OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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sábado, 9 de julho de 2016

EVOLUÇÃO ESPIRITUAL

"O diretor (de uma escola) é um bom exemplo da atitude que você deve desenvolver. A qualquer momento ele sabe que as cadeiras, as mesas e os bancos não são seus, não obstante, sabe também que é dever seu cuidar que nenhum item da mobília ou equipamento se perca ou se deteriore. Sabe também que tudo deve estar intacto quando ele sair. Mantém-se, portanto, em vigilância, embora desapegado. Os sentidos, a inteligência, o coração e a mente são como um mobiliário posto sob sua responsabilidade. Com desvelo, não se descuide. Se algum 'móvel' foi danificado por descuido, assinale no inventário e explique as circunstâncias, e busque a Graça de Deus.

Descubra, por si mesmo, seu estágio de evolução espiritual e para qual série da escola você está preparado. Depois determine-se a prosseguir para a série imediatamente mais elevada. Dê o melhor de seu esforço, e obterá a Graça de Deus. Não barganhe e nem se desespere. Um passo de cada vez é o bastante, desde que seja dado em direção à meta e não se desviando. Fique alerta quanto ao orgulho baseado em riqueza, erudição e status, que puxaria você para o egoísmo. Não fareje os erros dos outros, mas procure conhecer os seus. Sinta-se feliz com a prosperidade dos demais. Compartilhe com os outros sua alegria."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 151 e 154)


terça-feira, 28 de junho de 2016

LIBERTE-SE DA ILUSÃO

"82 - Somente aquele que mata o 'tubarão' do desejo com a espada do supremo desapaixonamento atinge, sem obstáculo, o outro lado do oceano da existência condicionada.

COMENTÁRIO - O desejo deve ser morto com a espada do desapaixonamento. Esta é uma condição essencial. Aquele que deseja atingir o alto pico de uma montanha tem de se aliviar de todo o peso desnecessário. 

Só a extinção do desejo permitirá que alcancemos a outra margem, onde encontraremos a paz profunda. Enquanto estivermos presos pelo desejo ao objeto dos sentidos, estaremos irremediavelmente escravos do ilusório."

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 42)


terça-feira, 24 de maio de 2016

SINTONIA E SABEDORIA (2ª PARTE)

"(...) O ego e a mente não nos permitem experienciar a unidade universal. Não compreendemos que a parte sagrada de todos nós já está em sintonia com o universo. É a ideia de estarmos separados uns dos outros e a nossa própria tagarelice mental que nos afastam da possibilidade de viver a mente universal.

Para nos elevarmos até a luz e vermos claramente, precisamos compreender que nossas barreiras protetoras e nossos problemas emocionais também criam bloqueios. Esses bloqueios devem ser dissolvidos ao se resolverem os traumas do passado. O processo chamado pelos budistas de 'domar o tigre' ou 'montar o touro' pode realizar isso.

O Vipassana, ou método intuitivo de meditação, também pode ser um grande auxílio, porque eleva os sentidos interiores e exteriores. Mover essa consciência para o centro do coração permite que tenhamos compaixão por todas as formas de vida, deixando-as ser o que são. O movimento da consciência para os quatro centros de energia permite-nos curar a nós mesmos e aos outros, em sintonia com nosso eu superior.

Há algum tempo li o livro Hidden Teachings of Tibet (Ensinamentos Ocultos do Tibete), de Tulku Thondop Rinpoche. Da primeira à última página procurei os ensinamentos ocultos, apenas para descobrir que 'os segredos estão ocultos no céu, nas montanhas, nas colinas, nos rios, nos lagos e nas árvores, e o esconderijo é conhecido somente pelos seres iluminados'. Na época pensei que o livro estava mal escrito, porque não conseguia ver a verdade que continha. Tempos depois, após longos retiros de meditação, experienciei alguns ensinamentos ocultos nesses locais sagrados. Comecei a compreender que os segredos estão trancados nas colinas, nas árvores, nos rios e em cada um de nós. Se meditarmos silenciosamente, sem comentários mentais sobre o ambiente natural e sobre as outras pessoas, poderemos ver que os segredos do universo se revelam a nós, quando estamos receptivos. (...)"

(Tom Davis - Sintonia e sabedoria - Revista Sophia, Ano 12, nº 51 - p. 15)


segunda-feira, 2 de maio de 2016

ATRAENTE É O CAMINHO DO PECADO

"'Um homem que caminhava numa região do pais em que diamantes foram encontrados chegou a uma área coberta de cacos de vidro, que reluziam à luz do sol.

'Diamantes!', pensou, animado. Abaixando-se para pegar um deles, percebeu que se tratava apenas de um caco de vidro. Desapontado, atirou-o longe e estendeu o braço para apanhar outro. Mas este, também, era apenas um caco de vidro. E assim ele prosseguiu a apanhar um caco de vidro atrás do outro. Algumas vezes, ele se cortava com os cacos mais afiados. Todo caco que apanhava era tão enganador quanto os anteriores. 

'Assim é o caminho do pecado. Atraente é o seu falso brilho, mas a experiência mostra no final não se tratar de outra coisa senão de um 'caco de vidro'. Por vezes, esse caco de vidro faz com que a pessoa que o apanha se corte. Ele sempre causa decepção.

'Os prazeres sensuais só podem terminar em fastio, em marasmo angustiante e em desgosto. Por quê? Pelo simples fato de que os seus sentidos físicos não são o seu verdadeiro Eu.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 63


sexta-feira, 22 de abril de 2016

EVOLUÇÃO A PARTIR DE CIMA (2ª PARTE)

"(...) O verdadeiro, o bom e o belo são sempre um estudo apropriado para nós. O problema do mal e do sofrimento é muito mais difícil de solucionar.

Vejamos primeiramente aquelas sendas simples e diretas para o céu das ideias divinas que são os reflexos aqui embaixo daquelas ideias que percebemos ser totalmente belas e sagradas em sua natureza. Comecemos, por exemplo, a partir de fragrâncias puras como a rosa, o jasmim, o sândalo. Elas têm suas correspondências celestes. Conseguiremos reproduzir a irradiação espiritual, da qual uma bela fragrância física seja a correspondência ou contraparte? Por meio da imaginação poderíamos tentar pelo menos sentir sua natureza a partir do estímulo ou influência que a fragrância particular produz em nós.

Cada Adepto, que por sua própria definição vivificou sua natureza material com a espiritual, tem sua própria fragrância particular, não porque ele a seleciona como uma mulher elegante poderia selecionar uma para seus propósitos, mas porque é uma manifestação de sua influência, como apreendida por um de nossos órgãos dos sentidos, que é afetado talvez mais prontamente de que os outros.

Cada um de nós possui certos órgãos dos sentidos que transformam os efeitos de estímulos particulares ou efeitos vibratórios, no que chamamos de sensações. Não é inconcebível - e é muito provável - que o alcance de nossa resposta - mesmo a resposta física - será grandemente ampliado no tempo devido, mas existem potencialidades de impressões sensoriais diferentes daquelas que conhecemos, através de órgãos que não existem atualmente; em outras palavras, de novas pontes entre os mundos objetivo e subjetivo com as quais sequer sonhamos atualmente. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 101)


quinta-feira, 17 de março de 2016

BUSQUE O PAI

"Uma sugestão, pouco valorizada pela sua simplicidade e que pode ser valiosa, se devidamente compreendida, diz o seguinte: 'Quando quiseres orar, entra em teu quarto, fecha a porta e fala a teu Pai em segredo.' Tudo se resume, pois, nisso. 'Entra em teu quarto' significa ficar recolhido dentro do próprio ser e 'fecha a porta' implica fechar os sentidos às influências externas que os distraem. Neste momento de busca do alinhamento, procura-se não escutar o que os ouvidos estão captando, não enxergar o que os olhos físicos estão vendo, não sentir os aromas que o olfato está percebendo, e assim por diante. Ao se 'entrar no quarto', fecha-se a porta dos sentidos a toda influência externa.

E o que quer dizer 'e fala ao teu Pai em segredo'? Recolhendo-se e fechando-se a porta dos sentidos por uns momentos, procura-se sintonizar com aquilo que em nosso centro é completamente desconhecido, ou seja, que constitui um segrego total que nenhum de nós sabe desvendar e que ninguém nos pode revelar, a não ser quando 'entrarmos no quarto' e ficarmos em silêncio.

O Pai é exatamente o símbolo do que temos na essência do nosso ser. Assim, quando entro em mim mesmo, fechando-me para o que está fora e para o que é supérfluo, alinhando-me com o mais profundo do ser, não preciso falar ou pedir nada, e nada de externo pode me alcançar, porque busco o Pai. Aquilo que está na origem primordial de todas as coisas e de mim. Se quero, realmente, contatar a energia da Vontade-Poder, ou seja, identificar-me com a força que 'segura as rédeas e conduz a carruagem', sabendo onde chegar, o ensinamento básico é 'entrar no quarto, fechar a porta e orar ao Pai em segredo'. Isso faz com que se desenvolva, ao máximo, em mim, a própria capacidade de ter vontade, porque nada pedi, apenas me decidi a abrir-me ao mistério. Fazer isso é um ato de decisão. Pedindo alguma coisa, ao voltar-me para o Pai, estarei desviando-me daquela proposta original da energia, que era decidir fazer, simplesmente. Ao ficarmos em silêncio e sem nada pedir, conectados com o nosso íntimo, ou Pai, acontece o melhor, o inédito, desvendando-se o misterioso e desconhecido segredo que está dentro de nós, vivo e atuante. É necessário, porém, que tomemos a decisão de nos abrir ao mistério."

(Trigueirinho - A energia dos raios em nossa vida - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 24/25)
www.pensamento-cultrix.com.br


sexta-feira, 11 de março de 2016

DESAPEGUE-SE DOS SENTIDOS

"Mesmo se você não tiver firme fé em Deus ou em qualquer Nome ou Forma particulares que expressem o Imanente Poder, comece pelo controle das imposições da mente, dos impulsos do ego e das atrações e das algemas sensuais. Seja útil aos outros. Assim, depois, sua própria consciência o julgará e o manterá feliz e contente, embora os outros não lhe sejam agradecidos. A vida é um firme caminhar para a meta; não um insignificante campo de concentração ou, ao contrário, uma estúpida forma de piquenique. Seja paciente. Seja humilde. Não arrisque conclusões (apressadas) sobre os outros e sobre os motivos deles.

Desapegue-se dos sentidos; somente então pode seu Atma fulgurar. Não digo que os deva destruir. A mente (no entanto) deve ser desatrelada de seus colegas - os sentidos. Deve ela manter-se leal a seu verdadeiro senhor - o intelecto ou buddhi. Quero, com isso, dizer que você deve separar o grão que está dentro do farelo, através do exercício do discernimento (viveka), e depois então firmar seu desejo sobre aquilo que restou e nutre, isto é, o grão."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 141/142)


quarta-feira, 9 de março de 2016

PODER E BELEZA

"Nossos hábitos e tendências comportamentais profundamente enraizados estão armazenados no cérebro como padrões elétricos. Todos os hábitos, inclinações e tendências são mentais. Sempre que nossa atenção é colocada sobre os sulcos dos hábitos mentais bons ou ruins, que estão registrados no cérebro por experiências ou ações repetidas, eles automaticamente se manifestam em atividade mental e muscular. Pensamos em algo, seguimos uma trilha de pensamentos e sucumbimos ao fazer algo que não desejávamos.

Os sentidos e a mente são as portas pelas quais o conhecimento se infiltra na consciência. O conhecimento é filtrado pelos nervos sensoriais e interpretado pela mente. O cérebro organiza as impressões dos sentidos e envia mensagens através dos nervos motores. Mas existe um outro aspecto da mente, que é o sentimento, uma expressão da intuição que nos dá a capacidade de discernir entre certo e errado, para evitar os erros a que estamos propensos. A maneira mais segura de escapar ao karma é liberar a expressão da intuição por meio da meditação, que levará ao harmonioso equilíbrio entre razão e sentimento.

Aquilo que se acumula permanece inalterado, e não perece com a morte, é o desejo latente, a semente do desejo, as impressões do desejo na consciência. Essas sementes de desejo são mais instigantes do que os desejos recentes, já que estão profundamente enraizadas no subconsciente, prontas para surgir subitamente com demandas que na maioria das vezes são irracionais, frustrantes e causadoras de sofrimento. Enquanto não houver um fim para o desejo, não haverá um fim para o karma.

A miséria humana não é totalmente física, e é improvável que a abundância resolva os problemas do homem. Enquanto houver seres humanos arrogantes, preguiçosos, irresponsáveis, invejosos, cruéis, vingativos, possessivos, intolerantes, egoístas, mesquinhos, hipócritas e assim por diante, vamos infligir miséria a nós mesmos e aos outros, independentemente de termos todos os luxos que quisermos. O mundo externo jamais será perfeito até que tenhamos tornado perfeito nosso mundo interior.

Um dia, este triste mundo finalmente se tornará o que deve ser: um lugar luminoso, cheio de homens e mulheres que tomaram conhecimento de seus defeitos e aprenderam a transformá-los em algo luminoso e belo. Faz parte do plano de Deus elevar toda a criação para fazê-la evoluir e desabrochar sua natureza espiritual, de verdade, poder e beleza."

(Vinai Vohora - A lei do karma - Revista Sophia, Ano 12, nª 51 - p. 12/13)

sábado, 5 de março de 2016

O PODER DA VIDA SILENCIOSA

"Tao é o seio materno do Universo.
Quem conhece sua mãe, sente-se filho seu.
Quem se conhece como filho, vive a vida de sua mãe,
Nem vê detrimento na morte.
Quem refreia os seus sentidos
E conserva as suas forças,
Não se esgota.
Mas quem se desgasta,
Quem se dissipa e dispersa,
Esse vive em vão.
Quem tem a consciência de ser apenas uma centelha,
Esse é iluminado.
Quem, em seu dever,
Permanece maleável e flexível,
Esse é forte.
Permanece maleável e flexível,
Quem segue à luz interna,
Esse não sucumbe à morte,
É imortal.
Quem vive na essência
Não se prende a nenhuma aparência.

EXPLICAÇÃO: O profano, sendo apenas um canal, vive na ilusão de ser a Fonte de tudo que acontece - mas o iniciado sabe que nenhum finito é Fonte. O canal cumpre a sua tarefa quando se liga à Fonte e permite que as águas dela fluam livremente através do seu condutor. 

Esta receptividade dos canais é a verdade - a pretensa datividade é pura ilusão.

Quem julga ter atingido a meta, nem iniciou ainda a jornada. A felicidade não é uma chegada, mas uma jornada. Todo o finito, em demanda do Infinito, está sempre a uma distância infinita. A felicidade está na consciência de estar no caminho certo e poder continuar sempre e sempre nesse caminho certo - isto é vida eterna."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 136/137)


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

CONTROLE DA MENTE

"D: Sendo tão difícil controlar a mente, como se pode conseguir praticar o yoga?

M: Por força da prática e do desapaixonamento, a mente pode ser controlada. O mesmo foi dito por Sri Bhagavan a Arjuna e por Vasishta a Sri Rama. Sri Krishna disse: 'Ó Filho de Kunti! Não há dúvida que a mente é instável e difícil de controlar. No entanto, por meio da prática e do desapaixonamento, ela pode ser controlada.' Vasishta disse: 'Ó Rama, embora a mente seja difícil de controlar, mesmo assim precisa ser dominada pelo desapaixonamento e pelo esforço, ainda que à custa de retorcer as mãos, cerrar os dentes e sujeitar os membros e os sentidos; isto tem de ser feito pela força de vontade.'

Portanto, é necessário um esforço intenso para conseguir o objetivo.

A abelha da mente, sempre vivendo no lótus do coração, rejeita o doce mel da incomparável Beatitude do lótus do Coração e, desejando o amargo mel do sofrimento coletado no exterior - como sons, toques, formas, sabores e odores - sempre voa para fora, pelos sentidos. Embora, pelo desapaixonamento, os sentidos são forçosamente bloqueados e a mente confinada; mesmo assim, no interior, a mente estará pensando [ocupando-se] no presente, recordando o passado ou construindo castelos no ar."

(Advaita Bodha Deepika - A Luz da Sabedoria Não Dualista - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 92)


segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

OS RESULTADOS DO KARMA NA MEDITAÇÃO

"446 - Os Vedas dizem que, mesmo aquele que estiver entregue a uma profunda meditação, está sujeito à dependência dos objetos externos devido aos resultados do [prããhabdha] karma que está em operação. 

COMENTÁRIO - É muito difícil, durante a prática da meditação, libertar a mente dos objetos externos e internos (pensamentos). Eles são como moscas a voar e pousar naquele que medita, perturbando a sua concentração. Uma das técnicas a ser adotada (e há várias) é manter-se imperturbável na posição física escolhida e ficar plenamente atento aos pensamentos sem se fixar neles. Observá-los como quem olha as águas de um rio que constantemente corre diante de nós. Esse não apego às sensações físicas, emocionais e mentais gradualmente irá minimizar a sua ação sobre nós, conseguindo desta forma neutralizar o seu efeito perturbador."

(Sankara - Viveka-Chudamani a Joia Suprema da Sabedoia - Comentários de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 167)


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

REALIZAÇÃO MERITÓRIA

"Os Indriyas ou sentidos têm de ser controlados por viveka (discernimento) e vairagya (desapego), os talentos gêmeos que foram dados exclusivamente ao homem. Viveka o instrui sobre como escolher ocupações e companhias; diz-lhe da importância relativa de objetos e ideais. Vairagya o salva de muito apego, e injeta uma sensação de alívio nos momentos de alegria ou desespero. Viveka e vairagya são as duas asas que soltam o pássaro no ar. Mantêm diante de você a impermanência do mundo e a permanência da Bem-aventurança da Realidade. Preparam-no para dirigir a vida através do sadhana e para a infalível contemplação da Glória do Senhor. 

Não é necessário retirar-se para a floresta a fim de superar ressentimento e ódio. A virtude não pode ser praticada num vazio. Se você vive numa atmosfera de ódio e ainda assim é capaz de se controlar, sua conquista é meritória. Mas, se vive numa floresta onde não resta oportunidade para o ódio e diz que controlou seu ódio, sua afirmação não tem sentido. Você deve, portanto, deixar-se ficar nos ambientes do mundo, ainda que haja ampla oportunidade para o surgimento de emoções de raiva e ódio; aí, então, aprenda a controlá-los. Esta sim será uma realização meritória."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 116/117)


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O EVANGELHO - SUTRA 1

"Parambrahma (o Espírito ou Deus) é eterno, completo, sem princípio nem fim. Ele é o Ser único e indivisível.¹

O Pai Eterno, Deus, Swami Parambrahma, é a única Substância Real (Sat) e é tudo em todo o universo. 

Por que Deus não é compreensível. O homem tem fé eterna e crê intuitivamente na existência de uma Substância, da qual os objetos dos sentidos - audição, tato, visão, paladar e olfato, as partes componente deste mundo visível - são apenas propriedades. Porque o homem se identifica com seu corpo material, composto das propriedades acima citadas, ele é capaz de compreender, por meio desses órgãos imperfeitos, apenas essas propriedades e não a Substância à qual pertence. O Pai Eterno, Deus, a única Substância do universo, não pode assim ser compreendido pelo homem deste mundo material, a não ser que ele se torne divino, levantando seu eu acima desta criação das Trevas ou Maya. Ver Hebreus 11:1 e João 8:28.
'Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem.'
'Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o filho do homem, então conhecereis quem eu sou.'"
¹. Swami Sri Yukteswar compôs esses sutras (preceitos) apenas em sânscrito, conforme está mostrado. A tradução foi providenciada pela Self-Realization Fellowship. (Nota da editora)

(Swami Sri Yukteswar - A Ciência Sagrada - Self-Realization Fellowship - p. 21/22)


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A ATIVIDADE DO DESEJO (PARTE FINAL)

"(...) O desejo, se é desejo sexual, atua sobre o sistema nervoso. Toda sensação é uma excitação dos nervos, isto é, de todo o corpo. Quando a mente relembra essa excitação, quando se demora sobre ela na memória, o desejo sobe à cabeça e a excitação aumenta até alcançar o clímax. A mente torna-se escrava dessa excitação e não consegue funcionar separada dela. Ela se torna ativa e reúne os sentidos por meio de todo artifício possível, com o objetivo de aumentar o desejo e alimentá-lo.

Vemos isso ilustrado num show erótico ou numa revista erótica. O produtor representa a mente. É a sua mente que elabora e desenha cada detalhe que atrai os espectadores ao atuar sobre as associações em suas mentes, incita-lhe o desejo sexual, que por sua vez intensifica as antigas associações e se espalha para sensações novas. Cada detalhe torna-se uma corrente que aumenta o fluxo do desejo e da excitação, resultando num estado de interação, um vicioso círculo de ação entre a mente, instigada pelo desejo, e os nervos.

Quanto maior a excitação dos nervos, maior a vivificação do corpo e o desfrute da sensação corporal. Quanto maior o gozo, maior o apego ao gozo e ao anelo por sua repetição. A ‘arte’ em qualquer romance erótico ou em qualquer tipo de apelo sexual consiste igualmente na ênfase de associações.

Assim grande número de pessoas se deixa influenciar por uma luxúria intensificada e crescente que, eventualmente, as torna autômatos existindo para a satisfação da luxúria, ‘monstros’ a quem nada deterá sob sua tirania incessante. Na ocasião oportuna a autoindulgência sufoca e destrói todo instinto altruísta. Pois a mente está entrincheirada na sensação. A luxúria torna-se crueldade, sadismo. Mesmo em sua forma débil, luxúria e indulgência produzem indiferença para com os outros, destroem o amor no único sentido verdadeiro, expansivo e belo do termo.

É através da mente que o desejo pode ser controlado e dominado. O homem sábio é aquele que não diz: ‘eu desejo’, pois é capaz de se separar do desejo. Logo ele aprende que ‘sua’ mente é um amplo processo de pensar que ele contraiu.

Quando o coração está pleno de amor que busca dar e não arrebatar ou desfrutar, que não busca intensificação do eu pela sensação enraizada no eu, todos os anelos devem morrer. Onde o sexo é um problema, o amor é o antídoto. Quando existe a sacralidade do amor puro – no qual existe ausência do eu – pode-se olhar, sem interesse (como através dos olhos de uma criança inocente), para todas as coisas que poderiam ser excitantes a uma mente afetada pelo sexo. Na vida moderna, ‘amor’ está associado a posse e prazer. Mas seu verdadeiro relacionamento é com a ausência de desejo sob qualquer forma, sutil ou grosseira."

(N. Sri Ram – O Interesse Humano – Ed,. Teosófica, Brasília, 2015 – p. 28/29)


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A ATIVIDADE DO DESEJO (1ª PARTE)

"A sensação nasce do sentido do tato, que é a base de nossa relação com o mundo fenomenal. É um modo de resposta ao mundo externo e tem seu valor como meio de conhecimento, felicidade e crescimento, no seu lugar apropriado. Quando a sensação é psicologicamente elaborada, convertida em necessidade e indiscriminadamente misturada com o nosso processo pensante, é que o problema começa.

Quando a sensação é agradável, Manas ou mente - que é o instrumento de percepção - apega-se à sensação particular. O desejo de repetição da experiência surge com a forma ativa vitalizada desse apego. Toda repetição é essencialmente mecânica e pertence à natureza material; é, na verdade, uma forma de inércia. A memória é repetitiva. O desejo também é repetitivo. Ele tem seu ciclo de origem, crescimento, fim da satisfação, e renascimento imediato. 

A atividade do desejo é produzida pela mente. Mesmo nos animais, o desejo surge por causa de uma mente subliminar. Mente e sensação juntas geram desejo, quando a mente trabalha arduamente para se tornar sensação. A sensação é mentalizada. É o modo como a mente identifica a sensação posteriormente, retendo-a como base do pensamento e como memória. A mente tem o seu pensamento colorido pela sensação de prazer ou dor, e a reação a esse prazer ou a essa dor penetra o pensamento e o condiciona. Não fosse este o caso, a sensação existiria apenas por um momento, quando existe o contato excitante, e não produziria desejo. O desejo é uma força que remete ao passado e aparece como um fantasma do passado influenciando o presente.

É a mente que, em seu lado material (pois também está ligada ao princípio espiritual), une o passado ao presente, que associa uma coisa a outra por meio de observação e comparação. Ela rastreia a memória; cria teias de associação. 

O desejo, que é um impulso criado pelo impacto da mente sobre a sensação, invade a mente. Ele assim se perpetua e se expande. A sensação, com origem no passado, estende-se ao presente. Suas vibrações originais continuam diminuindo (a não ser que sejam intensificadas) como os tons de um diapasão através do meio contínuo da mente. A mente relembra a sensação passada, e como a sensação está envolta em desejo, ela desfruta da sensação e se esforça por prolongá-la e intensificá-la. Através das associações feitas pela mente, o desejo penetra os conteúdos mentais. Então, toda associação torna-se maculada e excita o desejo. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 27/28)


domingo, 29 de novembro de 2015

FELICIDADE

"Muitas vezes a chamada 'felicidade' não passa de sofrimento disfarçado. Você talvez goste de comer muito, mas a consequência poderá ser uma indigestão aguda ou uma dor de estômago. A melhor maneira de assegurar a felicidade não é permitir que prazeres sensuais ou maus hábitos o controlem, mas refrear com firmeza uns e outros. Assim como não poderia matar a sua própria fome dando de comer a outra pessoa, não encontrará a felicidade satisfazendo às exigências constantes dos sentidos.

O excesso de luxo, longe de gerar felicidade, afasta-a da mente. Não desperdice a maior parte do tempo procurando coisas que o façam feliz. Sinta-se sempre satisfeito, tanto na luta pela prosperidade quanto depois de obtê-la. Você poderá ser o Rei da Felicidade numa cabana ou viver torturado pela desgraça num palácio. A felicidade é um fenômeno exclusivamente mental. Primeiro, você deve implantá-la firmemente dentro de si mesmo e depois, com a infatigável resolução de ser sempre feliz, caminhar pelo mundo buscando saúde, prosperidade e sabedoria.

Encontrará mais felicidade se procurar o sucesso com uma atitude jovial do que se tentar satisfazer ao desejo de seu coração com uma mente sombria, não importa qual desejo seja esse." 

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como ser feliz o tempo todo - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 63)
ww.editorapensamento.com.br


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

NASCER DA ÁGUA

"'Aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.'

"Nascer da água' é usualmente interpretado como uma prescrição do ritual exterior do batismo pela água - um renascimento simbólico -, visando tornar-nos qualificados para o reino de Deus após a morte. Mas Jesus não se referia a um renascimento envolvendo água. 'Água', aqui, significa protoplasma; o corpo humano, em sua maior parte, é constituído de água e inicia sua existência terrena no fluido amniótico, no ventre de sua mãe. Embora a alma tenha de passar pelo processo natural de nascimento que Deus estabeleceu por meio de Suas leis biológicas, o nascimento físico não é suficiente para que o homem se torne apto para ver ou entrar no reino de Deus. 

A consciência comum está presa ao corpo; e, através dos dois olhos físicos, o homem é capaz de observar apenas o diminuto teatro deste Terra e o céu estrelado que a circunda. Pelas pequenas janelas exteriores dos cinco sentidos, as almas restritas ao corpo nada percebem das maravilhas que estão além da matéria limitada. 

Em um avião, voando a grandes altitudes, não se percebem fronteiras, mas somente a vastidão do espaço e os céus ilimitados. Porém, na reclusão de um quarto, entre paredes sem janelas, perde-se a visão da imensidade. De modo parecido, quando a alma humana é enviada do Espírito infinito para um corpo mortal circunscrito pelos sentidos, suas experiências externas permanecem confinadas às limitações da matéria. Assim, Jesus aludiu ao fato, também expresso pelos cientistas modernos, de que podemos ver e conhecer apenas o que os instrumentos limitados dos sentidos e da razão nos permitem.

Assim como os detalhes das estrelas distantes não podem ser vistos com um telescópio de cinco centímetros, da mesma forma Jesus dizia que o homem não pode ver ou conhecer algo do reino celestial de Deus com o poder limitado da mente e dos sentidos. Entretanto, um telescópio de cinco metros capacita o homem a sondar as imensas regiões do espaço povoado de estrelas; e, semelhantemente, desenvolvendo a percepção intuitiva por meio da meditação, ele pode contemplar e entrar no reino astro e causal de Deus: berço de pensamentos, estrelas e almas.

Jesus enfatiza que, depois que a alma encarna - nasce da água ou protoplasma -, o homem deve transcender as imposições mortais do corpo por meio do autoaperfeiçoamento. Com o despertar do 'sexto sentido', a intuição, e com a abertura do olho espiritual, sua consciência iluminada pode entrar no reino de Deus. Nesse segundo nascimento, o corpo permanece o mesmo; mas a consciência da alma, em vez de estar presa ao plano material, encontra-se livre para passear no ilimitado império do Espírito, eternamento jubiloso."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga de Jesus - Self-Realization Fellowship - p. 51/52)


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

VIVA NO ETERNO

"107 - Quando os objetos são agradáveis, eles nos tornam felizes; no caso contrário, infelizes. A felicidade e infelicidade não atingem Atman que está sempre em eterna bem-aventurança.

COMENTÁRIO - O eu inferior (ahamkãra) sente a felicidade ou infelicidade procedentes dos objetos dos sentidos. Já Atman está acima do dualismo e vive para sempre mergulhado em uma extrema bem-aventurança. Num dos antigos Upanishads há um trecho onde está dito: 'Há uma paz que ultrapassa o entendimento humano, mora no coração daqueles que vivem no Eterno'. 

Procurai por um instante que seja sentir um pouco dessa paz! E tudo será diferente."

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, 2011 - p. 50/51)


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O ESTADO DE NÃO AÇÃO

"(3:5) Ninguém pode permanecer inativo sequer por um momento; todos somos compelidos (pela Natureza), de bom ou mau grado, a agir motivados pelos gunas (as três qualidades) da Natureza. 
(3.6) Aquele que refreia seus órgãos da ação, mas deixa revolutearem na mente pensamentos voltados para objetos dos sentidos, é (com justeza) considerado hipócrita e a si mesmo se ilude. 

Imagine-se a ausência total de movimentos: nenhuma brisa; nenhuma nuvem a cruzar o céu; nenhuma onda a agitar o oceano; nenhum Sol ou Lua a surgir e desaparecer no horizonte; nenhuma mudança de estação; nada que cresça; nada que decaia; sopro algum de vida; nenhum pensamento; nenhum átomo a vibrar; e, à falta de movimento, inexistência de espaço e, consequentemente, de tempo. 

Que sandice dos pretensos filósofos, sofisticados pensadores e aspirantes à verdade, imaginar que o estado de não ação do Espírito Supremo possa ser alcançado por mera omissão! Conseguirão deixar de respirar simplesmente não respirando? Poderão impedir-se de pensar não pensando? Atingirão o silêncio não falando? É de se estranhar que um aspirante à sabedoria conceba semelhantes absurdos!

Toda a criação existe em estado vibratório. Os próprios átomos estão em perpétuo movimento. Prakriti (Natureza) força o homem a ser ativo. Quem tentar ser inativo só se torna preguiçoso. Quem finge desapegar-se do mundo à sua volta não passa de um hipócrita.

Para alcançar o estado de não ação é imprescindível agir conscientemente - não movido apenas pela Natureza, mas com intenção e inteligência, como um surfista acompanhando as ondas das circunstâncias."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 141/142)


segunda-feira, 1 de junho de 2015

A MENTE, A IGNORÂNCIA E A VERDADE (PARTE FINAL)

"(...) Entre os significados de avidyâ está aquilo que é oposto a vidyâ: conhecimento; também significa ignorância, que procede e é produzida pela ilusão dos sentidos, ou viparyaya. Segue-se então que ver o olho físico proporciona uma visão parcial, não a visão verdadeira. Da mesma forma, nossos outros sentidos físicos fornecem um quadro incompleto da realidade; na melhor das hipóteses proporcionam percepções de coisas ou situações que são verdades parciais.

O que aprendemos através dos sentidos físicos requer a ação da mente. Normalmente interpretamos aspectos do mundo à nossa volta usando a instrumentalidade de kama-manas (inteligência que opera com a natureza dos sentidos), que pode ser muitíssimo pouco confiável. Consideremos este exemplo. Suponhamos que encontremos uma pessoa depois de alguns anos. Ela pode parecer um pouco mais velha e ter mudado a aparência de certa forma. Podemos ver esse fato. Mas talvez venhamos a reagir a algo que a pessoa disse ou fez no passado. Pode haver algum preconceito residual contra ela. Portanto, nossa percepção é 'colorida' e não vemos verdadeiramente o que está diante de nós. Podemos não perceber o fato de que ela mudou, ou não perceber a verdade maior de suas virtudes. Portanto, nós não aprendemos a plena realidade da situação assim devido à ilusão sensorial. 

Dissemos que um dos significados de vaso é 'recipiente'. Um recipiente tem uma base fechada. Pode-se imaginar um recipiente acústico, com a base apontando para baixo, um símbolo da mente como um vaso de ignorância, onde as notas da alma não podem ser expressadas. 

Os grandes polos da existência - purusha (eu espiritual) e prakriti (matéria primordial) - estão refletidos nas polaridades da nossa natureza. Quando o mundo sensato não se satisfaz suficientemente, existe um tipo de magnetismo reverso que entra em ação; isso requer reorientação de movimento ativo. Aqui podemos usar o símbolo da mente como um navio, parte da derivação latina da palavra 'vaso'. Consciente ou inconscientemente iniciamos o processo árduo de forjar a construção de uma ponte em direção à natureza interior, através da qual torna-se possível entrar em contato com a ordem divina das coisas. Mas essa ponte precisa ser construída com tenacidade, de modo que nossa consciência diária possa atravessar em direção a uma consciência mais plena."

(Linda Oliveira - A mente, a ignorância e a verdade - Revista Sophia, Ano 13, nº 54 - p. 40)