OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 18 de setembro de 2025

PERDÃO

"O julgamento precipitado pode vir a ser o 'fracasse da compreensão', porque perdoar é, acima de tudo, a habilidade de compreender dificuldades.

O autoperdão consiste em fazer o nosso melhor hoje, abandonar as mágoas do passado e curar as dores do presente e, ao mesmo tempo, legitimar nossos projetos de vida para o futuro.

O passado passou e o único momento que temos é o agora. Basta utilizarmos o perdão e, imediatamente, começaremos a sentir conforto e alívio, pois descarregamos os pesados fardos de culpa, vergonha e perfeccionismo.

Quando erramos, é necessário primeiramente admitir as nossas fraquezas e, em seguida, pedir aos outros que relevem nossas falhas. Somente a partir desse ponto, é que começamos a desfazer as técnicas defensivas e a facilitar a boa comunicação, evitando, assim, a morte do diálogo reconciliador.

O autoperdão é um estado da alma que emerge de nossa intimidade, fazendo-nos aceitar tudo que somos sem nenhum prejulgamento. É quando passamos a entender que nossos aparentes defeitos são, só e exclusivamente, potenciais a ser desenvolvidos. Por sinal, o julgamento precipitado pode vir a ser o 'fracasso da compreensão', porque perdoar é, acima de tudo, a habilidade de compreender dificuldades.

À medida que perdoamos nossos desacertos, começamos também a perdoar as faltas dos outros. Quanto mais compreendermos o outro, avaliando e validando o que ele pensava e como se sentia na hora da indelicadeza, mais facilmente aprenderemos a nos perdoar. O ato do não perdão a nós mesmos nos acarreta a permanência nas sensações desagradáveis e nas energias negativas -resquícios dos dissabores e desencontros da vida.

Perdoar-nos leva ao cultivo do amor a nós mesmos e, por consequência, aos outros; enfim, é a base que mantém a humanidade íntegra e solidária. O autoperdão nos conduz à aceitação plena de nossas potencialidades ainda não desenvolvidas - seja de natureza intelectual, seja de natureza psíquica e emocional - e a uma compreensão maior de que as experiências evolutivas nada mais são do que a soma de acertos e de erros do passado e do presente.

Os erros acabam-se transformando em lições preciosas e deles podemos retirar as bases seguras para o êxito no futuro.

'Deus não age jamais por capricho e tudo, no Universo, está regido por leis em que se revelam a sua sabedoria e a sua bondade'.

'A sabedoria e bondade de Deus' aqui descrita são uma constante nos atos e atitudes de Jesus de Nazaré. No episódio ocorrido na casa do fariseu Simão, uma prostituta atira-se aos pés do Mestre, cobrindo-os de beijos, lavando-os com suas lágrimas, enxugando-os com seus cabelos e untando-os com um óleo perfumado. Ela é perdoada incondicionalmente: '(...) seus numerosos pecados lhe estão perdoados, porque ela demonstrou muito amor. Mas aquele a quem pouco foi perdoado mostra pouco amor'.

Deus estava com Jesus e Ele com o Pai, por isso amava, perdoava, estimulava e incentivava a todos sem qualquer distinção. A Bondade e a Sabedoria Providencial está e sempre esteve nos amando e perdoando, não importa o grau da escala evolutiva em que estamos situados ou o que estejamos fazendo. O amor da Misericórdia Divina é incondicional - não depende de nenhum tipo de restrição ou limitação. Ama, simplesmente por amar.

Uma introspecção a respeito desse amor incondicional que a Divindade tem para conosco é extremamente importante para o autoperdão.

Se Deus nos ama e nos aceita como somos hoje, por que haveríamos de tomar uma atitude contrária à postura divina? Entretanto, o autoperdão não significa paralisarmos nossas atividades evolutivas, acomodando-nos em nossas deficiências, fragilidades ou incapacidades, mas, sim, libertar-nos dos fardos pesados da autopunição que carregamos desnecessariamente.

O autoperdão nos traz paz de espírito, habilidade para amar e ser amados e possibilidades para dar e receber serenidade. Ele nos livra do cultivo de uma fixação neurótica em fatos do passado, o qual nos impede o crescimento no presente.

Perdoar-nos elimina a ideia fixa no remorso por algo que aconteceu ontem e a ansiedade do que poderá ser revelado ou vir a acontecer amanhã."

Texto extraído do livro "Os prazeres da alma', de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova, ed. e dist. de livros espíritas, Catanduva, SP, 2003, p. 175/177.
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terça-feira, 16 de setembro de 2025

SORRIA COM O AMOR DE DEUS

"A maioria dos sorrisos nasce de emoções felizes por se ter feito o bem, ou por sentir simpatia, amor, bondade ou compaixão. Entretanto, a maneira mais maravilhosa de sorrir é preencher o coração com o amor de Deus. Então, você conseguirá amar a todos; sorrirá o tempo todo. Todos os outros tipos de sorrisos são efêmeros, porque as emoções tremeluzem e morrem, por melhores que sejam. Só o que perdura é a alegria de Deus. Quando a tem, você consegue sorrir o tempo todo. Senão, quando sentir compaixão por alguém e esse retribuir sua bondade com uma bofetada, você não conseguirá mais ter misericórdia dele.

Conheci um homem que deu mostras de grande aflição quando a esposa morreu. Mas vi através da emotividade. 'Você se casará de novo em um mês', eu disse. Ele ficou tão zangado que não quis me ver mais, mas a verdade é que se casou de novo um mês depois. Pensava que seu amor pela primeira esposa era enorme. mas veja com que rapidez a esqueceu.

Nunca esquecerei da lição dada por meu guru. Sri Yukteswarji, ao contar-me esse pequeno episódio de sua vida: 'Quando era pequeno, tive o capricho de desejar um cão feio que pertencia a um vizinho. Durante semanas, criei um tumulto em minha família para conseguir o bichinho. Meus ouvidos ficaram surdos às ofertas de outros animaizinhos de aparência mais atraente. Eu só queria aquele cão.'

A mesma espécie de fixação acomete as pessoas no que se chama de romance. Os enamorados ficam hipnotizados por um rosto: não conseguem esquecê-lo. Mas a verdadeira beleza que devemos buscar nos outros não é a externa e, sim, a interna.

Quando a alma está repleta de alegria, você é atraente. Só gosto dos sorrisos divinos porque, sem eles, os seres humanos parecem marionetes hoje, dizem que o amarão para sempre, amanha, es tão no túmulo. Onde foi parar o amor tão grande? Onde foi parar a promessa: 'Sempre o amarei'? Mas se você puder, pelo menos uma vez, fazer com que Deus lhe diga: 'Eu o amo', isso valerá por toda a eternidade. Por que perder tempo com um pouco de amor humano, com dinheiro, com isso e com aquilo, se em Deus você pode encontrar tudo todo o amor que existe no mundo inteiro, todo o poder na criação? Mas não O procure pelo poder, busque-O por amor. Então, você achará a brecha em Sua armadura. Quando der amor incondicional. Ele não poderá mais negar-Se a você."

Paramahansa Yogananda, A Eterna Busca do Homem, Self-Realization Fellowship, p. 172/173.
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quinta-feira, 11 de setembro de 2025

RESPEITO

"Somente optando pelo autorrespeito é que conseguiremos respeito alheio. Encontraremos nos outros a mesma dignidade que damos a nós mesmos.

De que maneira as pessoas nos tratam? Sentimo-nos constantemente usados ou desrespeitados? Às vezes, permitimos que os outros nos tracem metas ou objetivos sem antes nos consultar? Sabemos distinguir quando estamos doando realmente ou quando estamos sendo explorados? Respeitamos nossos valores e direitos inatos? Costumamos representar papéis de vítimas ou de perfeitos?

A pior situação que podemos viver é passar toda uma existência sem nos dar o devido amor e respeito, fazendo coisas completamente diferentes do que sentimos.

Nossos sentimentos são parte importante de nossa vida. Se permitirmos que eles fluam em nós, então saberemos o que fazer e como nos conduzir diante das mais variadas situações do cotidiano.

Em virtude disso, não devemos nos esquecer de que, quando nos respeitamos plenamente, mostramos aos outros como eles devem nos tratar.

Se nós não nos aceitamos, quem nos aceitará? Se nós não nos amamos, quem nos amará?

Marcos relata em seu Evangelho a seguinte orientação: 'Pois ao que tem será dado, e ao que não tem, mesmo o que tem lhe será tirado'.

Realmente, 'será dado' (respeito) ao que se respeita e não 'ao que não tem ou pensa ter'. Assim funciona tudo em nossa vida íntima 'temos o que damos'. Devemos esperar dos outros a mesma dignidade que damos a nós mesmos.

Examinemos nossos sentimentos e atitudes e nos perguntemos: Por que permito que me tratem com desconsideração? O que estimula os outros a se comportarem com desprezo em relação à minha pessoa?

Se nós não nos auto responsabilizamos pela forma como somos tratados, continuaremos impotentes para mudar o contexto penoso em que estamos vivendo. É muito cômodo culpar os outros por qualquer desilusão ou sofrimento que estejamos passando. Não é fácil aceitar a responsabilidade pelas nossas próprias ilusões e desenganos.

Quando renunciamos ao controle de nós mesmos, com toda certeza outros indivíduos tomarão as rédeas de nossa vida.

Somos iguais perante os olhos da Divindade. '(...) todos tendem ao mesmo fim e Deus fez suas leis para todos. Dizeis frequentemente: o sol brilha para todos. Com isso dizeis uma verdade maior e mais geral do que pensais'.

Realmente 'o sol brilha para todos', pois '(...) Deus não deu, a nenhum homem, superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte (...)'.

Não somos nem melhores nem piores que ninguém. Ao recusarmos o respeito a nós mesmos, estamos abdicando do direito de exigi-lo. Sem senso de valor individual, nos sentiremos diminuídos diante do mundo e destituídos da habilidade de dar e de receber amor.

O mais valioso tesouro que possuímos é a dignidade pessoal. Não é lícito sacrificá-la por nada ou por ninguém. Quando autorizamos os outros a determinar o quanto valemos, uma sensação de vazio nos toma conta da alma.

O auto desrespeito é um grande desserviço a nós mesmos. Quando ele se instala em nossa casa mental, passamos a não mais prestar atenção aos avisos e intuições que brotam espontaneamente do reino interior. As vozes de inspiração divina são sempre ideias claras, providas de síntese e simplicidade, que a Vida Providencial murmura no imo de nossa alma.

Quando nos respeitamos, somos livres para sentir, agir, ir, dizer, pensar e saber o que autodeterminamos, confiantes de que, se estivermos prontos, no tempo exato o Poder Superior do Universo nos dará todo o suprimento, todo o apoio e toda a orientação para cumprirmos o sublime plano que Ele nos reservou.

Somente optando pelo autorrespeito é que conseguiremos o respeito alheio. Encontraremos nos outros a mesma dignidade que damos a nós mesmos."

Extraído do livro "Os prazeres da alma", de Francisco do Espírito Santo neto, pelo espírito Hammed, boa nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduvas, SP, p. 69/71.
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terça-feira, 9 de setembro de 2025

UM DEUS, UMA RELIGIÃO

"'Um condutor de elefantes tinha seis filhos, todos eles cegos. Certa feita, ele deu a eles a tarefa de lavar o elefante. Quando os irmãos terminaram o serviço, começaram a discutir sobre que tipo de animal era o elefante.

'Isso é fácil!', disse um deles. 'O elefante são alguns ossos.' Esse filho estivera lavando as presas do elefante.

'Como você pode dizer uma coisa dessas?', protestou um outro filho. O elefante é uma corda espessa.' Esse filho estivera lavando a tromba do elefante.

'O terceiro filho insistiu em que o elefante tinha a forma de alguns leques. Esse filho estivera lavando as orelhas do elefante.

'Ao quarto filho, o elefante parecia quatro colunas. Esse filho estivera lavando as pernas do elefante.

'O quinto filho estivera lavando os flancos do elefante; esse filho o descreveu como uma parede que respirava.

'O sexto e último filho gritou: 'Meninos, vocês não vão me enganar! Eu sei o que ele é. Por experiência própria, descobri que o elefante é uma pequena corda pendente do céu. Esse filho estivera lavando a cauda do elefante. 'Como cada filho expressasse a própria opinião insistentemente, seguiu-se uma discussão acalorada. Depois de algum tempo, o pai foi ter com eles e os ouviu gritar uns com os outros. Ao ouvir semelhante onda de intolerância, cada vez maior, ele bradou, aos risos: 'Meus filhos, vocês estão brigando à toa!'

'A toa?', gritou um deles. 'Meus irmãos são todos mentirosos, e têm a audácia de chamar a mim de mentiroso!'

'Meus queridos filhos', disse o pai de modo apaziguador, 'cada um de vocês lavou apenas uma parte do elefante, mas eu o vi inteiro. O elefante é tudo aquilo que cada um de vocês diz que ele é, mas, acrescentou, 'ele é muito mais do que qualquer um de vocês imagina.

'E continuou a descrever para os filhos a aparência do elefante. 'Assim meus filhos', concluiu, 'vocês estão todos certos - mas também estão enganados!'

'O mesmo se dá com respeito a Deus', concluiu Sri Yogananda, com as abordagens que as diferentes religiões fazem dele. Deus é um, mas são diversos os caminhos que levam a Ele. Incontáveis são, também, as formas pelas quais Ele pode ser descrito.'" 

Paramhansa Yogananda, A Essência da Autorrealização, Ed. Pensamento-Cultrix, São Paulo, Sp. p. 42/43.
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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

ORGULHO

"Na vida nada está perdido; aliás, existe a época certa para cada um saber o que é preciso para se desenvolver.

Desprezar é sentir ou manifestar desconsideração por alguém ou por alguma coisa; portanto, é uma atitude sempre inadequada nas estradas de nossa existência evolutiva. Menosprezar é um sentimento pelo qual nos colocamos acima de tudo e de todos, avaliando com arrogância os acontecimentos e os fatos do alto da "torre do castelo" de nosso orgulho.

A nenhuma coisa ou criatura deve-se atribuir o termo 'desprezível', pois tudo o que existe sobre a Terra é criação divina; logo, útil e proveitosa, mesmo que agora não possamos compreender seu real significado.

Talvez não entendamos de imediato nosso papel na vida, mas podemos ter a certeza de que todos somos importantes e todos fomos convocados a dar nossa contribuição ao Universo.

A cada instante, estamos criando impressões muito fortes na atmosfera espiritual, emocional, mental e física da comunidade onde vivemos. Todo envolvimento na vida tem um propósito determinado cujo entendimento, além de esclarecer nosso valor pessoal, favorecerá o amor, o respeito e a aceitação de cada um de nossos semelhantes.

Frequentemente, dizemos que certas pessoas são indispensáveis e que muitos indivíduos são improdutivos, e perguntamos mais além: qual o propósito da vida para com estas criaturas ociosas?

Não julguemos, com nossos conceitos apressados, os acontecimentos em nosso derredor, antes, aguardemos com calma e façamos uma análise mais profunda da situação. Assim agindo, poderemos avaliar melhor todo o contexto vivencial.

'Desempenham função útil no Universo os Espíritos inferiores e imperfeitos. Todos têm deveres a cumprir. Para a construção de um edifício, não concorre tanto o último dos serventes de pedreiro, como o arquiteto?' 

Nenhuma ocorrência, fato ou pensamento deverá ser sentido ou analisado separadamente, pois o 'Grande Sistema', que nos rege. age de forma interdependente.

Apesar de sermos únicos, todos fomos criados para contribuir coletivamente no mundo e para usar as possibilidades de nossa singularidade.

Para tudo há um sentido e uma explicação no Universo. Sempre estará implícita uma mensagem proveitosa para nosso progresso espiritual, muitas vezes, porém, de forma inarticulada e silenciosa.

Nunca nos esqueçamos de que a vida sempre agirá em nosso benefício, quer nos setores da solidão, quer nos de muitas companhias, ou seja, entre encontros, desencontros e reencontros. A aflição também é um beneficio: 'Todo sofrimento é um ato importantíssimo de conhecimento e aprendizagem.'

Se bem entendermos, no entanto, as verdadeiras intenções das lições a nós apresentadas, retiraremos tesouros imensos de progresso e amadurecimento espiritual.int

As dificuldades que a vida nos apresenta têm sempre um caráter educativo. Mesmo que as vejamos agora como castigo ou punição, mais tarde tomaremos consciência de que eram unicamente produtos de nosso limitado estado de compreensão e discernimento evolutivo.

Descobrir a vida como um todo será sempre um constante processo de trabalho dos homens. Efetivamente, a vida é trabalho e movimento, e para fazermos nosso aprendizado evolutivo há um certo 'tempo de gestação', se assim podemos dizer. Na vida nada está perdido; aliás, existe a época certa para cada um saber o que é preciso para se desenvolver.

Nosso orgulho quer transformar-nos em super-homens, fazendo-nos sentir 'heroicamente estressados', induzindo-nos a ser cuidadores e juízes dos métodos de evolução da Vida Excelsa e, com arrogância, nomear os outros como desprezíveis, ociosos, improdutivos e inúteis.

Poderemos 'agir no processo' de formação e progresso das criaturas, nunca 'forçar o processo' ou criticar o seu andamento.

A pretensão do orgulhoso leva-o a acreditar que existe uma 'santidade desvinculada da realidade humana', ou seja, organizada e estruturada de forma diferente dos princípios pertencentes à Natureza; portanto, não é de ordem divina, mas é da mentalidade deturpada de alguns místicos do passado.

Nada é inútil no Universo. A Divindade age sem cessar em solicitude e consideração a cada uma de suas criaturas e criações. O progresso da humanidade é inevitável. Todos estamos progredindo e crescendo, ainda que, algumas vezes, não nos apercebamos disso."

Extraído do livro "As dores da alma", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova, editora e distribuidora de livros espíritas, 1998, p. 29/31.                                                              Imagem: Pinterest 


terça-feira, 2 de setembro de 2025

CHORADEIRA E DOR (MORTE)

"Choradeira e dor. Eliminadas estas errôneas concepções preliminares a respeito da morte, e conhecidos os fatos reais inerentes a ela, logo se verifica quão insensata e indesejável é a choradeira que geralmente a envolve. Todos os grotescos e pesados lutos, variáveis como o figurino da moda, não são apenas os concomitantes de um absurdo anacronismo, mas um ignóbil legado das superstições medievais, e com o exagerado pesar que tão infantilmente visam tipificar, constituem um erro fatal, nascido da mais grosseira ignorância e incredulidade. Se um cristão crê firmemente que seu amado morto está gozando da presença de Deus, não deveria vestir-se de luto, e sim, de gala, como faz o verdadeiro teósofo, consciente de que o morto passou para uma vida superior e mais feliz no plano astral, e está a caminho de outra ainda mais gloriosa no mundo celeste.

Todavia, não apenas o pesar inconsiderado pela morte de um parente é filho da ignorância e acumula grandes e desnecessários sofrimentos, mas, também, os bruscos arrebatos de dor e as contínuas lamentações que deles derivam, em vez de favorecerem, prejudicam o falecido por quem sentimos tão grande afeto. Porque, quando pacífica e naturalmente mergulha na inconsciência que precede o seu despertar na glória do mundo celeste, o tiram violentamente de seu ditoso sono os lamentos e aflições dos que deixou na terra, e que lhe representam uma lúcida recordação da vida que acaba de passar, com as correspondentes vibrações em seu corpo astral, cujo efeito nocivo é deprimi-lo e retardar notavelmente seu progresso espiritual. Esta falta de resignação por parte dos sobreviventes é um dos maiores obstáculos em que tropeçam os auxiliares invisíveis, podendo mesmo inutilizar longas horas de paciente trabalho neste sentido. Mesmo os mortos percebem, às vezes, o prejuízo que lhes causa a aflição de seus parentes ignorantes, embora bem intencionados, segundo se pode deduzir de algumas lendas tradicionais entre os aldeães da Bretanha.

Nem de leve se deve inferir disto que os ocultistas tenham predileção pelos parentes ou amigos aos quais mais amaram, ou que a sua doutrina lhes ordene esquecerem os mortos. Ao contrário, a recordação deve ser de tal forma que os auxilie em seus prejuízos e que os egoístas e inúteis lamentos sejam substituídos por ardentes e amorosos desejos, segundo o que já aconselhamos. O sobrevivente deve erguer seu pensamento ao alto, e esquecer-se de si mesmo e da ilusão da perda aparentemente sofrida, a fim de melhorar a situação do falecido.

Outra ideia muito generalizada sobre a morte, é a de que forçosamente há de implicar dor; e concorrem para aumentar este erro grotescos relatos de mortes desastrosamente angustiosas. No entanto, não se deve levar em conta estas tradições provindas de erros ainda subsistentes, porque os horríveis estertores da agonia são quase sempre os últimos movimentos do corpo físico quando o Ego já está fora dele. Na maioria dos casos, efetua-se a passagem sem dor alguma, embora a enfermidade tenha sido longa e penosa. Prova-o a serena expressão do rosto do morto, além do direto testemunho dos que foram interrogados sobre este particular, imediatamente depois de morrerem, quando ainda eram recentes em sua memória as circunstâncias da morte."

C. W. Leadbeater, O Que Há Além da Morte, Ed. Pensamento, São Paulo, SP, p. 37/38.
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quinta-feira, 28 de agosto de 2025

MELHORAR PARA PROGREDIR

"'E a um deu cinco talentos e a outro dois e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade...' - Jesus. (MATEUS, 25:15.)

Melhorar para progredir - eis a senha da evolução.

Passa o rio dos dons divinos em todos os continentes da vida, contudo, cada ser lhe recolhe as águas, segundo o recipiente de que se faz portador.

Não olvides que os talentos de Deus são iguais para todos, competindo a nós outros a solução do problema alusivo à capacidade de recebê-los.

Não te percas, desse modo, na lamentação indébita.

Uma hora anulada na queixa é vasto patrimônio perdido no preparo da justa habilitação para a meta a alcançar.

Muitos suspiram por tarefas de amor, confiando-se à aversão e à discórdia, enquanto que muitos outros sonham servir à luz, sustentando-se nas trevas da ociosidade e da ignorância.

A alegria e o fulgor dos cimos jazem abertos a todos aqueles que se disponham à jornada da ascensão.

Se te afeiçoas, assim, aos ideais de aprimoramento e progresso, não te afastes do trabalho que renova, do estudo que aperfeiçoa, do perdão que ilumina, do sacrifício que enobrece e da bondade que santifica...

Lembra-te de que o Senhor nos concede tudo aquilo de que necessitamos para comungar-Lhe a glória divina, entretanto, não te esqueças de que as dádivas do Criador se fixam, nos seres da Criação, conforme a capacidade de cada um."

Extraído do livro "Palavras de Vida Eterna", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, http://livroespirita.4shared.com/, p.12.
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terça-feira, 26 de agosto de 2025

PERDA

"São compreensíveis as lamentações e os pesares, o pranto e os suspiros, pois o ser humano passa por processos psicológicos de adaptação e de reajuste às perdas da vida.

'Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Porque, o que chamais destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos.'

Nascer e morrer fazem parte de um fenômeno comum e necessário. Tudo nasce, tudo se desenvolve, mas tudo se definha. Sempre há um tempo de partir.

A morte na Terra é o término de uma existência física, é a passagem do ser infinito para uma nova forma existencial. Ela é um interlúdio, ou seja, um intervalo entre as diversas transformações da vida, a fim de que a renovação e a aprendizagem se estabeleçam nas almas, ao longo da eternidade.

Morrer não é uma perda fatal, não é um mal, é um essencial processo de harmonização da Natureza. Durante quanto tempo lamentaremos o passamento de um ser amado? Dependerá de como estamos preparados para isso, de que modo ocorreu a morte, de como era a nossa história pessoal com ele. No entanto, a perda de um ente querido é universalmente causa de tristezas e de lágrimas, em qualquer rincão do Planeta, mas a forma como demonstramos esses nossos sentimentos e emoções está intimamente moldada ao nosso grau evolutivo. O conjunto de conhecimentos adquiridos, ou seja, o acervo cultural, espiritual e intelectual que possuímos, é de fundamental importância em nossa maneira de expressar essa perda.

Por isso, devemos entender e respeitar as múltiplas reações emocionais manifestadas no luto, pois acontecem de conformidade com as estruturas psicossociais que caracterizam cada indivíduo, levando sempre em conta suas diferentes nacionalidades, crenças e costumes peculiares.

A dor da perda, contudo, está radicada na incompreensão a seu respeito ou na apreensão que a precede e a acompanha. Eliminando-se esses fatores, os indivíduos verão a morte como um momento de renovação inerente à Natureza. Inquestionavelmente, é um período que antecede o reencontro dos atuais e dos antigos amores.

São compreensíveis as lamentações e os pesares, o pranto e os suspiros, pois o ser humano passa por processos psicológicos de adaptação e de reajuste às perdas da vida. Os pesares e os murmúrios fazem parte da sequência de fatos interiores, que são provimentos mentais gradativos e difíceis, através dos quais as criaturas passam a aceitar lentamente a ausência - mesmo convictas de sua temporalidade - das pessoas que partiram.

Uma das mais importantes funções da tristeza é a de propiciar um ajustamento íntimo, para que a criatura replaneje ou recomece uma nova etapa vivencial. É importante identificarmos nossa tristeza e sua função de momento; jamais devemos, no entanto, identificar-nos.com ela em si.

'Não, não é verdade! Não pode estar acontecendo!', 'Isso deve ser um horrível pesadelo que vai acabar!' são expressões comumente usadas como negação. São reações costumeiras diante de perdas desesperadoras. A recusa em admitir os fatos e as circunstâncias que os determinaram é uma forma de defesa habitual nas situações devastadoras com nossos entes queridos. É necessária a bênção do tempo para que a alma elabore novamente um ajustamento mental e reúna forças para compreender a privação e a real extensão promovida pela dor.

Alguns choram em voz alta; outros, porém, ficam sentados em silêncio. O isolamento transitório pode ser considerado também como uma outra forma psicológica de defesa para suportar esses transes dolorosos. A atenção destes se fixa unicamente no falecimento da pessoa querida, não se permitindo fazer contato com outras pessoas, a fim de que o sentimento de tristeza não aperte ainda mais seu coração, ou para evitar sejam evocadas com maior intensidade as lembranças queridas. Dessa forma, a criatura abranda o impacto da perda, fazendo um retraimento introspectivo.

'O Senhor deu, o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor.' Com toda a certeza, essa mensagem do Antigo Testamento incita-nos a uma aceitação incondicional dos desígnios da Assistência Divina.

O Criador da Vida fez com que a Natureza se mantivesse num eterno reciclar de experiências e energias, numa constante mudança de formas e ritmos, em nossa viagem maravilhosa de conhecimentos através da imortalidade.

Quando nossa visão se liga em nossa pura essência, vamos além de todas as coisas diminutas e insignificantes, fazendo com que nosso discernimento se amplie numa imensa lucidez diante de nossa jornada evolutiva.

Não existe perda, não existe morte, assim garantiram os Espíritos Amigos a Kardec: '...o que chamais destruição não passa de uma transformação...'"

Extraído do livro "As dores da alma", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova, editora e distribuidora de livros espíritas, 1998, p. 163/165.                                                              Imagem: Pinterest



quinta-feira, 21 de agosto de 2025

MEU ÚNICO DESEJO É DAR-LHE UM VISLUMBRE DE DEUS

"Você não sabe como sente falta de Deus porque nunca O encontrou. Uma vez estabelecido o contato com Ele, nenhum poder da terra será capaz de afastá-lo Dele. Meu único desejo é dar-lhe um vislumbre de Deus, porque, tendo a Ele, não há ganho maior. Satã tentou Jesus com o domínio sobre o mundo inteiro; mas ele disse: 'Afasta-te, Satã.'⁴ Jesus tinha aquele Algo que é infinitamente maior. Conhecer Deus é mais gratificante do que a satisfação de qualquer desejo terreno. O menor desejo de seu coração será atendido, quando você tiver Aquele que é seu maior Tesouro. Este é o meu verdadeiro testemunho. Ele satisfez todos os meus desejos. Agora não procuro mais as coisas; elas é que me procuram. Quando Deus Se entregar a você. Ele satisfará até o seu menor desejo. Não será necessário pedir. Esse é o estado que você almeja. Antes. porém, você precisa provar que deseja o próprio Senhor, mais do que Suas dádivas.

Da abundância que Deus me deu, nada guardei para mim. Sempre estou livre, pois nada me pertence. Estou trabalhando só para Ele e para todos vocês. Por isso, sempre que o pensamento de alguma necessidade aparece, Deus o satisfaz. Tenho que ter cuidado com o que digo mentalmente ao Senhor, pois a materialização é garantida! Esse estado de satisfação não pode ser dado por nenhuma prosperidade mundana.

Deus o procura; você deve procurá-Lo. Siga este caminho da Self-Realization. Vai levá-lo a Deus mais depressa do que qualquer outra senda. Experimentei todos os métodos e entrei neste caminho com base na razão, não na emoção. Demonstrando sua própria realização, os grandes mestres da Self-Realization Fellowship provaram que, seguindo o mesmo caminho, você pode encontrar o Senhor e estar na companhia dos maiores entre os espiritualmente grandes, do mesmo modo que, se aprender com um grande cientista, você pode tornar-se um grande cientista, se for aplicado. O carvão não recebe nem reflete a luz do sol, mas o diamante, sim. Mentalidades de carvão, cheias de dúvidas, negação e indolência espiritual, não podem receber Deus. As mentalidades diamantinas, porém, sinceras e cheias de fé e perseverança, recebem je refletem a sabedoria da Consciência Divina."

⁴ Lucas 4:8

Paramahansa Yogananda, A Eterna Busca do Homem, Self-Realization Fellowship, p.111/112.
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terça-feira, 19 de agosto de 2025

ERROS RELIGIOSOS

"A Ordem da Natureza. - Examinemos alguns erros acerca da morte, que com razão devemos atribuir especialmente, não ao verdadeiro cristianismo, porém à sua moderna e absurda materialização; já nos referimos à doutrina primária do rápido trânsito da alma a um céu ou inferno eternos, segundo sustentam as mais retrógradas seitas. Estes ensinamentos têm ocasionado graves males em diversos sentidos, e por seu evidente absurdo produziu numerosos incrédulos. Era tão impossível admitir semelhante ideia, que as pessoas dispostas a aceitá-la se encontravam na alternativa de supor a Divindade menos misericordiosa do que o dogma dizia, ou de admitir a repentina mudança das qualidades morais do morto, que rapidamente se converte de pecador em santo e merecedor do céu, ou transforma-se em demônio com súbita perda das qualidades nele latentes.

Parece inútil demonstrar quão insensata e errônea é tal doutrina. A natureza humana nunca procede aos saltos, mas em tudo opera gradualmente; pouco a pouco elimina os elementos nocivos e fortalece os fracos, de maneira natural e sem milagrosas intervenções. A morte não altera de maneira alguma as condições do homem; e o que ele era na véspera de sua morte continua a sê-lo nem mais nem menos no dia seguinte. Se era dotado de mente espiritual, de profunda devoção ou de poderoso talento quando em vida, não perde estas características depois da morte; porém, pelo contrário, se era vil e mesquinho, cheio de pensamentos baixos e desejos sensuais na terra, conserva estas más qualidades ao atravessar o portal do sepulcro.

Certo é que a morte não afeta em nada o homem real, nem a separação do corpo físico tem maior influência em sua natureza do que a troca de uma roupa. Quando o homem se apercebe desta verdade, considera a morte como um dos muitos processos da natureza, e vê que é tempo perdido esperar milagrosamente metamorfoses, pois chega lenta e continuamente a ser o que quis ser, de acordo com a eterna e imutável lei, a qual se de um lado nada concede sem merecimento, nunca deixa de recompensar com exatidão matemática os esforços do homem. O mundo invisível passa então para ele, dos imaginários domínios da fantasia para o positivo reino da lei universal, e desta forma ele sabe com certeza no que há de confiar."

C. W. Leadbeater, O Que Há Além da Morte, Editora Pensamento, São Paulo, SP, p. 29/30.
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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

FRAGMENTOS DA ALMA

"Quando ficamos excessivamente presos em um problema, rodando em círculos, remoendo alguma reclamação, podemos estar perdendo uma oportunidade que está se apresentando logo ali.

Aceitar o que a vida está nos propondo não é fácil, requer energia, libertação de dogmas e preconceitos.

Se vivemos tempos de mudanças profundas, certamente nossas estruturas caducas serão desafiadas e sacudidas. Precisamos estar alertas e preparados, dispostos a aceitar novos desafios.

Às vezes parece que vivemos com o freio-de-mão puxado. Pisamos no acelerador, mas a vida não vai pra frente; ou, se vai, exige de nós um esforço adicional que poderia ser melhor empregado.

O peso maior que carregamos parece estar em nossas cabeças, cheias de pensamentos inúteis e que só dificultam nosso progresso natural.

Há momentos em que não conseguimos enxergar a luz, mesmo com o sol brilhando lá fora.

Toda manhã, liguemos o interruptor interno, acendamos a luz que insiste em brilhar em nós, e compartilhemos com alegria o melhor que pudermos levar para o novo dia.

Há muita gente sentindo falta do pouco ou muito que temos para dar.

Confiar é o primeiro passo. Que os raios do Sol Central dissipem as nuvens que ainda encobrem nosso verdadeiro potencial.

Com alegria, para um novo dia!

Vamos!"

Fernando Mansur, A Alma em Fragmentos, Teosofia em gotas, p.54.
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terça-feira, 12 de agosto de 2025

AS LEIS DA VIDA ESPIRITUAL

"A prática da vida espiritual consiste em uma subordinação sistemática do pensamento, do sentimento e da ação às necessidades do desenvolvimento espiritual. Existem regras, mas são aquelas pertinentes à lei natural aplicadas à finalidade de se alcançar mais rapidamente o objetivo. O impulso para o desenvolvimento e a consecução do objetivo permanece inerente e ativo em toda a Natureza. Trata-se do resultado da pressão contínua e irresistível na direção da expansão e da plenitude do espírito enclausurado pela matéria. O homem espiritualmente desperto é consciente deste impulso em seu interior. Os aspirantes à super-humanidade cooperam com este poder interior de modo consciente, submetendo-se deliberadamente a ele e aplicando-o de forma concentrada na conduta de suas vidas.

As leis da vida espiritual são as leis da Natureza aplicadas ao homem em busca da rápida ascensão à super-humanidade. Elas são simples em sua essência e não muito numerosas. Uma lei subjaz a todas as leis. O ingresso em cada nova fase de crescimento é acompanhado, e tornado possível, por uma renúncia, uma morte figurada da proteção fornecida à vida durante a fase precedente.

É preciso que se quebre a casca do ovo antes que o pintinho possa sair. O tegumento da semente deve desaparecer antes de ela vir a tornar-se uma planta. Assim também o homem, cujo invólucro é o egocentrismo e a acentuada individualidade. Estas duas características devem ser removidas e substituídas por aquelas pertinentes à nova fase, a qual é de altruísmo e ausência de sentido de eu."

Geoffrey Hodson, A Senda para a Perfeição, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 1994, p. 31/32.
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quinta-feira, 7 de agosto de 2025

RESPEITADO E AMADO EM TODO MUNDO

"Há inúmeras faculdades de teologia no mundo que estudam Jesus Cristo, pertencentes a diversas religiões: católica, protestante e outras. Eu tenho respeito por todas essas faculdades e suas religiões. Elas estão incumbidas de levar os alunos a conhecer Jesus Cristo e seus ensinamentos.

Alguns desses alunos fazem mestrado e doutorado. Mas temos de confessar que quanto mais falamos de Jesus Cristo e penetramos nos recônditos dos seus pensamentos e nas implicações complexas das suas palavras, mais o admiramos e mais ficamos convictos de que o conhecemos muito pouco.

Embora eu não tenha grande mérito como escritor, pois o personagem que descrevo nos livros dessa coleção é que é fascinante, eles têm sido usados por pessoas de todas as religiões, adotados em diversas faculdades e escolas de ensino médio e fundamental. Felizmente, têm sido adotados também nas faculdades de teologia. A teologia precisa estudar a psicologia da humanidade de Jesus Cristo para compreender mais de perto a sua magnífica personalidade.

Bilhões de pessoas de milhares de religiões se dizem cristãs. A outra parte das pessoas que não o segue, tais como os confucionistas, os budistas, os islamitas e os hinduístas, o admira muito. Jesus Cristo é universalmente amado e admirado.

Ele sacrificou-se por toda a humanidade e não para um grupo de religiões específicas. Seus ensinamentos, sua inteligência suprema, sua sabedoria, sua causa e seu plano respeitam a cultura das pessoas e são capazes de penetrar no território da emoção e do espírito de cada uma delas e torná-las mais felizes, estáveis, contemplativas, inteligentes."

Augusto Cury, O Mestre do Amor, Editora Academia de Inteligência, 2002, p. 211/212.
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terça-feira, 5 de agosto de 2025

INSEGURANÇA

"Os inseguros omitem defesa a seus direitos pessoais por medo e evitam encontros ou situações em que precisam expor suas crenças, sentimentos e ideias.

A insegurança traz como características psicológicas os mais variados tipos de medo, como o de amar, o da mudança, o de cometer erros, o da solidão, o de se pronunciar e o de se desobrigar. O inseguro não confia no seu valor pessoal, desacredita suas habilidades e desconfia de sua possibilidade de enfrentar as ocorrências da vida, o que o impulsiona a uma fatal tendência de se apoiar nos outros.

Por não compreender bem seu poder interior, apega-se na afeição do cônjuge, filhos, outros parentes e amigos e, assim, acaba dependendo completamente dessas pessoas para viver. Em vez do amor, é a insegurança a fonte principal que o une aos outros; por isso, controla e vigia em razão das dúvidas que tem sobre si mesmo.

O inseguro, por não saber que não pode controlar os atos e atitudes das outras criaturas, cria grandes dificuldades em seus relacionamentos, gerando, consequentemente, maiores cobranças e barreiras entre eles.

A hesitação torna-o criatura incapaz de se sentir bastante firme para agir. Nunca possui certeza suficiente e quer sempre mais se certificar das coisas. É excessivamente cauteloso e vigilante: está em constante sobreaviso e desconfiança de tudo e de todos, por causa do medo das consequências futuras de suas ações do presente

Os inseguros desenvolvem muitas vezes uma 'devoção mórbida' em relação às causas e aos ideais, ou se associam a um parceiro forte e dinâmico para compensar sua necessidade de apoio, consideração e segurança. No primeiro caso, eles podem assumir diante do mundo a posição de 'crentes exaltados', querendo convencer todos de uma verdade que eles mesmos não acreditam: no segundo, buscam alguém que lhes corresponda ao modelo de seus genitores, para que, novamente, venham a se nutrir da autoridade, decisão e firmeza que encontravam nos pais, quando crianças.

Muitos ainda buscam refúgio numa atividade intelectual e se colocam, por exemplo, na posição de autoridade literária, como estratégia emocional, a fim de estimular em torno de si uma atmosfera de 'bem informados' e, portanto, grandiosos e seguros.

Kardec, Discípulo de Jesus, pergunta aos Instrutores Espirituais: 'Quando um Espírito diz que sofre, de que natureza é o seu sofrimento?' A Espiritualidade elaborou a seguinte res posta: 'Angústias morais, que o torturam mais dolorosamente do que todos os sofrimentos físicos.''

'Angústias morais' podem ser entendidas como a fragilidade em que se encontram as criaturas inseguras, a sensação de mal-estar que sentem, por acreditarem que estão constantemente sendo observadas e julgadas e também pela perpétua situação mental de vulnerabilidade diante do mundo.

Os inseguros não são assertivos; em outras palavras, não se expressam de modo direto, claro e honesto. Omitem defesa a seus direitos pessoais por medo e evitam encontros ou situações em que precisam expor suas crenças, sentimentos e ideias.

O título de 'Senhor de Si Mesmo' poderá definir bem a segurança e firmeza de Jesus Cristo. Suas palavras 'Seja, porém, o vosso falar: sim, sim; não, não' ainda hoje ressoam, convidando todas as criaturas à autonomia espiritual. Realmente, o comportamento assertivo do Mestre e sua significativa liberdade de expressão revelavam:

- franqueza em dizer o que pensava;
- segurança de olhar, ouvir e convidar qualquer um;
- independência de exprimir seus sentimentos com absoluta transparência;
- liberdade de pedir o que quisesse;
- coragem de correr riscos para concretizar tudo aquilo em que acreditava.

Essas alegrias os inseguros não sentem. Seguindo, porém, os passos de Jesus, Nosso Guia e Senhor, a humanidade alcançará a estabilidade e serenidade interior que busca há tantos séculos conquista dos seres despertos e amadurecidos do futuro."

Extraído do livro "As dores da alma", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduvas, SP, p. 171/173.
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quinta-feira, 31 de julho de 2025

FÉ E OBRAS

"'A fé se não tiver obras, é morta em si mesma. TIAGO 2:l7

Imaginemos o mundo transformado num templo vasto, respeitável sem dúvida, mas plenamente superlotado de criaturas em perene adoração ao Céu.

Por dentro, a fé reinando sublime: Orações primorosas...

Discursos admiráveis... Louvores e cânticos...

Mas, por fora, o trabalho esquecido: Campos ao desamparo...

Enxadas ao abandono... Lareiras em cinza...

De que teria valido a exaltação exclusiva da fé, senão para estender a morte no mundo que o SENHOR nos confiou para a glória da vida ?

Não te creias, desse modo, em comunhão com a Divina Majestade, simplesmente porque te faças cuidadoso no culto externo da religião a que te afeiçoas.

Conhecimento nobre exige atividade nobre.

Elevação espiritual é também dever de servir ao Eterno Pai na pessoa dos semelhantes.

É por isso que fé e obras se completam no sistema de nossas relações com a vida superior.

Prece e trabalho.

Santuário e oficina.

Cultura e caridade.

Ideal e realização.

Nesse sentido, Jesus é o nosso exemplo indiscutível.

Não se limitou o Senhor a simples glorificação de DEUS nos Paços Divinos, quanto à edificação dos homens. Por amor infinitamente a Deus, na Sublime Tarefa que lhe foi cometida, desceu à esfera dos homens e entregou-se à obra do Amor infatigável, levantando-nos da sombra terrestre para a Luz Espiritual."

Extraído do livro "Palavras de Vida Eterna", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, http://livroespirita.4shared.com/, p.10.
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terça-feira, 29 de julho de 2025

A ALEGRIA

"A alegria é uma flor delicada demais para desabrochar na atmosfera poluída da mente mundana, que persegue a felicidade no dinheiro e nas posses. A alegria fenece também quando as pessoas a regam de maneira inadequada, impondo condições à felicidade e dizendo a si mesmas: 'Não serei realmente feliz enquanto não comprar este carro (ou roupa, ou casa, ou pacote de férias na praia)!' Os materialistas, por mais desesperadamente que persigam a borboleta da felicidade, nunca a apanham. Ainda que tivessem tudo não estariam satisfeitos, e a felicidade continuaria fugindo deles.

Por outro lado, a felicidade brota de maneira espontânea no coração daqueles que são interiormente livres. Flui com naturalidade, à semelhança da fonte da montanha após as chuvas de abril, nas mentes acostumadas a um modo de vida simples e que, por vontade própria, renunciaram ao tumulto das chamadas 'necessidades' vãs o castelo dos sonhos de um espírito conturbado.

Quando desistimos da ambição mundana para procurar a paz dentro de nós mesmos, às vezes sentimos no começo uma certa nostalgia dos antigos hábitos. Acostumados aos negócios materiais, a simplicidade pode de quando em quando perturbar-nos, como coisa seca e sem atrativos.

Aos poucos, porém, se perseverarmos, criaremos o hábito do mundo interior e descobriremos uma felicidade bem maior na suficiência espiritual. Começaremos a apreciar mais e mais profundamente o significado da verdadeira bem-aventurança.

Do mesmo modo, podemos ter uma sensação passageira de perda após falhar em nossos negócios. Então a vida, a princípio, parecerá destituída da relva da esperança. Se, no entanto, após vaguear durante algum tempo por esse deserto, começarmos a encarar nossas circunstâncias corajosamente, concluiremos que a vida não mudou em sua essência e que os acontecimentos só foram definidos como fracasso por nossa imaginação. Evocaremos momentos felizes: por exemplo, os deleites singelos da infância. Súbito, compreenderemos que o contentamento íntimo é a única e exclusiva definição válida de sucesso e, de maneira igualmente maravilhosa, que o contentamento é a única coisa na vida que não podemos perder!

Em qualquer caso, a secura da perda, do fracasso e do desapontamento aparentes pode ser levada a reverdecer como o deserto após uma chuva copiosa. Novas searas verdejantes de paz brotam de súbito nas mentes que buscam o repouso. Então a alma conhece uma felicidade mais preciosa que o maior sucesso assegurado pelos empreendimentos materiais.

Se você, caro leitor, tiver de escorregar ou despencar na ladeira do sucesso, para se ver abandonado pela riqueza e o prestígio, e coagido a viver em humildes circunstâncias - não se lamente. Antes, acolha bem a nova aventura que a vida coloca em seu caminho.

Se os seus sonhos forem mentirosos e o arruinarem, adapte-se corajosamente à nova situação. Na simplicidade você encontrará - embora talvez nunca a tenha procurado ali! - a doce bem-aventurança por que seu coração sempre suspirou.

A vida lhe dará mais do que você porventura haja sonhado se apenas procurar definir a prosperidade a uma nova luz: não como ganho material, mas como contentamento íntimo, divino."

Paramhansa Yogananda, Como Ser Feliz o Tempo Todo, Ed. Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2008, p. 65/67. 
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quinta-feira, 24 de julho de 2025

EVITANDO A TENTAÇÃO

Vigiai e orai para não entrardes em tentação”. JESUS (MARCOS, 14:38.)

Vigiar não quer dizer apenas guardar. Significa também precaver-se e cuidar. E quem diz cuidar, afirma igualmente trabalhar e defender-se.

Orar, a seu turno, não exprime somente adorar e aquietar-se, mas, acima de tudo, comungar com o Poder Divino, que é crescimento incessante para a luz, e com o Divino Amor, que é serviço infatigável no bem.

Tudo o que repousa em excesso é relegado pela Natureza à inutilidade.

O tesouro escondido transforma-se em cadeia de usura.

A água estagnada cria larvas de insetos patogênicos.

Não te admitas na atitude de vigilância e oração, fugindo à luta com que a Terra te desafia.

Inteligência parada e mãos paradas impõem paralisia ao coração que, da inércia, cai na cegueira.

Vibra com a vida que escoa, sublime, ao redor de ti, e trabalha infatigavelmente, dilatando as fronteiras do bem, aprendendo e ajudando aos outros em teu próprio favor.

Essa é a mais alta fórmula de vigiar e orar para não cairmos em tentação."

Extraído do livro "Palavras de Vida Eterna", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, http://livroespirita.4shared.com/, p.8.
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terça-feira, 22 de julho de 2025

HUMILDADE, PERCEPÇÃO E SINCERIDADE

"Ate que um homem descubra o que ele é e, com toda sinceridade, comece a tentar se refazer, é improvável que faça muito progresso no Caminho ou seja muito útil a humanidade. O primeiro passo consiste no reconhecimento de sua própria falta de dignidade. O próximo, consiste em uma determinação de continuar, apesar disso e, o terceiro, em um esforço varonil e inabalável de se modificar. A satisfação pessoal é uma imensa barreira, tanto para o desenvolvimento oculto quanto para a utilidade oculta. Humildade, sinceridade e uma visão clara de si mesmo esses são três elementos essenciais para o sucesso. Quase todos os fracassos ocorreram porque, no início, essas várias condições não foram cumpridas de forma suficiente, especialmente a humildade, cuja ausência causou mais quedas do que todos os vícios juntos.

A sinceridade absoluta e completa é uma virtude muito rara. Muito poucos a possuem. Em algum lugar, sob a pele da maioria das pessoas. há uma veia de egoísmo, de desejo de recompensa. Onde isso existe, a sinceridade absoluta é impossível. Juntamente com a sinceridade está a unicidade de coração e de propósito. Isso também é extremamente raro. No mundo exterior, o conselho é que não é prudente colocar todos os ovos na mesma cesta. No Ocultismo, a dificuldade do neófito geralmente e a pequenez dos ovos e a insuficiência do número deles. A maioria das pessoas tem muito pouco para oferecer, especialmente no começo.

Honestidade, retidão austera, é outra qualidade básica essencial para o sucesso no Ocultismo. Tentações para desonestidade, especialmente nos assuntos mais sutis da vida interior, colocam constantemente em risco a integridade da alma, seu bem mais valioso. Sem integridade, que significa 'expressar a verdade por toda a natureza', nenhum progresso seguro é possível.

Progresso no caminho e um trabalho teosófico ativo são sinônimos Eles realmente são assim. O apoio à Sociedade Teosófica é uma das maneiras mais seguras de conquistar o interesse e a boa vontade pessoal dos Mestres e de seus Chefes. Um trabalhador bem-sucedido da Sociedade Teosófica é um indivíduo raro em um mundo moderno de interesse próprio, busca de favores e orgulho ilimitado. Humilde, sincero, quieto, sábio e imerso na Sabedoria Antiga, o verdadeiro teósofo é realmente um ser humano único e valioso.

É um fato triste que deve ser encarado, que o homem se recusa deliberadamente a ser ensinado por aqueles que são mais sábios do que ele ou, na melhor das hipóteses, apenas faz de conta que segue as orientações dos fundadores das religiões e das verdades que ensinam. E triste constatar, portanto, que a humanidade deve aprender suas mais elevadas lições por meio da operação da lei cármica.

O amor - em sua mais elevada, mais ampla e grandiosa interpretação e expressão é a panaceia para todos os males humanos, o único ideal sobre o qual pode ser estabelecida uma vida ou uma civilização que será feliz e que perdurará."

Geoffrey Hodson, A Vida do Iniciado, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 2021, p. 52/54.
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quinta-feira, 17 de julho de 2025

A INTUIÇÃO DESENVOLVE A VERDADEIRA PERSONALIDADE

"A intuição da alma é uma faculdade de Deus. Ele não tem boca, mas sabe o gosto de tudo. Não tem mãos nem pés, no entanto sente o universo inteiro. Como? Por intuição, por Sua onipresença.

Normalmente, o homem se utiliza dos sentidos para obter informação sobre si mesmo e sobre o mundo em que vive. A mente nada sabe, exceto o que os cinco sentidos lhe dizem. Mas o super homem confia na intuição, seu 'sexto sentido', para adquirir conhecimento. A intuição não depende dos sentidos ou do poder da inferência para obter dados. Por exemplo, você tem certeza de que certa coisa vai acontecer e acontece, exatamente como previu. Todos provavelmente já tiveram uma experiência assim. Como sabiam, sem qualquer dado inferencial ou sensório? Esse conhecimento direto é o poder intuitivo da alma.

O antigo sábio indiano Patanjali diz que a autoridade das escrituras não é, por si só, prova da verdade. Como, então, se pode saber se a Bíblia e o Gita são verdadeiros? Os dados transmitidos pelos sentidos e pelo poder de inferência não fornecem a prova definitiva. A verdade, em última instância, só é compreendida ou 'provada' pela intuição, pela percepção da alma.

A verdadeira personalidade começa a desenvolver-se quando você consegue sentir, pela intuição profunda, que não é o corpo só lido e, sim, a corrente divina e eterna da Vida e da Consciência dentro do corpo. Foi assim que Jesus pôde caminhar sobre as águas. Ele sabia que tudo se compõe da consciência de Deus.

A personalidade humana pode ser transformada em personalidade divina. Expulse a consciência de que você é um amontoado de carne e ossos. Todas as noites, Deus o faz esquecer essa ilusão. Porém, assim que você acorda, volta às aparentes limitações do corpo."

Paramahansa Yogananda, A Eterna Busca do Homem, Self-Realization Fellowship, p.150.
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terça-feira, 15 de julho de 2025

IRRESPONSABILIDADE

"O indivíduo que não aceita a responsabilidade por seus atos e, constantemente, cria álibis e recorre a dissimulações, culpando os outros, é denominado imaturo.

Nosso modo de pensar atrai nossas experiências, pois pensar é um contínuo ato de escolher. Evitar não pensar é também uma escolha; portanto, somos nós que fabricamos as fibras que confeccionarão a textura da nossa existência.

Quando selecionamos um determinado comportamento, cujo resultado é possível prever, estamos também escolhendo esse mesmo resultado e, obviamente, devemos aceitar a responsabilidade de tal fato.

Somos responsáveis pela maneira como nos relacionamos com as pessoas, isto é, cônjuges, filhos, parentes, amigos e conhecidos, porque, certamente, ninguém nos obriga a agir desta ou daquela forma, mas, se assim acontecer, é porque nós mesmos cedemos diante da exigência dos outros.

Considerando que nossas atitudes são como grãos de areia, repetindo-as, com certa regularidade, criaremos pequenos montes. Tudo se inicia com diminutos grãos de areia. Inicialmente, formam uma colina, logo depois, um morro e, com a constante repetição dessas mesmas atitudes, erguem-se enormes montanhas e, finalmente, uma cordilheira.

Somos responsáveis por tudo o que experimentamos em nós mesmos; enfim, criamos nossa própria realidade.

'Pode o homem, pela sua vontade e por seus atos, fazer que não se deem acontecimentos que deveriam verificar-se e reciprocamente? Pode-o, se essa aparente mudança na ordem dos fatos tiver cabimento na sequência da vida que ele escolheu..."

Assim sendo, os Espíritos Sábios afirmam que a mudança de nosso destino somente ocorre quando, realmente, assumimos a responsabilidade por nossa vida, usando de determinação e vontade. Essa transformação, entretanto, não é realizada de um momento para o outro, ou mesmo, não se trata de um simples querer caprichoso; em verdade, é o produto de uma sequência de escolhas ao longo de inumeráveis experiências e acontecimentos.

O indivíduo que não aceita a responsabilidade por seus atos e, constantemente, cria álibis e recorre a dissimulações, culpando os outros, é denominado imaturo.

O homem adulto se caracteriza pelo fato de que ele próprio delimita seu código de conduta moral, já alcançou um certo grau de independência interior e faz seus julgamentos baseado em sua autonomia.

Os amadurecidos atingiram um bom nível de relacionamento consigo mesmos e, consequentemente, com os outros; por isso, resolvem facilmente tanto os conflitos internos como os externos. Dessa maneira, assumem as responsabilidades que lhes competem e estão despertos para a realidade.

A fase primordial da vida se inicia na total inconsciência e, a partir de então, o princípio inteligente progride de maneira gradativa e constante rumo a uma cada vez maior consciência de si, isto é, à crescente iluminação de suas faculdades e atividades íntimas. As criaturas começam a notar primeiramente os princípios que lhes parecem vir de fora e, depois, no decorrer de seu progresso espiritual, percebem que tudo se encontra em sua intimidade. Não é o mundo que se transforma; o que acontece é que elas mudam de níveis de consciência, alterando o mundo em si mesmas.

Em virtude disso, o emérito pensador e escritor espírita Léon Denis resumiu e estruturou, de modo coerente e homogêneo, que o psiquismo dorme no mineral, sonha no vegetal, sente no animal, pensa no hominal e, por fim, atinge vasta habilidade intuitiva na fase angelical, dando prosseguimento a seu processo evolutivo pelo universo infinito.

A proposta do 'despertar' das almas é antiquíssima e é encontrada em diversas passagens do Novo Testamento. O apóstolo Paulo, o incomparável divulgador da Boa Nova, escrevendo aos Efésios, no capítulo V, versículo 14, assim se reporta: 'Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos...'

Despertar, entretanto, é condição inadiável para que atinjamos as verdades transcendentes, reavivando em nós a consciência para os objetivos essenciais da eternidade.

Todos os esforços da criatura servem a um único objetivo: torná-la mais consciente, isto é, ampliar o seu próprio modo de ver as coisas. Não nos esqueçamos, pois, de que a evolução de nossas almas nada cria de novo; o que ela faz é melhorar, progressivamente, nossa visão sobre aquilo que sempre existiu.

Sobre essa questão, os Espíritos Superiores asseveram, com muita sabedoria, que a alteração no rumo dos acontecimentos, provocada pelo homem, pode dar-se "... se essa aparente mudança na ordem dos fatos tiver cabimento na sequência da vida que ele escolheu...". Portanto, não poderá haver maturidade vivencial sem que o indivíduo se conscientize plenamente de seu livre-arbítrio e de que tudo o que sofre, goza, percebe e experimenta nada mais é do que o reflexo de si mesmo."

Extraído do livro "As dores da alma", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova, editora e distribuidora de livros espíritas, 1998, p. 41/43.                                                                  Imagem: Pinterest


quinta-feira, 10 de julho de 2025

LUXÚRIA

"(...). O tipo de Amor mais frequentemente responsável pelo sentimento de Ciúme é aquele mais bem denominado de Luxúria. Para naturezas refinadas provavelmente seria, à primeira vista, inadmissível e impróprio chamar Luxúria de um tipo de Amor. Ainda assim há algo em comum entre eles. Associações posteriores e ruins, e consequências naturais e inevitáveis, deram atualmente à Luxúria uma conotação realmente má. Que nem sempre foi assim é aparente no uso da expressão 'Lusty Youth'¹, que significa apenas vigor físico e capacidade para Amor físico, sem qualquer sentido depreciativo.

Como Amor geralmente é o desejo de união por troca e igualdade, assim Luxúria é o desejo por união por troca e igualdade apenas no eu ou corpo físico, preeminentemente.

Como casamentos baseados somente na Luxúria apenas levam invariavelmente à exaustão e saciedade da natureza física em um tempo mais ou menos curto, e, não tendo sido cultivados os eus mentais e espirituais mais elevados, as formas mais elevadas do Amor que duram por longas eras de tempo permanecem impossíveis, infelicidade é a consequência lógica de tais casamentos, e muito mais de uniões que não foram santificadas pelas formalidades do casamento formalidades que têm no mínimo uma sombra de religião e espiritualidade sobre eles.

Parece então que as consequências más da Luxúria, as resultantes saciedade, exaustão, cansaço, tristeza e infelicidade, a tornam má; de outra maneira ela não seria má; de outra maneira a sua consanguinidade com o Amor adequado seria indiscutível. É o mesmo com outros estados mentais aos quais a palavra Amor é ainda menos hesitantemente aplicada pela humanidade. Nós lemos que Romanos e outros epicuristas 'amavam' línguas e cérebros cozidos de rouxinóis e outros pássaros delicados. A presente constituição da maioria da raça humana é tal que ela alegremente sanciona o uso da palavra Amor nesta conexão, e falha inteiramente em ver o horror do assassinato indiscriminado envolvido. No senso estrito e abstrato da palavra, no entanto, até esse uso é perfeitamente correto²; são apenas as 'consequências' envolvidas que lançam essa obscuridade sobre a palavra nesta referência. Como Bhishma disse:

'Carne não cresce em gramados, nem em árvores nem em pedras: é obtida apenas pelo matar de uma criatura viva; daí o pecado de comê-la."

Pode ser percebido aqui que quanto mais o Amor é confinado ao eu físico, mais ele é Luxúria; quanto mais ele se aproxima de um 'apetite', desejo de sentir, menos ele tem da característica de Emoção adequada."

¹ A expressão foi mantida em inglês por não haver uma palavra adequada em português que mantivesse a relação com a raiz da palavra luxúria (Nota da trad.)
² Veja acima, cap. 6 desta obra.

Bhagavan Das, A Ciência das Emoções, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 2023, p. 102/104.
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terça-feira, 8 de julho de 2025

CIÚME

"Ciúme é uma Emoção peculiar e poderosa. Ela parece ser Repulsão mais a consciência de um possível ou até provável tipo especial de superioridade de seu objeto, superioridade essa que possibilitará a essa pessoa ganho e apropriação exclusiva para si de algo que é amado, cobiçado, desejado, por ambos. Ela implica Amor a um certo objeto, e Ódio de outra pessoa que impede a aquisição exclusiva desse objeto. A intensidade da emoção é diretamente proporcional ao tanto de exclusividade de posse que se deseja ter ou se teme que outro tenha. Quando não se deseja a posse inteira e exclusiva, mas se teme que seja desejada e assegurada por outro, o ciúme toma a forma de dúvidas em reação à retribuição de seu amor pelo objeto deste, uma sensação de insegurança no que tange à retenção do estimado afeto da pessoa amada. Na medida em que está seguro em seu próprio lugar de permanência, o Amor não é suscetível ao Ciúme, mas acolhe a afeição concedida por outros ao seu objeto, como um campo comum de enriquecimento do amor; e mesmo que outros tentem expulsá-lo, sorrirá serenamente na segurança (e apenas na exata proporção da segurança) da futilidade de seus esforços. Nas formas mais intensas de Ciúme, conectadas com o amor sexual, em que a posse exclusiva é essencial à completude e integridade da relação, pelo menos entre seres humanos, a emoção é inevitável (a não ser que exista confiança mútua perfeita), e Amor e Ódio surgem simultaneamente em suas formas mais ferozes. Consequentemente, o Ciúme é uma emoção da qual se pode dizer que perturba a mente do ser humano, a sacode, a divide em dois, mais poderosamente que qualquer outra Emoção. Ele aguça o todo de sua natureza dual de uma maneira que nenhuma outra emoção faz.

O Amor implicado no Ciúme é, obviamente, um Amor egoísta. No Amor como tal, não há egoísmo ou altruísmo. Ele procura união, o que significa a igualdade de ambos os fatores a serem unidos. Enquanto o desejo de união existe entre os dois fatores da relação, o Amor adequado nem é egoísta nem altruísta entre esses dois. Quando, no entanto, o desejo por união está apenas de um lado, não do outro, então o desejo por união se torna um desejo de aquisição, um desejo egoísta. No Ciúme, o Amor, o desejo por união, implicitamente se tornou um desejo de aquisição, pois, se de fato existisse Amor de ambos os lados, não haveria possibilidade de intervenção de uma terceira parte, e o Ciúme não existiria na mente daquele que ama e é amado. Igualmente, naquele que não há Exclusividade, não há Reserva, cujo olhar de Amor está voltado não em direção à separação material, mas em direção à união espiritual, nele não há Ciúme."

Bhagavan Das, A Ciência das Emoções, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 2023, p. 101/102.
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