OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 14 de agosto de 2025

FRAGMENTOS DA ALMA

"Quando ficamos excessivamente presos em um problema, rodando em círculos, remoendo alguma reclamação, podemos estar perdendo uma oportunidade que está se apresentando logo ali.

Aceitar o que a vida está nos propondo não é fácil, requer energia, libertação de dogmas e preconceitos.

Se vivemos tempos de mudanças profundas, certamente nossas estruturas caducas serão desafiadas e sacudidas. Precisamos estar alertas e preparados, dispostos a aceitar novos desafios.

Às vezes parece que vivemos com o freio-de-mão puxado. Pisamos no acelerador, mas a vida não vai pra frente; ou, se vai, exige de nós um esforço adicional que poderia ser melhor empregado.

O peso maior que carregamos parece estar em nossas cabeças, cheias de pensamentos inúteis e que só dificultam nosso progresso natural.

Há momentos em que não conseguimos enxergar a luz, mesmo com o sol brilhando lá fora.

Toda manhã, liguemos o interruptor interno, acendamos a luz que insiste em brilhar em nós, e compartilhemos com alegria o melhor que pudermos levar para o novo dia.

Há muita gente sentindo falta do pouco ou muito que temos para dar.

Confiar é o primeiro passo. Que os raios do Sol Central dissipem as nuvens que ainda encobrem nosso verdadeiro potencial.

Com alegria, para um novo dia!

Vamos!"

Fernando Mansur, A Alma em Fragmentos, Teosofia em gotas, p.54.
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terça-feira, 12 de agosto de 2025

AS LEIS DA VIDA ESPIRITUAL

"A prática da vida espiritual consiste em uma subordinação sistemática do pensamento, do sentimento e da ação às necessidades do desenvolvimento espiritual. Existem regras, mas são aquelas pertinentes à lei natural aplicadas à finalidade de se alcançar mais rapidamente o objetivo. O impulso para o desenvolvimento e a consecução do objetivo permanece inerente e ativo em toda a Natureza. Trata-se do resultado da pressão contínua e irresistível na direção da expansão e da plenitude do espírito enclausurado pela matéria. O homem espiritualmente desperto é consciente deste impulso em seu interior. Os aspirantes à super-humanidade cooperam com este poder interior de modo consciente, submetendo-se deliberadamente a ele e aplicando-o de forma concentrada na conduta de suas vidas.

As leis da vida espiritual são as leis da Natureza aplicadas ao homem em busca da rápida ascensão à super-humanidade. Elas são simples em sua essência e não muito numerosas. Uma lei subjaz a todas as leis. O ingresso em cada nova fase de crescimento é acompanhado, e tornado possível, por uma renúncia, uma morte figurada da proteção fornecida à vida durante a fase precedente.

É preciso que se quebre a casca do ovo antes que o pintinho possa sair. O tegumento da semente deve desaparecer antes de ela vir a tornar-se uma planta. Assim também o homem, cujo invólucro é o egocentrismo e a acentuada individualidade. Estas duas características devem ser removidas e substituídas por aquelas pertinentes à nova fase, a qual é de altruísmo e ausência de sentido de eu."

Geoffrey Hodson, A Senda para a Perfeição, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 1994, p. 31/32.
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quinta-feira, 7 de agosto de 2025

RESPEITADO E AMADO EM TODO MUNDO

"Há inúmeras faculdades de teologia no mundo que estudam Jesus Cristo, pertencentes a diversas religiões: católica, protestante e outras. Eu tenho respeito por todas essas faculdades e suas religiões. Elas estão incumbidas de levar os alunos a conhecer Jesus Cristo e seus ensinamentos.

Alguns desses alunos fazem mestrado e doutorado. Mas temos de confessar que quanto mais falamos de Jesus Cristo e penetramos nos recônditos dos seus pensamentos e nas implicações complexas das suas palavras, mais o admiramos e mais ficamos convictos de que o conhecemos muito pouco.

Embora eu não tenha grande mérito como escritor, pois o personagem que descrevo nos livros dessa coleção é que é fascinante, eles têm sido usados por pessoas de todas as religiões, adotados em diversas faculdades e escolas de ensino médio e fundamental. Felizmente, têm sido adotados também nas faculdades de teologia. A teologia precisa estudar a psicologia da humanidade de Jesus Cristo para compreender mais de perto a sua magnífica personalidade.

Bilhões de pessoas de milhares de religiões se dizem cristãs. A outra parte das pessoas que não o segue, tais como os confucionistas, os budistas, os islamitas e os hinduístas, o admira muito. Jesus Cristo é universalmente amado e admirado.

Ele sacrificou-se por toda a humanidade e não para um grupo de religiões específicas. Seus ensinamentos, sua inteligência suprema, sua sabedoria, sua causa e seu plano respeitam a cultura das pessoas e são capazes de penetrar no território da emoção e do espírito de cada uma delas e torná-las mais felizes, estáveis, contemplativas, inteligentes."

Augusto Cury, O Mestre do Amor, Editora Academia de Inteligência, 2002, p. 211/212.
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terça-feira, 5 de agosto de 2025

INSEGURANÇA

"Os inseguros omitem defesa a seus direitos pessoais por medo e evitam encontros ou situações em que precisam expor suas crenças, sentimentos e ideias.

A insegurança traz como características psicológicas os mais variados tipos de medo, como o de amar, o da mudança, o de cometer erros, o da solidão, o de se pronunciar e o de se desobrigar. O inseguro não confia no seu valor pessoal, desacredita suas habilidades e desconfia de sua possibilidade de enfrentar as ocorrências da vida, o que o impulsiona a uma fatal tendência de se apoiar nos outros.

Por não compreender bem seu poder interior, apega-se na afeição do cônjuge, filhos, outros parentes e amigos e, assim, acaba dependendo completamente dessas pessoas para viver. Em vez do amor, é a insegurança a fonte principal que o une aos outros; por isso, controla e vigia em razão das dúvidas que tem sobre si mesmo.

O inseguro, por não saber que não pode controlar os atos e atitudes das outras criaturas, cria grandes dificuldades em seus relacionamentos, gerando, consequentemente, maiores cobranças e barreiras entre eles.

A hesitação torna-o criatura incapaz de se sentir bastante firme para agir. Nunca possui certeza suficiente e quer sempre mais se certificar das coisas. É excessivamente cauteloso e vigilante: está em constante sobreaviso e desconfiança de tudo e de todos, por causa do medo das consequências futuras de suas ações do presente

Os inseguros desenvolvem muitas vezes uma 'devoção mórbida' em relação às causas e aos ideais, ou se associam a um parceiro forte e dinâmico para compensar sua necessidade de apoio, consideração e segurança. No primeiro caso, eles podem assumir diante do mundo a posição de 'crentes exaltados', querendo convencer todos de uma verdade que eles mesmos não acreditam: no segundo, buscam alguém que lhes corresponda ao modelo de seus genitores, para que, novamente, venham a se nutrir da autoridade, decisão e firmeza que encontravam nos pais, quando crianças.

Muitos ainda buscam refúgio numa atividade intelectual e se colocam, por exemplo, na posição de autoridade literária, como estratégia emocional, a fim de estimular em torno de si uma atmosfera de 'bem informados' e, portanto, grandiosos e seguros.

Kardec, Discípulo de Jesus, pergunta aos Instrutores Espirituais: 'Quando um Espírito diz que sofre, de que natureza é o seu sofrimento?' A Espiritualidade elaborou a seguinte res posta: 'Angústias morais, que o torturam mais dolorosamente do que todos os sofrimentos físicos.''

'Angústias morais' podem ser entendidas como a fragilidade em que se encontram as criaturas inseguras, a sensação de mal-estar que sentem, por acreditarem que estão constantemente sendo observadas e julgadas e também pela perpétua situação mental de vulnerabilidade diante do mundo.

Os inseguros não são assertivos; em outras palavras, não se expressam de modo direto, claro e honesto. Omitem defesa a seus direitos pessoais por medo e evitam encontros ou situações em que precisam expor suas crenças, sentimentos e ideias.

O título de 'Senhor de Si Mesmo' poderá definir bem a segurança e firmeza de Jesus Cristo. Suas palavras 'Seja, porém, o vosso falar: sim, sim; não, não' ainda hoje ressoam, convidando todas as criaturas à autonomia espiritual. Realmente, o comportamento assertivo do Mestre e sua significativa liberdade de expressão revelavam:

- franqueza em dizer o que pensava;
- segurança de olhar, ouvir e convidar qualquer um;
- independência de exprimir seus sentimentos com absoluta transparência;
- liberdade de pedir o que quisesse;
- coragem de correr riscos para concretizar tudo aquilo em que acreditava.

Essas alegrias os inseguros não sentem. Seguindo, porém, os passos de Jesus, Nosso Guia e Senhor, a humanidade alcançará a estabilidade e serenidade interior que busca há tantos séculos conquista dos seres despertos e amadurecidos do futuro."

Extraído do livro "As dores da alma", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduvas, SP, p. 171/173.
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quinta-feira, 31 de julho de 2025

FÉ E OBRAS

"'A fé se não tiver obras, é morta em si mesma. TIAGO 2:l7

Imaginemos o mundo transformado num templo vasto, respeitável sem dúvida, mas plenamente superlotado de criaturas em perene adoração ao Céu.

Por dentro, a fé reinando sublime: Orações primorosas...

Discursos admiráveis... Louvores e cânticos...

Mas, por fora, o trabalho esquecido: Campos ao desamparo...

Enxadas ao abandono... Lareiras em cinza...

De que teria valido a exaltação exclusiva da fé, senão para estender a morte no mundo que o SENHOR nos confiou para a glória da vida ?

Não te creias, desse modo, em comunhão com a Divina Majestade, simplesmente porque te faças cuidadoso no culto externo da religião a que te afeiçoas.

Conhecimento nobre exige atividade nobre.

Elevação espiritual é também dever de servir ao Eterno Pai na pessoa dos semelhantes.

É por isso que fé e obras se completam no sistema de nossas relações com a vida superior.

Prece e trabalho.

Santuário e oficina.

Cultura e caridade.

Ideal e realização.

Nesse sentido, Jesus é o nosso exemplo indiscutível.

Não se limitou o Senhor a simples glorificação de DEUS nos Paços Divinos, quanto à edificação dos homens. Por amor infinitamente a Deus, na Sublime Tarefa que lhe foi cometida, desceu à esfera dos homens e entregou-se à obra do Amor infatigável, levantando-nos da sombra terrestre para a Luz Espiritual."

Extraído do livro "Palavras de Vida Eterna", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, http://livroespirita.4shared.com/, p.10.
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terça-feira, 29 de julho de 2025

A ALEGRIA

"A alegria é uma flor delicada demais para desabrochar na atmosfera poluída da mente mundana, que persegue a felicidade no dinheiro e nas posses. A alegria fenece também quando as pessoas a regam de maneira inadequada, impondo condições à felicidade e dizendo a si mesmas: 'Não serei realmente feliz enquanto não comprar este carro (ou roupa, ou casa, ou pacote de férias na praia)!' Os materialistas, por mais desesperadamente que persigam a borboleta da felicidade, nunca a apanham. Ainda que tivessem tudo não estariam satisfeitos, e a felicidade continuaria fugindo deles.

Por outro lado, a felicidade brota de maneira espontânea no coração daqueles que são interiormente livres. Flui com naturalidade, à semelhança da fonte da montanha após as chuvas de abril, nas mentes acostumadas a um modo de vida simples e que, por vontade própria, renunciaram ao tumulto das chamadas 'necessidades' vãs o castelo dos sonhos de um espírito conturbado.

Quando desistimos da ambição mundana para procurar a paz dentro de nós mesmos, às vezes sentimos no começo uma certa nostalgia dos antigos hábitos. Acostumados aos negócios materiais, a simplicidade pode de quando em quando perturbar-nos, como coisa seca e sem atrativos.

Aos poucos, porém, se perseverarmos, criaremos o hábito do mundo interior e descobriremos uma felicidade bem maior na suficiência espiritual. Começaremos a apreciar mais e mais profundamente o significado da verdadeira bem-aventurança.

Do mesmo modo, podemos ter uma sensação passageira de perda após falhar em nossos negócios. Então a vida, a princípio, parecerá destituída da relva da esperança. Se, no entanto, após vaguear durante algum tempo por esse deserto, começarmos a encarar nossas circunstâncias corajosamente, concluiremos que a vida não mudou em sua essência e que os acontecimentos só foram definidos como fracasso por nossa imaginação. Evocaremos momentos felizes: por exemplo, os deleites singelos da infância. Súbito, compreenderemos que o contentamento íntimo é a única e exclusiva definição válida de sucesso e, de maneira igualmente maravilhosa, que o contentamento é a única coisa na vida que não podemos perder!

Em qualquer caso, a secura da perda, do fracasso e do desapontamento aparentes pode ser levada a reverdecer como o deserto após uma chuva copiosa. Novas searas verdejantes de paz brotam de súbito nas mentes que buscam o repouso. Então a alma conhece uma felicidade mais preciosa que o maior sucesso assegurado pelos empreendimentos materiais.

Se você, caro leitor, tiver de escorregar ou despencar na ladeira do sucesso, para se ver abandonado pela riqueza e o prestígio, e coagido a viver em humildes circunstâncias - não se lamente. Antes, acolha bem a nova aventura que a vida coloca em seu caminho.

Se os seus sonhos forem mentirosos e o arruinarem, adapte-se corajosamente à nova situação. Na simplicidade você encontrará - embora talvez nunca a tenha procurado ali! - a doce bem-aventurança por que seu coração sempre suspirou.

A vida lhe dará mais do que você porventura haja sonhado se apenas procurar definir a prosperidade a uma nova luz: não como ganho material, mas como contentamento íntimo, divino."

Paramhansa Yogananda, Como Ser Feliz o Tempo Todo, Ed. Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2008, p. 65/67. 
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quinta-feira, 24 de julho de 2025

EVITANDO A TENTAÇÃO

Vigiai e orai para não entrardes em tentação”. JESUS (MARCOS, 14:38.)

Vigiar não quer dizer apenas guardar. Significa também precaver-se e cuidar. E quem diz cuidar, afirma igualmente trabalhar e defender-se.

Orar, a seu turno, não exprime somente adorar e aquietar-se, mas, acima de tudo, comungar com o Poder Divino, que é crescimento incessante para a luz, e com o Divino Amor, que é serviço infatigável no bem.

Tudo o que repousa em excesso é relegado pela Natureza à inutilidade.

O tesouro escondido transforma-se em cadeia de usura.

A água estagnada cria larvas de insetos patogênicos.

Não te admitas na atitude de vigilância e oração, fugindo à luta com que a Terra te desafia.

Inteligência parada e mãos paradas impõem paralisia ao coração que, da inércia, cai na cegueira.

Vibra com a vida que escoa, sublime, ao redor de ti, e trabalha infatigavelmente, dilatando as fronteiras do bem, aprendendo e ajudando aos outros em teu próprio favor.

Essa é a mais alta fórmula de vigiar e orar para não cairmos em tentação."

Extraído do livro "Palavras de Vida Eterna", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, http://livroespirita.4shared.com/, p.8.
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terça-feira, 22 de julho de 2025

HUMILDADE, PERCEPÇÃO E SINCERIDADE

"Ate que um homem descubra o que ele é e, com toda sinceridade, comece a tentar se refazer, é improvável que faça muito progresso no Caminho ou seja muito útil a humanidade. O primeiro passo consiste no reconhecimento de sua própria falta de dignidade. O próximo, consiste em uma determinação de continuar, apesar disso e, o terceiro, em um esforço varonil e inabalável de se modificar. A satisfação pessoal é uma imensa barreira, tanto para o desenvolvimento oculto quanto para a utilidade oculta. Humildade, sinceridade e uma visão clara de si mesmo esses são três elementos essenciais para o sucesso. Quase todos os fracassos ocorreram porque, no início, essas várias condições não foram cumpridas de forma suficiente, especialmente a humildade, cuja ausência causou mais quedas do que todos os vícios juntos.

A sinceridade absoluta e completa é uma virtude muito rara. Muito poucos a possuem. Em algum lugar, sob a pele da maioria das pessoas. há uma veia de egoísmo, de desejo de recompensa. Onde isso existe, a sinceridade absoluta é impossível. Juntamente com a sinceridade está a unicidade de coração e de propósito. Isso também é extremamente raro. No mundo exterior, o conselho é que não é prudente colocar todos os ovos na mesma cesta. No Ocultismo, a dificuldade do neófito geralmente e a pequenez dos ovos e a insuficiência do número deles. A maioria das pessoas tem muito pouco para oferecer, especialmente no começo.

Honestidade, retidão austera, é outra qualidade básica essencial para o sucesso no Ocultismo. Tentações para desonestidade, especialmente nos assuntos mais sutis da vida interior, colocam constantemente em risco a integridade da alma, seu bem mais valioso. Sem integridade, que significa 'expressar a verdade por toda a natureza', nenhum progresso seguro é possível.

Progresso no caminho e um trabalho teosófico ativo são sinônimos Eles realmente são assim. O apoio à Sociedade Teosófica é uma das maneiras mais seguras de conquistar o interesse e a boa vontade pessoal dos Mestres e de seus Chefes. Um trabalhador bem-sucedido da Sociedade Teosófica é um indivíduo raro em um mundo moderno de interesse próprio, busca de favores e orgulho ilimitado. Humilde, sincero, quieto, sábio e imerso na Sabedoria Antiga, o verdadeiro teósofo é realmente um ser humano único e valioso.

É um fato triste que deve ser encarado, que o homem se recusa deliberadamente a ser ensinado por aqueles que são mais sábios do que ele ou, na melhor das hipóteses, apenas faz de conta que segue as orientações dos fundadores das religiões e das verdades que ensinam. E triste constatar, portanto, que a humanidade deve aprender suas mais elevadas lições por meio da operação da lei cármica.

O amor - em sua mais elevada, mais ampla e grandiosa interpretação e expressão é a panaceia para todos os males humanos, o único ideal sobre o qual pode ser estabelecida uma vida ou uma civilização que será feliz e que perdurará."

Geoffrey Hodson, A Vida do Iniciado, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 2021, p. 52/54.
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quinta-feira, 17 de julho de 2025

A INTUIÇÃO DESENVOLVE A VERDADEIRA PERSONALIDADE

"A intuição da alma é uma faculdade de Deus. Ele não tem boca, mas sabe o gosto de tudo. Não tem mãos nem pés, no entanto sente o universo inteiro. Como? Por intuição, por Sua onipresença.

Normalmente, o homem se utiliza dos sentidos para obter informação sobre si mesmo e sobre o mundo em que vive. A mente nada sabe, exceto o que os cinco sentidos lhe dizem. Mas o super homem confia na intuição, seu 'sexto sentido', para adquirir conhecimento. A intuição não depende dos sentidos ou do poder da inferência para obter dados. Por exemplo, você tem certeza de que certa coisa vai acontecer e acontece, exatamente como previu. Todos provavelmente já tiveram uma experiência assim. Como sabiam, sem qualquer dado inferencial ou sensório? Esse conhecimento direto é o poder intuitivo da alma.

O antigo sábio indiano Patanjali diz que a autoridade das escrituras não é, por si só, prova da verdade. Como, então, se pode saber se a Bíblia e o Gita são verdadeiros? Os dados transmitidos pelos sentidos e pelo poder de inferência não fornecem a prova definitiva. A verdade, em última instância, só é compreendida ou 'provada' pela intuição, pela percepção da alma.

A verdadeira personalidade começa a desenvolver-se quando você consegue sentir, pela intuição profunda, que não é o corpo só lido e, sim, a corrente divina e eterna da Vida e da Consciência dentro do corpo. Foi assim que Jesus pôde caminhar sobre as águas. Ele sabia que tudo se compõe da consciência de Deus.

A personalidade humana pode ser transformada em personalidade divina. Expulse a consciência de que você é um amontoado de carne e ossos. Todas as noites, Deus o faz esquecer essa ilusão. Porém, assim que você acorda, volta às aparentes limitações do corpo."

Paramahansa Yogananda, A Eterna Busca do Homem, Self-Realization Fellowship, p.150.
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terça-feira, 15 de julho de 2025

IRRESPONSABILIDADE

"O indivíduo que não aceita a responsabilidade por seus atos e, constantemente, cria álibis e recorre a dissimulações, culpando os outros, é denominado imaturo.

Nosso modo de pensar atrai nossas experiências, pois pensar é um contínuo ato de escolher. Evitar não pensar é também uma escolha; portanto, somos nós que fabricamos as fibras que confeccionarão a textura da nossa existência.

Quando selecionamos um determinado comportamento, cujo resultado é possível prever, estamos também escolhendo esse mesmo resultado e, obviamente, devemos aceitar a responsabilidade de tal fato.

Somos responsáveis pela maneira como nos relacionamos com as pessoas, isto é, cônjuges, filhos, parentes, amigos e conhecidos, porque, certamente, ninguém nos obriga a agir desta ou daquela forma, mas, se assim acontecer, é porque nós mesmos cedemos diante da exigência dos outros.

Considerando que nossas atitudes são como grãos de areia, repetindo-as, com certa regularidade, criaremos pequenos montes. Tudo se inicia com diminutos grãos de areia. Inicialmente, formam uma colina, logo depois, um morro e, com a constante repetição dessas mesmas atitudes, erguem-se enormes montanhas e, finalmente, uma cordilheira.

Somos responsáveis por tudo o que experimentamos em nós mesmos; enfim, criamos nossa própria realidade.

'Pode o homem, pela sua vontade e por seus atos, fazer que não se deem acontecimentos que deveriam verificar-se e reciprocamente? Pode-o, se essa aparente mudança na ordem dos fatos tiver cabimento na sequência da vida que ele escolheu..."

Assim sendo, os Espíritos Sábios afirmam que a mudança de nosso destino somente ocorre quando, realmente, assumimos a responsabilidade por nossa vida, usando de determinação e vontade. Essa transformação, entretanto, não é realizada de um momento para o outro, ou mesmo, não se trata de um simples querer caprichoso; em verdade, é o produto de uma sequência de escolhas ao longo de inumeráveis experiências e acontecimentos.

O indivíduo que não aceita a responsabilidade por seus atos e, constantemente, cria álibis e recorre a dissimulações, culpando os outros, é denominado imaturo.

O homem adulto se caracteriza pelo fato de que ele próprio delimita seu código de conduta moral, já alcançou um certo grau de independência interior e faz seus julgamentos baseado em sua autonomia.

Os amadurecidos atingiram um bom nível de relacionamento consigo mesmos e, consequentemente, com os outros; por isso, resolvem facilmente tanto os conflitos internos como os externos. Dessa maneira, assumem as responsabilidades que lhes competem e estão despertos para a realidade.

A fase primordial da vida se inicia na total inconsciência e, a partir de então, o princípio inteligente progride de maneira gradativa e constante rumo a uma cada vez maior consciência de si, isto é, à crescente iluminação de suas faculdades e atividades íntimas. As criaturas começam a notar primeiramente os princípios que lhes parecem vir de fora e, depois, no decorrer de seu progresso espiritual, percebem que tudo se encontra em sua intimidade. Não é o mundo que se transforma; o que acontece é que elas mudam de níveis de consciência, alterando o mundo em si mesmas.

Em virtude disso, o emérito pensador e escritor espírita Léon Denis resumiu e estruturou, de modo coerente e homogêneo, que o psiquismo dorme no mineral, sonha no vegetal, sente no animal, pensa no hominal e, por fim, atinge vasta habilidade intuitiva na fase angelical, dando prosseguimento a seu processo evolutivo pelo universo infinito.

A proposta do 'despertar' das almas é antiquíssima e é encontrada em diversas passagens do Novo Testamento. O apóstolo Paulo, o incomparável divulgador da Boa Nova, escrevendo aos Efésios, no capítulo V, versículo 14, assim se reporta: 'Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos...'

Despertar, entretanto, é condição inadiável para que atinjamos as verdades transcendentes, reavivando em nós a consciência para os objetivos essenciais da eternidade.

Todos os esforços da criatura servem a um único objetivo: torná-la mais consciente, isto é, ampliar o seu próprio modo de ver as coisas. Não nos esqueçamos, pois, de que a evolução de nossas almas nada cria de novo; o que ela faz é melhorar, progressivamente, nossa visão sobre aquilo que sempre existiu.

Sobre essa questão, os Espíritos Superiores asseveram, com muita sabedoria, que a alteração no rumo dos acontecimentos, provocada pelo homem, pode dar-se "... se essa aparente mudança na ordem dos fatos tiver cabimento na sequência da vida que ele escolheu...". Portanto, não poderá haver maturidade vivencial sem que o indivíduo se conscientize plenamente de seu livre-arbítrio e de que tudo o que sofre, goza, percebe e experimenta nada mais é do que o reflexo de si mesmo."

Extraído do livro "As dores da alma", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova, editora e distribuidora de livros espíritas, 1998, p. 41/43.                                                                  Imagem: Pinterest


quinta-feira, 10 de julho de 2025

LUXÚRIA

"(...). O tipo de Amor mais frequentemente responsável pelo sentimento de Ciúme é aquele mais bem denominado de Luxúria. Para naturezas refinadas provavelmente seria, à primeira vista, inadmissível e impróprio chamar Luxúria de um tipo de Amor. Ainda assim há algo em comum entre eles. Associações posteriores e ruins, e consequências naturais e inevitáveis, deram atualmente à Luxúria uma conotação realmente má. Que nem sempre foi assim é aparente no uso da expressão 'Lusty Youth'¹, que significa apenas vigor físico e capacidade para Amor físico, sem qualquer sentido depreciativo.

Como Amor geralmente é o desejo de união por troca e igualdade, assim Luxúria é o desejo por união por troca e igualdade apenas no eu ou corpo físico, preeminentemente.

Como casamentos baseados somente na Luxúria apenas levam invariavelmente à exaustão e saciedade da natureza física em um tempo mais ou menos curto, e, não tendo sido cultivados os eus mentais e espirituais mais elevados, as formas mais elevadas do Amor que duram por longas eras de tempo permanecem impossíveis, infelicidade é a consequência lógica de tais casamentos, e muito mais de uniões que não foram santificadas pelas formalidades do casamento formalidades que têm no mínimo uma sombra de religião e espiritualidade sobre eles.

Parece então que as consequências más da Luxúria, as resultantes saciedade, exaustão, cansaço, tristeza e infelicidade, a tornam má; de outra maneira ela não seria má; de outra maneira a sua consanguinidade com o Amor adequado seria indiscutível. É o mesmo com outros estados mentais aos quais a palavra Amor é ainda menos hesitantemente aplicada pela humanidade. Nós lemos que Romanos e outros epicuristas 'amavam' línguas e cérebros cozidos de rouxinóis e outros pássaros delicados. A presente constituição da maioria da raça humana é tal que ela alegremente sanciona o uso da palavra Amor nesta conexão, e falha inteiramente em ver o horror do assassinato indiscriminado envolvido. No senso estrito e abstrato da palavra, no entanto, até esse uso é perfeitamente correto²; são apenas as 'consequências' envolvidas que lançam essa obscuridade sobre a palavra nesta referência. Como Bhishma disse:

'Carne não cresce em gramados, nem em árvores nem em pedras: é obtida apenas pelo matar de uma criatura viva; daí o pecado de comê-la."

Pode ser percebido aqui que quanto mais o Amor é confinado ao eu físico, mais ele é Luxúria; quanto mais ele se aproxima de um 'apetite', desejo de sentir, menos ele tem da característica de Emoção adequada."

¹ A expressão foi mantida em inglês por não haver uma palavra adequada em português que mantivesse a relação com a raiz da palavra luxúria (Nota da trad.)
² Veja acima, cap. 6 desta obra.

Bhagavan Das, A Ciência das Emoções, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 2023, p. 102/104.
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terça-feira, 8 de julho de 2025

CIÚME

"Ciúme é uma Emoção peculiar e poderosa. Ela parece ser Repulsão mais a consciência de um possível ou até provável tipo especial de superioridade de seu objeto, superioridade essa que possibilitará a essa pessoa ganho e apropriação exclusiva para si de algo que é amado, cobiçado, desejado, por ambos. Ela implica Amor a um certo objeto, e Ódio de outra pessoa que impede a aquisição exclusiva desse objeto. A intensidade da emoção é diretamente proporcional ao tanto de exclusividade de posse que se deseja ter ou se teme que outro tenha. Quando não se deseja a posse inteira e exclusiva, mas se teme que seja desejada e assegurada por outro, o ciúme toma a forma de dúvidas em reação à retribuição de seu amor pelo objeto deste, uma sensação de insegurança no que tange à retenção do estimado afeto da pessoa amada. Na medida em que está seguro em seu próprio lugar de permanência, o Amor não é suscetível ao Ciúme, mas acolhe a afeição concedida por outros ao seu objeto, como um campo comum de enriquecimento do amor; e mesmo que outros tentem expulsá-lo, sorrirá serenamente na segurança (e apenas na exata proporção da segurança) da futilidade de seus esforços. Nas formas mais intensas de Ciúme, conectadas com o amor sexual, em que a posse exclusiva é essencial à completude e integridade da relação, pelo menos entre seres humanos, a emoção é inevitável (a não ser que exista confiança mútua perfeita), e Amor e Ódio surgem simultaneamente em suas formas mais ferozes. Consequentemente, o Ciúme é uma emoção da qual se pode dizer que perturba a mente do ser humano, a sacode, a divide em dois, mais poderosamente que qualquer outra Emoção. Ele aguça o todo de sua natureza dual de uma maneira que nenhuma outra emoção faz.

O Amor implicado no Ciúme é, obviamente, um Amor egoísta. No Amor como tal, não há egoísmo ou altruísmo. Ele procura união, o que significa a igualdade de ambos os fatores a serem unidos. Enquanto o desejo de união existe entre os dois fatores da relação, o Amor adequado nem é egoísta nem altruísta entre esses dois. Quando, no entanto, o desejo por união está apenas de um lado, não do outro, então o desejo por união se torna um desejo de aquisição, um desejo egoísta. No Ciúme, o Amor, o desejo por união, implicitamente se tornou um desejo de aquisição, pois, se de fato existisse Amor de ambos os lados, não haveria possibilidade de intervenção de uma terceira parte, e o Ciúme não existiria na mente daquele que ama e é amado. Igualmente, naquele que não há Exclusividade, não há Reserva, cujo olhar de Amor está voltado não em direção à separação material, mas em direção à união espiritual, nele não há Ciúme."

Bhagavan Das, A Ciência das Emoções, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 2023, p. 101/102.
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quinta-feira, 3 de julho de 2025

FIZEMOS DA CRIAÇÃO DIVINA UMA BAGUNÇA

"Deus não nos deu o raciocínio apenas para que questionássemos tudo, sem jamais estar satisfeitos. O próprio fato de poder questionar mostra que existem certos processos evolutivos que nos capacitam a adquirir cada vez mais conhecimento. Talvez não compreendamos totalmente, mas instintivamente sabemos que deve haver certa justiça na lei que cria infinitas diferenças entre os seres humanos. É possível achar alguma pista? Nós a encontramos na lei da reencarnação, cujo corolário é o karma ou princípio de causa e efeito. Em certo momento, Deus criou todas as almas de modo uniforme e justo. Todos tínhamos a mesma bondade e o mesmo potencial dentro de nós, mas devido ao mau uso da inteligência e do livre-arbítrio, criamos terrível desordem e falta de igualdade falta de uniformidade - na vida.

Não podemos generalizar ao falar de pessoas, pois Deus concedeu a cada indivíduo a liberdade de fazer escolhas pessoais. Mesmo que sejamos, até certo ponto, limitados pelas circunstâncias cármicas, que são os efeitos de nossos atos passados, podemos com a mente fazer tudo o que quisermos. Na caixa-forte mental estão todos os grilhões da escravidão, mas também as chaves da liberdade.

Todos os atos têm origem mental. Os problemas começam porque as pessoas alimentam muitos pensamentos loucos, e pensamentos errados levam a ações erradas. Aqui, cada qual quer ser ou ter algo diferente dos demais, as pessoas fazem o que lhes vem à cabeça. Casam-se e se divorciam quantas vezes desejam; fazem o que querem, sem pensar no próximo e sem pensar nem mesmo em seu bem-estar maior. Ficamos estarrecidos vendo a loucura do mundo tantos ideais, e tão diferentes, mantidos por muitos milhões de pessoas que se contradizem e entram em conflito. Uma pessoa ou grupo quer determinada coisa, e outra pessoa ou grupo quer o oposto. Há muitos costumes que nos prendem, muitas filosofias que nos confundem. Sempre digo que somos todos um pouco loucos e não o sabemos, porque as pessoas com o mesmo tipo de loucura acabam ficando juntas. É só quando loucos de tipos diferentes se encontram que um chama o outro de louco.

Deus quer fazer da Terra uma coisa bonita, mas há muitas coisas fora de controle porque fazemos mau uso da liberdade que Ele nos concedeu. Nós é que criamos uma bagunça aqui. Nós, por intermédio das oportunidades que recebemos nesta vida e em outras encarnações, é que temos de nos aperfeiçoar e melhorar o mundo em que vivemos."

Paramahansa Yogananda, O Romance com Deus, Self-Realization Fellowship, p. 274/275.
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terça-feira, 1 de julho de 2025

O APELO DIVINO

"Reunidos os componentes habituais do grupo doméstico, o Senhor, de olhos melancólicos e lúcidos, surpreendendo, talvez, alguma nota de oculta revolta no coração dos ouvintes, falou, sublime:

- Amados, quem procura o sol do Reino divino há de armar-se de amor para vencer na grande batalha da luz contra as trevas. E, para armazenar o amor no coração, é indispensável ampliar as fontes da piedade.

'Compadeçamo-nos dos príncipes; quem se eleva muito alto, sem apoio seguro, pode experimentar a queda em desfiladeiros tenebrosos.

Ajudemos aos escravos; quem se encontra nos espinheiros do vale pode perder-se na inconformação, antes de subir a montanha redentora.

Auxiliemos a criança; a erva tenra pode ser crestada, antes do sol do meio-dia. 

Amparemos o velhinho; nem sempre a noite aparece abençoada de estrelas.

Estendamos mãos fraternas ao criminoso da estrada; o remorso é um vulcão devastador.

Ajudemos aquele que nos parece irrepreensível; há uma justiça infalível, acima dos círculos humanos, e nem sempre quem morre santificado aos olhos das criaturas surge santificado no Céu.

Amparemos quem ensina; os mestres são torturados pelas próprias lições que transmitem aos outros.

Socorramos aquele que aprende; o discípulo que estuda sem proveito adquire pesada responsabilidade diante do Eterno. Fortaleçamos quem é bom; na Terra, a ameaça do desânimo paira sobre todos.

Ajudemos o mau; o espírito endurecido pode fazer-se perverso.

Lembremo-nos dos aflitos, abraçando-os fraternalmente; a dor, quando incompreendida, transforma-se em fogueira de angústia.

Auxiliemos as pessoas felizes; a tempestade costuma surpreender com a morte os viajores desavisados.

A saúde reclama cooperação para não se arruinar.

A enfermidade precisa de remédio para extinguir-se. A administração pede socorro para não se desmandar.

A obediência exige concurso amigo para subtrair-se ao desespero.

Enquanto o Reino do Senhor não brilhar no coração e na consciência das criaturas, a Terra será uma escola para os bons, um purgatório para os maus e um hospital doloroso para os doentes de toda sorte.

Sem a lâmpada acesa da compaixão fraternal, é impossível atender à Vontade divina.

O primeiro passo da perfeição é o entendimento com o auxílio justo...'.

Interrompeu-se o Mestre, ante os companheiros emudecidos.

E porque os ouvintes se conservassem calados, de olhos marejados de pranto, Ele voltou à palavra, em prece, e suplicou, ao Pai, luz e socorro, paz e esclarecimento para ricos e pobres, senhores e escravos, sábios e ignorantes, bons e maus, grandes e pequenos...

Quando terminou a rogativa, as brisas do lago se agitaram, harmoniosas e brandas, como se a natureza as colocasse em movimento na direção do Céu para conduzirem a súplica de Jesus ao trono do Pai, além das estrelas..."

Texto extraído do livro "Jesus no Lar", de Chico Xavier, pelo Espírito Neio Lúcio, FEB, 2013, p. 133/135.
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quinta-feira, 26 de junho de 2025

DESAFIOS DA LUTA (PARTE FINAL)

“(...). Todo o esforço que possa alguém direcionar em favor do crescimento íntimo, deve ser utilizado com urgência, não receando dificuldades, dores, porquanto essas, por mais se deseje evitar, sempre alcançam o espírito humano.

A atração da plenitude é fenômeno natural do processo da evolução. Contribuir para torná-lo mais fácil e atraente constitui impositivo da inteligência e da razão, que não se satisfazem com a permanência nesse estágio inferior.

Todo crescimento propõe novas adaptações e essas se fazem mediante emoções novas, nem sempre agradáveis, até que sejam instalados os mecanismos psicológicos de harmonização.

Nunca receies sofrer, se anelas pela felicidade de qualquer espécie.

Rompendo a casca grotesca, a plântula alça-se no rumo das alturas.

Despedaçando-se sob os golpes do buril, o bloco de pedra se transforma em beleza.

Diluindo-se nas altas temperaturas, os metais se amoldam a novas formas e utilidades.

As conquistas morais igualmente são forjadas nos fornos das transformações interiores sob a ardência das provas e dos sofrimentos delas decorrentes.

Alegra-te quando incompreendido, por estares na defesa dos ideais de enobrecimento e nas realizações que contribuem para o progresso da sociedade.

Não aguardes compreensão antes do tempo, nem apoio por parte daqueles que permanecem em faixa emocional diferente da tua.

És candidato decidido a conseguir o triunfo dos teus projetos. Eles te pertencem, e não aos demais, portanto não dês demasiado valor às conspirações das pessoas que te antagonizam. Elas desconhecem os teus propósitos e apenas veem o que possuem interiormente, projetando os seus conflitos nos teus planos audaciosos.

Quem se detém a contemplar dificuldades não sai do lugar. Mas, se confiante, avança, superando cada desafio quando se apresenta, cedo ou mais tarde alcançará com luta e alegria a meta pela qual anela.”

Texto extraído do livro "Lições para a Felicidade", de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador/BA, 2003, p. 166/167.
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terça-feira, 24 de junho de 2025

DESAFIOS DA LUTA (2ª PARTE)

“(...). A vida é dádiva de Deus, que deve ser conquistada com esforço em todas as suas expressões e, para tanto, a luta se torna irrecusável. Como consequência, a dor se expressa e deve ser absorvida com naturalidade.

Consciente dessa condição, mais fáceis se tornam quaisquer enfrentamentos, ante a segurança dos resultados que propiciam ventura e paz.

Ninguém se deve dificultar a ascensão, por comodismo ou receio, quando convidado à conquista do infinito. Deter-se no pequeno espaço mental e físico em que se encontra constitui atraso moral, que deverá ser superado.

A execução de qualquer tarefa propicia desgaste de energia, aplicação de esforço, contribuição pessoal. Naquela que se refere à transformação do ser e da sociedade, é compreensível que se torne mais dispendiosa, porque trata de alterar o já conseguido, modificando as estruturas vigentes e ampliando os horizontes para o enriquecimento geral.

Para impedi-lo, muitas forças se conjugam, como efeito dos interesses que se encontram em jogo.

A comodidade se refestela na inutilidade e na exploração do trabalho das pessoas diligentes, sempre disposta a combater qualquer alteração na ordem dominante.

O autoritarismo explora a simplicidade e a ignorância daqueles que lhe sofrem o jugo, colocando-se contra qualquer movimento que lhe ameace a estabilidade.

A perversidade instalada nos sentimentos primários, confia na própria força e arma-se para impedir o avanço da fraternidade e dos ideais libertadores.

A frustração e o vazio existencial reúnem-se para investir contra as propostas de enriquecimento interior.

O orgulho e o egoísmo dão-se as mãos e disputam a primazia que se creditam, não admitindo a perda da pequenez moral em que se comprazem.

A inveja e o despautério abrem abismos pelo caminho, dificultando o avanço dos que contribuem para a harmonia e o bem-estar geral.

A intriga insensata faz-se calúnia atroz e conspira com virulência, dificultando o entendimento dos propósitos enriquecedores.

O medo e a inveja preferem a situação infeliz em que se alastram, negando-se a ocasião de segurança emocional.

São as características negativas que resultam dos instintos primários, em predomínio em a natureza humana, que se comprazem na situação que lhes diz respeito, negando-se à conquista dos valores éticos e espirituais. (...).”

Texto extraído do livro "Lições para a Felicidade", de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador/BA, 2003, p. 164/166.
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quinta-feira, 19 de junho de 2025

DESAFIOS DA LUTA (1ª PARTE)

909. Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações?

"Sim, e, frequentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é à vontade. Ah! quão poucos dentre vós fazem esforços!"

 

A inevitável proposta da evolução moral e espiritual conduz o ser humano a enfrentar desafios incessantes, que o aprimoram, a pouco e pouco, sem cuja realização a conquista de valores dignificantes se faria muito mais difícil.

Quem se recusa ao convite do sacrifício pessoal transformador candidata-se à paralisia espiritual. E mesmo que deseje impedir-se à luta, que se negue a experimentar os sofrimentos que decorrem dos impositivos de crescimento interior, é compelido pelas sábias Leis da Vida a enfrentá-los e enfrentar-se, quando, mais tarde, sem o desejar, desperte nas expiações santificadoras.

Não raro, muitos indivíduos forrados de intenções superiores e desejando servir à Humanidade, porque se encontram tomados de sentimentos nobres, pensam em desistir ou recuar nos seus propósitos, em razão dos enfrentamentos perturbadores, das lutas que se tornam imperiosas e que lhes exigem sacrifícios e renúncias desde o momento em que se candidatam a realizá-los. Não obstante desagradáveis, são esses os mecanismos de aferição dos valores elevados para todos os seres.

Desejar-se uma existência cômoda, sem tropeços nem problemas, não passa de utopia, mesmo que a criatura seja possuidora de recursos econômicos sólidos e desfrute de excelente situação social.

A luta, na Terra, é resultante de fenômenos biológicos, emocionais, psíquicos, sociais e outros, desde que ninguém se encontra reencarnado desfrutando de perfeição, mas necessitando de aprender a crescer e a desenvolver os grandiosos milagres que lhe dormem latentes, aguardando as ocorrências propícias ao seu desenvolvimento.

O automatismo fisiológico dá-se sem qualquer esforço, entretanto, para que os sentimentos desabrochem e alcancem a finalidade para a qual se destinam, a contribuição consciente de cada pessoa se torna indispensável.

Evidentemente, logo que tomada a decisão, estabelece-se a batalha para a vitória dos ideais. (...).”

Texto extraído do livro "Lições para a Felicidade", de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador/BA, 2003, p. 163/164.
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terça-feira, 17 de junho de 2025

RIGIDEZ

"O excesso influenciará de rigidez e severidade faz com que criemos um padrão mental que influenciará os outros para que nos tratem da mesma forma como os tratamos.

Teimosia é uma forma de rigidez da personalidade. É um apego obstinado às próprias ideias e gostos, nunca admitindo insuficiências e erros.

Conviver com criaturas que estão sempre com a razão, que acreditam que nasceram para ensinar ou salvar todo mundo e que jamais transgridem a nada, é viver relacionamentos desgastantes e insatisfatórios.

Quase sempre, fugimos desses indivíduos dogmáticos, incapazes de aceitar e considerar um ponto de vista diferente do seu. Nesses relacionamentos, ficamos confinados à representação de papéis instrutor-aprendiz, orientador-orientado, mentor-pupilo. Somente escutamos, nunca podemos expressar nossa opinião sobre os eventos e as experiências que compartilhamos.

As pessoas teimosas vão ao excesso do desrespeito, por não darem o devido espaço para as diferenças pessoais que existem nos amigos e familiares.

"... pelos vossos excessos, chegais à saciedade e vos punis a vós mesmos." ¹

Os limites traçados pela natureza nos ensinam onde e quando devemos parar, bem como por onde e quando devemos seguir. A natureza respeita nossos dons próprios, ou seja, nossa individualidade. Assim, devemos também aceitar e respeitar nosso jeito exclusivo de ser, bem como a de todos aqueles com quem compartilhamos a existência terrena.

O excesso de rigidez e severidade faz com que criemos um padrão mental que influenciará os outros para que nos tratem da mesma forma como os tratamos. Poderemos ainda, no futuro, provocar em nós um sentimento de autopunição, pois estaremos usando para conosco o mesmo tratamento de austeridade e dureza. O arrependimento se associa à culpa, nascendo daí uma vontade de nos redimir pelos excessos cometidos, o que acarreta uma necessidade de expiação - o indivíduo se compraz com o próprio sofrimento.

Nossos limites se expressam de maneira específica e ninguém pode exigir igualdade de pensamento e ação de outro ser humano. Respeitando nossa singularidade, aprenderemos a respeitar a singularidade dos outros e sempre cairemos no excesso, quando não aceitarmos nosso ritmo de crescimento, bem como o do próximo.

Segundo Alfred Adler, a 'compensação' é um dos métodos de defesa do ego e consiste num fenômeno psicológico que busca contrabalançar e dissimular nossas tendências inconscientes por nós consideradas reprováveis e que tentam vir à nossa consciência.

Os excessos de todo gênero funcionam, na maioria das vezes, como disfarce psicológico para compensar nossas tendências interiores. Exageramos posturas e inclinações na tentativa de simular um caráter oposto.

Atitudes exageradas de um indivíduo significam, quase sempre, o contrário do que ele declara.

Excesso de pudor - compensação de desejos sexuais normais reprimidos.

Excesso de afabilidade - compensação de agressividade mal elaborada.

Excesso de alimentação - compensação de insegurança ou necessidade de proteção.

Excesso de religião - compensação de dúvidas desmoralizadoras existentes na inconsciência.

Excesso de dominação - compensação de fragilidade e desamparo interior.

Atrás de todo excesso ou rigidez se encontra a não aceitação da naturalidade da vida, fora e dentro de nós mesmos."

¹ Questão 713 - Traçou a Natureza limites aos gozos? 'Traçou, para vos indicar o limite necessário. Mas, pelos vossos excessos, chegais à saciedade e vos punis a vós mesmos."

Extraído do livro "As dores da alma", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova Editora, 1998, p. 137/139.                                                                                                                    Imagem: Pinterest. 


quinta-feira, 12 de junho de 2025

AUTOCURA

"É importante saber que, graças as novas pesquisas científicas, realizadas final do século XX, alguns neurocientistas desafiaram o paradigma de imutabilidade do cérebro, que esteve em vigor por muito tempo Eles declararam que os neurônios têm um impressionante poder de neuroplasticidade, e que seus circuitos podem ser alterados a cada dia

Essas descobertas levaram à compreensão científica do que afirmavam, há séculos, as filosofias espirituais: nossos pensamentos, afirmações e ações podem, literalmente, expandir ou contrair diferentes regiões do cérebro; mudar nosso DNA; mudar nossa forma de interagir com o mundo; modificar o mundo físico; e curar desequilíbrios físicos emocionais e mentais.

O livro Super cérebro (uma colaboração entre o médico endocrinologista e líder espiritual Deepak Chopra e o neurocientista e pesquisador de genética Rudolph Tanzi, da Universidade de Harvard) discorre sobre a plasticidade do cérebro, em contraponto à antiga crença de que o cérebro atinge seu ponto máximo de desenvolvimento na idade adulta. Essa crença tem sido desmistificada por pesquisas cientificas recentes, como explicam Chopra e Tanzi:

1. Os danos ao cérebro são reversíveis. O cérebro tem um poder de cura surpreendente.

2. A interação entre a estrutura física e a programação do cérebro e constante, e nossa capacidade de criar novos circuitos cerebrais permanece intacta do nascimento até a morte.

3. O cérebro pode se manter jovem e preservar a acuidade mental, pois suas células se renovam a cada dia e essa renovação pode ser estimulada por exercícios de memória e meditação, entre outros.

4. O cérebro contém células tronco que são capazes de desenvolver novas células cerebrais ao longo da vida.

As memórias genéticas que herdamos dos antepassados são armazenadas no cérebro reptiliano (irracional), e continuam gerando impulsos primitivos que nos causam mal, como o medo e a raiva. Mas, como o cérebro evolui constantemente, podemos dominar esses instintos através da liberdade de escolha, para promover reações positivas e felicidade, como nos mostra a psicologia positiva, um novo campo da ciência.

Assim, a minha cura, a sua cura, a cura da humanidade está em nossa intenção de mudar o nosso cérebro, em conexão com a luz do coração."

Jeanne Marie White, A Luz do Coração, O poder da cura, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 2021, p. 108/109.
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terça-feira, 10 de junho de 2025

ANSIEDADE

"A reunião de todas as nossas ansiedades não poderá alterar nosso destino; somente nosso empenho, determinação e vontade no momento presente é que poderá transformá-lo para melhor.

Definimos comportamento como o conjunto de reações e condutas de um indivíduo em resposta a um estímulo. Em outras palavras, é a forma de ser, agir e reagir exclusiva de cada pessoa.

Nossas convicções íntimas é que determinam nossos comportamentos exteriores; portanto, reside em nós mesmos a influência que exercemos sobre as situações imediatas ou sobre as circunstâncias futuras de nossa vida. Nenhuma de nossas condutas ou atitudes manifestadas é livre de efeitos. Embora possa não ser notada no momento, futuramente será percebida e influenciará outros eventos em outras ocasiões.

O poder das crenças e dos pensamentos é fator impressionante nas ocorrências de nosso cotidiano.

Sabendo dessas verdades, não seria de vital importância que observássemos melhor nossos pensamentos habituais e analisássemos nossas crenças mais profundas? Não seria mais adequado verificarmos onde estamos pondo nosso poder de fé?

É frequente idealizarmos ansiosamente o nosso futuro. Atribuímos momentos felizes e expectativas irreais à nossa vida, encaixando-os em ocasiões especiais como a formatura, o casamento, os filhos, um bom emprego. Quase sempre, quando o fato se concretiza, ficamos por demais frustrados, pois a realidade nunca corresponde exatamente à nossa idealização precipitada.

A preocupação pode produzir ansiedade, levando-nos, a partir de então, a imaginar fatos catastróficos. Quando nos preocupamos com o futuro, não vivemos o agora e sofremos imensa imobilização, que toma conta do nosso presente, advinda de coisas que irão ou não acontecer no amanhã. A reunião de todas as nossas ansiedades não poderá alterar nosso destino; somente nosso empenho, determinação e vontade no momento presente é que poderá transformá-lo para melhor.

As situações calamitosas que imaginamos apenas se materializarão, se as dramatizarmos constantemente. Se imprimirmos com pensamentos trágicos os fatos e acontecimentos da vida, eles assumirão proporções que não tinham a princípio e, realmente, se tornarão realidade. Criaturas trágicas atrairão certamente a tragédia.

Crer com firmeza que Deus nunca erra e sempre está se manifestando e se pronunciado em tudo e em todos será sempre um método feliz de se despreocupar. Crer que Ele está sempre disposto a nos prover de tudo o que necessitamos para nosso amadurecimento espiritual é o melhor antídoto contra a ansiedade e os excessos de imaginação dramática.

Deus é a "Consciência do Universo", a "Alma da Natureza" e a "Harmonia das Forças Cósmicas". As Entidades Benevolentes e Sábias que elaboraram os fundamentos da Doutrina Espírita responderam que: '(...) Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom (...) do vosso ponto de vista (...) porque credes abranger tudo.'

Acreditar que a vida é perfeita e que nada existe que não tenha uma razão de ser nos conduzirá sempre ao discernimento de que tudo está certo de maneira inequívoca e absoluta. Mesmo quando estamos iludidos pelos aspectos exteriores das coisas, pela falta de fé, pelos exageros de qualquer matiz, ainda assim a Vida Providencial nos levará a 'um só rebanho e um só Pastor'. ²

Lembremo-nos, porém, de que a imaginação serve para criarmos quadros de alegria, beleza, progresso, amor. No entanto, se a estivermos usando para produzir tristeza, ansiedade, abandono, medo e desconfiança, o melhor a fazer é interromper o negativismo e mudar o estado mental.

Cada um transita pelo caminho certo, na hora exata, de acordo com seu estado evolutivo. Não há com que nos preocuparmos; tudo está absolutamente correto, porque todos estamos amparados pela sabedoria providencial das Leis Divinas."

² João 10:16.

Extraído do livro "As dores da alma", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova Editora, 1998, p. 149/151.                                                                                                                    Imagem: Pinterest. 

quinta-feira, 5 de junho de 2025

EM DEUS ACABAM AS ILUSÕES

"Acabe com o mundo agora mediante a comunhão com Deus. Não profane o templo da alma com desejos instáveis e com turbulentos prazeres mundanos. Permaneça imaculado à luz da consciência e à luz do amor por Deus. Alcance esse estado agora. Então, talvez durante uma guerra nesta era elétrica, quiçá na era mental ou na era da verdade, você volte como um Cristo para dar paz à Terra e dizer à humanidade: 'Aprendi as lições que Deus queria que eu aprendesse. Dificuldades, doenças e morte não significam nada para mim. Estou unido à Luz Eterna. O mundo terminou para mim. Venham, irmãos que ainda sofrem do pesadelo deste mundo de vida e morte e de infinitas rodadas de encarnações - venham comigo! Eu mostrarei que o fim do mundo significa o fim das ilusões da Terra. Aprendam esta lição, para que sua alma possa brilhar para sempre uma estrela eterna no regaço do excelso Senhor.'

Lembre-se: você está aqui na Terra por um curto período de tempo, mas é filho de Deus pela eternidade. Não se alie às forças da ignorância, busque primeiro conhecer a Deus. O que Ele lhe disser para fazer estará certo, seja lutando pelo seu país, seja como homem de negócios, artista ou instrutor espiritual. Quando você realmente O conhecer, será corretamente orientado na vida. É por isso que as Escrituras dizem: 'Buscai primeiro o reino de Deus...'

Se você conseguir viver pelo menos algumas das verdades que transmiti, será uma pessoa diferente. Conhecerá a Deus se seguir os ensinamentos da Self-Realization. Quando estou com você, não quero lhe dar apenas uma satisfação intelectual sobre a verdade; quero que perceba Deus por si próprio. Eu lhe expliquei como acabar com suas imperfeições para que você possa ir além - até Ele."

Paramahansa Yogananda, O Romance com Deus, Self-Realization Fellowship, p. 72/73.
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terça-feira, 3 de junho de 2025

A LIÇÃO DO ESSENCIAL

"Discorriam os discípulos, entre si, quanto às coisas essenciais ao bem-estar, quando o Senhor, assumindo a direção dos pensamentos em dissonância, acrescentou:

- É indispensável que a criatura entenda a própria felicidade para que se não transforme, ao perdê-la, em triste fantasma da lamentação. Longe das verdades mais simples da natureza, mergulha-se o homem na onda pesada de fantasiosos artifícios, exterminando o tempo e a vida, através de inquietações desnecessárias.

E, como quem recordava incidente adequado ao assunto, interrompeu-se por alguns instantes e retomou a palavra, comentando: 

- Ilustre dama romana, em companhia dum filhinho de cinco anos, dirigia-se da cidade dos césares para Esmirna, em luxuosa galera de sua pátria. Ao penetrar na embarcação, fizera--se acompanhar de dois escravos, carregados de volumosa bagagem de joias diferentes: colares e camafeus, braceletes e redes de ouro, adornados com pedrarias, revelavam-lhe a predileção pelos enfeites raros. Todo o pessoal de serviço inclinou-se, com respeito, ao vê-la passar, tão elevada era a expressão do tesouro que trazia para bordo.

'Tão logo se fez o barco ao mar alto, a distinta senhora converteu-se no centro das atenções gerais. Nas festas de cordialidade, era o objetivo de todos os interesses pelos adornos brilhantes com que se apresentava.

A excursão prosseguia tranquila, quando, em certa manhã ensolarada, apareceu o imprevisto. O choque em traiçoeiro recife abre extensa brecha na galera e as águas a invadem. Longas horas de luta surgem com a expectativa de refazimento; entretanto, um abalo mais forte leva o navio à posição irremediável alguns botes descidos são colocados à disposição dos viajantes para os trabalhos de salvamento possível.

A ilustre patrícia é chamada à pressa.

O comandante calcula a chegada a porto próximo em dois dias de viagem arriscada, na hipótese de ventos favoráveis. A jovem matrona abraça o filhinho, esperançosa e aflita. Dentro em pouco ela atinge o pequeno barco de socorro, sustentando a criança e pequeno pacote em que os companheiros julgaram trouxesse as joias mais valiosas. Todavia, apresentando o conteúdo aos poucos irmãos de infortúnio que seguiriam junto dela, exclamou:

'Meu filho é o que possuo de mais precioso e aqui tenho o que considero de mais útil.' O insignificante volume continha dois pães e dez figos maduros, com os quais se alimentou a reduzida comunidade de náufragos, durante as horas aflitivas que os separavam da terra firme'.

O Mestre repousou, por alguns segundos, e acrescentou:

- A felicidade real não se fundamenta em riquezas transitórias, porque um dia sempre chega em que o homem é constrangido a separar-se dos bens exteriores mais queridos ao coração. Os loucos se apegam a terras e moinhos, moedas e honras, vinhos e prazeres, como se nunca devessem acertar contas com a morte. O espírito prudente, porém, não desconhece que todos os patrimônios do mundo devem ser usados para nosso enriquecimento na virtude e que as bênçãos mais simples da natureza são as bases de nossa tranquilidade essencial. Procuremos, pois, o reino de Deus e sua justiça, tomando à Terra o estritamente necessário à manutenção da vida física, e todas as alegrias ser-nos-ão acrescentadas."

Texto extraído do livro "Jesus no Lar", de Chico Xavier, pelo Espírito Neio Lúcio, FEB, 2013, p. 177/179.
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quinta-feira, 29 de maio de 2025

PERDÃOTERAPIA

"(...). Quando alguém perdoa, elimina alta carga doentia de vibrações no organismo, passando a gerar outro tipo de energia que procede da mente e se transforma em estímulos para a aparelhagem de que se constitui.

O ódio é morbo cruel que degenera aquele que o produz, alcançando, não poucas vezes, aqueloutro contra quem é direcionada a carga deletéria.

Compreendendo-se que todos têm o direito de errar e pensar mal uns dos outros, o que certamente não deveriam, mas cuja ocorrência é frequente, qual sucede ao próprio indivíduo em relação ao seu próximo, esse raciocínio já diminui a carga da animosidade mantida contra o outro, o adversário real ou imaginário.

Desculpando-o sinceramente e procurando apagar os sentimentos contraditórios que permanecem na mente e na emoção, o perdão faz-se automático e o bem-estar preenche o imenso espaço antes ocupado pelas emoções contraditórias do ódio, da mágoa e da vingança..

O perdão funciona como bálsamo sobre a ferida que foi aberta pela agressão do outro e, ao mesmo tempo, como resposta ao ódio que foi desencadeado, suavizando a dor do golpe experimentado.

Quem perdoa, conquista-se e engrandece-se, proporcionando oportunidade de arrependimento e de recuperação ao ofensor.

Enquanto sejam preservados no íntimo os sequazes do ódio, mesmo que disfarçado, o organismo se ressentirá da presença tóxica dessas vibrações doentias que infelicitam.

 O perdão, porém, libertando a vítima, abençoa o algoz, ensejando-lhe, também, desfrutar da felicidade relativa que está ao alcance de todo aquele que seguir as leis de Deus, crescendo espiritualmente. Perdãoterapia é, portanto, neste momento, o mais admirável recurso para a saúde e a felicidade do ser, ao lado do amor, do qual é extensão.

Texto extraído do livro "Lições para a Felicidade", de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador/BA, 2003, p. 182/183.
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terça-feira, 27 de maio de 2025

PERDÃOTERAPIA (2ª PARTE)

"(...). Enfermidades de etiologia difícil surgem em decorrência desse primarismo emocional e se espalham, dando lugar a ocorrências mórbidas no organismo, ao mesmo tempo instalando distúrbios no comportamento e na mente, que ceifam a esperança e a alegria de viver.

Apesar do grande desenvolvimento cientifico tecnológico dos dias atuais, as enfermidades de origem emocional e comportamental estão exigindo cuidados muito sérios, a fim de que o indivíduo possa gozar de saúde e de bem-estar, A infelicidade, que se vive na Terra, é sempre decorrência da conduta que cada qual se permite, gerando os fatores que produzem dor e aflição, quando se poderia desfrutar dos inimagináveis recursos com que Deus provê a vida, dando-lhe beleza e harmonia.

O ser humano, porém, dominado pelas paixões de que não se deseja libertar, senão a golpes de ásperos sofrimentos, cultiva ódios injustificáveis, ressentimentos amargos, anseios de revides perversos.... Esses inimigos, que residem no âmago do ser, agem contra os equipamentos celulares, envenenando-os com as suas toxinas morbíficas e contínuas ondas mentais de desequilíbrio e acrimônia.

Disso resulta a queda das resistências no sistema imunológico, surgindo concomitantemente os distúrbios na pressão arterial, as arritmias, os problemas gastrointestinais, as variações de humor sempre para negativo, as perturbações nervosas, quase todos resultados de somatizações enfermiças e de sintonias com Espíritos levianos e perversos que pululam à volta dos seres humanos.

Mantendo esses propósitos infelizes, mais se lhes acentuam os transtornos orgânicos e emocionais, derrapando em auto-obsessões e em obsessões variadas pela viciação mental e intercâmbio espiritual negativo.

Uma única alternativa, porém, existe, para que se possa adquirir a paz, portanto, marchar na direção da felicidade que a lei de Deus proporciona àqueles que se comportam conforme esses soberanos códigos. Este valioso instrumento é o perdão com sincero desejo de renovação e de felicidade do seu adversário, deixando-o seguir adiante, enquanto a si mesmo se propõe esquecimento do motivo do ressentimento e do rancor. (...)."

Texto extraído do livro "Lições para a Felicidade", de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador/BA, 2003, p. 181/182.
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