OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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segunda-feira, 4 de abril de 2016

AUSÊNCIA DE DESEJOS

"'Se eu não tivesse desejos', perguntou um membro da congregação, 'será que eu perderia toda a minha motivação? Será que eu não acabaria me tornando uma espécie de autômato humano?'

'Muitas pessoas pensam assim', replicou Yogananda. 'Elas pensam que não teriam mais interesse na vida. Entretanto, não é isso o que acontece. Em vez disso, você haveria de achar todas as coisas na vida infinitamente mais interessantes.

'Pense no aspecto negativo do desejo. Ele faz com que você fique sempre receoso. 'E se isso acontecer?', você pensa; ou: 'E se isso não acontecer?'; você vive num estado de contínua ansiedade quanto ao futuro, ou de pesar com relação ao passado.

'O desapego, por outro lado, o ajuda a viver constantemente num estado de liberdade e de felicidade. Quando você puder ser feliz no presente, você estará apto a encontrar Deus.

'Livrar-se dos desejos não lhe tira nenhuma motivação. Longe disso! Quanto mais você vive em Deus, mais profunda é a alegria que você sente ao servi-Lo.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 94)


sexta-feira, 1 de abril de 2016

SÍNTESE DA EVOLUÇÃO HUMANA (1ª PARTE)

"Vimos, de modo muito sumário e perfunctório, a evolução a qual é emanação ou centelha divina.

Esta inicialmente 'desce' profundamente até a matéria mais grosseira e, gradualmente, vai 'subindo' e se expandindo em plenitude, por meio de veículos cada vez mais afinados.

A 'alma', no início, tem necessidade de passar pelas experiências fortes, brutais, dos homens primitivos, porque os veículos são grosseiros e ela está, por assim dizer, entorpecida.

Os veículos (ou corpos) astral e mental só se desenvolvem, nestes princípios, pelas sensações terríveis, e a alma tem que perceber as diferenças entre as sensações, o que acontece pelo choque dos contrastes enérgicos e violentos. Daí, prazeres desregrados e dores brutais que 'martelam' a alma nos primórdios da evolução.

À medida que as sensações se apuram e se desenvolvem, também o pensamento e o raciocínio progridem; estes só podem se alargar em toda sua pujança quando as sensações também se tornam mais perfeitas e afinadas; as comparações são melhores, as deduções mais profundas e a capacidade de raciocínio mais perfeita. 

A noção do bem e do mal, quase imperceptível no homem primitivo, vai se firmar somente após certo estágio evolutivo. As sensações, as reações intelectuais e afetivas transmitem-se por vibrações do corpo físico e dos corpos mais sutis, ao corpo causal, onde impressionam diretamente a alma.

Esta, à custa das experiências, se expande e, por sua vez, quanto mais ampliada em suas qualidades, tanto mais perfeitos serão os veículos com os quais se cerca.

A memória das experiências, isto é, das vidas passadas, permanece no corpo causal, imperecível. Ela não sobrevive como imagem no homem encarnado, mas os germes causais provocam a formação de novos corpos, de acordo com as qualidades adquiridas e estes corpos manifestam, então, as tendências desenvolvidas nas vidas anteriores. (...)"

(Alberto Lira - O ensinamento dos mahatmas - IBRASA, São Paulo, 1977 - p. 195/196)


quinta-feira, 31 de março de 2016

O EGO NOS RELACIONAMENTOS

"Enquanto o ego dominar sua vida, a maioria de seus pensamentos, emoções e ações virá do desejo e do medo. Isso fará você querer ou temer alguma coisa que possa vir da outra pessoa.

O que você quer dos outros pode ser prazer, vantagem material, reconhecimento, elogio, atenção, ou fortalecimento da sua identidade, quando se compara achando que sabe ou tem mais do que os outros. Você teme que ocorra o contrário - que o outro seja, tenha ou saiba mais do que você - e que isso possa de alguma forma diminuir a ideia que você faz de si mesmo.

Quando concentra sua atenção no presente - em vez de usar o presente como um meio para atingir um fim -, você ultrapassa o ego e a compulsão inconsciente de usar as pessoas como meios para valorizar-se ao se comparar com elas. Quando dá total atenção à pessoa com quem está interagindo, você elimina o passado e o futuro do relacionamento - exceto nas situações que exigem medidas práticas. Ao ficar totalmente presente com qualquer pessoa, você se desapega da identidade que criou para ela. Esse identidade é fruto da sua interpretação de quem a pessoa é e do que fez no passado. Ao agir assim, você se torna capaz de relacionar-se sem os mecanismos autocentrados do desejo e medo. O segredo dos relacionamentos é a atenção, que nada mais é do que calma alerta. Como é maravilhoso poder ultrapassar o querer e o medo nos seus relacionamentos. O amor não quer nem teme nada.

Se o passado de uma pessoa fosse o seu passado, se a dor dessa pessoa fosse a sua dor, se o nível de consciência dela fosse o seu, você pensaria e agiria exatamente como ela. Ao compreender isso, fica mais fácil perdoar, desenvolver a compaixão e alcançar a paz.

O ego não gosta de ouvir isso, porque sem poder reagir e julgar ele se enfraquece."

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed, Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 57/58)

terça-feira, 8 de março de 2016

O SENTIDO DO PERDÃO (PARTE FINAL)

"(...) O autotormento do ressentimento pode acabar. Podemos acordar a qualquer momento. Podemos começar a conhecer a nós mesmos, e através de autoconhecimento e do esforço projetado, deixar algumas dessas armadilhas para trás.

Estamos tentando trilhar o caminho espiritual e desenvolver nossos poderes latentes. Um desses poderes é o perdão. Os poderes que H. P. Blavatsky nos encorajou a desenvolver são os do espírito, que nos aproximam dos mestres instrutores da humanidade, que nos aproximam de nossas verdadeiras naturezas, do espírito uno. O perdão é uma disciplina importante no desenvolvimento desses poderes espirituais. Ele nos liberta de sérios constrangimentos e ressentimentos, disponibiliza recursos internos para um trabalho mais elevado e nos inicia em um nível de vida superior. Nós podemos trabalhar para formar um núcleo da fraternidade universal da humanidade e aprender a perdoar os outros em nossos encontros diários. 

No livro Cartas dos Mahatmas a A.P. Sinnett (Ed. Teosófica), o Mahatma K.H. estimula seus correspondentes a se colocar além do autofoco, a abrir mão do passado e se mover com esperança para o futuro. Essa é a essência do perdão.

'Acautelai-vos então de um espírito não caritativo, pois ele poderá elevar-se como um lobo faminto em vossa caminho e devorar as melhores qualidades de vossa natureza, que estão brotando para a vida. Ampliai em vez de estreitar vossas afinidades; tentai identificar-vos com vosso próximo em vez de contrair vosso círculo de afinidades', disse o Mahatma.

Se tivermos algum ressentimento ou animosidade com relação ao próximo, então o momento presente é verdadeiramente uma oportunidade de abrir mão e crescer em nossa humanidade. A vida, o grande iniciador, está sinalizando: vamos em frente!"   

(Betty Bland - O sentido do perdão - Revista Sophia, Ano 12, nª 51 - p. 8/9)


segunda-feira, 7 de março de 2016

O SENTIDO DO PERDÃO (1ª PARTE)

"Há muito tempo, numa aldeia remota, os homens puseram-se a caçar macacos. Como esses animais são criaturas muito inteligentes, era preciso ser criativo. Num coco, os homens fizeram um buraco e ali inseriram uma banana; depois, amarraram o coco a uma árvore. Logo um macaquinho surgiu, farejou a banana e enfiou a mão para pegá-la. Nesse momento, ficou preso num dilema. Não podia retirar a mão enquanto segurava a banana. Poderia largar a banana e escapar, mas não queria perder a fruta. Portanto, estava numa armadilha.

Somos como aquele macaco quando não queremos abrir mão de nossos ressentimentos em relação a outras pessoas. Nossos pensamentos não abrem mão do passado; assim, caímos numa armadilha, tocando um disco quebrado no fundo de nossas mentes. Quem quer que nos tenha ofendido está livre, mas nós não; estamos presos à dor e ao ressentimento até aprender a abrir mão e perdoar. Talvez algum dia sejamos mais espertos que os macacos. 

O perdão parece uma coisa simples. É claro, eu posso perdoar - se quiser. E posso simplesmente não querer. É exatamente essa a questão: ficamos presos por nossos sentimentos. A maioria de nós aprendeu a deixar passar muitas pequenas infrações, exercendo com facilidade o perdão para viver em harmonia com outros. O problema surge quando não conseguimos abrir mão e não perdoamos uma ofensa, grande ou pequena, intencional ou não. Então emperramos numa situação da qual não conseguimos nos libertar, e culpamos a outra pessoa por estarmos emperrados. 

Perdoar é abrir mão do nosso apego a uma situação. É o ato último do altruísmo - ir além da nossa personalidade ferida. Perdoar é na realidade um dos grandes processos iniciatórias da tradição cristã. Jesus foi capaz de caminhar por sua trágica perseguição sem oscilar em sua conexão com Deus, sem se apegar ao ressentimento, deixando o plano físico com o perdão nos lábios. Será que ele teria sido lembrado como um grande instrutor se tivesse morrido amaldiçoando seus detratores? Certamente que não. Sua habilidade para perdoar foi um grande passo em sua iniciação. (...)"

(Betty Bland - O sentido do perdão - Revista Sophia, Ano 12, nª 51 - p. 8)


segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O VÉU DO TEMPO

"A Estrela Mística é aquela fonte de luz e vida cujos raios constituem todo o universo. Como sabemos, cada estrela física é em realidade um sol, e a Estrela Mística é o sol espiritual central do universo. Ela aparece como uma estrela por causa da distância; essa distância não é em espaço (como no universo astronômico), mas no tempo ou manifestação.

Cada um de nós é, na verdade, um orbe espiritual de luz e beleza. Mas quando tentamos olhar para nossa própria natureza espiritual sentimos apenas uma imprecisão distante, comparável a uma nebulosa. Existem milhões de pessoas que não conseguem sentir nem mesmo isso. Pois sua natureza está tão desorganizada e envolta em densidade que a luz não consegue penetrar a partir de um objeto tão sagrado. Mas, aqui e ali, há alguém que consegue sentir que existe uma natureza espiritual em si próprio e em cada homem e mulher, um Eu espiritual esperando para ser realizado. 

À medida que crescemos espiritualmente - o que podemos pensar é uma questão de tempo, embora o espírito transcenda o tempo - essa nebulosa torna-se um esplêndido sistema estelar ou uma constelação. Isto é, no decorrer do tempo, a realidade espiritual torna-se o Logos de um sistema solar ou até mesmo o Logos Cósmico que inclui dentro de si inúmeros centros ou logoi. (...)

O astrônomo depara-se com certas nuvens que lhe parecem uma nebulosa. Mas, quando ele visualiza a nebulosa com uma lente mais potente, descobre que não é uma coisa amorfa, mas uma galáxia. Se pudermos expandir nossa visão como faz o astrônomo e olharmos para aquela coisa vaga que é nossa natureza espiritual, veremos que ela é na realidade um esplêndido sistema de luzes. Apenas parece uma nuvem amorfa por causa da distância no tempo que separa o futuro do presente.

Se o tempo é uma ilusão. O futuro existe agora, simultaneamente com o presente e o passado. A pessoa divina em nós existe mesmo agora, fora dos limites do tempo, em toda sua glória e esplendor futuros. É o véu do tempo que separa o futuro do presente. 

Remova o véu e observe: cada indivíduo é uma estrela numa multidão de estrelas que inflamam a esfera celestial, todas girando em torno de uma estrela polar que é a Estrela Mística." 

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 96/97)


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A ATIVIDADE DO DESEJO (1ª PARTE)

"A sensação nasce do sentido do tato, que é a base de nossa relação com o mundo fenomenal. É um modo de resposta ao mundo externo e tem seu valor como meio de conhecimento, felicidade e crescimento, no seu lugar apropriado. Quando a sensação é psicologicamente elaborada, convertida em necessidade e indiscriminadamente misturada com o nosso processo pensante, é que o problema começa.

Quando a sensação é agradável, Manas ou mente - que é o instrumento de percepção - apega-se à sensação particular. O desejo de repetição da experiência surge com a forma ativa vitalizada desse apego. Toda repetição é essencialmente mecânica e pertence à natureza material; é, na verdade, uma forma de inércia. A memória é repetitiva. O desejo também é repetitivo. Ele tem seu ciclo de origem, crescimento, fim da satisfação, e renascimento imediato. 

A atividade do desejo é produzida pela mente. Mesmo nos animais, o desejo surge por causa de uma mente subliminar. Mente e sensação juntas geram desejo, quando a mente trabalha arduamente para se tornar sensação. A sensação é mentalizada. É o modo como a mente identifica a sensação posteriormente, retendo-a como base do pensamento e como memória. A mente tem o seu pensamento colorido pela sensação de prazer ou dor, e a reação a esse prazer ou a essa dor penetra o pensamento e o condiciona. Não fosse este o caso, a sensação existiria apenas por um momento, quando existe o contato excitante, e não produziria desejo. O desejo é uma força que remete ao passado e aparece como um fantasma do passado influenciando o presente.

É a mente que, em seu lado material (pois também está ligada ao princípio espiritual), une o passado ao presente, que associa uma coisa a outra por meio de observação e comparação. Ela rastreia a memória; cria teias de associação. 

O desejo, que é um impulso criado pelo impacto da mente sobre a sensação, invade a mente. Ele assim se perpetua e se expande. A sensação, com origem no passado, estende-se ao presente. Suas vibrações originais continuam diminuindo (a não ser que sejam intensificadas) como os tons de um diapasão através do meio contínuo da mente. A mente relembra a sensação passada, e como a sensação está envolta em desejo, ela desfruta da sensação e se esforça por prolongá-la e intensificá-la. Através das associações feitas pela mente, o desejo penetra os conteúdos mentais. Então, toda associação torna-se maculada e excita o desejo. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 27/28)


domingo, 18 de outubro de 2015

KARMA PASSADO

"D: Os Upanishads admitem o karma  passado no texto: 'Enquanto o karma passado não for exaurido, o sábio não pode abandonar o corpo e haverá atividades ilusórias para ele.'

M: Você não está certo. As atividades e experiências dos frutos da ação e do mundo parecem ilusórias ao praticante da Sabedoria, mas desaparecem completamente para o sábio realizado. O praticante pratica assim: 'Eu sou a testemunha; os objetos e as atividades são vistos e conhecidos por mim. Permaneço consciente e estas coisas são inanimadas. Só Brahman é real; tudo mais é irreal.' A prática termina na realização de que tudo é inanimado, consistindo de nomes e formas, e que nada pode existir no passado, no presente ou no futuro; portanto, essas coisas desaparecem. Não havendo nada a testemunhar, o ato de testemunhar acaba por fundir-se em Brahman. Agora só permanece o Ser, enquanto Brahman. Para o sábio consciente apenas do ser, só pode permanecer Brahman, e nenhum pensamento de karma ou de atividades mundanas."  

(Advaita Bodha Deepika - A Luz da Sabedoria Não Dualista - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 165/166


terça-feira, 6 de janeiro de 2015

CURAR O ALCOOLISMO MENTAL (1ª PARTE)

"Quem bebe demais forma um hábito pernicioso. Se a pessoa não se esforça para controlar a facilidade de beber, pode tornar-se um alcoólatra e, indefeso, sofrer do desejo irresistível de beber sem limites, sem razão nenhuma. Essas pessoas infelizes costumam gastar todo o dinheiro em bebida; comem pouco e parecem nutrir-se do próprio álcool. Perdem o senso normal de responsabilidade para com a saúde e uma posição honrada na família, na sociedade e no mundo. Com o tempo, podem perder todo o senso de dignidade e ser encontradas completamente bêbedas em qualquer lugar - na sarjeta ou no meio da rua - expostas aos perigos de assaltos ou atropelamentos. 

Esta descrição das pessoas que abusam da bebida serve para ilustrar o que quero dizer com a expressão 'alcoolismo mental'. Os alcoólatras mentais podem ser individualmente classificados, em função de seus extremos psicológicos específicos e crônicos, que podem ser raiva, medo, sexo, sadismo, jogos de azar, roubo, ciúme, ódio, gula, mau humor, malícia ou irracionalidade. 

Quando, logo no começo da vida, alguém exibe acessos exagerados de raiva, medo, ciúme - ou de qualquer característica mencionada - podemos saber que esses hábitos mentais anormais foram adquiridos em existência anterior. Os pais que notarem em seu filho qualquer uma dessas tendências psicológicas nocivas, mesmo na infância, devem agir logo e tomar providências para evitar que a criança se torne um alcoólatra psicológico. Se possível, devem mudar seu ambiente, colocando o filho sob os cuidados de bons instrutores espirituais.

Por meio de boa companhia constante e do ambiente adequado durante muitos anos, um alcoólatra mental pode livrar-se dos tentáculos do mal congênito. Enquanto estiver recebendo um tratamento sério em bom ambiente, deve ouvir tudo a respeito das consequências perniciosas de seus hábitos, ser incentivado à autorreflexão, e fazer o esforço sério de não manifestar esses maus hábitos em circunstância alguma. Toda complacência com um hábito mental adquirido antes do nascimento fortalece-o cada vez mais, até o possuidor ficar literalmente escravizado."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 197/198)

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

PLANOS PARA A TRANSFORMAÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) A compreensão dos ciclos estende-se atualmente por muitas pessoas, organizações e empresas, que estão cientes de que não podem permanecer como ontem, porque perderão sua relevância em relação àqueles a quem servem. Para uma empresa é importante mudar devido ao avanço tecnológico, à expectativa dos clientes, aos métodos de comunicação, etc. Isso ocorre pelo reconhecimento de que tudo está evoluíndo e em constante mudança. Uma boa empresa está constantemente revendo a si mesma e se preparando para transformações; mas a empresa não pode mudar a não ser que as pessoas mudem. Também nós precisamos estar constantemente nos revisando.

Os mesmos ciclos de sete anos são aplicados às organizações. Elas passam pelos mesmos processos de crescimento e transformação que os indivíduos, e, se desejam permanecer atuais e relevantes, farão bem em abraçar a compreensão do poder dos ciclos. Se não abraçarmos a mudança nesses momentos de transformações cíclicas, ela ainda assim acontecerá, só que através da revolução, e não da evolução. O crescimento não é algo a que se possa sempre resistir no decorrer do tempo. Quanto mais resistirmos, mais fortemente a força do ciclo evolutivo impele a mudança. As mudanças nas organizações são muitas vezes facilitadas pelas pessoas que se envolvem nesse processo; no entanto, a transformação pode também ser dificultada pela geração mais velha, que muitas vezes afirma que quer aquilo que considera certo, quando na verdade pode estar apenas apegada ao passado.

Ao compreender a lei de periodicidade entendemos os ciclos em que vivemos e aprendemos a trabalhar com o ritmo e o fluxo natural da vida. Sempre temos a oportunidade de trabalhar com as leis da natureza ou a elas resistir, mas isso jamais inibe a mudança, que é a própria natureza da vida. Os ciclos sempre dizem respeito à transformação. No entanto, não temos que esperar até que o universo nos empurre para a mudança; podemos abraçá-la em nossas vidas todos os dias."

(John Vorstermans - Ciclos e mudanças - Revista Sophia, Ano 12, nº 52 - p. 16/17)
 www.revistasophia.com.br


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

SOMOS A SENDA

"Em certo sentido, somos já perfeitos e divinos nesse exato momento. Nosso verdadeiro Eu, nosso verdadeiro Ser não é o fugaz e sempre mutável vislumbre que chamamos presente, senão que abarca todo o nosso passado e todo o nosso futuro. É o completo existir com todo o seu ciclo de evolução nele contido. Assim é que somos tanto homens primitivos quanto homens perfeitos; e aquilo por que nos esforçamos, em realidade, já é nosso; o segredo da evolução consiste em nos tornarmos o que somos. Somente assim podemos compreender o significado de outras máximas ocultistas, como a de que ‘nós mesmos devemos nos tornar a Senda’. Isso é completa verdade e, contudo, só a compreendemos quando em nossa consciência como Egos consideramos a meta, o desígnio de perfeição, a conquista do Adeptado, não como algo estranho e muito distante, do qual temos de nos aproximar de fora, mas como nossa divindade interior, nosso próprio Ser mais íntimo.

Quando reconhecemos o que significa converter-nos na Senda, também saberemos que nada terreno poderá se interpor entre nós e nossa meta, pois a vimos e nos tornamos unos com ela. É como se houvéssemos visto nossa própria divindade e como se a meta estivesse no centro de nosso Ser. A Senda da Perfeição se converte, então, no desenvolvimento de nossa divindade."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 50/51)


sábado, 15 de novembro de 2014

PROMOVENDO O AMOR E A COMPREENSÃO NOS RELACIONAMENTOS (1ª PARTE)

"Relacionamentos precisam de cuidados e atenção. Desprenda-se de suas prioridades atuais, reavalie-as. Dedique tempo e energia para o bem da outra pessoa. Concentre nela sua atenção, pois os relacionamentos são mais importantes do que a televisão, a revista ou o jornal. Afaste as distrações, desligue a tevê, deixe de lado o jornal. Respeite a outra pessoa.

Nunca pense nos relacionamentos como coisa garantida, que não precisa ser continuamente alimentada. não caia na rotina. Renove o relacionamento através de ações amorosas. O relacionamento é algo vivo, que existe no presente. Sua garantia de permanencia não vem do passado.

Faça com que a alma penetre no relacionamento através da atenção e da compreensão. É isso que aprofunda o processo, harmonizando a alma/lado direito do cérebro com o ego/lado esquerdo do cérebro. Só os relacionamentos em que colocamos nossa alma trazem verdadeira alegria à vida. É sempre seguro amar completamente, sem reservas. Nunca seremos verdadeiramente rejeitados. É só quando nos deixamos envolver pelo ego que nos tornamos vulneráveis e nos machucamos. O amor em si é absoluto e abrangente.

Dirija-se aos outros com amor e compaixão, sem preocupar-se em receber nada em troca. O que importa não é o número de pessoas que você alcança com o seu amor, mas sim o ato de entregar-se carinhosamente. Às vezes, quando um médico trata do seu paciente com compaixão e vontade de curar, o médico é mais beneficiado do que o paciente. Todos nós somos médicos da alma. (...)"

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro - 1999 - 64/65)

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

SEM AUTOANÁLISE O HOMEM VIVE COMO UM ROBÔ

"Milhões de pessoas nunca analisam a si próprias. Mentalmente, são produtos mecânicos da fábrica do ambiente em que vivem, preocupadas com o café da manhã, almoço e jantar, trabalhando, dormindo, indo daqui para ali para se divertirem. Elas não sabem o que, nem por que estão procurando, e tampouco compreendem por que jamais encontram felicidade perfeita ou satisfação duradoura. Esquivando-se da autoanálise, permanecem como robôs, condicionadas pelo seu meio. A verdadeira autoanálise é a melhor arte do progresso.

Todos deveriam aprender a se analisar imparcialmente. Anote diariamente seus pensamentos e aspirações. Descubra o que você é - não o que imagina ser! - porque quer fazer de você aquilo que deveria ser. A maioria das pessoas não muda porque não vê seus próprios erros.

Cada um é produto da hereditariedade e do ambiente. Se você nascer nos Estados Unidos, apresentará características americanas inconfundíveis. Se nascer na China ou na Inglaterra, provavelmente refletirá as influências dessas nacionalidades. Seu ambiente é o resultado de sua verdadeira hereditariedade - traços e desejos adquiridos em vidas passadas. Essa herança de encarnações anteriores levou-o a nascer exatamente na família e no ambiente em que agora se encontra.

Quando lemos sobre famílias de pessoas importantes, notamos frequentemente que os filhos de grandes homens não são, necessariamente, da mesma fibra mental que os pais. Esta falha na hereditariedade biológica do homem suscita uma grande dúvida em nossa mente: por que não encontramos, na vida humana, os mesmos resultados que observamos nos reinos vegetal e animal, onde bons ancestrais costumam produzir bons descendentes? Temos de investigar a vida interior do homem para obter a resposta." 

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 73/74)

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A RESPOSTA ESTÁ NO PASSADO

"Você reclama que seu vizinho iniciou a disciplina espiritual há dois anos somente, enquanto você a tem mantido durante vinte anos, e não obstante, ele já está desfrutando felicidade, enquanto você permanece infeliz. Você se ressente porque, embora vindo a Mim desde há muitos anos, eu chamo para perto exatamente aqueles que só recentemente vieram. Suas reações o induzem a ver nisto injustiça e parcialidade. A resposta no entanto se encontra no passado, do qual você não tem conhecimento. Vinte golpes de martelo foram dados por um homem sobre um pedregulho, mas o pedregulho resistiu. Um outro veio a seguir e, em seu segundo golpe, partiu o bloco. O homem que deu as vinte marteladas está desapontado, e o segundo, exultante. O pedregulho arrebentou, no entanto, como resultado dos vinte e dois golpes, por efeito cumulativo. A pessoa que está a seu lado tem a seu crédito vinte anos de sadhana armazenados em seu corpo causal¹, no qual ele veio de seus prévios nascimentos até o nascimento presente. Quanto a você, sua natureza e predileções são confeccionadas pelo modo como amou, se conformou, se alimentou e lutou, na longa série de vidas que já teve.²"

¹ O ser humano é composto por três corpos: a) o corpo denso (sthula sarira), que é composto pelos cinco elementos (éter, ar, fogo, água e terra); b) o corpo sutil (sukshma sarira), formado pelos órgãos dos sentidos (os da percepção e os da ação), os cinco pranas (energias fisiológicas) e a mente; c) o corpo causal (karana sarira), o qual funciona como um depósito das experiências colhidas pelo exercício do agir (karma) em encarnações anteriores e determinantes das experiências reencarnacionais vindouras. As boas ações armazenam sementes boas; as más, sementes más. As sementes boas, no corpo causal, tornam-se 'causas' de condições e coisas auspiciosas. As más sementes, resultado de ações más, armazenadas no corpo causal, germinarão sofrimento. O corpo físico é o instrumento material, que o corpo sutil vivifica e sente. As ações realizadas pelo corpo físico geram as 'sementes' que o corpo causal armazena. Tais sementes conservam, no armazenamento, seu poder germinativo, e quando condições propícias (no plano físico) ocorrem, elas germinam (no plano físico). Assim, o homem que arrebentou a pedra com apenas duas pancadas tinha, acumuladas, em seu corpo causal as condições de realizar aquela proeza. Ele acumulara no corpo causal tais boas condições porque, através de várias encarnações anteriores, praticara a disciplina. Os corpos físico e sutil, em cada nascimento, são confeccionados conforme as 'sementes' cármicas. Corpo causal é como que uma 'programação'.
² A parábola dos trabalhadores da última hora, narrada por Cristo e mais a expressão paradoxal 'os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos' podem ser decodificadas com este ensinamento de Sai Baba.

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 21)


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

TRANSFORMAÇÃO INTERIOR

"Nós contatamos o mundo através da sensação. Todas as sensações são agradáveis ou dolorosas. Quando a sensação é agradável, a mente agarra-se a esta, nela se prendendo. O desejo é o produto, e este desejo permeia a mente e opera através da memória. Queremos que o desejo seja satisfeito repetidamente e não há fim nisso. Quando o desejo se faz sentir, o seu ardor impera, e a mente cai sob o seu fascínio; ela é escravizada pelo desejo. O desejo é infindável em sua escravização. Ele nos prende ao nosso passado, é repetitivo, fascina o nosso pensamento, impede a consciência de estar totalmente no presente. Não podemos dizer ‘não é isto’ até que nos coloquemos acima disso. O nosso pensamento está em um casamento desigual com o desejo, e isso é chamado de kᾱma-manas. Até que vejamos o seu processo e compreendamos as suas ilusões, não podemos mudar a nós mesmos.

Isso não significa que o agradável deveria ser evitado. Pode-se desfrutar algo de modo puro, isto é, sem adição, sem criar complicações. Esse desfrute é uma percepção pura. É a luz que se projeta sobre todas as coisas e as torna conhecidas.

É somente pela nossa automudança que conheceremos a Realidade. A Realidade está dentro de nós, e uma consciência purificada é necessária para senti-la. Presentemente é uma consciência dopada pelo desejo de gratificação de qualquer espécie, enfraquecida pela indulgência. Precisa ser despertada do sono.

Se pudermos dar plena atenção ao que está dentro de nós, rapidamente chegaremos à Realidade. Mas essa plena atenção não é possível enquanto a mente estiver dardejante, caçando borboletas, ou correndo atrás de si própria, em algum argumento capcioso. É o vinho do desejo que faz a mente ser obstinada e tola.

O caminho para a realidade espiritual está dentro de nós mesmos. É o caminho do discernimento, da autopercepção, um discernimento entre o verdadeiro e o falso em tudo que nos deparamos. Esse discernimento é possível porque há um raio de Realidade dentro de nós. A menos que haja alguma luz dentro de nós, nunca saberemos onde está a luz e onde está a escuridão. O discernimento deve ser praticado ao longo de todo o caminho que abrimos à medida que prosseguimos. Não é um caminho estabelecido para nós por alguém, exceto quanto a algumas afirmações gerais em termos de experiência comum. Palmilhar o caminho é um processo de liberação em relação a embaraços, complicações, ilusões, uma carga opressiva. É um caminho de crescente unidade com tudo – a Natureza e os seres humanos – um caminho de felicidade, que se cria e se compartilha."

(N. Sri Ram - O Homem sua Origem e Evolução - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 80/82)


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

TORNE-SE MAIS ESPIRITUAL

"Torne-se mais espiritual. Passe algum tempo orando, doando-se, ajudando os outros, amando. Ofereça-se num trabalho voluntário e expresse generosidade e amor. Livre-se do orgulho, do egoísmo, da raiva, culpa, vaidade e ganância. Passe menos tempo acumulando objetos, preocupando-se, vivendo no passado ou no futuro, magoando os outros e usando qualquer tipo de violência.

Nunca aceite qualquer ideia vinda de fora antes de avaliá-la com a sua sabedoria intuitiva. Verifique se ela estimula o amor, a bondade, a paz e a unidade. Ou se reforça a discriminação, a distância, a divisão, as diferenças, a raiva, o autocentrismo e a violência.

Você é imortal. Está aqui para aprender, para crescer em sabedoria, para tornar-se à semelhança de Deus. O que aprende aqui leva com você quando morre. Não pode levar mais nada. É tão simples. O reino dos céus está dentro de nós. Pare de ir de guru em guru. Procure dentro de você. Logo irá encontrar seu verdadeiro lar."

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1999 - p. 160/161)

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

VIVENDO NO PRESENTE (PARTE FINAL)

"(...) Você já notou que as crianças pequenas estão sempre fazendo alguma coisa a cada momento? Muito embora já possam ter experimentado a mesma coisa anteriormente, elas expressam enorme excitação e admiração. As crianças não têm padrões de medidas para comparar atividades do presente com o passado. Elas sabem que já jogaram aquele jogo antes, ou que alguém já leu aquela história na noite passada, mas o jogo e a história ainda são tão interessantes como se fossem desfrutados pela primeira vez.

Pense na sua atitude enquanto lava louça, passa o aspirador na casa ou rega as plantas. Provavelmente você acha essas atividades maçantes. Mas você já viu uma crinaça ajudando a lavar a louça, passar o aspirador ou regar as plantas? Ela mal pode esperar para participar, e age como se essa fosse a coisa mais interessante que ela já fez. Que qualidade maravilhosa – estar empolgada com a vida, como se ela fosse sempre nova. E de fato, ela é. O que é velho são os nossos pensamentos e atitudes distorcidas, que atrapalham a celebração de cada momento. (...)

Faça o melhor que puder, diariamente, para simplificar a vida, valorizar e experimentar a preciosidade de cada momento. Em vez de viver um plano contínuo e em longo prazo, para cinco ou dez anos, concentre-se em viver um dia de cada vez, pedindo ajuda e orientação a cada dia. Não olhe para o passado com rancor ou mágoa, não olhe para a frente com medo ou preocupação; olhe ao redor com percepção consciente.

Para estar totalmente presente em cada momento, é preciso se libertar do passado. Se não nos curarmos do passado, ele irá se repetir e nos manterá presos. Quem está preso ao passado não pode estar aqui e agora, não está totalmente presente e não pode prestar atenção ao que acontece em volta."

 (Susan Smith Jones - Vivendo no presente - Revista Sophia, Ano 4, nº 16 - p. 5/7)

domingo, 7 de setembro de 2014

VIVENDO NO PRESENTE (1ª PARTE)

"Viver no momento é diferente de viver para o momento. As crianças são peritas na arte de se envolver totalmente com o que quer que estejam fazendo no momento. É verdade que esse intervalo de tempo não é extenso, mas elas ficam totalmente focadas no que está acontecendo no presente. Quando comem, apenas comem; quando brincam, apenas brincam; quando conversam, apenas conversam. Elas se lançam de cabeça em suas atividades.

Quando revejo meu passado, minha infância, lembro que eu não tinha noção do passar do tempo. Minha família com frequência fazia longas viagens de automóvel. Cerca de dez minutos depois de sair de casa, eu perguntava: ‘Já chegamos?’ Em seguida perguntava novamente: ‘Quando vamos chegar lá?’ E repetia as perguntas a cada dez minutos. Um intervalo de duas horas não significava nada para mim. Minha única noção de tempo era o agora.

Carpe diem. A expressão em latim significa ‘aproveite o dia’. Cada dia oferece uma oportunidade de olhar para o mundo de maneira nova e celebrar o fato de estarmos vivos. Você jamais terá a oportunidade de viver novamente este instante precioso. Momento a momento, busque perceber tudo ao seu redor. Preste atenção. Participe totalmente da vida. (...)"

(Susan Smith Jones -  Vivendo no presente - Revista Sophia, Ano 4, nº 16 - p. 5/7)

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

TÊM KARMA OS AVATARES?

"Durante a palestra, Sri Daya Mata respondeu às seguintes perguntas: É o sofrimento de seres libertos o resultados de mau karma do passado? Resulta qualquer karma das ações deles nesta vida?

Os resultados cumulativos de nossas ações corretas ou incorretas são classificados como nosso karma. A lei do karma (ação) é a lei de causa e efeito: o que semeamos, colheremos. Boas ações trazem bons resultados à nossa vida, más ações trazem resultados negativos e sofrimento. Toda a humanidade está sujeita a essa lei, exceto aquelas almas raras que alcançaram o estado mais elevado ao realizar sua unidade com Deus. Almas como Jesus e Krishna sofrem de fato na Terra; mas dizer que o sofrimento deles é o resultado de quaisquer ações erradas cometidas por eles é levar a lógica a uma conclusão ridícula. Ao seguirmos esta linha de raciocínio, teríamos de admitir que o Senhor tem péssimo karma por ter criado a humanidade sofredora. E se somos centelhas individualizadas de Deus, como ensinam as escrituras, então nosso sofrimento será o resultado de Suas ações errôneas, e portanto é Ele que está sofrendo por nosso intermédio. Entretanto, é ilógico julgar que a lei do karma possa ser aplicada a Deus, ou àqueles que se unificaram com Deus, tendo assim ultrapassado o alcance de Suas leis. A serpente leva veneno em suas presas, mas ela nunca morre de sua própria peçonha. O infinito contém a lei da dualidade, o veneno de maya, dentro de Si Mesmo, mas não é afetado por ela. Quem é uno com Deus permanece, de modo similar, intocado por maya. Somente aqueles que estão sujeitos a essa lei da dualidade sofrem desse veneno. Até grandes santos podem ter alguns vestígios de karma a serem resgatados. Todavia, quando uma alma se libertou e depois retorna à Terra, está livre de imperativos cármicos. Não importa o que faça, tem controle total de si mesma e dos resultados de suas ações."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 203/204)

segunda-feira, 28 de julho de 2014

QUEM VOCÊ REALMENTE É (PARTE FINAL)

"(...) Há muitas expressões usadas frequentemente que mostram que as pessoas não sabem quem são. O mesmo acontece às vezes com a estrutura da língua. Dizemos: 'Ele perdeu a vida num acidente de carrro' ou 'A minha vida', como se a vida fosse alguma coisa que se possa possuir ou perder. A verdade é: você não possui uma vida, você é a vida. Você é a vida única, a consciência única que permeia todo o universo e assume temporariamente a forma de pedra, folha, animal, pessoa, estrela ou galáxia. 

Consegue perceber que, lá no fundo, você já sabe disso? Consegue perceber que você já é isso?

Você precisa de tempo para a maioria das coisas na vida: é preciso tempo para aprender uma nova atividade, para construir uma casa, para se especializar em alguma profissão, para preparar um chá. Mas o tempo é inútil para a coisa mais valiosa da vida, a única que realmente importa: a realização pessoal, o que significa saber quem você é essencialmente além da superficie do 'eu' - além do nome, do tipo físico,da sua história. Você não pode encontrar a si mesmo no passado ou no futuro. O único lugar onde você pode se encontrar é no Agora.

Os que buscam uma dimensão espiritual querem a autorrealização ou a iluminação no futuro. Ser uma pessoa que está em busca significa que você precisa do futuro. Se é nisso que você acredita, isso se torna verdade para você: precisará de tempo até perceber que não precisa de tempo para ser quem você é."

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 38/39)