OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 9 de dezembro de 2025

DEPENDÊNCIA

"Nossa autonomia, tanto física, emocional, mental como espiritual, está diretamente ligada às nossas conquistas e descobertas íntimas.

As dificuldades de nosso desenvolvimento e crescimento espiritual se devem ao fato de que nem sempre conseguimos encontrar com facilidade nossa própria maneira de viver e evoluir. Cada um de nós está destinado a participar de uma maneira específica e peculiar na obra da criação. Entretanto, é imprescindível compreendermos nosso valor pessoal como seres originais, ou seja, criados por Deus 'sob medida', percorrendo, particularmente, nosso caminho e assumindo por completo a responsabilidade pelo nosso próprio crescimento espiritual.

Ser nós mesmos é tomar decisões, não para agradar os outros que nos observam, mas porque estamos usando, consciente e responsavelmente, nossa capacidade de ser, sentir, pensar e agir.

Ser nós mesmos é eliminar os traços de dependência que nos atam às outras pessoas. Não nos esquecendo, porém, de respeitar-lhes a liberdade e a individualidade e de defender também a nossa, sem o medo de ficar só e desamparado.

Ser nós mesmos é viver na própria 'simplicidade de ser', libertos da vaidosa e dissimulada autossatisfação, que consiste em fazer gênero de 'diferente' perante os outros, a fim de ostentar uma aparência de 'personalidade marcante'.

Ser nós mesmos é acreditar em nosso poder pessoal, elaborando um mapa para nossos objetivos e percorrendo os caminhos necessários para atingi-los.

No Novo Testamento, capítulo 7, versículo 13, assim escreveu Mateus em seus apontamentos: 'Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que leva a perdição...'

Pelo fato de a porta ser estreita, deveremos atravessá-la - um de cada vez completamente sozinhos, acompanhados apenas pelo mundo de nossos pensamentos e conquistas íntimas.

A 'porta é estreita', porque ainda não entendemos que, mesmo vivendo em comunidade, estaremos vivendo, essencialmente, com nós mesmos, pois para transpor essa porta é preciso aprender a arte de 'ser'.

Efetivamente, atingiremos nossa independência quando percebermos a inutilidade dos passatempos, das viagens, do convencionalismo da etiqueta, do consumismo que fazemos somente para conquistar a aprovação dos outros, e não porque decorrem de nossa livre vontade.

Eliminar o domínio, a autoridade ou a influência das ideias, das pessoas, das diversões, dos instintos, do trabalho e dos lugares não significa que precisamos extirpar ou abandonar completamente todas essas coisas, mas somente a dependência. Podemos nos ocupar desses assuntos quando bem quisermos, conforme nossas necessidades e conveniências, sem a escravidão do condicionamento doentio.

Passar por esse 'trajeto restrito' é ter a coragem de romper as amarras internas e externas que nos impedem a conquista da liberdade. Perguntemo-nos: quantos dos nossos atos e atitudes são subprodutos de nossas dependências estruturadas na subordinação da sociedade? A submissão social tem sua base inicial na busca de aprovação dos outros, colocando os indivíduos na posição de permanentes escravos e pedintes do aplauso hipócrita e do verniz da lisonja.

A travessia desse 'longo caminho ermo' nos levará ao Reino dos Céus, estruturado e localizado na essência de nós mesmos. Para tanto, devemos recordar-nos de que as Leis Divinas estão escritas na nossa consciência, cabendo-nos aprender a interpretá-las em nós e por nós mesmos.

Jesus Cristo, constantemente, referia-se a esse Reino Interior como sendo a morada de Deus em nós. Por voltarmos costumeiramente nossos olhos para fora, e não para dentro de nós mesmos, é que nunca conseguimos vislumbrar as riquezas de nosso mundo interior.

Mateus prossegue em seus comentários dizendo: '...apertado é o caminho que leva à vida, e poucos há que o encontrem.' Por 'vida' devemos entender não apenas a manutenção da vida biológica na Terra, que é passageira e fugaz, mas a plenitude da Vida Superior, iniciada sobretudo na vivência do mundo interior.

Nossa autonomia, tanto física, emocional, mental como espiritual, está diretamente ligada às nossas conquistas e descobertas íntimas. Nossa tão almejada realização interior está relacionada com o conhecimento de nós mesmos.

'Apertado é o caminho', porque exige esforços importantes para que possamos eliminar nossos laços de dependência neurótica, os quais nos condicionam a viver sem usufruir nossa liberdade interior, aceitando ser manipulados pelos juízos e opiniões alheias.

A liberdade se inicia no pensamento para, posteriormente, materializar-se na exterioridade, quebrando, então, os grilhões da dependência. Os Espíritos Amigos enfocaram o assunto com muita sabedoria, afirmando: 'No pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que não há como pôr-lhe peias. Pode-se-lhe deter o voo, porém, não aniquilá-lo." 

Extraído do livro "As dores da alma", de Francisco do Espírito Santo Netopelo espírito Hammed, Boa Nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduvas, SP, p. 195/198.
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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

SEJA AQUILO QUE ESPERA DOS DEMAIS

"Se você quiser ser amado, comece por amar seus semelhantes que precisam do seu amor. Se espera que os outros se comportem honestamente com você, comece por ser honesto você próprio. Se deseja que o próximo simpatize com você, apresse-se a mostrar simpatia por ele. Se exige respeito, aprenda a ser respeitoso para com todos, jovens ou velhos. Se quiser uma mostra de paz por parte dos outros, seja pacífico você mesmo. E se quiser que eles sejam religiosos, comece por cultivar pessoalmente a espiritualidade. Seja primeiro aquilo que espera dos demais. Logo notará que eles lhe respondem da mesma maneira.

É fácil exigir que os outros se comportem bem e é igualmente fácil perceber-lhes as faltas; mas é muito difícil agir com propriedade e reconhecer os próprios defeitos. Se você se lembrar de agir com acerto, os outros tentarão seguir seu exemplo. Se puder detectar suas próprias imperfeições sem desenvolver um complexo de inferioridade, e fizer esforço constante para emendar-se, estará empregando seu tempo de maneira mais proveitosa do que se teimasse em exigir que os semelhantes melhorem. O bom exemplo faz mais para modificar os outros do que exigências, raiva ou palavras.

Quanto mais você melhorar, mais melhorará os que estão à sua volta e mais feliz você mesmo será. E quanto mais feliz for, mais eles o serão.

Pessoas passivas são infelizes. Pessoas muito ignorantes não sabem bem o que é ser feliz ou infeliz. É melhor lamentar a própria ignorância do que morrer satisfeito com ela. Onde quer que você esteja, permaneça vivo e desperto em pensamento, percepção e intuição sempre pronto a apreciar uma boa conduta e a ignorar um mau comportamento. Sua maior felicidade reside na disposição constante para aprender e cultivar atitudes exemplares."

Paramhansa Yogananda, Como Ser Feliz o Tempo Todo, Ed. Pensamento-Cultrix Ltda., São Paulo, SP, 2012, p. 51/52.
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terça-feira, 2 de dezembro de 2025

LEIA BONS LIVROS

"Pessoas entediadas, certas de já ter exaurido as alegrias da vida, ignoram que todo um mundo de consolo pode ser encontrado nos bons livros. A mente vazia é a oficina da preocupação e do desespero. Na escolha de livros, a preferência deve ser dada aos de conteúdo espiritual, mas livres de dogmas. Você deve dominar, nos estudos, um assunto ou mais, embora deva conhecer um pouco de todos, inclusive botânica, lógica, astronomia, música, idiomas e política. O estudo da fisiologia é importante. Leia uma boa revista científica mensal.

Ler é o melhor esporte intelectual a portas fechadas. Mantém a mente ocupada e o intelecto exercitado. Uma ou duas horas de leitura por dia proporcionam a qualquer pessoa uma educação liberal em dez anos, se ela optar por obras adequadas. Não perca tempo nem prejudique suas faculdades mentais lendo publicações tolas e sem propósito. Ignorar livros é renunciar à herança dos séculos.

Se você não convive bem com seus semelhantes ou com o mundo, leia bastante e permaneça em companhia desses amigos silenciosos que têm o poder de confortar e inspirar. Quanto àqueles que gostam da vida social, encontrarão novas forças para ajudar a humanidade nas lições de livros escritos por autores nobres e talentosos.

Leia, assinale e absorva passagens selecionadas das grandes obras. Discuta tópicos importantes com pessoas inteligentes. Pensar com lógica sobre ideias alheias é a melhor maneira de conceber ideias originais. Ao refletir, mantenha os olhos fechados e a mente concentrada por inteiro no objeto em exame. Não faça nada com metade da atenção ou metade do entusiasmo.

Bons livros são amigos silenciosos para a vida inteira.

Quando você estiver aborrecido ou preocupado, apanhe um livro e mergulhe nele. Ouça as palavras de conforto e inspiradoras dos grandes espíritos de todos os tempos."

Paramhansa Yogananda, Como Ser Feliz o Tempo Todo, Ed. Pensamento-Cultrix Ltda., São Paulo, SP, 2012, p. 52/53.
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quinta-feira, 27 de novembro de 2025

MELANCOLIA

"Entrevistado: Sinto uma tristeza profunda! Sou muito fraca e indefesa; estou aqui para você solucionar meu conflito! Sentimentos depressivos envolvem-me repentinamente, tornando-me incapaz de vencer esse estado de alma. Evito a companhia de outras pessoas, pois estou dominada por um desespero insuportável. Por mais que use argumentos racionais e lógicos, permaneço sem condições de reverter esse quadro sombrio. Tenho tudo para ser feliz, mas, infortunadamente, a ideia de suicídio não me sai da mente. Será que viver assim vale a pena?

Sugestões para o entrevistador:

Tudo que nos acontece é uma mensagem da Vida Mais Alta tentando equilibrar nosso mundo interior. Se desejamos sair do circuito do desespero e ir gradativamente resolvendo dificuldades e conflitos, comecemos por compreender que a nossa existência é controlada por uma Fonte Divina - perfeita e harmônica - cuja única intenção é somente a evolução das criaturas. Reconheço que as dores íntimas são como prelúdios de um violino ferindo o peito profundamente. Mas lembre-se: ninguém pode procurar nos outros um recado que está dentro de si. Aprendamos a ler essas mensagens impronunciáveis, elas são a chave da solução dos sofrimentos. As leis divinas estão em nossa consciência.

Hoje você busca livrar-se da melancolia, apegando-se às pessoas para que cuidem de você; mas haverá um dia em que perceberá que a busca é ineficiente, pois essa pessoa terá que ser você mesma.

Não se faça de fraca e impotente; retire de seus olhos a angústia e a aflição. Você pode transformar esse processo doloroso em fator saudável de crescimento e progresso.

Você gostaria de ser poupada dessa dor aflitiva imediatamente, mas não pode se esquecer de que ela é o resultado de atitudes negativas do passado que você mesmo criou. Somente através de crescente conscientização de suas concepções errôneas, ou de falsas soluções, é que poderá atingir o entendimento exato de seu sistema de causa e efeito.

Não basta mudar um mau comportamento irrefletidamente; é preciso mudar a causa que provoca esse comportamento. Apenas assim poderá efetuar uma autêntica mudança.

De início, não espere satisfação e felicidade imediatas, porque os efeitos negativos vão continuar cruzando o seu caminho - resultado de anos vividos entre padrões inadequados. No entanto, quando descobrir esses padrões e começar a modificá-los de maneira gradativa, automaticamente terá início a redução das sensações desagradáveis e aflitivas que você experimenta.

A alma, na agonia moral, é semelhante a um pássaro de asa partida: quer voar, mas não consegue. Só com o tempo ele se equilibra; aí, então, pode alçar voo perfeitamente.

A imensa decepção dos suicidas é perceber no Além que não podem fugir de si mesmos. Problemas são considerados desafios da vida promovendo o desenvolvimento interior. A autodestruição além de inútil, intensifica a dor já existente, por interferir no processo natural da existência terrena.

A alma humana pode ser comparada a um candelabro: acesas as chamas da verdade, dissipam-se as sombras da ilusão.

Todos temos uma tendência de culpar o mundo por nossas ações, comportamentos, emoções e sentimentos inadequados. Justificamos nosso desalento acusando indiscriminadamente, mas é preciso assumirmos plena responsabilidade por tudo o que está acontecendo em nossa vida. Devemos reconhecer honestamente que está em nós a fonte que determina e controla nossas ações e reações. Somos responsáveis tanto pela nossa felicidade quanto pela nossa infelicidade.

Perceba que você nutre uma falsa crença de que está totalmente indefesa e espera que alguém, ou o destino, lhe traga uma milagrosa alegria. Acima de tudo, acredite: nenhuma destinação cruel está vitimando sua existência. Depende essencialmente de você o seu bem-estar, de seus esforços, de sua vontade de mudar, de sua autoconfiança e de um novo senso de força em sua vida interior.

Além disso, a compreensão espírita, acrescida da criação de uma nova visão interior, poderá gerar toda a satisfação que sua alma anseia, anulando os velhos pensamentos destrutivos que você nutria inadvertidamente.

Melhore seu íntimo; essa é a maneira mais eficiente de ser feliz. Podemos destruir o corpo, mas não temos o poder de acabar com a vida.

Quem faz a sua parte e deposita nas mãos de Deus todas as suas dificuldades alcança a tão almejada tranquilidade." (Lourdes Catherine).

Extraído do livro 'Conviver e Melhorar", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelos espíritos Batuíra e Lourdes Catherine, Boa Nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduva/SP, 1999, p. 135/137.
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terça-feira, 25 de novembro de 2025

MOLÉSTIA DA ALMA

"Entrevistado: Tenho distúrbios de comportamento, mental e emocional. Há muitos meses, venho tomando ansiolíticos e antidepressivos, mas nada melhora meu estado íntimo. Vivo sentimentos contraditórios: excesso de alegria ou de tristeza, agitação ou apatia, ideias fixas ou dispersivas. Disseram-me que estou obsediado. Sofro constantes crises de medo e de desconfiança sem motivo algum. Considero-me um ser humano bom; nunca fiz mal a ninguém. Por que sofro esse assédio impiedoso? Que fazer para livrar-me da agressão dessas entidades infelizes?

Sugestões para o entrevistador:

Sei que a fogueira da aflição queima junto a seu peito e você sente estranha aura ao redor de sua mente.

Enquanto você não assumir a responsabilidade por tudo o que lhe está acontecendo, não encontrará a verdadeira cura para sua alma. Não se deve criar um mundo de explicações falsas, culpando os espíritos pela infelicidade e desarmonia vivenciadas. Isso é distorcer o real sentido dos acontecimentos. Você não pode culpar os outros por suas emoções e sensações, sob pena de nada aprender sobre si mesmo. Aceitar a total responsabilidade por sua vida é a forma mais fácil de resolver dificuldades íntimas, mas certamente é uma tarefa que não se realiza da noite para o dia. A autorresponsabilidade e o significado verdadeiro das coisas submetem-se mutuamente; são itens existenciais inseparáveis.

Obsessão é moléstia da alma. Quando você compreender a simultaneidade que existe entre as influências espirituais negativas e seus atos e pensamentos íntimos, mais rapidamente dissolverá o elo existente entre eles. A lei da compensação se perpetua até que o homem tenha resolvido suas ações equivocadas e se engajado no legítimo fluxo das leis universais. Para cada conduta ou atitude errada a natureza solicita uma contra-ação que a equilibre.

Na vida estamos tecendo uma malha existencial. A cada nova situação se interligam os fios que começamos a utilizar nas experiências anteriores. Não podemos simplesmente anular o passado, mas podemos reformulá-lo e redirecioná-lo para a luz.

O percurso de um novo dia é, inevitavelmente, influenciado pelas experiências e ações dos dias precedentes.

A aflição para você tem sabor de eternidade, mas, em breve, ela poderá desaparecer. Basta procurar nos princípios espíritas os apontamentos lógicos e a exata orientação de que necessita para se libertar do desequilíbrio mental/emocional - causa principal de sua obsessão.

As reuniões mediúnicas auxiliarão em muito a higienizar e restaurar a atmosfera fluídica de sua aura, contaminada por energias deletérias ali armazenadas. Provavelmente, serão afastadas as entidades que atuam em seu dia-a-dia; mas se você não modificar seu modo de pensar e agir, abandonando suas limitações, elas ou outras companhias desagradáveis poderão retornar.

Sua mente guarda, zelosamente, fatos, informações, ideias e conceitos. Sua memória é o registro fiel de tudo quanto ocorreu com você através dos tempos, tanto no corpo físico como fora dele. Você cria a própria realidade com sua mente.

Na verdade, você 'veste' as emoções e os pensamentos dos espíritos e coopera na assimilação das sensações aflitivas lançadas sobre seu corpo astral. Você é um canal de expressão, e em sua intimidade, estão todas as matrizes de seus desarranjos. Suas emoções são semelhantes às fases da lua: ora 'crescente', ora 'minguante'.

Não se esqueça também de que você é o único responsável pelas forças negativas que sugam suas energias e tentam dominar sua casa mental. Não existe fatalidade em sua vida, apenas atração e repulsão, conforme sua afinidade.

Na esfera física como na espiritual só se percebe e age em um espaço delimitado, quer dizer, cada pessoa atua segundo seu grau de consciência ou em consonância à sua faixa vibratória.

Na esquina da vida, você é um pedinte que suplica a esmola da paz. Mas, lembre-se de que é igualmente uma usina de forças, recebendo, doando e assimilando o magnetismo de outros seres, encarnados ou não. Os espíritos desequilibrados que estão a seu redor apenas exploram suas fraquezas. Buscam pontos vulneráveis, envolvendo-o negativamente em seu baixo padrão vibracional. Portanto, ninguém tem o poder de transtornar sua mente, a não ser que você ceda diante da perturbação.

Quando você diz que é um ser humano bom, que nunca fez mal a ninguém, acredita estar vivendo um ato de injustiça. Porventura, já se perguntou: faço mal a mim mesmo? Será que respeito meus direitos pessoais? Considero minhas necessidades tão importantes quanto as dos outros?

Para você se livrar das agressões dessas entidades, procure encontrar a área de sua vida que está mais insegura e fragilizada. Reforce-a e inicie um trabalho interior.

Desfaça a necessidade de querer dos outros o que deve providenciar por si mesmo. Isso o aproximará da libertação. Pouco a pouco, aflição que lhe atormenta os sentidos se esvairá, e experimentará uma força nova que brotará do seu interior, equilibrando seus sentimentos descompensados."  Lourdes Catherine.

Extraído do livro 'Conviver e Melhorar", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelos espíritos Batuíra e Lourdes Catherine, Boa Nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduva/SP, 1999, p. 163/166.
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quinta-feira, 20 de novembro de 2025

PERDÃO

"Perdoar on desculpar alguém é bom e saudável, mas viver desculpando indefinidamente os erros alheios pode ser muito perigoso. As emoções enterradas e não verbalizadas se manifestarão de forma negativa em outras situações e com diferentes pessoas em nosso dia-a-dia.

Toda criatura deseja a paz e a felicidade e quer afastar de si o sofrimento e a amargura. Essa é a 'meta de excelência' de todos os seres humanos.

O entendimento do nosso 'melhor' depende do grau de raciocínio lógico ou da situação que estamos vivenciando. Todo procedimento é compreensível e proveitoso em determinado contexto de vida.

Quando tomamos atitudes baseadas em mágoas e ressentimentos, é porque supúnhamos que isso nos parecia 'melhor'. Sempre agimos conforme a nossa maturidade espiritual do momento para decidir e resolver nossas dificuldades existenciais; ou melhor, tomamos decisões de acordo com nossas possibilidades de percepção/interpretação e também segundo nossa capacidade e habilidade conquistadas.

Damos o que temos, fazemos o que podemos. Apenas se dá ou faz aquilo que se possui ou pode. Precisamos respeitar nossas limitações mentais, emocionais e espirituais, bem como as dos nossos companheiros de jornada.

Pressupõe-se que, quando alguém pede desculpa, é porque reconheceu seu erro e solicita reconciliação pelo ato impensado e pelo comportamento equivocado.

Usamos comumente o termo 'desculpa' quando queremos nos redimir perante alguém a quem causamos algum dano ou prejuízo É a atitude de quem se conscientizou de ter ofendido, contrariado ou aborrecido outrem. Em outras palavras, quem pede desculpa quer dizer: retira a culpa que há em mim, pois me sinto responsável pelo mal que te causei.

No entanto, existem indivíduos que, a cada momento e de forma irrefletida, fazem uso da palavra 'desculpa'. Repetem-na sistematicamente durante anos e anos, porém continuam perpetuando os mesmos erros e agressões.

Solicitam mil desculpas, mas nunca se soltam das amarras das atitudes desastrosas. Pedem com insistência compadecimento e paciência, e jamais renovam seus comportamentos; continuam ator-atormentando a vida alheia.

Acostumaram-se a pedir desculpas como se essa palavra fosse uma 'varinha de condão' que desfizesse de um instante para outro, num passe de mágica, todas as mágoas e perdas, afrontas e injúrias, sensações desagradáveis, desgostos e aborrecimentos causados pelos agravos e indelicadezas que cometeram.

São criaturas que vulgarizaram o termo 'desculpa' e o empregam de modo automático, repetindo mensagens contidas num 'livro de regras' ou de etiqueta. Não se conscientizaram de sua imaturidade, visto que, não perceberam nem reconheceram ainda como concretos os atos e as atitudes inadequados que reproduzem quase todos os dias nos seus mais diversos relacionamentos. Reincidem nos mesmos erros de forma compulsiva, como se possuíssem uma imposição interna irresistível que as levasse a comportar-se sempre da mesma maneira.

É essencial diferenciar a 'desculpa social' da 'desculpa conscientizada'. A primeira simplesmente atravessa as barreiras da boca de forma impensada; pode ser uma manobra ardilosa ou um pretexto para evitar dificuldades futuras diante de situações difíceis. A pessoa recorre a subterfúgios ou estratagemas para conseguir algo. A segunda sai do 'coração conscientizado', da alma verdadeiramente arrependida. 'O homem bom, do bom tesouro do coração tira o que é bom...'.

Desculpar pode ser o início de um novo tempo de convívio respeitoso, mas também pode ser um eterno jogo psicológico em que apenas se amortecem o desrespeito, a brutalidade e o golpe da ofensa.

'(...) Aquele que pede a Deus o perdão de suas faltas não o obtém senão mudando de conduta. As boas ações são as melhores preces, porque os atos valem mais que as palavras'.

'Há mais felicidade em dar que em receber', ensina-nos a narrativa evangélica. Realmente a pessoa que doa sabe, por experiência própria, que é mais feliz quando dá do que quando recebe.

Não exijamos dos outros aquilo que eles ainda não nos podem dar. O ato de perdoar ou o de desculpar verdadeiramente requer amadurecimento e crescimento espiritual e, por consequência, um certo grau de desenvolvimento evolutivo.

Perdoar ou desculpar alguém é bom e saudável, mas viver desculpando indefinidamente os erros alheios pode ser muito perigoso. As emoções enterradas e não verbalizadas se manifestarão de forma negativa em outras situações e com diferentes pessoas em nosso dia-a-dia. Em vez de permitir que alguém nos use e magoe de forma obstinada, estabeleçamos limites e aprendamos a validar nossa dignidade pessoal, desenvolvendo a arte de amar a nós mesmos, para que possamos amar plenamente os outros."

Texto extraído do livro "Os prazeres da alma', de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova, ed. e dist. de livros espíritas, Catanduva, SP, 2003, p. 171/173.
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terça-feira, 18 de novembro de 2025

EXTERIORIZANDO A PAZ

"Entrevistado: Busco a paz interior. Por isso, passo a vida me dedicando a agradar e socorrer os outros; mas, no final, sou sempre mal compreendido e mal interpretado. Ao ser criticado, fatalmente perco a pouca harmonia interna que havia conseguido, e me sinto 'um nada'. Tenho certa tendência para agir sempre de forma irrepreensível. Por que sou tão vulnerável às opiniões alheias? Estou cansado! O que devo fazer?

Sugestões para o entrevistador :

A paz se exterioriza nos olhos de quem aprendeu a arte de ser sincero consigo mesmo. A meta mais fácil do mundo para se alcançar é ser como somos. A mais difícil é ser como as outras pessoas gostariam que fôssemos. A serenidade interior é conquista de quem possui auto lealdade.

A artemísia é uma planta balsâmica, de gosto amargo e utilizada como remédio. O sândalo é uma árvore de madeira resistente, da qual se extrai um óleo empregado em farmácia e perfumaria. Ambos são aromáticos e originários da Ásia, possuem algo em comum, mas têm utilidades completamente diferentes.

A Natureza refuta a igualdade. Jamais foram encontradas duas flores idênticas; as semelhantes se modificam com o passar do tempo. Até as folhas de uma mesma árvore são desiguais, assim como variável é cada amanhecer.

Para desfrutarmos a paz verdadeira, precisamos entender que somos um núcleo de vida distinto; vivemos em comunidade, mas sobretudo com nós mesmos. Somente empregando de maneira responsável nossa capacidade de sentir, de raciocinar e de realizar, livre das interferências dos cegos instintos e dos laços de dependência, é que podemos nos apaziguar de modo essencial.

Não nos reportamos a isso para nos envaidecer ou diminuir os outros, e sim para que tenhamos mais consideração pelo nosso universo pessoal.

É preciso que nos perguntemos: quem escolhe o que penso e o que sinto? quem determina como vou agir? Cabe-nos, portanto, o domínio de nossa vida, pois falsas identidades podem estar controlando-nos a ponto de desperdiçarmos energias imprescindíveis à nossa harmonia e segurança.

Dente-de-leão, no folclore da flora silvestre, significa vontade firme e lealdade aos próprios objetivos, por ser capaz de crescer em abundância em todos os períodos do ano, ou em qualquer campo ou terreno. Seu nome vem do francês, 'dent-de-lion'. Essa flor amarelo-ouro apresenta como semente um talo de pelos brancos e sedosos que o vento dissemina com facilidade; por isso se reproduzem rapidamente.

Se você procura serenidade, assimile a linguagem de auto fidelidade que lhe inspiram os dentes-de-leão e, ao mesmo tempo, liberte-se dessa reação exagerada aos desejos dos outros.

Visualize a tranquilidade dos ambientes campestres. O vislumbre de uma tarde em lindo campo florido fala de paz a seu coração e o alivia prolongadamente.

Sua memória está repleta dessas associações, que seu dia-a-dia inquieto e intranquilo deixa muitas vezes escondido em sua mente.

Paz é, acima de tudo, harmonia consigo mesmo, em seguida, com os outros. É harmonia com Deus e com a Natureza. Paradoxo é almejar a paz e viver em discordância íntima.

A Excelsa Criação deu-lhe a habilidade de realização através da Natureza, assim como outorgou às plantas a capacidade de florescer. Nenhuma árvore de sândalo necessita que um botânico lhe diga como produzir sua essência aromatizante. Se você quiser transluzir a paz, seja fiel ao que é, dando ao Planeta os frutos de sua própria natureza.

A verdade é que, por mais que você se esforce para ser justo e consciente, sempre haverá alguém que interpretará mal seus atos e atitudes. Ninguém consegue agradar a todos.

Confie em si mesmo, confie em Deus. Apenas Ele maneja os fios invisíveis e infinitos de toda existência humana.

Você encontrará a paz conscientizando-se de que cada um é uma ferramenta exclusiva e específica da Natureza, circunstancialmente trabalhando na Terra sob o Comando Divino." Lourdes Catherine

Texto extraído do livro "Conviver e Melhorar, de Francisco do Espírito Santo Neto, pelos espíritos Batuíra e Lourdes Catherine, Boa Nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduvas, SP, 1999, p.175/177.
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quinta-feira, 13 de novembro de 2025

ACEITAÇÃO

"Apenas aquele que aceitou a mudança de atitudes é que se pode considerar realmente curado, pois só a transformação íntima é que nos pode tirar, gradativamente, dos ciclos perversos dos desequilíbrios interiores que geram as enfermidades do corpo e as aflições humanas.

Não podemos deixar ninguém decidir a maneira como vamos agir. Se alguém opta pela ingratidão, não devemos nos magoar nem nos deixar arrastar por atitudes vingativas. Se outro tem um comportamento medíocre, é preciso aceitar que cada um está num determinado estágio evolutivo e, portanto, dando somente aquilo que possui. Somos nós quem decidimos como 'agir'; não devemos 'reagir', mas aceitar o outro tal qual ele é e prosseguir, igualmente aceitando o que somos e fazendo tudo aquilo que acreditamos ser bom e adequado para nós.

A aceitação é uma das características dos grandes homens da humanidade, que aprenderam a respeitar as leis evolutivas em si mesmos e nos outros.

'Existe em Jerusalém, junto à Porta das Ovelhas, uma piscina que, em hebraico, se chama Betesda, com cinco pórticos. Sob esses pórticos, deitados pelo chão, numerosos doentes, cegos, coxos e paralíticos ficavam esperando o borbulhar da água. Porque o Anjo do Senhor descia, de vez em quando, à piscina e agitava a água; o primeiro, então, que aí entrasse, depois que a água fora agitada, ficava curado, qualquer que fosse a doença.

Encontrava-se aí um homem, doente havia trinta e oito anos. Jesus, vendo-o deitado e sabendo que já estava assim havia muito tempo, perguntou-lhe: Queres ficar curado? Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho quem me jogue na piscina, quando a água é agitada; ao chegar, outro já desceu antes de mim. Disse-lhe Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda! Imediatamente o homem ficou curado. Tomou o seu leito e se pôs a andar.

Essa pergunta: 'Queres ficar curado?' deve ser entendida no seu significado mais profundo. Nela podemos sintetizar tudo que Jesus ensinava e fazia. Trata-se de indagação que exige da criatura uma renovação das estruturas internas e, igualmente, das externas - uma verdadeira transformação psíquica.

Quando alguém é abordado assim com uma questão tão incisiva e responde: 'Senhor, não tenho quem me jogue na piscina, quando a água é agitada; ao chegar, outro já desceu antes de mim', presume-se seja uma criatura que se sente 'vítima de um destino cruel' e completamente impotente diante da existência. Quem se posiciona dessa forma não admite ser responsável por suas desditas e sempre acusa os outros ou as circunstâncias por não se sentir feliz ou sadio.

São indivíduos que nunca conseguem falar de si mesmos para expor e refletir sobre seus atos, pensamentos e emoções. Durante um diálogo, apenas culpam ou acusam as pessoas com quem convivem e incriminam a tudo e a todos pelas próprias desventuras.

Somos pessoalmente responsáveis pela infelicidade que vivenciamos; a felicidade somente fica fora de nosso alcance quando não aceitamos perceber a nós mesmos.

Entretanto, se o enfermo respondesse: 'Sim, é claro que quero me curar', poderíamos dizer que nasceu nele um comprometimento com a mudança de atitude e com a autorresponsabilidade. Pressupõe-se que ele se compromete inteiramente com a proposta recebida do Mestre Amoroso e se submete à terapia de renovação íntima. De outra forma, ele está longe de ser um homem curado em definitivo, transformado, dotado de lucidez mental e de novas concepções a respeito da Vida.

Jesus Cristo - o Médico das Almas - não olha só sintomas externos, mas quer a transformação interior, a mudança integral do ser humano. No fundo, as criaturas imaturas desejam uma cura imediatista para os seus males, não aspirando senão a mudanças superficiais. Exigem, sem nenhum esforço, que as bênçãos desçam sobre seus caprichos infantilizados ou desejos precipitados; querem 'pagar um preço' irrisório pelo desenvolvimento e crescimento espiritual. Esse preço não se paga com autoilusão, com atitudes de vitimização ou de autopiedade, e sim com mudança de comportamento interior.

Todavia, já curado, o ex-enfermo denuncia Jesus a seus inimigos, que procuravam um pretexto para prendê-lo e executá-lo. Assim prossegue o apóstolo João na sua narrativa: 'Depois disso, Jesus o encontrou no Templo e lhe disse: Eis que estás curado; não peques mais, para que não te suceda algo ainda pior! O homem saiu e informou aos judeus que fora Jesus quem o tinha curado. Por isso os judeus perseguiam Jesus: porque fazia tais coisas no sábado'.

O Mestre Nazareno aceitou a atitude de ingratidão do ex-paralítico, visto que sabia que tudo obedece a um ritmo natural e que a transformação espiritual não acontece de forma abrupta. Por isso alertou-o, dizendo: 'Não peques mais, para que não te suceda algo ainda pior!' Cristo possuía amplo conhecimento de que a evolução é uma espiral infinita e que cada qual atinge uma 'paisagem existencial' de acordo com a posição em que se encontra. A cura física pode ser um meio, mas somente a plena conscientização é o fim.

'(...) Há o progresso regular e lento que resulta da força das coisas. (...) As revoluções morais, como as revoluções sociais, se infiltram pouco a pouco nas ideias e germinam durante os séculos; de repente, estouram e fazem ruir o edifício carcomido do passado, que não está mais em harmonia com as necessidades novas e as novas aspirações (...)'

Apenas aquele que aceitou a mudança de atitudes é que se pode considerar realmente curado, pois só a transformação íntima é que nos pode tirar, gradativamente, dos ciclos perversos dos desequilíbrios interiores que geram as enfermidades do corpo e as aflições humanas.

Texto extraído do livro "Os prazeres da alma', de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova, ed. e dist. de livros espíritas, Catanduva, SP, 2003, p. 201/204.
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terça-feira, 11 de novembro de 2025

MODELAGENS DA VIDA

"Entrevistado: Oh! meu Deus! parece que sou tratado injustamente pela vida! Estou amargurado e me encontro no limite de minha resistência! Não mereço essa falta de sorte! Por que tudo tem que acontecer logo comigo, enquanto os outros vivem tranquilamente? Qual a razão disso tudo? Será que a vida na Terra é uma eterna reincidência de abalos emocionais?

Sugestões para o entrevistador :

Juntos e ao mesmo tempo sozinhos, estamos viajando pela estrada da Eternidade. A existência para algumas pessoas assemelha-se a noites intermináveis, como se estivessem predestinadas a viver incessantes sofrimentos.

Por mais desafortunado que você esteja, vivendo em obscuridade aparentemente irreparável, recorde o fato de que a luz e a noite fazem parte da vida e que existimos interdependentemente. Todos somos unos com a Natureza.

A noite diluir-se-á com o aparecimento do sol, a não ser que você prefira prender-se eternamente a ela. Muito além do céu encoberto de tristeza está o astro rei radiante de alegria.

Nem as tempestades nem a escuridão são más. Como apreciar as estrelas se não houver noites escuras? Depois de uma tarde turva e chuvosa, pode-se desfrutar a brandura de um entardecer resplandecente.

A existência é um jogo de luzes e sombras, e para a criatura desperta tudo é utilidade e contribuição, cooperando com seu aprendizado evolutivo.

A luz se torna para todos os que veem a principal fonte de informação acerca do ambiente onde vivem. Ela é de tal modo importante que mesmo os peixes que habitam os enormes abismos oceânicos, de difícil acesso para os raios solares, fazem uso de seu campo visual, permutando elementos com microrganismos capazes de emitir luz.

A germinação das sementes e o florescimento de certas plantas são desencadeadas quando os dias são mais longos, certamente por receberem luminosidade por mais tempo. As flores silvestres cobrem os bosques como tapetes coloridos, ano após ano, por causa das carícias da luz solar.

Em épocas de penumbra e de muito frio, alguns animais reduzem suas atividades ao mínimo, permanecendo numa espécie de sono profundo (hibernação). Por meio desse fenômeno, tais seres conseguem suportar as condições adversas do inverno. Nesses períodos, as sementes e plantas passam a viver à custa de certas substâncias armazenadas em seu próprio organismo.

No verão surgem novas relvas em abundância, brotam suas irmãs do mesmo verde-claro perto das nascentes de águas cristalinas, circundando as raízes de velhas árvores.

No concerto universal, do qual partilhamos, a parceria é muito maior do que pensamos, e cada criatura precisa tomar ciência dessa integração.

Quando atravessamos momentos de escuridão vivencial e de decaimento, aceitemo-los como instrumentos de ajuda e como sinal de que algo de bom estão nos ensinando. Todas as situações têm sua razão de ser, são verdadeiras modelagens pelas quais a Vida Providencial aprimora a todos. Existem soluções para o inverno e para as noites escuras. Desfechos naturais para resistirmos ao frio e ao calor.

Se a Natureza protege todos os seres irracionais, criando para eles meios de defesa e diversos sistemas de adaptação, a fim de compensá-los das variações de temperatura e de outras tantas intempéries do cotidiano, quanto mais ainda fará em favor dos seres racionais!...

Compartilhe do Universo, apesar dos problemas que você estiver enfrentando, pois eles representam mecanismos criados para sustentá-lo. Você está sendo amparado pela Providência, não só nos momentos de luz/alegria, mas também nas variadas circunstâncias de noite/tristeza.

Existem vários pontos nocivos ou crenças adversas que estão particularmente impedindo seu progresso e bem-estar. Procure-os em sua intimidade e os transforme, eliminando, assim, o desconforto que o aflige.

Pense nisso. Talvez você precise ficar sozinho por algum tempo para melhor compreender as experiências pelas quais está passando." Lourdes Catherine

Texto extraído do livro "Conviver e Melhorar, de Francisco do Espírito Santo Neto, pelos espíritos Batuíra e Lourdes Catherine, Boa Nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduvas, SP, 1999, p.187/189.
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quinta-feira, 6 de novembro de 2025

A FÓRMULA PARA A PAZ É SIMPLES: CONFIA, ENTREGA, ACEITA E AGRADECE!

"Confia: Liberte-se da necessidade de controlar a vida. Deixe a vida fluir. Acredite que existe uma força maior que seu ego. O pequenino eu apenas deseja controlar tudo, mas na maioria das vezes, nem mesmo é capaz de discernir entre o certo e o errado e muito menos, o que é melhor em cada situação entre as coisas certas.

Entrega: Faça tudo da melhor maneira possível, mas sem se apegar ao resultado e sem expectativas. Quando você confia, é capaz de entregar o processo a Deus ou ao Universo, pois sabe que o Poder e a Sabedoria da Providência Divina cuidarão de tudo, mesmo que o resultado não seja o que você espera, nem venha tão rápido como você deseja.

Aceita: Porque você entende que o resultado das forças em operação é sempre o melhor que você poderia ter nesse momento. E, até mais importante, é exatamente o que você precisa, mesmo que seu ego não entenda e queira algo diferente.

E agradece: Pois tudo o que acontece na vida é uma oportunidade de crescimento. Cada vez mais você será capaz de perceber, que tudo aquilo que você tem buscado do lado de fora se encontra dentro de você! Não há nada em que você precise se tornar. Você já é completo e perfeito. Só precisa reconhecer e manifestar plenamente o que já existe de forma latente em seu interior."

Raul Branco, A Essência da Vida Espiritual, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 2018, p. 219/220.
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terça-feira, 4 de novembro de 2025

RIGIDEZ

"Os erros são quase que inevitáveis para quem quer avançar e crescer. São acidentes de percurso, contingências do processo evolutivo que todos estamos destinados a vivenciar.

Quando agimos erroneamente é porque não sabemos como fazer melhor. Ninguém, de forma deliberada, tem o desejo de ser infeliz; portanto, ninguém escolhe o pior. Os feitos e as atitudes peculiares de cada criatura estão intimamente ligados a seu desenvolvimento físico, mental, social e moral. Nossa maturidade espiritual é adquirida através das experiências evolutivas no decorrer de todos os tempos, seja na atualidade, seja no pretérito distante.

Tudo o que fazemos está relacionado com nossa idade astral. Inquestionavelmente, fazemos agora o que de melhor poderíamos fazer, porque estamos agindo e pensando conforme nossas convicções interiores; aliás, ela (a idade astral) é gradativa pois está vinculada às nossas percepções evolutivas.

As criaturas que agem com austeridade em determinada circunstância acreditam que aquela é a melhor opção a tomar. Porém, quando o amadurecimento conduzi-las a ter uma melhor noção a respeito dos relacionamentos humanos, elas assimilarão novas maneiras de se comportar e passarão a agir de forma coerente com seu novo entendimento. A concepção de bem se amplia de acordo com nosso desenvolvimento espiritual.

A proposta cristã 'pagar o mal com o bem' sugere: castigar por castigar não transforma a criatura para o bem, mas somente o amor é capaz de sublimar e educar as almas.

A pena de morte é uma rigidez dos costumes humanos. Propõe matar o corpo físico como punição pelas faltas cometidas, com o esquecimento, porém, de que somente transfere a problemática para outras faixas da vida e cria revolta e desarmonia no ser em correção.

A dor apenas terá função dentro dos imperativos da vida, enquanto os homens não aceitarem que somente o amor muda e renova as criaturas.

O projeto da Vida Maior é conscientizar-nos, não sentenciar.

Nosso planeta está repleto de criaturas intelectualizadas e influentes, mas nem por isso sábias e habilitadas para todas as coisas. Por mais inteligente que seja o ser humano, sempre haverá um universo de coisas que ele desconhece.

Muitas pessoas matam, roubam e mentem sem vacilação alguma, mas será que sabem perfeitamente que isso não é certo?

Estar no intelecto não é a mesma coisa que estar na profundeza da alma. Ter informações e receber orientações não é a mesma coisa que integralizar o ensinamento, ou mesmo, saber por inteiro.

"... O homem julga necessária uma coisa, sempre que não descobre outra melhor. À proporção que se instrui, vai compreendendo melhormente o que é justo e o que é injusto e repudia os excessos cometidos, nos tempos de ignorância, em nome da justiça." 

Os erros são quase que inevitáveis para quem quer avançar e crescer. São acidentes de percurso, contingências do processo evolutivo que todos estamos destinados a vivenciar.

Em vez de repelirmos nossos erros, deveríamos analisá-los atentamente como se fossem verdadeiros objetos de arte, evitando, assim, futuros comprometimentos.

Deus permite que o erro integre o nosso caminho. Aliás, ele faz parte das nossas condições evolutivas, para que possamos aprender e assimilar as experiências da vida. Os erros são ocorrências consideradas admissíveis pela legislação do Criador.

Deus não condena ou castiga ninguém, mas o oposto: instituiu leis harmoniosas e justas que nos conduzirão fatalmente à felicidade plena, apesar de nossas faltas e desacertos.

Por que então usar de rigidez perante os acontecimentos da vida?"

Extraído do livro "As dores da alma", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduvas, SP, p. 141/143.
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quinta-feira, 30 de outubro de 2025

DEPRESSÃO

"É preciso saber lidar com nossas emoções; não devemos nos censurar por senti-las, mas sim julgar a decisão do que faremos com elas.

Reparação é o ato de compensar ou ressarcir prejuízos que causamos, não apenas aos outros mas também a nós mesmos, através de posturas inadequadas e injustas.

Necessitamos reparar as atitudes desonestas que tivemos perante nós mesmos, para ressarcir-nos dos abalos que promovemos contra nossas próprias convicções e para compensar-nos da deslealdade com nosso modo de ser e com nossos valores íntimos.

Devemo-nos conscientizar do quanto estivemos abrindo mão de nossos sentimentos, pensamentos, emoções e necessidades em favor de alguém, somente para receber aprovação e consideração.

Quantas vezes asfixiamos e negamos nossas emoções diante de acontecimentos que nos machucaram profundamente. Relegar essa parte de nós e ignorá-la pode se tornar um tanto desagradável e destrutivo em nossas vidas.

Viver o direito de sentirmos nossas emoções equivale a ser honestos com nós mesmos. Elas nos ajudam no processo de autodescobrimento e estão vinculadas a estruturas importantes de nossa vida mental, como os pensamentos cognitivos e as nossas intuições.

O hábito de rejeitarmos, frequentemente, as energias emocionais fará com que percamos a capacidade de sentir corretamente: e, sem a interpretação dos sentimentos, não poderemos promover a reparação de nossas faltas.

Para repará-las, é preciso estarmos predispostos a dizer o que pensamos e a escolher com independência.

Para repará-las, é necessário termos a liberdade de sentir o que sentimos e de viver segundo nossas próprias emoções.

Para resgatar nossas faltas conosco e com os outros, é imperioso, antes de tudo, desbloquear nossa consciência para que possamos ter um real entendimento do que e como estamos fazendo as coisas em nossa vida.

Há em nós um mecanismo psicológico regulado pelo nosso grau evolutivo, que assimila os fatos ou os ensinamentos de acordo com nossas conquistas nas áreas da percepção e do entendimento. Nossa incapacidade para absorver certos aspectos da vida deve-se a causas situadas nas profundezas da nossa consciência, que está em constante aprendizado e ascensão espiritual. Portanto, não devemos nos culpar por fatos negativos do passado, pois tudo o que fizemos estava ao nível de nossa compreensão à época em que eles ocorreram.

'(...) poderemos ir resgatando as nossas faltas (...) reparando-as. Mas, não creiais que as resgateis mediante algumas privações pueris, ou distribuindo em esmolas o que possuirdes (...) Deus não dá valor a um arrependimento estéril, sempre fácil e que apenas custa o esforço de bater no peito' mas sim reavaliando antigas emoções e resgatando sentimentos passados, a fim de transformá-los para melhor. Desse modo, reconquistamos a perdida postura interior de "vida própria" e promovemos a modificação de nossas atitudes equivocadas perante as pessoas.

Emoções não são erradas ou pecaminosas, elas não são os atos em si, pois sentir raiva é muito diferente de cometer uma brutalidade.

Para repararmos, é preciso saber lidar com nossas emoções, não devemos nos censurar por senti-las, mas sim julgar a decisão do que faremos com elas. Advertimos, porém, que não estamos sugerindo que as emoções devam controlar nossos comportamentos.

Ao contrário, acreditamos que, se não permitirmos senti-las, não saberemos como tê-las sob nosso controle.

Admitindo-as e submetendo-as ao nosso código de valores éticos, ao nosso intelecto e à nossa razão, saberemos comandá-las convenientemente, pois o resultado da repressão de nossas reações emocionais será uma progressiva tendência a estados depressivos.

Funciona deste modo uma das possíveis trajetórias da depressão: diante de um sentimento de dor, fatalmente experimentamos emoções, ou seja, reações energéticas provenientes dos instintos naturais. São denominadas 'emoções básicas', conhecidas comumente como medo e raiva. Essas reações energéticas nascem como impulso de defesa para nos proteger da ameaça de dor que uma agressão pode nos causar. Se a emoção for de raiva, o organismo enfrenta a fonte da dor; quando é de medo, contorna e foge do perigo. Ambas aceleram o sistema nervoso simpático e. consequentemente, a glândula suprarrenal para que produza energia suficiente para a luta ou para a fuga. Se essas emoções (raiva ou medo) forem julgadas moralmente como negativas, elas poderão ser transformadas em sentimento de culpa, levando-nos a uma autocondenação. Quando reprimidas, quer dizer, quando não expressadas convenientemente nem aceitas, nós as negamos distorcendo os fatos, para não tomarmos consciência. Tanto a repressão sistemática quanto os compulsivos julgamentos negativos dessas emoções naturais geram a depressão.

Não são simplesmente as 'privações pueris', as 'distribuições de esmolas' e o ato de 'bater no peito' que transformarão o íntimo de nossas almas. Para verdadeiramente repararmos nossas faltas, é preciso, acima de tudo, que façamos uma viagem interior. mediante uma 'crescente consciência', para identificar os atos e acontecimentos incorretos que praticamos/vivenciamos e associá-los com os sentimentos e as emoções que os influenciaram. A partir daí, equilibrá-los.

Reparar nossas faltas com nós mesmos e com os outros é a fórmula feliz de evitar o sofrimento."

Extraído do livro "As dores da alma", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduvas, SP, p. 187/190.
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terça-feira, 28 de outubro de 2025

RESPIRAÇÃO

"A respiração defeituosa ou inadequada é outro fator que nos impede de alcançar a culminação completa de nossos poderes corporais. Cinco minutos a cada manhã antes do desjejum, e preferivelmente logo após o banho, gastos em respiração profunda provar-se-ão benéficos e vitalizadores em todos os casos. Próximos à janela aberta, descansando suavemente nos quadris, devemos respirar profunda e ritmicamente, forçando a respiração até o fundo dos pulmões. Deve ser regular, com uma pausa igual entre cada inspiração e expiração. Pode-se obter um efeito adicional se a mente for focalizada no fato de que a vitalidade está sendo absorvida e assimilada e que, ao respirar ritmicamente, estamos conduzindo, no plano físico, um processo que se encontra em estreita correspondência com a inspiração e a expiração do Alento Cósmico.

A vitalidade pode ser absorvida com a respiração em uma medida grandemente aumentada ao seguirmos o seguinte método:

Visualize a vitalidade como uma flamejante energia dourada presente em todos os lugares. Deseje que um poderoso fluxo entre na cabeça com a respiração e passe diretamente para os pulmões, estômago e pernas, até os pés. Durante a exalação, retenha o prana.* Repita o efeito da vontade em cada respiração, prendendo o prana no corpo, até que ele se eleve cada vez mais e por fim preencha todo o corpo com sua força vívida, vital. Após todo o corpo ter sido carregado, direcione uma corrente especial de prana para qualquer parte afetada ou dolorosa.

Repita este exercício durante o dia, sobretudo quando estiver caminhando.

Cultive uma postura ereta e o hábito de sempre respirar profunda, ritmicamente, através das narinas e para baixo, até o abdomem."

* Prana significa vitalidade. (N.E.)

Geoffrey Hodson, Saúde e Espiritualidade, Uma Visão Oculta da Saúde e da Doença, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 1993, p. 30/32.
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quinta-feira, 23 de outubro de 2025

NAS LIDES DA DIREÇÃO

"' ... servindo-os, não quando vigiados, para agradar a homens, mas como servos de Cristo, que põem a alma em atender à vontade de Deus.' (Efésios, 6:6)

'Quem dirige nunca agrada a todos'. Na tarefa da direção de qualquer empreendimento, seja na área filantrópica, seja na religiosa, seja na financeira, quem segue à frente quase sempre leva os louros dos elogios justificados ou as críticas maldosas e sem nenhum fundamento.

No entanto, quando temos um propósito inabalável e uma consciência tranquila, podemos nos proporcionar o direito de ignorar aplausos e acusações indébitas.

O dirigente deverá prosseguir, estabelecendo sempre o ritmo de seus empreendimentos e realizações segundo seus próprios passos; e fundir, no exercício desse mister, amor e ponderação, entendimento e determinação, para que a equipe da qual participa e orienta não hesite diante das decisões e metas assumidas em grupo. Muitas vezes, por falta de confiança em si mesmo, o líder deixa-se envolver por opiniões alheias, perdendo assim a visualização do objetivo maior.

A obra pertence ao Cristo e não a nós. Quem comanda, porém, deve dar conta da importância do trabalho que está em suas mãos.

O condutor não poderá olvidar que não ficará melhor nem pior com as condecorações da aprovação ou com os gestos da censura e reprovação dos outros. Continuará sendo ele mesmo, com seu modo de atuar e com suas possibilidades naturais de sustentar a obra.

Os que lideram não devem olhar para trás o tempo todo, pois fica quase impossível caminhar com segurança e trabalhar para o engrandecimento da organização com os olhos voltados para antigos desentendimentos e dissabores provocados pela opinião das pessoas.

É muito difícil ser produtivo quando estamos constantemente preocupados com o que os outros estão falando ou julgando de nossa atuação e capacidade. Grandes realizadores ficam acima das maledicências e não permitem que elas prejudiquem suas atividades cristãs.

Se o Mestre Querido não conseguiu agradar a todos, quem somos nós para querer atingir tamanho objetivo? Não será pretensão de nossa parte?

Contudo, não nos esqueçamos de que, quando operamos em equipe e obtemos sucesso, devemos considerar-nos dignos de comemorar a vitória. Essas comemorações não devem ser suprimidas e proibidas, mesmo quando criaturas inescrupulosas as denominem de atitudes orgulhosas ou de elogios egoísticos. Expressar sentimentos de alegria e união compartilhados por toda a equipe é prática salutar que nunca deve ser abafada.

De acordo com a feliz expressão do apóstolo, não somos convocados 'para agradar a homens', mas sim para atender 'à vontade de Deus'. Dessa forma, se adotarmos efetivamente o aprendizado com o Mestre Jesus, penetrando o santuário da alma dentro de nós mesmos, aí encontraremos as noções de ponderação e senso de justiça aplicáveis nas lides de direção que o Senhor nos destinou. Em razão, pois, desse trabalho de liderança, não devemos dar ouvidos às conversações descabidas, que proporcionam desentendimento e balbúrdia.

Evitemos mágoas e ressentimentos para manter o equilíbrio do grupo na força comum. Reduzindo a atmosfera de instabilidade, com nossas preces e obrigações do dia-a-dia, imediatamente começaremos a aliviar as tensões negativas nas áreas de ação no bem, às quais estamos vinculados no labor de nossa redenção." (Batuíra).

Extraído do livro "Conviver e Melhorar", de Francisco E. S. Neto, pelos espíritos Batuíra e Lourdes Catherine, Boa Nova, ed. e dist. de livros espíritas, 1999, p. 27/29.
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terça-feira, 21 de outubro de 2025

DIETA

"Ao abordar este tão importante aspecto da saúde e da autocura, suponho que a maioria daqueles que tentam viver a Vida Superior são vegetarianos. Aqui, novamente, a questão da sinceridade e da honestidade de propósito será vista como tendo uma relação estreita com a saúde. Minha visão é a de que é impossível possuí-la e continuar ligado aos horrores e barbaridades dos frigoríficos e caminhos que a eles conduzem.

É de fato difícil compreender como alguém pode associar o esforço mais elevado espiritualmente com a ingestão em seu corpo do alimento mais grosseiro possível, cada átomo do qual sendo animado não apenas com as vibrações naturais do reino animal, mas também com aqueles não naturais, devido ao sofrimento físico e emocional, que é inseparável do uso da carne animal como alimento.

O mero vegetarianismo, contudo, não é suficiente para produzir e manter a saúde perfeita: é de grande importância que toda a questão da dieta seja examinada cientificamente e que seja descoberta uma dieta adequada, não apenas do ponto de vista da satisfação do apetite e do agrado ao paladar, mas pura e simplesmente daquele de obter a nutrição e a vitalidade necessárias ao corpo.

Certos princípios básicos podem ser sugeridos aqui, embora a experiência demonstre que a dieta é amplamente uma questão pessoal, e que o caminho real para uma dieta geral perfeita, adequada a todos os temperamentos, não pode ser facilmente encontrado.

1. Os alimentos crus são mais ricos em vitaminas do que os cozidos. As frutas e vegetais crus, se assimilados apropriadamente, são mais benéficos do que os pratos prepaгаdos e cozidos.

2. As refeições, sejam de frutas ou vegetais, deveriam ser bem balanceadas. Ao mesmo tempo dever-se-ia tomar cuidado para não misturar alimentos que não combinam bem. Com frequência não é aquilo que comemos que dificulta nossa digestão, mas o que misturamos.

3. Se nossa dieta for bem escolhida, ao tornarmo-nos vegetarianos precisaremos de uma quantidade menor, e não maior, de alimentos. O excesso de comida tende a produzir venenos no sistema e, muitas vezes, tem o efeito de obstruir as passagens nasais e bronquiais.

4. 4. O melhor tratamento dietético para a maioria dos males é o jejum completo e contínuo por trinta e seis ou quarenta e oito horas, ou mais prolongado, de acordo com a necessidade, e apenas água pura deve ser ingerida. Este não é o lugar para tratar extensivamente da importante questão do jejum, e posso apenas acrescentar que, ao ser interrompido o jejum, as frutas devem constituir o único alimento no primeiro dia.

O autor experimentou nos últimos dez anos uma dieta vegetariana crua e chegou à conclusão de que a prática de cozinhar os alimentos é um erro. Se a digestão não tiver sido arruinada ou prejudicada por uma escolha insensata do alimento, uma dieta crua, sabiamente escolhida, pode não apenas manter o corpo em seu mais elevado grau de eficiência, mas de fato, teria um efeito rejuvenescedor, se continuada invariavelmente por um período de alguns anos.

Para aqueles que desejam experimentar este tipo de dieta, o autor aconselha uma refeição consistindo de frutas frescas da estação, frutas secas, nozes e mel, todos os dias; não se deve comer pão ou outro alimento com esta refeição, que é melhor no café da manhã.

Também uma refeição de saladas por dia, com todas as verduras verdes usuais cruas, inclusive vegetais crus em pedaços, cenouras raladas, nabos, etc.; azeite de oliva e suco de limão, pão integral manteiga e queijo podem servir como acompanhamento. 

Se houver o desejo por uma terceira refeição, ela poderia ser uma repetição da primeira ou da segunda."

Geoffrey Hodson, Saúde e Espiritualidade, Uma Visão Oculta da Saúde e da Doença, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 1993, p. 26/29.
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