados a revivê-lo.

O sofrimento pode parecer um monstro perigoso, mas eu garanto que se trata de um fantasma frágil. Ele não pode prevalecer sobre o poder na nossa presença. (...)".

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 75/76


terça-feira, 21 de novembro de 2017

A PERCEPÇÃO DA UNIDADE

"Como lhe será possível ir além? Vida após vida, ele aprendeu a identificar-se com o homem; vida após vida, aprendeu a responder a todo grito de dor. Pode, agora que é livre, prosseguir e deixar os outros acorrentados? Pode entrar na bem-aventurança deixando o mundo no sofrimento? Ele, a quem chamamos Mahatma, é a Alma liberta que tem o direito de prosseguir mas, em nome do Amor, regressa trazendo seu conhecimento para remediar a ignorância, sua pureza para absolver a infâmia, sua luz para afugentar a escuridão; aceita novamente o peso da matéria até que toda a humanidade seja libertada, e então prosseguirá, não sozinho, porém como o pai de uma grande família, levando com ele a humanidade para compartilhar do mesmo fim e da mesma bem-aventurança no Nirvana.

Esse é o Mahatma. Vidas sucessivas de esforço coroadas com a suprema renúncia; perfeição obtida através da luta e do trabalho, e depois o regresso para ajudar aos outros a chegarem onde ele chegou. Sua mão está pronta para ajudar a toda Alma que lhe estende as mãos à procura de ajuda. Seu coração responde à súplica de todo irmão que peça sua orientação; e eles estão lá, esperando o momento em que desejemos ser ensinados, dando-lhes a oportunidade de obter o Nirvana, ao qual renunciaram."

(Annie Besant - Os Mestres - p. 28/29)
Fonte: http://universalismoesoterico.blogspot.com.br/


segunda-feira, 20 de novembro de 2017

FRATERNIDADE (PARTE FINAL)

"(...) As explanações dadas aqui a respeito do que deve ser o discípulo, significam que ele deve ser como uma estrela que dá luz a todos sem tirá-la de ninguém; como a neve que recebe a geada e os ventos cortantes para proteger do frio as sementes que dormem na terra e permitir sua germinação quando chegar a estação do crescimento. Eis a instrução à qual os Mestres Divinos exigem obediência; eis o que eles pretendem dos homens que desejam tornar-se discípulos. Não a realização imediata, mas sim o empenho; não a perfeição imediata, mas sim o esforço; tampouco é exigida, certamente, a revelação do ideal, mas sim a luta por alcançá-lo superando fracassos e desacertos. E agora eu lhes pergunto: Acreditam que aqueles entre nós, que acatamos isto como um ideal e que reconhecemos ser uma exigência que nos é imposta por nossos Mestres, possamos prejudicar a sociedade ou que sejamos apenas os serventes da humanidade obedecendo àqueles cuja lei nos esforçamos em acatar?

Além disso, como já mencionei, vida após vida estas qualidades se desenvolvem, até chegar finalmente o momento em que as debilidades do homem tenham diminuído e as fraquezas da natureza humana tenham sido gradualmente superadas, quando haverá uma compaixão inabalável, uma pureza incorruptível, um imenso conhecimento e uma sensação de despertar espiritual; estas qualidades caracterizarão o discípulo que está se aproximando do limiar da libertação; despontará então o dia em que tiver chegado ao final do Caminho, quando o percurso estará terminado e a última possibilidade de transformar-se no Homem Perfeito surgirá diante de seus olhos. Nesse momento, a terra, tal como era concebida, passa a um segundo plano; mas ele – a Alma liberta (como é chamado), a Alma que conquistou sua liberdade, a Alma que conseguiu superar as limitações humanas – ele permanece no limiar do Nirvana, daquela consciência e bem-aventurança perfeitas que se encontram além dos horizontes do pensamento humano é das possibilidades de nossa consciência limitada. Foi dito que, enquanto ele permanece lá, há silêncio; silêncio na Natureza, pois um de seus filhos está transcendendo-a, silêncio que, por algum tempo, nada poderá perturbar, a Alma liberta conquistou sua liberdade. Finalmente, esse silêncio é quebrado por uma voz; uma voz que em uníssono representa o grito de angústia do mundo que foi deixado para trás. A súplica do mundo em sua escuridão, angústia, fome espiritual e degradação moral. Esse grito, que corta o silêncio que cercava a Alma liberta, é a súplica da raça humana à Alma que se ergueu para além de seus irmãos e encontrou a liberdade, enquanto eles permanecem acorrentados."

(Annie Besant - Os Mestres - p. 27/28)

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

O SENTIDO DA VIDA, SEGUNDO MOISÉS, BUDA, CRISTO (1ª PARTE)

"Qual o sentido da vida humana, a razão de ser da sua existência?

Todos os gênios da humanidade respondem o mesmo: o sentido da vida do homem é a sua autorrealização. E essa realização supõe, acima de tudo, o conhecimento da verdadeira natureza do homem.

Cerca de seis séculos antes da Era Cristã, vivia na Índia um príncipe real chamado Gautama Siddhartha. Pouco depois do seu casamento abandonou ele, clandestinamente, o Palácio Real e foi peregrinar pelas florestas da Índia, durante 16 anos, meditando, meditando e jejuando. Queria descobrir uma resposta definitiva ao tenebroso mistério do sofrimento universal da humanidade. Os animais selvagens não sofriam, e por que devia o homem, coroa da creação, viver em sofrimento permanente? Certo dia, estava o príncipe sentado à sombra de uma árvore, mergulhado em profunda meditação. Quando despertou do seu prolongado samadhi, proferiu quatro palavras – e os discípulos dele, sentados em derredor, exclamaram: Buda! Buda! isto é: acordou, acordou.

O peregrino real dormira toda a vida o sono da ilusão sobre si mesmo, identificando-se com o seu ego mental; de repente, despertou para a vigília da verdade – da verdade libertadora sobre si mesmo. Os discípulos dele resumiram a sabedoria do Mestre nas chamadas 'quatro verdades nobres de Buda'. O que Buda disse, depois de despertar para a luz da verdade, foram as palavras seguintes:

1) a vida humana é essencialmente sofrimento,
2) a causa deste sofrimento universal é a ilusão em que o homem vive sobre si mesmo,
3) com a transformação da ilusão em verdade sobre si mesmo, termina a culpa do sofrimento,
4) o meio para o conhecimento da verdade é a profunda meditação sobre si mesmo.

Cerca de mil anos antes de Buda dissera Moisés, com outras palavras, estas mesmas verdades: 'Maldita seja a terra por tua causa', disseram os Elohim ao primeiro homem, porque este se identificava com o seu ego ilusório, aberrando da verdade libertadora sobre a sua verdadeira natureza. E esta ilusão funesta provocou sua autoexpulsão do paraíso e o início do sofrimento Universal. (...)"

(Huberto Rohdem - O Homem, sua Natureza, sua Origem e sua Evolução -  p. 37/38)

domingo, 12 de novembro de 2017

QUE É DEUS?

"Perguntei às ondas do mar: Que é Deus?

E elas me disseram: Deus é o mar, e nós somos filhas dele.

Perguntei às sete cores do arco-íris: Que é Deus?

E as cores me responderam: Deus é a luz incolor, e nós somos reflexos dela.

Perguntei a todos os ruídos do Universo: Que é Deus?

E eles clamaram: Deus é o grande Silêncio, que nos gerou.

Perguntei a todos os seres vivos da terra, às plantas, aos insetos, às aves, aos peixes, aos animais: Que é Deus?

E eles bradaram: Deus é a Vida, e nós somos os vivos que dela emanaram. Indaguei a todas as plenitudes do Cosmos: Que é Deus?

E as plenitudes do Cosmos cantaram: Deus é a eterna Essência que nos deu Existência.

Perguntei a todos os seres conscientes do mundo: Que é Deus?

E todos concordaram: Deus é o Oniconsciente que nos deu consciência.

* * *

E depois que todas as creaturas responderam às minhas perguntas, exclamei estupefato: Como é que o Uno produz o Verso?

E elas, em coro uníssono, replicaram: O UNO é a alma, e o VERSO é o corpo do Universo – nós somos a Família Univérsica.

Ante essa mensagem do Universo, fiz calar todos os ruídos analíticos da mente e mergulhei no grande silêncio da intuição espiritual.

E a Voz do Silêncio me falou –

E eu compreendi a Voz do Silêncio..."

(Huberto Rohden - A Voz do Silêncio, Poemas de Autorrealização para Iniciandos e Iniciados - p. 9)


sábado, 11 de novembro de 2017

MEIOS CORRETOS

"Se para conseguir uma coisa a gente tem de mentir, de trair, de enganar, de praticar crueldade, de esmagar alguém... esta coisa é tão podre quanto os meios e modos de a conseguir. E sabe de uma? Ninguém é feliz e vitorioso, ninguém está seguro e forte, na posse de uma coisa podre.

Se os meios são sujos, os fins atingidos por tais meios também o são. Esta é uma verdade total, absoluta, à prova de quaisquer sofismas e racionalizações.

Jamais os fins belos, verdadeiros e nobres podem vir a ser conquistados por meios perversos e negros.

Ninguém chega à luz se usa as trevas.

Senhor.
Só não quero ser pobre de Teu Espírito."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 178/179)


quinta-feira, 9 de novembro de 2017

MELHORE SUA CONCENTRAÇÃO DURANTE A MEDITAÇÃO

"Para que você melhore em concentração durante a meditação, reduza suas pretensões e desejos. Olhe cada coisa como se você fosse uma simples testemunha desinteressada; não se precipite; não se deixe envolver. Quando as algemas caírem, você se sentirá feliz e leve.

Meditação é a função do homem interno. Envolve quietude subjetiva, esvaziamento da mente e o sentir-se uno com a luz que emerge da Divina Centelha interior. Tal disciplina nenhum livro-texto pode ensinar. Nenhuma aula pode comunicar dhyana. Purifique suas emoções. Clareie seus impulsos. Cultive Amor. Tal domínio é o propósito do processo da meditação ou dhyana.

A mãe pode sentar-se junto do filho e pronunciar palavras que o encorajem a falar, mas o filho tem de usar sua própria língua e fazer seus próprios esforços. Assim, também, uma pessoa pode lhe ensinar como sentar-se e manter o torso vertical, as pernas dobradas, as mãos corretas, os dedos cruzados, a respiração firme e lenta, mas quanto poderá lhe ensinar a controlar a agitação mental?

Quando a meditação So-Ham⁹⁴ atingiu a estabilidade, você pode começar a estabilizar na mente a Forma (rupa) de seu Ishatadevata, isto é, aquela forma do Senhor que você escolheu para sobre Ela meditar. Faça (mentalizando) uma pintura da Forma, da cabeça aos pés, durante cerca de quinze ou vinte minutos. Isso ajudará a fixar no altar do seu coração a Divina Forma. 

Depois você começará a ver somente aquela Sagrada Forma em toda parte. Em todos os seres descobrirá somente Ela. Você virá a realizar o Uno manifestado como muitos. Sivoham - seu sou Shiva. Soham, eu sou Ele. Unicamente ele É.

Pode-se fazer adoração ou dhyana, conforme a própria convicção, na privacidade do lar."

⁹⁴ Um dos métodos de meditação (dhyana) que Swami aprova é aquela que consiste em pronunciar mentalmente o mantro SO na inspiração e o mantra HAM na expiração. A respiração não é comandada, mas tão somente testemunhada pela consciência enquanto acompanhada pelos dois mantras.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 131/132)


terça-feira, 7 de novembro de 2017

O CORPO MENTAL - O LOCAL ESSENCIAL (1ª PARTE)

"Assim, é no corpo mental que temos que nos empenhar; devemos nos recusar a permitir que quaisquer imagens sejam formadas em nosso corpo mental sem nosso consentimento, sem que nós mesmos - o Ser interno - o determinemos. Tem de varrer e limpar o corpo mental de toda espécie de formas de pensamentos, de imagens e de sequelas de pensamentos fúteis. Depois, façamos o mesmo que fizemos com os outros corpos, isto é, invertamos a polaridade, de modo que todas as partículas do corpo mental respondam e obedeçam à consciência interna e não se subordinem ao mundo circundante.

Também aqui a mudança é imediatamente percebida pela visão clarividente, e o corpo mental aparece então iluminado com a luz do Ser interno, como um objeto radiante, concordemente harmonizado com nossa genuína consciência manifestada.

Mas ainda isso não é o bastante, pois assim poderemos apenas impedir que o corpo mental nos prejudique e seja um obstáculo em nosso caminho, e nada mais. Devemos, além disso, converter o poder criador do pensamento numa definida força para o Bem, não somente de modo a que não nos cause danos, mas que nos beneficie. Isso significa que devemos criar e fortalecer com nossas emoções aquelas imagens mentais que desejarmos ver realizadas em nossa vida diária. (...)"

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 32)
www.editorateosofica.com.br


quinta-feira, 2 de novembro de 2017

NA ALEGRIA ESTÁ A VERDADEIRA VIDA ESPIRITUAL

"Tente, e perceba a beleza do sofrimento, quando o que o sofrimento faz é só tornar a pessoa mais apta para o trabalho. Certamente jamais devemos anelar a paz se na luta o mundo puder ser ajudado. Tente, e sinta que embora a treva pareça estar em toda sua volta, ainda assim ela não é real. Se algumas vezes Eles se ocultam em uma Maya (ilusão - NT) de indiferença aparente, é apenas para conceder Suas bênçãos com maior abundância quando a estação for propícia. As palavras não ajudam muito quando a escuridão é opressiva, ainda que o discípulo deva tentar manter inabalada sua fé na proximidade dos Grandes Seres, e sentir que embora a luz seja temporariamente retirada da consciência mental, mesmo assim ela cresce dia a dia no interior sob a Sua sábia e misericordiosa dispensação. Quando a mente se torna novamente sensível, ela reconhece com surpresa e alegria como o trabalho espiritual foi feito sem que se tivesse consciência alguma dos detalhes. Nós conhecemos a Lei. No mundo espiritual noites de maior ou menor horror seguem o dia, e aquele que é sábio, reconhecendo que a treva é o fruto de uma lei natural, deixa de se incomodar com isso. Podemos descansar certos de que a escuridão, por sua vez, se dissipará. Lembre sempre que detrás da mais espessa fumaça sempre existe a luz dos Pés de Lótus dos Grandes Senhores da Terra. Fique firme e jamais perca a fé n'Eles, e então não haverá nada a temer. Podem e devem haver provações, mas você deve estar certo de que conseguirá suportá-las. Quando a sombra que caiu como uma mortalha sobre a Alma se retira, então somos capazes de ver quão realmente evanescente e ilusória ela era. Mesmo assim esta sombra, enquanto perdura, é real o bastante para levar a ruína para muitas almas nobres que ainda não adquiriram força suficiente para suportá-la. 

A vida e o amor espirituais não se esgotam quando são dispendidos. A doação apenas acrescenta ao reservatório e o torna mais rico e intenso. Tente, e seja tão feliz e contente quanto puder, porque na alegria está a verdadeira vida espiritual, e a tristeza é apenas o resultado de nossa ignorância e falta de visão clara. Assim, você deve resistir, até onde puder, ao sentimento de tristeza: ele anuvia a atmosfera espiritual. E embora você não possa evitar inteiramente sua chegada, mesmo assim você não deve ceder completamente a ele. Pois lembre-se de que no verdadeiro coração do universo existe a Beatitude. (...)"

(Annie Besant - A Doutrina do Coração - Ed. Teosófica, Brasília - p. 5)
www.editorateosofica.com.br


sábado, 28 de outubro de 2017

OS ARTISTAS DO DESTINO (1ª PARTE)

"Frequentemente descrevemos nossa vida em termos de habilidades, realizações, carreira, família, lazer, preocupações, compromissos, etc. Nós nos tornamos especialistas em dividir o tempo em compartimentos, mas é triste ver que a atenção dispensada ao lado espiritual frequentemente está em último lugar entre as tantas áreas que compõem a jornada passageira que conhecemos como vida.

É possível abordar a vida de uma maneira mais holística, integrando nossas várias experiências e incluindo as espirituais, de modo que haja uma consistência de respostas que não seja determinada pelo 'chapéu' que por acaso estejamos usando numa determinada situação. Em outras palavras, podemos agir a partir de quem verdadeiramente somos, e não de acordo com os ditames das circunstâncias. Podemos usar a metáfora da pessoa como um artista, que pode revelar seu eu interior mais íntimo, e no entanto mais universal.

Muitas pessoas acham que não têm habilidades artísticas. Porém, cada um de nós é um artista, mesmo sem saber - um artista do nosso próprio desenvolvimento e destino. Para ser um pintor é preciso treinar e desenvolver habilidades básicas com pincéis e tintas; são necessários telas, palhetas de tinta, cavaletes para sustentar as telas. Porém, há muito mais coisas envolvidas, pois o artista tem algum tipo de visão daquilo a que dará vida na tela, cujo esboço pode ser feito de antemão. É provável que essa visão seja refinada no processo resultante. As mais sutis sensibilidades do artista precisam ser despertadas para dar à luz a criação incipiente. (...)"

(Linda Oliveira - Os artistas do destino - Revista Sophia, Ano 13, nº 58 - p. 13)

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

O MUNDO ASTRAL TEM MUITAS ESFERAS

"Quando acordamos de manhã, vemos que somos as mesmas pessoas que éramos antes de dormir. Igualmente, quando nós e nossos entes queridos acordamos no mundo astral, após a morte, somos exatamente os mesmos; só que, de modo geral, podemos ter uma aparência mais jovem e estar livres de doenças. 

Não nos tornamos anjos simplesmente por morrer. Se somos anjos agora, também o seremos no além. Se temos uma personalidade obscura e negativa, após a morte seremos do mesmo jeito. Assim como neste mundo existem favelas e paisagens bonitas, o mesmo acontece no outro mundo. Dependendo de como você viveu na Terra - se foi uma vida boa e pura ou má e feia - você irá para uma região melhor ou mais escura no mundo astral. Jesus falou dessas diferentes regiões: 'Na casa de meu Pai há muitas moradas'?⁷

Os planos astrais possuem várias atmosferas ou vibrações e cada alma que lá chega, proveniente da Terra, é atraída pela atmosfera que estiver em maior harmonia com sua vibração particular. Assim como os peixes vivem na água, os vermes abaixo do solo, o ser humano na superfície e os pássaros no ar, também as almas no mundo astral vivem na esfera que for mais adequada à sua vibração. Quanto mais nobre e espiritual for uma pessoa na Terra, mais elevada a esfera para a qual será atraída, e maior será sua liberdade, alegria e experiência de beleza.

Nos planetas astrais, os seres não dependem de ar ou eletricidade para existir; eles se alimentam de raios multicoloridos de luz. Há mais liberdade no mundo astral do que no mundo físico. Lá não há ossos para serem quebrados, pois não existem sólidos; tudo é feito de raios luminosos. E tudo é movido pelo poder do pensamento. Quando as almas no astral desejam fazer um jardim, basta querer, que o jardim se torna realidade, e ele aparece e permanece enquanto se quiser. Quando a alma quer que o jardim desapareça, ele se vai."

⁷ João 14:2.

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 293/294)


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

SENDAS PARA A MESMA META (PARTE FINAL)

"(...) A Estrela Mística simboliza a luz que está distante e, no entanto, está perto, transcendendo todas as luzes menores que, imanente no coração de cada homem, são apenas seus reflexos. Demonstra-se então que todas as crenças são igualmente o Caminho da Estrela, enquanto todos os grandes atributos - Poder, Sabedoria, Amor, Beleza, e Alegria - são como aspectos dessa Realidade Una.

Uma vez que o caminho está oculto no coração do homem, não é de admirar que ele tenda a vaguear por caminhos que com muita frequência levam à falsidade e à superstição, que ele confunde com a verdade. O ritual mostra onde jaz a essência da senda que todos os Grandes Instrutores proclamaram.

Toda bela forma ritual tem como utilidade mostrar que a verdade por ela corporificada está impressa naqueles que participam, mais eficazmente do que qualquer nua apresentação de fatos poderia realizar.

É chegado o momento em que será reunido, em um todo, o conhecimento conquistado em diferentes campos através das pesquisas de especialistas, para que possamos ver os diversos processos evolutivos como parte de um plano. Similarmente, as crenças do mundo precisam ser compreendidas como preenchendo as mesmas necessidades humanas; homens e mulheres, de diferentes nacionalidades e raças, desempenhando diferentes funções, têm de compreender sua inseparabilidade, sua complementaridade e valor mútuo. Descemos na diferenciação de todo tipo; devemos 'ascender' à unidade da fraternidade. O ritual da Estrela Mística tem por objetivo lembrar-nos e ajudar-nos a ascender."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 91/92)


sábado, 19 de agosto de 2017

O MUNDO DO EGO (PARTE FINAL)

"(...) Se tivermos sucesso em desprender a consciência dos corpos, não haverá dificuldade em trazê-la de volta ao Ego, porque ela é realmente a consciência do Ego; e o mundo do Ego é nosso verdadeiro Lar.

Quando voltamos assim ao mundo do qual tanto tempo havíamos estado exilados, nossa primeira impressão é um predominante sentimento de júbilo e liberdade. Como quem estivesse preso por longos anos em um local onde os raios do Sol não pudessem penetrar e, ao sair livre, fosse ofuscado pela luz do exterior, assim nós, ao entrarmos em nosso próprio mundo após o longo exílio no cárcere da matéria, nos sentimos repletos da luz que nos rodeia e da libertação às limitações que nos restringiam. Aqui, nesse mundo, tudo é verdadeiramente luz e júbilo. O Ego em seu próprio mundo tem uma vida de tão incomparável bem-aventurança e graça que, mesmo que só vejamos aquele mundo uma única vez, já não voltaremos a cair vítimas do mundo de ilusão. Agora sabemos quem somos; vimos a nós mesmos em nossa divina beatitude no mundo que é nossa morada, e nenhum poder terreno será capaz de nos incitar a crer que somos os corpos. Quebrou-se o feitiço que nos fascinava, e pela primeira vez compreendemos a paz sem nenhuma luta.

É admirável quão simples se torna tudo subitamente quando entramos no mundo do Ego; e quão natural é, então, agir retamente. Nossa vida anterior se nos mostrava cheia de complicações, quase incompreensível em seus problemas. Uma vez que tenhamos nos atrevido a reconhecer o que verdadeiramente somos, cessa toda a luta, todo esforço é desnecessário; a vida se torna simples e natural, fluindo harmonicamente."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 36)


sábado, 8 de julho de 2017

O SÍMBOLO SUBSTITUI A REALIDADE?

"Falando de amor ou afeição, o mundo seria melhor pela realidade do amor no coração das pessoas, ou pela simulação do amor que pode revestir-se de muitas formas enganosas? Pode-se criar uma impressão de amizade, como é feito pela estrutura política portentosa, mas isto é apenas parte do jogo diplomático. O que conta é o sentimento ou o espírito de amor dentro da pessoa e isto é o que ajuda os demais. Eu não sei a extensão do bem de 'fingir uma virtude, se você não a tem'. Podemos satisfazer-nos facilmente com o fingimento e não atentar para a realidade. Se o substituto opera bem, por que preocupar-nos em encontrar a peça genuína?

A palavra 'Deus' é um substituto comum para Deus, a Realidade. Deus é Algo sobre o que nada sabemos, mas sobre o qual podemos formar as noções que quisermos; existem todos os tipos de ideias sobre Deus, muito embora na prática a sociedade, o estado e a religião nem sempre permitam que se tenha ideias próprias. Tempos houve em que as pessoas foram perseguidas por defenderem ideiais diferentes daquelas da comunidade, envolvendo Deus, a natureza do universo ou qualquer outro assunto, por mais desligado que estivesse de sua conduta e vida. Eles eram considerados hereges e queimados por mera suspeita. Herege era alguém que não apenas não se conformava externamente com padrões estabelecidos, ou professava abertamente uma ideia contrária àquilo que constituía a ordem, mas até mesmo o fato de parecer estar nutrindo determinado pensamento era considerado pecaminoso e subversivo.

Não se pode dizer que um símbolo está destituído de valor. Pode não haver outra forma de nos referirmos objetivamente à realidade, mas um símbolo não passa a ser aquela realidade. Ele poderá ter o seu valor desde que compreendamos que é apenas um indicador ou um substituto da coisa real. Torna-se um fetiche quando é adorado no lugar da realidade. A partir de um ponto de vista, um símbolo é uma sombra, e a luz está por trás do homem que está olhando. No 'Mito da Caverna' de Platão, a luz está por trás dos homens que estão olhando para as densas sombras na pareda na frente da qual encontram-se. A sombra tem o valor de indicar a presença da luz e de dar um esboço do objeto que a obstrui, mas é necessário olharmos na direção adequada em busca da luz em si."

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 27/28)


terça-feira, 27 de junho de 2017

A PAZ NASCE DA MANSUETUDE

"O Chefe de Estado que obedece a Tao
Não tenta dominar com violência,
Porque sabe que toda a violência
Recai sobre o próprio violento.
Nos campos de batalha,
Só medram espinhos e cardos.
Guerras geram angústias e miséria.
Por isto, o sábio vive sem armas,
Não obriga ninguém com violência,
Não conhece ambição nem glória,
Não alimenta presunção alguma,
Nem aspira ao poder.
Faz o que deve fazer,
Mas sem forçar ninguém.
Ele conhece o ritmo da evolução,
Sabe que tudo falha
Quando contradiz às leis da vida,
Porque todas as ilusões
Depressa se dissipam.

EXPLICAÇÃO: (...) Uma guerra justa não é essencialmente melhor do que uma guerra injusta, porque ambas têm por base a egoidade humana, que em si mesma é um fator negativo.

Quando se trata da alternativa de 'matar ou morrer', o ego opta pela primeira e a justifica, porque, para ele, morrer é deixar de existir, ao passo que, para o Eu divino no homem, morrer não é deixar de existir, e morrer para não matar equivale a existir melhor e mais verdadeiramente.

Mas o ego, essencialmente ilusório, não pode compreender tão grande verdade. O ego só conhece 'o direito', que é sinônimo de egoísmo, ao passo que o Eu se guia pela 'justiça', homônimo de verdade e amor, incompatíveis com o direito, como a luz é incompatível com a treva."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 89/90)


domingo, 4 de junho de 2017

O MALTRATO DOS ASPIRANTES (PARTE FINAL)

"(...) Os traidores e obstrutores, por outro lado, geram grandes adversidades para si mesmos que podem assumir duas formas particulares, entre outras. Uma é de atrair a atenção e tornarem-se instrumentos dos poderes das trevas, que procuram esmagar toda centelha de espiritualidade em cada ser humano. A outra adversidade consiste em obstruções em sua própria busca da verdade, da luz e do Instrutor. Em vez de ser claro, seu caminho é escuro e difícil. Isto pode ter sido causado não só pela ação direta de um caráter adverso, mas pela negligência, pela indiferença a um aspirante, por ter falhado em levar em consideração seriamente suas questões, seu apelo por ajuda e, em geral, deixar de ver a importância das mudanças interiores que estão ocorrendo no buscador. Este 'pecado de omissão' também gera adversidades, tais como o malogro em encontrar um auxiliar imediato e amigos mais avançados, e obstáculos domésticos, entre outros. 

Os ocultistas deveriam, com sabedoria e tato, estar à procura e ajudar toda a pessoa que encontram que está buscando a luz, mesmo que pareça que ela tenha começado mal. Pois é o fato de estar procurando que é de suprema importância.

Apesar deste conselho aplicar-se à vida oculta em particular, ele consiste na verdade no simples ato de ser amável em todas as ocasiões, mesmo quando a amabilidade tiver que ser firme. No entanto, estes fatos bastante simples e óbvios são muito negligenciados, e seria bom chamar a atenção dos teosofistas, especialmente dos principiantes, para eles. A verdade, infelizmente, é que muitas pessoas são afastadas da Senda, talvez por toda uma encarnação, pela intromissão de parte daqueles que deveriam saber como se portar corretamente."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 158/159


quinta-feira, 18 de maio de 2017

AMAR É CONHECER (PARTE FINAL)

"(...) No Oriente diz-se, tradicionalmente, que os cinco principais inimigos internos são o desejo, a ira (que inclui irritação e frustração), a ganância, o orgulho e o ciúme (ou inveja). Cada uma dessas palavras pode incluir muitas outras similares. E, se olharmos para elas, descobriremos que todas estão baseadas no pensamento.

Desejo é pensamento. Não existe desejo quando se experimenta algo que é agradável. O pensamento chega pouco depois, quando lembramos a sensação do sabor de um doce e dizemos para nós mesmos: 'Quero experimentar novamente.' Esse processo prossegue indefinidamene. Segundo Krishnamurti, dizer 'eu quero' é tempo. Tempo, pensamento, desejo: ficamos presos nisso, porque quando há uma sensação agradável a mente se agarra à memória da sensação.

Segundo Colin Tudge, os políticos falam que a competição é uma coisa boa, porque é natural. Isso está de acordo com o quadro mental de Darwin. Mas Ida, a fóssil quase primata, sugere que todas as criaturas surgem de uma origem comum e são aparentadas. Algumas pessoas acham  essa ideia desagradável. Alguns religiosos consideram-na uma blasfêmia. Mas São Francisco falou dos animais e das plantas como sendo seus irmãos. Tudge afirmou que todas as criaturas vivas são aparentadas. Se admitíssemos que os seres de que não fazemos caso são nossos parentes, nós os trataríamos de maneira diferente. Isso seria bom para todos. Mas os humanos gostam de pensar que são especiais.

A ideia defendida por Tudge não é nova, porque do ponto de vista da milenar filosofia Advaita, toda a vida que conhecemos deriva da mesma fonte, da verdade invisível, eternamente real. A Teosofia, ou sabedoria divina, baseia-se  nesses valores e nos leva a compreender essa verdade em nossas vidas. Quanto mais pudermos seguir esse sábio caminho, menos dores sofreremos. Os sábios não conhecem a dor porque conhecem a verdade da unidade. A unidade é o que todos os instrutores espirituais ensinam. Isso é o que significa abrir os olhos à luz." 

(Radha Burnier - Amar é conhecer - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - p. 25)


terça-feira, 21 de março de 2017

AJA COM ALEGRIA

"É sintoma de tolice refletir sobre contratempos e erros, uma vez cometidos, e punir-se por eles, recusando-se a comer. É uma forma bem infantil de correção. Que benefício resulta de tratar mal o corpo visando a, com isto, retificar a mente?

Rechace a ilusão de que ficou velho e doente, fraco e debilitado. Algumas pessoas começam a contar os anos, e se afligem com o avançar da idade, e, como covardes, tremem com medo da morte. Lembre-se você, porém, de que alegria é céu, e tristeza, inferno. Tenha sempre algum trabalho a realizar, e o faça tão bem que lhe dê alegria. Vyaamoham é a poeira que cobre a manga do lampião e esconde a luz. O apego aos objetos sensuais e o prazer que eles dão são a fuligem que gruda dentro da chaminé, e que também bloqueiam a luz. Com namasmarana (repetição do Nome de Deus), limpe a chaminé a cada dia, e a luz brilhará para você e para os outros. Além disso, mantenha boas atividades e boas companhias. Isso ajudará muito ao asceta (sadaka). A atmosfera apropriada é essencial ao aspirante. Esta é a razão por que os sadhakas comumente iam para os ashrams, que os sábios do passado mantinham, e lá passavam a morar. Lá, eles tinham a oportunidade única de ficar imersos em bons pensamentos e santas atividades e desfrutavam de boas companhias."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p.  170/172)